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umLI nova cultura. Por outro lLldq t: pelLI 11lt:smLlJ"Llziiq os mel11-
bros dLi clLisse infen"or siio exlll/dos do lIcesso lIOSpapéis crimino-
sos CLlrtlcteristicos do colanilho bwnco';.

es-
chances

cJochards,

colc1rÍnhobranco,

colarinho branco,
Entre os diversos critérios que determJÍwm acesso aos meios ile-
gítJÍllO~ EiSdiferenças de nivel soci.1l silo, certamente, EISmais
port:mtes (.../. Também 110 CLiSOem que membros dos estratos JÍl-
termedidrios e superiores estivessem interessEidos em empreender
as cLlrreims cnillinosas do estrato soci:J1 infen"or, encontrariam di-
ficllldLldes P:irLI reLilizEir esta ambiçofio, por caUSEide sua prepara-
çiio JÍlsuficiente, enqllEmto os membros d:i classe lÍlfen"or podem
:Jdquini; llwis f:lcilmente, LiLltitude e LIdestreztlnecessán:IJ: A maÍor
pLlrte dos pertencentes lis cltlsses médi:i e superior mio SEiocapazes col!zrinho bnmcoé
de ab:mdonar lLlcilmente SllElcultur:l de cltlsse, parti adapt:ir-se a

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sionou a teoria da criminalidade para modelos explicativos que
dados empíricos, a enorme proporção deste fenômeno na sociedade
não se limitam à simples análise das associações diferenciais e dos
americana). Em segundo lugar, as teorias gerais do comportamento
mecanismos de aprendizagem, mas enfrentam diretamente o pro-
criminoso não explicam corretamente a criminalidade de colt/rinho
blema das causas sociais das diversas associaçõcs diferenciais e de
branco, cujos autores, salvo raras exceções, não são pobres, não cres-
sua qualidade. E é Cohen quem desenvolve completamente este
ceram em s/ums, não provêm de famílias desunidas, e não são débeis
aspecto problemático da teoria das subculturas. Em um famoso
mentais ou psicopatas. Enfim, aquelas teorias não explicam nem
livro analisa a subcultura dos bandos juvenis. Esta é descrita
mesmo a criminalidade dos estratos inferiores. De fato, se os fatores
como um sistema de crenças e de valores, cuja origem é extraída
sociológicos e psicopatológicos aos quais estas generalizações têm
de um processo de interação entre rapazes que, no interior da
recorrido, estão, indubitavelmente, em relação com a aparição da
estrutura social, ocupam posições semelhantes. Esta subcultura
criminalidade, somente podem explica as características da
representa a solução de problemas de adaptação, para os quais a
criminalidade dos que pertencem aos estratos inferiores (por exel11-
cultura dominante não oferece soluções satisfatórias.
pIo, porque estes se dedicam ao furto com arrombamento, ou ao
A questão fundamental posta por Cohen refere-se às razões
roubo à mão armada, mais que a delitos conexos com falsas declara-
de existência da subcultura e do seu conteúdo específico. Estas ra-
çôes), mas estes fatores específicos não se enquadram em uma teoria
zões são individualizadas (de maneira diferente, mas complemen-
geral que esteja em condição de explicar tanto a criminalidade dos
tar em relação à teoria de Merton) reportando a atenção às carac-
estratos "inferiores" quanto a criminalidade de colarinho branco.
terísticas da estrutura social. Esta última induz, nos adolecentes da
Estas não podem, além disso, serem consideradas como os elementos
classe operária, a incapacidade de se adaptar aos standards da cul-
sobre os quais repousa uma teoria geral, uma explicação unitária da
tura oficial, e além disso faz surgir neles problemas de status e de
criminalidade. Uma tal teoria geral deve ter em conta, em alternativa
autoconsideração. Daí, deriva uma subcultura caracterizada por
às teorias convencionais, segundo Sutherland, um elemento que ocorre
elementos de "não-utilitarismo", de "malvadeza" e de "negativismo"
em todas as formas de crime.
que permite, aos que dela fazem parte, exprimir e justificar a hos-
A hipótese IIqui sugeridü em substituiç.'úo dlls teorÍl/s conveJlcioJUllS,
tilidade e a agressão contra as causas da própria frustração social.
que delinqüênciü de co!:lrinho bmnco, propriamente como qwl!-
quer outm forml/ de delinqüêncÍl/ sisten/líticl/, üprendidl/; I/pren-
didl/ em I/ssocÍllçiio diretl/ ou indiretll com os que já pmticIll"1ll11 um
comportlll11ento criminoso, e I/que/es que l/prendem este comportl/-
mento clinlJilOSO m/o têm contatos freqüentes e estreitos com o com-
portlll11enlo conforme 11lá fI/lo de que uml/ pe.ssoa torne-se ou
m/o um criminoso determÍlwdo, em medidl/, pelo grllll re!l/- quadro de teorias das subculturas criminais aqui apresen-
tivo de keqüência e de intensidade de Sl/1/Sreltições com os dois
tado não pode ser senão sumário. Contudo, interessa sublinhar o
tipos de comportl/Jilento. Isto pode ser d/lll1i1/do de processo de
núcleo teórico contido nessas teorias, que se opõe ao princípio da
1/SSOCÍlIÇtlOd/ferencÍld'.
ideologia da defesa social acima denominado princípio da culpabi-
lidade. Sob este ponto de vista, a teoria das subculturas criminais
Colocando o acento, em primeiro lugar, sobre a importãncia nega que o delito possa ser considerado como expressão de uma
dos mecanismos de aprendizagem e de diferenciação dos contatos, atitude contrária aos valores e às normas sociais gerais, e afirma
mas, em segundo lugar, também sobre a relação desta diferencia- que existem valores e normas específicos dos diversos grupos soci-
ção com as diferenciações dos grupos sociais, Sutherlalld impul- ais (s\Jbcultura). Estes, através de mecanismos de interação e de
VerStilllente,

Jjvrede culpávela
podendo,

so-

contra

q~e

podendo fazer di-

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VI.

1.
mÍmino ético,

norllwl,
análise das técnic,7s de neutraliZLlção,

culpabJ1idLlde,

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