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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Faculdade de Gestão de Recursos Naturais e Mineralogia

2º Trabalho individual: Reprodução das primeiras duas unidades

De
MEDINA DINOCA LIDIA MANHIQUE

2º Trabalho de investigação (em atraso) da Dadeira de Ética Social e Ambiental do Curso de


Licenciatura em Engenharia Geologia, 2º Ano, Período Noturno, por orientação do docente da
cadeira Elton Laissone

TETE,
JUNHO, 2021
INTRODUÇÃO
Este trabalho compreende a reprodução em síntese das primeiras duas unidades, a primeira (A ética e
o universo ético) e a seguanda (Ética Social e Doutrina Social da Igreja), composto por uma secção de
texto, dividido em duas partes de acordo com as duas unidades, conclusão e referencias bibliográficas.
No contexto da primeira unidade: a ética e o universo ético iremos saber: o que é a ética e a sua
caracterização, a moral, suas relações entre si, com a politica, com as virtudes, com a educação e o
histórico da ética. Já na unidade da Ética social e Doutrina Social da Igraja a abordagem é: o conceito
da ética social e da DSI, Histórico da DSI, Raízes bíblicas da DSI, Princípios da DSI, os documentos
da DSI, e apresentar alguns problemas sociais á luz da DSI.

OBJETIVOS
Geral
Compreender as duas primeiras unidades da disciplina de Ética Social

Especificos
1. Compreender o que é ética e o universo ético;
2. Conhecer e descrever a ética social e Doutina Social da Igreja;

UNIDADE I - A ÉTICA E O UNIVERSO ÉTICO


CONCEITO DE ÉTICA
A palavra ética vem do grego ETHOS, e significa modo de ser, carácter, morada do homem, costume.
A ética é o abrigo que confere protecção e segurança aos indivíduos (cidadãos), aqueles responsáveis
pelos destinos da pólis (cidade). A ética é a teoria acerca do comportamento moral dos homens em
sociedade, ou seja, ela trata dos fundamentos e da natureza das nossas atitudes, e se manifesta
efectivamente na conduta do homem livre. Paidéia é todo o processo de formação do homem grego.
É, portanto, o que chamamos de educação. Ela fornece as regras e ensinamentos morais aos
indivíduos; orienta os juízos e decisões dos homens no seio da comunidade; e transmite valores acerca
do bem e do mal, do justo e do injusto. A função do ethos é promover a excelência moral, ou seja, a
prática das virtudes (areté).E o exercício das virtudes tem como fim último a felicidade (a vida boa,
a vida virtuosa). A ética trata do comportamento do ser humano, da relação entre sua vontade e a
obrigação de seguir uma norma, do que é o bem e de onde vem o mal, do que é certo e errado, da
liberdade e da necessidade de respeitar o próximo. A moral é o conjunto de regras, princípios e valores

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que determinam a conduta do indivíduo. Enquanto a moral tem uma base histórica, o estatuto da ética
é teórico, corresponde a uma generalidade abstrata e formal.

Ética grega: Sócrates (470-399a.C.)


Compartilha o desprezo dos sofistas pelo conhecimento da natureza, bem como sua crítica da tradição,
mas rejeita o seu relativismo e o seu subjectivismo. O saber fundamental é o saber a respeito do
homem (daí a sua máxima: "conhece-te a ti mesmo"),

Ética racionalista:
Uma concepção do bem (como felicidade da alma) e do bom (como o útil para a felicidade); A tese
da virtude (areté: capacidade radical e última do homem) como conhecimento, e do vício como
ignorância (quem age mal é porque ignora o bem; por conseguinte, ninguém faz o mal
voluntariamente).

Ética grega: Platão (427-347a.C.)


A ética de Platão depende: a) da sua concepção metafísica (dualismo do mundo sensível e do mundo
das idéias permanentes, eternas, perfeitas e imutáveis, que são a verdadeira realidade e têm como cume
a Ideia do Bem, divindade, artífice ou demiurgo do mundo); b) da sua doutrina da alma (princípio que
anima ou move o homem e consta de três partes: razão, vontade ou ânimo, e apetite;

Ética grega: Aristóteles (384-322a.C.)


O homem se forma espiritualmente somente no Estado e mediante a subordinação do indivíduo à
comunidade. O fim último do homem é a felicidade (eudaimonia) e esta se realiza mediante a
aquisição de certos modos constantes de agir (ou hábitos) que são as virtudes.

Ética grega: Epicuristas (384-322a.C.)


Tudo o que existe, incluindo a alma, é formado de átomos materiais que possuem um certo grau de
liberdade, na medida em que se podem desviar ligeiramente na sua queda. O epicurista alcança o bem,
retirado da vida social, sem cair no temor do sobrenatural, encontrando em si mesmo, ou rodeado
por um pequeno círculo de amigos, a tranqüilidade da alma e a auto-suficiência.

Ética religiosa
Temos verdades reveladas a respeito de Deus, das relações do homem como o seu criador e do modo
de vida prático que o homem deve seguir para obter a salvação no outro mundo. Todo o seu
comportamento - incluindo a moral - deve orientar-se para Ele como objectivo supremo. A essência
da felicidade (a beatitude) é a contemplação de Deus; O amor humano fica subordinado ao divino; a
ordem sobrenatural tem a primazia sobre a ordem natural humana.

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Ética moderna: ética kantiana
O problema da moralidade exige que se proponha a questão do fundamento da bondade dos actos, ou
em que consiste o bom. O único bom em si mesmo é a boa vontade. Se o homem age por puro respeito
ao dever e não obedece a outra lei a não ser a que lhe dita a sua consciência moral, é legislador de si
mesmo, autónomo.

UNIDADE II - ÉTICA SOCIAL E DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA


CONCEITO DE ÉTICA SOCIAL
A Ética Social denota a ética sobre a sociedade ou seja a problemática subjacente na sociedade onde
encontramos o homem como um ser social na sua intersubjectividade (um ser ético) numa comunidade
ética. A denominação Ética Social engloba os documentos, encíclicas e o ensinamento cristão
aplicados à realidade social para iluminar todos os problemas sociais e criar condições para a
assunção duma sociedade mais justa e solidária.

CONCEITO DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA


Diz o Cardeal Camilo Ruíni que “a Doutrina Social da Igreja é como uma verdadeira revolução
antropológica, cuja proposta é anunciar a verdade de Cristo na sociedade”. A DSI é o conjunto
orgânico dos ensinamentos da Igreja sobre os problemas sociais da modernidade, um conjunto de
princípios cristãos que permite a construção duma economia ética e de um relacionamento solidário
entre os homens.

Contexto do seu surgimento


A DSI surge no séc. XIX do encontro do Evangelho com a sociedade industrial moderna, num contexto
em que se assiste a assunção de:

➢ Novas estruturas para a produção de bens de consumo,


➢ Nova concepção da sociedade, do Estado e da autoridade,
➢ Novas formas de trabalho e de propriedade.

A interpretação destes documentos da DSI deverá ter em conta:

➢ A evolução da terminologia (socialismo não quer dizer o mesmo na RN e em documentos mais


recentes);
➢ A evolução da sensibilidade a determinados valores (a greve passou de crime a direito);
➢ A sociedade monocultural de há cem anos deu lugar à pluricultural dos nossos dias, exigindo
soluções jurídicas que respeitem, quanto possível, formas diversas e até antagónicas de julgar
determinadas realidades (p. ex., o divórcio).

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Raízes bíblicas da DSI:
Os Evangelhos: Jesus veio ao mundo «para anunciar a Boa Notícia aos pobres, proclamar a libertação
aos presos, dar vista aos cegos e libertar os oprimidos» (Lc 4,18);

O Antigo Testamento: Os Profetas denunciavam os pecados dos povos: idolatria, hipocrisia, e,


sobretudo, a injustiça para com os pobres;

Os primeiros Cristãos: Ninguém que estivesse com necessidade lhes era indiferente, repartiam os
seus bens (cf. Act 2,42-47) ;

Os padres da Igreja: A igreja passa de perseguida a reconhecida pela autoridade romana. Os Padres
da Igreja alertam as diferentes comunidades para que não percam o espírito do Evangelho.

Percurso histórico:

➢ Leão XIII: Rerum novarum (1891) sobre a “questão operária”. Guerra Civil espanhola (1936-
1939), Pri-meira Grande Guerra (1914-1918)
➢ Pio XI: Quadragesimo anno (1931) sobre a “questão social”;
➢ Pio XII, Segunda Grande Guerra (1939-1945), mui-to sensível aos “sinais dos tempos”, teve
as mais im-portantes intervenções em matéria de DSI sob a for-ma de radiomensagens;
➢ João XXIII: Mater et magistra (1961) de actualização da DSI, e Pacem in terris (1963) sobre a
paz no mun-do construída sobre quatro pilares: a verdade, a justi-ça, a solidariedade e a liberdade.
➢ Vaticano II: Gaudium et spes (1965) sobre o diálogo Igreja/mundo.
➢ Paulo VI: Populorum progressio (1967) sobre o desen-volvimento integral dos povos, numa
altura em que se começavam a revelar grandes desequilíbrios entre os povos, no rescaldo do acesso à
independência dos territórios colonizados.

Princípios da DSI
Da análise destes documentos, ressaltam como temas fundamentais da DSI os seguintes: A pessoa
humana, sua dignidade, seus direitos, a começar pelo direito à vida da concepção à morte natural, e
suas liberdades, com particular destaque para a liberdade religiosa. A família (santuário da vida), sua
vocação e seus direitos. Continuar a propor a beleza da família e do matrimónio às novas gerações
constitui uma necessidade social e mesmo económica. (CV, n.44). A inserção e a participação
responsável de cada homem na vida social e política (cidadania activa). O bem comum e sua
promoção, no respeito dos princípios da responsabilidade, solidariedade e subsidiariedade. A
solidariedade é uma virtude eminentemente cristã que pratica a partilha dos bens espirituais mais ainda
que dos materiais. O destino universal dos bens da natureza e o cuidado com a sua preservação e

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defesa do ambiente. O desenvolvimento integral de cada pessoa e dos povos; o primado da justiça e
da caridade.

COMPORTAMENTO ÉTICO E RESPONSABILIDADE SOCIAL À LUZ DA DSI


A responsabilidade do Estado: A actividade económica, sobretudo a da economia de mercado, não
pode desenvolver-se num vazio institucional, jurídico e político. Ela supõe que sejam asseguradas as
garantias das liberdades individuais e da propriedade, sem esquecer uma moeda estável e serviços
públicos eficazes.

O salário justo deve ser o fruto legítimo do trabalho. Recusá-lo ou retê-lo pode constituir uma grave
injustiça. Para se avaliar a remuneração equitativa, é preciso levar em conta ao mesmo tempo as
necessidades e as contribuições de cada um.

Crescimento demográfico: Considerar o aumento da população como a primeira causa do


subdesenvolvimento é errado, inclusive do ponto de vista económico. (CV, n. 44)

PROBLEMAS SOCIAIS E NECESSIDADES


➢ Corrupção: social, governamental, estatal e privada;
➢ Impunidade revoltante: os criminosos soltos;
➢ Legislativos fracos e desmoralizados: as leis não funcionam;
➢ Justiça ideológica e conivente com o poder;
➢ Reforma política: novos políticos com os mesmos problemas, instabilidade política (ameaça
de guerra);
➢ Reforma Tributária, trabalhista, educacional
➢ Moralização: “restabelecer a moral ou democratizar o roubo”;
➢ Partidarização do Estado e das instituições; Etc.

CONCLUSÃO

A ética pode ser entendida como um estudo ou uma reflexão sobre ações, costumes ou
comportamentos. É de extrema importância destacar que a ética está diretamente ligada aos hábitos e
costumes, e esses mudam de acordo com o tempo e a localização. Sendo assim, o que é considerado
ético hoje, pode não o ser amanhã e o que é considerado certo em determinado país ou localidade,
pode não o ser em outro. O agir moralmente varia conforme os povos, como para os Gregos a ética
contemporania o ideal ético esta na busca do bem ou na felicidade ou ainda no viver de acordo com a
natureza. Como na DSI, os ideais se voltam para o campo religioso onde o homem busca o amar e
servir a Deus.

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