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Resumo - Unidade II

Esta unidade inicia-se com uma referência ao Dicionário - o


“pai dos inteligentes”. Portanto, deixa claro que, mais do
que uma atividade auxiliar da leitura, a consulta ao dicioná-
rio é imprescindível quando se produz um texto.

Para conseguirmos a comunicação desejada, devemos ter um bom domí-


nio do vocabulário. Ao conjunto de palavras que normalmente utilizamos,
cujos sentidos e empregos dominamos, dá-se o nome de vocabulário ati-
vo. Por outro lado, ao conjunto de outras palavras que não costumamos
usar, mas cujos sentidos conhecemos (mesmo que não os saibamos com
precisão), ou dos quais temos uma noção, dá-se o nome de vocabulário
passivo.

Reforça que a consulta ao dicionário não é o único caminho para a amplia-


ção do nosso vocabulário, é necessário ler jornais, revistas, livros, assistir
a filmes, palestras, debates, prestar atenção às letras de músicas de bons
autores. A produção de textos é um meio eficaz para o enriquecimento do
vocabulário (passar do vocabulário passivo para o ativo).

Abordamos, também, nesta unidade:

• léxico - conjunto das palavras de uma língua.

• famílias etimológicas - conjunto das palavras que têm um mesmo ra-


dical (parte invariável de uma palavra, em torno da qual gira o seu sentido
principal).

• famílias ideológicas (alguns estudiosos chamam as “famílias ideológi-


cas” de campo semântico) - palavras que se agrupam por sua afinidade de
sentido. O campo semântico, na verdade, é determinado pelo contexto em
que as palavras aparecem.

Esse contexto pode ser extratextual, isto é, a situação em que a palavra


foi usada. Na atribuição de sentidos às palavras, há ainda um outro, e
fundamental, contexto: o próprio texto em que elas estão inseridas (que
poderíamos chamar de contexto intratextual). Assim, o significado de uma
mesma palavra está na dependência das outras com que se relaciona em
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determinada frase. Ao fato de as palavras poderem assumir vários signifi-
cados dá-se o nome de polissemia.

Há situações particulares de uso (o contexto) em que as palavras adqui-


rem um outro significado a partir de uma extensão de seu sentido literal
– é o sentido figurado.

Quando uma palavra é usada em seu sentido literal, dizemos que ela tem
valor denotativo; quando usada em sentido figurado, dizemos que ela tem
valor conotativo.

Não podemos esquecer dos vários níveis de linguagem e, portanto, de


vocabulário:

• coloquial é aquele que utilizamos no dia-a-dia, com nossos familiares e


amigos, em conversas, bilhetes, e mesmo em cartas pessoais, isto é, em
situações que não exigem formalidade.

• culto é o “oficial”, prescrito pela Nomenclatura Gramatical Brasileira,


que utilizamos em situações mais formais, em textos acadêmicos, oficiais,
profissionais.

• técnico agrupa os termos específicos de uma área do conhecimento,


como a Medicina, a Lingüística, o Direito, a Pedagogia, e está, em geral,
intimamente integrado ao de nível culto. Esses termos específicos com-
põem subgrupos dentro do léxico da língua – são os campos lexicais.

Podemos concluir que, de um modo espontâneo e natural, conseguimos


variar nosso nível de linguagem de acordo com os interlocutores e com
as diferentes situações em que vivemos no nosso dia-a-dia. Dizemos, en-
tão, que adequação é o ajustamento de uma coisa a outra.
Vários fatores, sozinhos ou combinados, nos levam a adequar nossa lin-
guagem quando nos dirigimos a alguém, oralmente ou por escrito. Dentre
eles, destacam-se: o receptor, o assunto e o ambiente.
Outro aspecto importante na adequação da linguagem é a uniformidade no
nível de linguagem – é uma falha grave iniciar um texto empregando um
nível rigorosamente formal e depois passar para um nível pouco formal (ou
mesmo informal), ou vice-versa.
Na aula 13, foi apresentada a obra de Marcos Bagno - Preconceito lin-
güístico: o que é, como se faz, cuja conclusão sugere aos professores
que vejam antes de tudo, no texto do aluno, aquilo que ele está querendo
comunicar, a coerência, a originalidade das idéias, os princípios éticos, o
espírito crítico...
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Nas aulas seguintes, vimos que clareza, concisão e objetividade são carac-
terísticas da linguagem de textos acadêmicos, administrativos, técnicos e
científicos e que um dos principais responsáveis pela falta de clareza em
um texto (ou um trecho) é a ambigüidade (quando o leitor vacila diante de
mais de uma possibilidade de entendimento do que foi dito). Nesse caso,
a ambigüidade é um defeito que deve ser evitado.

A ambigüidade pode ser, ainda, um recurso estilístico utilizado pelo autor


para alcançar seu objetivo.

O objetivo do texto, seu receptor, as circunstâncias em que é escrito cons-


tituem fatores determinantes da linguagem a ser utilizada.

Pudemos depreender que, nos textos, sejam eles orais ou escritos, em


linguagem verbal ou não verbal, há informações que são transmitidas ex-
plicitamente e outras que o são implicitamente – estão pressupostas ou
subentendidas. Por isso, uma leitura eficiente é aquela que consegue cap-
tar tanto as informações explícitas quanto as implícitas.

Referências Bibliográficas

BAGNO, Marcos. Preconceito lingüístico: o que é, como se faz. S. P.:


Edições Loyola, 1999.

CUNHA, Antonio Geraldo da. Dicionário Etimológico. Nova Fronteira da


Língua Portuguesa. 2ª ed., 8ª impressão. Rio de Janeiro: Nova Fronteira,
1997.

D’ONOFRIO, Salvatore. Metodologia do trabalho intelectual. 2ª ed. S.P.:


Atlas, 2000.

FIORIN, José Luiz, PLATÃO SAVIOLI, Francisco. Para Entender o texto:


Leitura e Redação. São Paulo: Ática, 1997.

GARCEZ, Lucília Helena do Carmo. Técnica de Redação: o que é preciso


saber para bem escrever. São Paulo, Martins Fontes, 2002.

MANGUEL, Alberto. Uma história da leitura. SP: Companhia das Letras,


1997.

POSSENTI, Sírio. Os humores da língua: análises lingüísticas de pia-


das. Campinas: Mercado de Letras, 1998, p.83.
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