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Reestruturação produtiva ou capitalismo flexível

1. Reestruturação produtiva 1

A reestruturação produtiva baseia-se nas transformações no meio de produção e nas


transformações proporcionadas pela emergência do Estado Neoliberal.

A modernização e a flexibilização do trabalho passaram a ser a lógica com a


reestruturação produtiva.
Reestruturação produtiva refere-se aos sucessivos processos de transformação nas
empresas e indústrias, caracterizados pela desregulamentação e flexibilização do trabalho, fruto
da Acumulação Flexível e das novas tecnologias da Terceira Revolução Industrial.
A reestruturação produtiva emergiu a partir da década de 1970, em função da grande crise
do capitalismo e da derrocada do paradigma fordismo/taylorismo em meio ao processo de
produção e acumulação industrial.
Nesse contexto, emergiu, no plano econômico, a retomada do modelo liberal – ou
neoliberal –, pautado na predominância máxima do setor privado e a mínima intervenção do
Estado na economia. No plano administrativo, a implementação do Toyotismo como mod o de
produção passou a ser a nova tônica do desenvolvimento.
O trabalho especializado, marcado pela alienação da complexidade da linha fabril e pela
repetição de uma mesma função pelo trabalhador, foi substituído pela flexibilização das funções:
o empregado passava a ser deslocado em seu posto conforme as necessidades da empresa,
chegando a realizar diversas tarefas ao mesmo tempo."
Além disso, a produção passou a se concentrar a partir da demanda do mercado, não
mais existindo a acumulação de bens e produtos industrializados. Com isso, novas exigências
emergiram, como a máxima eficiência e a maior velocidade possível no processo de fabricação.
Nesse contexto, a Reestrutura Produtiva elaborou-se a partir da confluência entre as
concomitantes transformações na economia e na produção industrial. O chamado de Estado de
bem-estar social, que pautava a indústria pela máxima produtividade e o comércio pelo máximo
consumo, foi substituído pelo Estado neoliberal, que pregava a produção de acordo com a
demanda e a demanda não necessariamente elevada, mas sempre superior à oferta.

1
PENA, Rodolfo F. Alves. "Reestruturação produtiva"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/reestruturacao-produtiva.htm. Acesso em 30 de maio de 2023.
2. Reestruturação produtiva e tecnologia2

A Reestruturação Produtiva – também chamada de capitalismo flexível – é um


processo que se iniciou na segunda metade do século XX e que correspondeu ao processo de
flexibilização do trabalho na cadeia produtiva. Sua inserção no mundo capitalista está
diretamente associada à Terceira Revolução Industrial – também chamada de Revolução
Técnico-Científica Informacional – e ao processo de implementação do Neoliberalismo enquanto
sistema econômico.

Quando se fala em flexibilização do trabalho, fala-se na crise do sistema fordista/taylorista


de produção. Assim, onde antes predominava o modo de produção caracterizado pelo trabalho
repetitivo executado pelo trabalhador e o processo de produção em massa de mercadorias,
agora se pratica a flexibilidade do trabalho, em que o mesmo empregado executa variadas
funções no ambiente da empresa. Além disso, o ritmo de produção obedece à demanda do
mercado, evitando, assim, a estocagem de mercadorias.
É importante ressaltar que a Reestruturação Produtiva apenas se efetivou em virtude dos
avanços proporcionados pelas inovações tecnológicas, que permitiram uma maior eficiência no
processo produtivo, minimizando erros e acelerando a produção. Graças à robótica, à
nanotecnologia e a várias outras técnicas, o processo produtivo tornou-se mais dinâmico, de
modo que uma mesma pessoa agora é capaz de realizar a mesma função de dezenas de
trabalhadores.
A consequência foi a elevação do chamado emprego temporário, quando as indústrias
contratam funcionários apenas em épocas de grande demanda na produção, demitindo-os
quando não houver mais necessidade de se produzir mercadorias em grandes quantidades.
Além disso, anota-se o processo de desregulamentação do trabalho, instrumentalizado
pela total desarticulação do sistema produtivo, acarretando a multiplicação de contratos precários
de trabalho e a diminuição média dos salários, gerada pela elevação dos índices de desemprego.
Contribuiu também para a redução média dos ganhos financeiros dos trabalhadores o
processo de terceirização da economia. Esse processo ocorreu em razão dos baixos índices de
geração de empregos no campo (setor primário) e nas indústrias (setor secundário), resultando
no direcionamento da maior parte de trabalhadores para a área comercial e de serviços (setor
terciário).
O primeiro país a conseguir, já na década de 1970, incorporar com sucesso a
reestruturação produtiva foi o Japão, país onde o modelo ficou conhecido como toyotismo. No
Brasil, e na maioria dos demais países, esse sistema consolidou-se na década de 1980. O mundo
subdesenvolvido conheceu esse processo com a instalação das multinacionais em seus
territórios, que já adotavam a reestruturação produtiva como filosofia de negócios.
Atualmente, esse modelo ainda se encontra predominante no setor industrial em todo
mundo. Sua consolidação foi o principal motor para a hegemonia do Neoliberalismo no mundo
atual.

2
Disponível em: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/reestruturacao-produtiva.htm. Acesso em: 30/05/2023.

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