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A CONTABILIDADE NOS NEGÓCIOS

EMPRESARIAIS

UTILIZAÇÃO DO PLANO DE CONTAS, DO BALANÇO


PATRIMONIAL, DA DRE E DO FLUXO DE CAIXA PARA
AUXILIAR NA GESTÃO DOS PEQUENOS NEGÓCIOS

Fernanda Pereira da Silva


Tutor Externo: Fernanda Pereira da Silva
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ciências Contábeis (ADG2849) – Seminário Interdisciplinar
05/06/2021

1 INTRODUÇÃO

O objetivo da pesquisa é observar a utilização de ferramentas da contabilidade pelos


gestores da empresa laticínios Coelho, uma pequena empresa localizada no interior do Estado de
Goiás. A contabilidade é uma ciência que estuda o patrimônio da pessoa jurídica ou física, a
contabilidade auxilia os gestores no processo de tomada de decisão e controle dos custos dos
negócios. Justifica a presente pesquisa, pois mostra a importância da contabilidade na utilização de
suas ferramentas como instrumento de apoio no processo de tomada de decisão.

2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 CONTABILIDADE

A contabilidade e uma ciência que estuda o patrimônio, mesurando e evidenciando as


informações no auxilio a tomada de decisões ao usuário seja pessoa jurídica ou física. Podemos
definir a contabilidade na visão de Gonçalves e Baptista (2011, p. 3), sendo: “Ciência que tem por
objeto o estudo do Patrimônio a partir da utilização de métodos especialmente desenvolvidos para
coletar, registar, acumular, resumir e analisar todos os fatos que afetam a situação patrimonial de
uma pessoa”. A contabilidade busca o estudo do controle do patrimônio das empresas, onde
registra-se os fatos praticados na conduta da formação, movimentação e variações do patrimônio,
no fornecimento de dados para os gestores, proprietários e os usuários que depende de informações
da situação patrimonial da organização nas práticas organizacionais para alcançar os seus objetivos
que é a obtenção de lucros (THOMAS, et al., 2009).

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O empresário ao constituir uma empresa, faz-se renúncia das suas economias pessoais,
investimento que é denominado como capital social, que é integralizado em forma de dinheiro ou
bens. No decorrer as atividades empresariais na comercialização de mercadorias, produtos ou
serviços, o empresário precisa-se ter planejamento e controle dos fatos ocorridos. A contabilidade
vem auxiliar nesse processo evidenciando e mensurando todos os fatos ocorridos que podemos
chamar de escrituração contábil. Isso vale também para pessoa física que trabalha como autônomo,
mesmo não tendo o registro nos órgãos competentes das suas atividades econômicas.

2.2 DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS NA ÓTICA DA CONTABILIDADE GERAL

As demonstrações contábeis são ferramentas que auxiliam o gestor no processo de tomada


de decisão, onde demonstra a situação da organização para cada demonstração, e tem um
entendimento de acordo com os fatos ocorridos na empresa.
No propósito geral, as demonstrações contábeis são aquelas que têm o objetivo de atender
as necessidades informacionais dos usuários externos que não tem condições de requerer relatórios
especificamente planejados para atender as suas necessidades peculiares (SANTOS, 2015).
A primeira demonstração contábil é o balanço patrimonial, na sua elaboração precisa-se
primeiro ter um plano de contas bem estruturado conforme as realidades do usuário, essa
estruturação visa codificar as contas que serão utilizadas para geração de relatórios contábeis.

2.2.1 Plano de Contas

O Plano de Contas, em sua essência é guia que norteia os trabalhos contábeis para o
registro de fatos e atos que ocorreu na empresa, onde serve como parâmetro para a elaboração das
demonstrações contábeis (SANTOS, 2015). Tendo com finalidade estabelecer normas de conduta
para o registro das transações.
O plano de contas apresentado no quadro 1 a seguir foi extraído de Santos (2015, p. 257-
261), porém adaptado apenas às contas principais, o detalhamento dos registros é proporcional à
complexidade das operações da empresa e dos requisitos de informações a ela aplicável.

QUADRO 1 - PLANO DE CONTAS PARA MICROEMPRESA E EMPRESA DE PEQUENO PORTE

Códigos Nome das contas


1 ATIVO
1.1 ATIVO CIRCULANTE
1.1.1 Caixa
1.1.2 Banco conta movimento

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1.1.3 Clientes
1.1.4 Estoques
1.2 ATIVO NÃO CIRCULANTE
1.2.1 Realizável a Longo Prazo
1.2.2 Investimentos
1.2.3 Imobilizado
1.2.4 Intangível
2 PASSIVO
2.1 Circulante
2.1.1 Obrigações Tributárias
2.1.2 Contas a Pagar
2.1.3 Empréstimos
2.2 PASSIVO NÃO CIRCULANTE
2.2.1 Empréstimos Bancários
2.3 PATRIMÔNIO LÍQUIDO
2.3.1 Capital Social
2.3.2 Reservas
3 CONTAS DE RESULTADO
3.1 Receitas Operacionais
3.1.1 Receita Bruta de Vendas de Mercadorias
3.1.2 Receita Bruta de Vendas de Serviços
3.2 (-) DEDUÇÕES DA RECEITA BRUTA
3.2.1 (-) Cancelamento, Devoluções e Impostos
3.3 (=) RECEITA LÍQUIDA
3.4 CUSTO TOTAL
3.4.1 (-) Custo das Mercadorias Vendidas
3.4.2 (-) Custo dos Serviços Vendidos
3.5 (=) Lucro Bruto
3.6 (-) Despesas Operacionais
3.6.1 (-) Despesas Gerais
3.6.2 (-/+) Despesas Financeiras Líquidas
3.6.3 (-/+) Outras Despesas e Receitas
3.4 (=) Resultado sobre o Lucro
3.5 (=) Lucro Liquido do Exercício

FONTE: SANTOS (2015, p. 257-261)

O plano de contas tem como objetivo dar uma estrutura às contas das demonstrações
contábeis para melhor transparência das informações e entendimento das informações que se
pretende extrair. Para o fechamento das demonstrações contábeis, além do plano de contas, precisa-
se também compreender e utilizar os princípios contábeis, os princípios influência nos resultados
econômicos da organização.

2.2.2 Princípios Contábeis

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Antes de adentrarmos no modelo do plano de contas, venho citar os princípios
fundamentais de contabilidade, que deverão ser cumpridos e seguidos na elaboração do balanço
patrimonial e até mesmo no processo de escrita contábil e escrita fiscal.
Para Santos (2015, p. 9),

Os princípios contábeis têm origem na necessidade de se estabelecer um conjunto de


conceitos e procedimentos que devem ser utilizados como elementos disciplinadores do
comportamento do profissional da Contabilidade. Isso se aplica pra a escrituração dos fatos
e transações do dia a dia e, consequentemente, na elaboração de demonstrativos contábeis
(SANTOS, 2015, p. 9).

Com a Lei 11. 638/2007 passou a denominarem-se, simplesmente princípios de


contabilidade, os quais seguem:
1. Princípio da Entidade – este princípio é claro, os bens da empresa não se misturam com os
bens do proprietário, ou seja, ele reconhece o patrimônio como objeto da contabilidade onde a
empresa tem sua autonomia patrimonial;
2. Princípio da Continuidade – define que a empresa continuará em funcionamento desde sua
abertura para o futuro, o proprietário não renúncia suas economias para uma empresa fechar, o
mesmo pretende obter lucros sobre a atividade econômica escolhida, por isso os componentes
patrimoniais vão produzir informações para o processo de tomada de decisão;
3. Princípio da Oportunidade – é o processo de mensuração das informações contábeis, por
isso as informações precisam ser tempestivas e integras;
4. Princípio do Registro pelo Valor Original – entende-se neste princípio que os componentes
patrimoniais devem ser registrados pelo valor de aquisição, ou seja, pelo valor original em moeda
nacional corrente;
5. Princípio da Competência – como já dito anteriormente, o princípio da competência registra-
se os fatos quando ocorrem tanto no pagamento quanto no recebimento; e
6. Princípio da Prudência – é a adoção de menor valor para conta do ativo e maior valor para
conta do passivo, no processo de mutações patrimoniais que alteram o patrimônio líquido, neste
caso os fatos modificativos.
Os princípios contábeis auxiliam os usuários de forma geral e clara a fixação dos padrões
de comparabilidade e credibilidade, com base no conhecimento e critérios a serem adotados no
fechamento das demonstrações contábeis (SANTOS, 2015). A adoção dos princípios contábeis
influencia no processo de mensuração dos fatos contábeis, a empresa que não utiliza os
procedimentos de escrituração contábil adotando os princípios contábeis na sua essência e doutrinas
de acordo com as ciências contábeis e na utilização no exercício da profissão do contador onde
constitui a legitimidade as Normas Brasileiras de Contabilidade – NBC.

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2.3 BALANÇO PATRIMONIAL

Balanço Patrimonial é um relatório que demonstra de maneira clara e precisa a situação


financeira de uma empresa. Para isso, são considerados todos os ativos e passivos de um negócio,
ou seja, seus bens, dívidas e lucros. O Balanço Patrimonial sofreu várias alterações acompanhando a
exigência do mercado competitivo, onde os usuários externos necessitaram-se de informações da
situação patrimonial da organização de acordo com a realidade. De certa forma, essas adequações
que vieram fazendo no Balanço Patrimonial, veio otimizar e estruturar as informações patrimoniais
das autarquias.

2.4 DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO

A Demonstração do Resultado do Exercício - DRE, é uma demonstração que tem como


objetivo demonstrar a situação líquida da empresa, nela é composto de forma estrutural as receitas,
custos e despesas ocorridas na organização. Na DRE são confrontadas as receitas com as despesas e
custos para chegar a situação positiva ou negativa. Ao expressar situação positiva, podemos dizer
que é: o lucro da empresa após as deduções das despesas e custos o os impostos tributáveis sobre o
lucro; já na situação negativa, é quando as despesas e custos são maiores que as receitas, neste caso,
não é tributado os impostos sobre o lucro e contribuição social por ter apresentado prejuízo.
Assaf Neto, (2012), cita algumas orientações básicas na elaboração da DRE:

- A DRE retrata as principais operações realizadas por uma empresa em determinado


período (exercício social), destacando as receitas e despesas realizadas e o resultado
líquido.
- As receitas e despesas do período são consideradas na DRE de forma independente de sua
realização financeira. Assim, as receitas de vendas são registradas quando de suas
realizações; a despesa de pessoal é considerada no próprio mês da prestação de serviço,
mesmo que ainda não tenha sido paga; a despesa de imposto de renda é inserida na
demonstração de resultados (DRE) no exercício a que se refere quando o imposto é
declarado.
- Estes aspectos contidos na legislação societária reforçam o conceito de “regime de
competência” para apuração do resultado do exercício.
- Na DRE consolidada devem ser ainda destacados os resultados líquidos referente à
participação de acionistas (sócios) não controladores (minoritários) e dos controladores.
- Os custos dos produtos vendidos (e também dos serviços prestados) são reconhecidos na
DRE em conjunto com as receitas do mesmo período. Assim, os custos e despesas
contabilizados correspondem às receitas de vendas apuradas no período (ASSAF NETO,
2012, p.76).

Quando Assaf Neto, cita algumas orientações básicas para elaboração da DRE,
percebemos que é adotado o princípio da competência para apuração das receitas e despesas/custos

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levantados na organização. A adoção dos princípios como já citado anteriormente influência no
resultado econômico da empresa.
Ao ser apurado a DRE, a empresa obtendo um lucro prejuízo no período de apuração, esse
saldo será transferido para o Balanço Patrimonial na conta de Patrimônio Líquido. Valor que vem
ser um fato modificativo diminuitivo ou aumentativo nos resultados contábeis da empresa.

2.5 DEMONSTRAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA – DFC

A Demonstração do Fluxo de Caixa – DFC é uma demonstração que busca demostrar as


entradas e saídas de recursos da empresa, a mesma propicia uma visão ampla do desempenho da
organização, mas ao aplicar o princípio regime de competência, não corresponderá necessariamente
as movimentações do caixa no período, e sim aplicando o regime de caixa, onde reconhece no
momento da entrada e saída de recursos.
As subdivisões da DFC para Iudícibus (2010, p. 263), são: “fluxo de caixa das atividades
de operacionais, investimentos e das atividades de financiamento”. As atividades operacionais
representam o processo operacional da organização na geração de receita, as atividades de
investimento representam os investimentos realizados pela organização em alienação de ativos de
longo prazo e outros investimentos que venham trazer recursos econômicos financeiros; já as
atividades de financiamento representam os financiamentos realizados, ou seja, a composição do PL
e dos empréstimos de curto, médio e longo prazo da empresa.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Através da visita in loco, buscou-se conhecer a empresa e a forma com que o gestor utiliza
a contabilidade para lhe auxiliar em suas tomadas de decisões. Para isso foi realizada uma entrevista
não estruturada que serviu para embasar a prática de acordo com o que foi estudado no referencial
teórico. A princípio foi percebido que é uma pequena empresa com uma gestão que pode ser
classificada como tradicional, que utiliza métodos de administração e tomadas de decisões bem
centralizadas. A empresa conta com um contador, que é responsável pelo fechamento do balanço no
final do exercício para fins de fiscalização.
Observou-se que a utilização da contabilidade é muito básica, no momento ainda não
consideram que a contabilidade vem auxiliar o gestor no processo de tomada de decisões, evitando
distorções na alocação dos custos diretos, indiretos, fixos e variáveis de acordo com o método de
adotado e que também busca auxiliar no planejamento e controle dos custos onde fornece
informações aos diversos níveis de informações gerenciais. Outra ferramenta importante que não foi

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contemplado na entrevista foi que o contador não realiza os relatórios financeiros e que os mesmo
auxiliam os gestores no processo de tomada de decisão dos fatos ocorridos na organização, fatos
esses que serão processados após a coleta das informações de acordo com as necessidades de cada
gestor.
Porém, foi perceptível essa falta de informação a respeito dos relatórios e o quanto são
úteis e podem ser elaborados de acordo com as necessidades dos usuários, na elaboração procura-se
estruturar as informações que serão coletadas e processadas e imitidas em forma de relatórios. Ao
mencionar que as informações serão processadas, é através de um software que é criado para
determinada necessidade. Outra forma mais simples que elaborar um relatório e através do Excel,
onde coletas as informações e aplicam-se as fórmulas.
Contudo, foi observado diante dos estudos o quanto essas ferramentas contábeis auxiliam
na tomada de decisões e o quanto a empresa em questão precisa de orientação em questão de gestão,
da utilização da contabilidade e todos os benefícios que a mesma oferece para se fazer uma boa
gestão.

REFERÊNCIAS

ASSAF, Neto, Alexandre. Estrutura e Análise de Balanços: um enfoque econômico-financeiro.


10 ed. São Paulo: Atlas, 2012.

GONÇALVES, Eugênio Celso; BAPTISTA, Antônio Eustáquio. Contabilidade Geral. 7. ed. São
Paulo: Atlas, 2011.

IUDÍCIBUS, Sérgio et al. Contabilidade Introdutória. 11. ed. São Paulo: Atlas, 2010.

SANTOS, Cleônimo dos. Plano de Contas: uma abordagem prática. 5 ed. São Paulo: IOB
Folhamatic EBS-SAGE, 2015.

THOMAS, Jorge André et al. A contabilidade nas empresas rurais para obtenção de crédito
mas instituições financeiras. Revista Sociais em Perspectiva. v. 8, n. 14 (2009).

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