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Metodologia Científica:

Uma Introdução
Paulo Gustavo Cavalcante Lins

2021

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Metodologia científica
• Método + logia = estudo do método
• Estudo do método da ciência

• Tecnologia

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Conhecimento científico e
ciência
• Para MARCONI & LAKATOS (2010), “ao
se falar em conhecimento científico, o
primeiro passo consiste em diferenciá-lo de
outros tipos de conhecimento existentes.”

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Conhecimento científico e
ciência
• Para MARCONI & LAKATOS (2010), os
tipos de conhecimento podem ser agrupados
em:
– Conhecimento popular
– Conhecimento científico
– Conhecimento filosófico
– Conhecimento religioso

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Conhecimento científico e
ciência
• Para MARCONI & LAKATOS (2010), “Para
Ander-Egg (1978, p. 13-14), o conhecimento
popular caracteriza-se por ser predominantemente:
• A) Superficial, isto é, conforma-se com a
aparência, com aquilo que se pode comprovar
simplesmente estando junto das coisas: expressa-
se por frase como “porque o vi”, “porque o senti”,
“porque o disseram”, “porque todo mundo o diz”.”

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Conhecimento científico e
ciência
• Para MARCONI & LAKATOS (2010), “Para
Ander-Egg (1978, p. 13-14), o conhecimento
popular caracteriza-se por ser predominantemente:
• B) Sensitivo, ou seja, referente a vivências,
estados de ânimo e emoções da vida diária.
• C) Subjetivo, pois é o próprio sujeito que
organiza suas experiências conhecimentos, tanto
os que adquire por vivência própria quanto os “por
ouvir dizer”.”

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Conhecimento científico e
ciência
• Para MARCONI & LAKATOS (2010), “Para
Ander-Egg (1978, p. 13-14), o conhecimento
popular caracteriza-se por ser predominantemente:
• D) Assistemático, pois essa organização das
experiências não visa a uma sistematização das
ideias, nem na forma de adquiri-las, nem na
tentativa de validá-las.”

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Conhecimento científico e
ciência
• Para MARCONI & LAKATOS (2010), “Para
Ander-Egg (1978, p. 13-14), o conhecimento
popular caracteriza-se por ser predominantemente:
• E) Acrítico, pois, verdadeiros ou não, a pretensão
de que esses conhecimentos sejam conhecimentos
não se manifesta sempre de uma forma crítica.”

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Tipos de conhecimento

MARCONI & LAKATOS (2010) 9


CONCEITO DE CIÊNCIA
• Para MARCONI & LAKATOS (2010), “Ciência é
uma sistematização de conhecimentos, um conjunto
de proposições logicamente correlacionadas sobre o
comportamento de certos fenômenos que se deseja
estudar: “A ciência é todo um conjunto de atitudes
e atividades racionais, dirigidas ao sistemático
conhecimento com objeto limitado, capaz de ser
submetido à verificação” (TRUJILLO FERRARI,
1974, p. 8).”.
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CONCEITO DE CIÊNCIA
• Para MARCONI & LAKATOS (2010), “Segundo
uma visão tradicional e objetivista, é um tipo de
conhecimento “adquirido por métodos rigorosos,
sistematizados e suscetíveis de serem ensinados”.
Pode, ainda, ser entendida como “conhecimentos
racionais, obtidos por meio de métodos,
verificáveis e sistematizados referentes a objetos de
igual natureza” (NASCIMENTO; SOUSA, 2015, p.
126).”.
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CONCEITO DE CIÊNCIA
• Para MARCONI & LAKATOS (2010), “A essa
visão fechada e pretensiosa de ciência Demo (2012,
p. 30-31) apresenta crítica vigorosa:”.
• “A ciência, de origem religiosa em sua versão
modernista eurocêntrica, mantém a mesma
perspectiva [a das religiões], a começar pelo
monopólio da racionalidade, da capacidade de
pesquisar e analisar, bem como de definir as
validades.”(...)
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CONCEITO DE CIÊNCIA
• MARCONI & LAKATOS (2010), continua.
• (...) “O método científico, inventado para dar conta
da realidade de modo objetivo e neutro, analítico e
sistemático, tanto para descobrir quanto para
manipular a realidade, por mais que se proponha
afastar-se de subjetivismos humanos através de
procedimentos de formalização procedimental,
acaba sendo nada mais que o “ponto de vista
humano”.”(...)
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CONCEITO DE CIÊNCIA
• MARCONI & LAKATOS (2010), continua.
• (...) “A pretensão de inventar um método sem
metodólogo ou uma ciência sem cientista,
absolutamente objetiva e válida sem imisção
humana (subjetividade vista aí como atrapalho),
nunca passou de caricatura e hipocrisia, porque é
inegável que a ciência é produto humano.”(...)

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CONCEITO DE CIÊNCIA
• MARCONI & LAKATOS (2010), continua.
• (...) “Ciência é o que os cientistas produzem,
representando sua intersubjetividade, que é, em
geral, seu critério maior de cientificidade, ou seja,
vale o que eles definem que vale.”(...)

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CONCEITO DE CIÊNCIA
• MARCONI & LAKATOS (2010), continua.
• (...) “Para não tornar essa posição excessivamente
subjetiv(ist)a, ou seja, para colocar a busca da
realidade como critério da pesquisa, não o ponto de
vista humano sobre a realidade, inventam-se
método, técnica de pesquisa, estatística e empiria,
procedimentos de formalização de validade
pretensamente universal, na expectativa de
neutralizar vieses humanos.”
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CONCEITO DE CIÊNCIA
• Para MARCONI & LAKATOS (2010), “As
ciências possuem:
• A) Objetivo ou finalidade: preocupação em
distinguir a característica comum o as leis gerais
que regem determinados eventos.
• B) Função: aperfeiçoamento, através do crescente
acervo de conhecimentos, da relação do homem
com o seu mundo.”

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CONCEITO DE CIÊNCIA
• Para MARCONI & LAKATOS (2010), “As
ciências possuem:
• C) Objeto: que se subdivide em:
• Material: o que se pretende estudar, analisar,
interpretar ou verificar, de modo geral.
• Formal: o enfoque especial, em face das diversas
ciências que possuem o mesmo objeto material.”

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CLASSIFICAÇÃO E DIVISÃO
DA CIÊNCIA
• Para MARCONI & LAKATOS (2010), “A
classificação das ciências tem sido objeto de
variados autores. O CNPq (Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico)
prefere a expressão áreas do conhecimento, cuja
lista pode ser encontrada em:”
• <http://www.cnpq.br/documents/10157/186158/Ta
beladeAreasdoConhecimento.pdf>.

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CLASSIFICAÇÃO E DIVISÃO
DA CIÊNCIA

MARCONI & LAKATOS (2010) 20


Razão e Observação
• “O conhecimento científico depende, por igual, da
razão e da observação. A fim de alcança-lo, é
preciso (1) efetuar a decomposição do fenômeno a
estudar em elementos simples (análise); (2)
formular uma hipótese; (3) tentar verificar a
validade dessa hipótese mediante verificação; (4)
deduzir consequências dessa hipótese; e (5)
apresentar leis em linguagem matemática”
(HEGENBERG et al., 2012).
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Neurônio biológico
(ANDERSON, 1995).

22
Neurônio artificial
“matemático”
(ANDERSON, 1995).

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Perceptron com um neurônio e Fronteira de decisão do perceptron
duas entradas (modificado de (HAGAN et al., 2014).
HAGAN et al., 2014).

A equação da fronteira de separabilidade pode ser escrita na forma:


w1 b
p2 = − p1 −
w2 w2
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Razão e Observação

Qual par é o mais similar ?

? ?

Teste de julgamento de similaridade (ANDERSON, 1995).


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Razão e Observação
• O julgamento da similaridade possui certa complexidade. Tome-
se por exemplo o problema apresentado na Figura anterior.
Note-se que o par da esquerda é mais próximo ao par do topo
por uma medida de similaridade física. Crianças geralmente
escolhem o par da esquerda como o mais similar. Entretanto,
com instruções neutras, adultos escolhem o par da direita em
70% das vezes. Este par possui similaridade de relação. Este
julgamento é realizado com base em complexas relações entre
dois objetos. Se ao invés de instruções neutras as instruções
recomendem que se olhe para relações, os adultos passam a
escolher o par da direita em 90% das vezes (ANDERSON,
1995).
26
Razão e Observação
• “Neste ponto, é oportuno lembrar do que em
inglês se chama “Hume’s fork” – o “garfo
humeano” (de duas pontas) – usado para distinguir
relações entre ideias e questões de fato. O filósofo
distingue juízos que dizem respeito a relações
entre ideias (verdades racionais) e juízos que
aludem a fatos (verdades de fato).”
(HEGENBERG et al., 2012).

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Razão e Observação
• “Relações entre ideias – por exemplo, a
proposição ‘duas vezes cinco é metade de vinte’ –
são estabelecidas mediante operações do
pensamento, sem apelar para o que exista no
universo” (HEGENBERG et al., 2012).

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Razão e Observação
• “Questões de fato – por exemplo, a proposição ‘o sol
nascerá amanhã’ – não são estabelecidas apenas pelo
pensamento; são contingentes porque são concebíveis as
negações das proposições correspondentes. Aquelas que
fazem parte da matemática e da lógica, onde é possível ter
certezas absolutas, pois é impossível negar uma verdade
conceptual. Notar, porém, que tais juízos da razão nada
afirmam sobre a realidade dos objetos mencionados. Os
juízos que dizem respeito a fatos baseiam-se na
experiência e são regidos, parece, pelo princípio da relação
causa-efeito” (HEGENBERG et al., 2012).
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Karl Popper
• Solução para o
problema da indução
• Verificabilidade
• Definição de ciência

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Thomas Kuhn
• Conceito de
paradigma.

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Referências bibliográficas
• ANDERSON, J.A. (1995) An introduction to neural networks. MIT
Press, Cambridge. 650p.
• HAGAN, M.T.; DEMUTH, H.B.; BEALE, M.H. E JESÚS, O. (2014)
Neural Network Design. 2nd. Edition. Disponível em:
<http://hagan.okstate.edu/nnd.html>. Acesso em: 3 maio 2018.
• HEGENBERG, L.; ARAÚJO JÚNIOR, A.H. & HEGENBERG,
F.E.N. (Org.) (2012) Métodos de Pesquisa. São Paulo, Atlas. 226p.
• MARCONI, M.A. & LAKATOS, E.M. (2010) Fundamentos de
metodologia científica. São Paulo: Editora Atlas. 297p.

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