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outra forma de uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o
transgressor às penalidades previstas civil e criminalmente.
CÓDIGO:
230130124421
SILVIO SANTANA
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para HORTENCIA SILVA MARTINS FERREIRA - 03729610104, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Criminalística
Mortes Produzidas por Queimaduras, Asfixia e Precipitação
Silvio Santana
SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
Mortes Produzidas por Queimaduras, Asfixia e Precipitação. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Mortes Produzidas por Queimaduras. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Queimadura Provocada por Calor. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Classificação do Grau de Queimadura. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Posição de Boxeador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
Transtornos dos Sistemas e Morte. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Mortes Produzidas por Asfixia (Enforcamento, Estrangulamento, Esganadura,
Sufocação, Soterramento e Afogamento). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 8
Enforcamento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Estrangulamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Esganadura . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
Sufocamento . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11
Soterramento. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
Mortes Produzidas por Precipitação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
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Mortes Produzidas por Queimaduras, Asfixia e Precipitação
Silvio Santana
APRESENTAÇÃO
Salve, guerreiro(a), tudo bem? Sou o professor Silvio Santana e é com imensa satisfação
que ministrarei o curso de Criminalística voltado ao certame da SPTC-GO – Polícia Técnico
Científica para o cargo de Perito Criminal.
Caso você tenha Instagram, siga-me e me acompanhe nesta rede social. Sempre posto
muitos conteúdos relacionados às carreiras policiais.
@profsilvio_santana
Antes de você iniciar os seus estudos, irei contá-lo(a) um pouco sobre minha trajetória,
para que eu chegasse até aqui, diante de você, para contribuir com a sua futura aprovação.
Minha primeira graduação foi em Física, que me possibilitou seguir por 17 anos no
magistério lecionando para o Ensino Médio e Faculdades da região do Distrito Federal. Após
conclusão de um Mestrado, dediquei-me arduamente ao ramo dos concursos públicos, onde
obtive algumas aprovações que mudaram a minha história e de minha família.
Iniciei a vida de “concurseiro” sendo aprovado no concurso da Secretaria de Educação do
Distrito Federal no ano de 2010, onde pude exercer a função de professor. Porém, o sangue
policial falou mais alto e em 2010 comecei o projeto visando as carreiras policiais. Procurei
graduar-me em direito e especializar-me em Direito Constitucional, onde pude lecionar
direito com foco nas carreiras policiais em diversos cursos preparatórios do Distrito Federal.
Obtive diversas aprovações, como: Oficial de Justiça, Polícia Militar do Distrito Federal,
Instituto Federal de Educação e, atualmente, sou policial no Estado de Goiás.
A minha rotina de estudos e a minha guinada de vida (professor para policial) aconteceram
motivada por um sentimento ímpar de ser policial. De certo não abandonei a carreira de
magistério e exerço as duas funções com muito afinco e responsabilidade.
SUPORTE
Informo-lhe que me coloco à disposição para sanar qualquer dúvida que você tenha
sobre o conteúdo das aulas.
Ter dúvidas é muito importante. São as dúvidas que nos ajudam a evoluir, a crescer como
estudante. Tirar dúvidas é primordial. Quando você faz uma pergunta sobre algo que não
compreendeu perfeitamente e recebe uma resposta com qualidade, que é o que farei para
você, aquele conteúdo entra em local de destaque dentro de sua memória.
Sendo assim, peço-lhe encarecidamente: tenha dúvidas; tire suas dúvidas.
Gostaria de solicitar que você avalie este material!
Vamos começar nosso estudo?
Vamos à luta?
Bons estudos!
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Silvio Santana
Substâncias líquidas ferventes também pode ser emprega para provocar queimaduras fatais.
Exemplo: a água.
Algumas substâncias químicas podem também produzir queimaduras fatais, ainda que
na maioria esmagadora das vezes seja de natureza acidental esse tipo de ferimento.
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Os Eritemas são os sinais vermelhos que cobrem a primeira camada da pele – a epiderme.
Já a Flictena é uma elevação revestida por epitélio contendo líquido e com mais de 1
cm. É sinônimo de bolha.
Importante, o Erictema não se produz após a morte, enquanto as flictenas podem ser
produzidas tanto na vítima viva quanto no cadáver.
Eritema Flictena
Não se produz após a morte Se produz em ser ainda vivo ou no cadáver
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POSIÇÃO DE BOXEADOR
A posição de boxeador é a retração dos músculos, flexionando os membros com exposição
dos dentes e globo ocular. O cadáver apresenta uma espécie de “sorriso” e as extremidades
dos membros, tanto superior quanto inferior, podem desaparecer completamente. Trata-
se de lesões de 4º Grau.
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ENFORCAMENTO
Nesse tipo de morte, é comum que o perito constate alguns vestígios extrínsecos que
podem ser encontradom no sítio da ocorrência, observe:
1. O laço é acionado pelo próprio peso da vítima. Grossamente, considerando que a
força peso decorre da ação gravitacional entre dois corpos.
2. O sulco produzido pelo laço se apresenta oblíquo, de baixo para cima, interrompido
ao nível do nó e com bordos desiguais, sendo o bordo superior saliente.
Na vítima, observa-se a cianose facial (coloração azulada) com protusão da língua (língua
projetada levemente para fora da boca).
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ESTRANGULAMENTO
Nesse tipo de morte, o laço é acionado, diferente do enforcamento, não pelo peso da
vítima, mas pela ação de uma força diversa.
O sulco produzido pelo laço é horizontal ou ligeiramente oblíquo. Além disso, o nó não
apresenta interrupção e os seus bordos são iguais devido à uniformindade da compressão.
Candidato(a), a essa altura você já percebeu que enforcamento e estrangulamento
são asfixias violentas em que a anoxia se dá pela constrição de um laço e que podem ser
cobradas e confundidas na sua prova. Vamos aqui tentar elucidar esse fato de maneira
simples e didática:
Enforcamento Estrangulamento
Suspensão completa ou incompleta do corpo em
relação a um ponto fixo; Constrição por um laço;
Ação do próprio peso da vítima; Força constritiva externa;
Constrição por um laço; Sulco do laço é horizontal, com profundidade
Sulco do laço é oblíquo ascendente com profundidade uniforme, que não apresenta interrupção e o nó
variável, sendo interrompido no nó, que fica por cima fica no meio do pescoço.
da cartilagem tireóidea.
ESGANADURA
Conceitualmente, esganadura é a asfixia mecânica produzida pela constrição do pescoço
pelas mãos.
Uma importante observação pericial é que, na esganadura, geralmente, não é constatado
sinais de compressão, como sulcos.
Contudo, em alguns casos, devido ao emprego das mãos no pescoço da vítima, observam-se
vestígios de equioses e escoriações produzidas pela violência do ato, decorrente dos dedos e unhas.
Na vítima, podemos observar máscara equimótica, estigma ungueal, procidência da
língua, espuma sanguinolenta na boca e nas narinas e exolfitamia.
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Pseudoesganadura
Na pseudoesganadura ocorre morte súbida da vítima por inibição. Nesse caso, ocorre
a aplicação de uma força, usando as mãos, na região anterior do pescoço.
Na vítima, observamos:
1. Ausência de forças externas;
2. Fratura das cartilagens tireoide e crinoide;
3. Fratura do osso hióide.
SUFOCAMENTO
O sufocamento ou sufocação consiste na oclusão das vias respiratórias.
Quando a oclusão é feita diretamente nos orifícios respiratórios, chamamos de sufocação
direta. Agora, quando a compressão é feita na região torácica, impedindo sua expansão,
chamamos de sufocação indireta.
Ainda, a ação de sufocamento pode ser feita manualmente, quando a vítima não oferecer
resistência ou com o auxílio de objetos, como travesseiros, lençóis etc.
Na vítima, em linhas gerais, alguns casos de sufocação o perito não consegue verificar
sinais exteriores, exceto quando o uso das mãos deixar sinais de unha no rosto da vítima.
No sítio da ocorrência, o objeto utilizado para o crime pode conter resíduos biológicos
como, saliva, sangue, vômito etc.
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SOTERRAMENTO
No caso do soterramento, o ar presente nas vias respiratórias é substituído por elementos
sólidos, geralmente terra ou areia.
Os sinais locais constatados pela perícia diz respeito a presença de material causador
na boca e narina e, no exame necroscópico, ocorre a presença desses resíduos no interior
dos aparelhos digestrórios e respiratórios.
Afogamento
A morte por afogamento, quando ocorre acidentalmente, é a situação mais comum,
pois o nosso país é rico em ricursos hidrográficos, sendo banhado por diversos rios, lagos,
cachoreiras e a própria costa brasileira com diversas praias abertas ao público em geral.
Contudo, o afogamento criminoso é penalmente relevante e, via de regra, apresenta
vestígios característicos, como presença de peso amarrado à vítima, para facilitar a submersão
ou mesmo amarras nas mãos, para dificultar a flutuabilidade.
Para fins didáticos, vamos dividir o afogado em duas categorias: o afogado pálido e o
afogado cianótico.
AFOGADO PÁLIDO
Nesses casos, a morte não se dá por afogamento propriamente dito, mas ocorre por
um reflexo inibidor, uma síncope mortal multicausal.
Exemplos:
1. Choque térmico;
2. Impacto extremamente forte do corpo na água, causando a perda da consciência;
3. Choque anafilático de origem digestiva;
4. Processos alérgicos;
5. Fadiga muscular intensa durante;
6. Forte emoção ou medo.
AFOGADO CIANÓTICO
É a vítima de afogamento propriamente dita. No caso, é comum encontrarmos sinais
de síndrome de asfixia e a cianose facial.
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A vítima de afogamento, quando tem seu corpo submerso, retorna a superfície depois de
certca de 15 (quinze) dias. E isso ocorre devido a putrefação do corpo, onde a liberação dos
gases oriundos desse processo modificam a densidade do corpo e o faz “boiar”.
SINAIS DE AFOGAMENTO
1. Cogumelo de espuma;
2. Pele anserina;
3. Erosões nos dedos;
4. Detritos sob as unhas;
5. Líquidos nas vias respiratórias e digestivas;
6. Efisema aquoso pulmonar;
7. Lesões por arrastamento e atrito;
8. Presença de corpos estranhos na árvore traqueobrônquica, no coração e em
outras víceras;
9. Diluição do sangue (hidremia) – explicarei mais à frente;
10. Cianose facial.
COGUMELO DE ESPUMA
Trata-se de uma formação espumosa no formato de um cogumelo (vide imagem a
seguir), esbranquiçada ou rosada, presentes na boca e narina dos cadáveres vítimas de
afogamento.
Para fins de perícia, a espuma de cogumelo aparece na vítima do 5º ao 8º dia do afogamento.
Esse fato, aliados a outros fatores, pode ajudar a determinar a data do afogamento.
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HIDREMIA
Trata-se da diluição do sangue devido ao excesso de água. Literalmente, o sangue se
torna água. E isso ocorre em vítimas de afogamento quando a exposição à água rompe as
paredes alveolares e passa para o sangue do indivíduo, alterando as concentrações dos
componentes químicos sanguíneos. Com isso, ocorre o aumento do plasma do sangue.
MACERAÇÃO
Trata-se do amolecimento do tecido orgânico devido a superexposição à água e, com
isso, ocorre um aumento da superfície corpórea tornando-o rugoso.
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Mortes Produzidas por Queimaduras, Asfixia e Precipitação
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Calma, candidato (a)! Embora cada molécula do meu corpo seja tentada a explicar a
parte física desse processo (tenho formação na doce ciência da natureza) eu não seguirei
esse caminho. Rsrs
Criminalísticamente, que é o objeto do nosso interesse, as mortes decorrentes desse
tipo de situação são enquadradas como: voluntárias, involuntárias e a forçada (criminosa).
E o que diferencia cada uma das precipitações acima? Bem, os autores procuram calcular
a distância entre o ponto de lançamento (base) e o ponto de impacto.
Com isso, o perito, ao efetuar o levantamento do sítio da ocorrência, deve sempre
procurar determinar a distância percorrida pelo corpo, desde o ponto inicial (projeção) até
o ponto final (repouso).
Importante verificar se não existe nenhum obstáculo entre os pontos de projeção e
repouso que tem o potencial de alterar a trajetória normal da queda do corpo da vítima.
Candidato(a), esse tipo de análise é abarcada por um alto grau de dificuldade quando se
refere a queda voluntária e a queda criminosa (forçada), pois nos dois cenários é perfeitamente
possível ocorrer um impulso inicial no movimento.
Nesse momento, você ja deve ter percebido que existe uma relação entre a base de
lançamento e o solo, certo? Eu explico.
Imagine que uma pessoa está no topo de um prédio (base). Agora, se a pessoa “cair” próximo
a base, significa que pode ter ocorrido um acidente, pois uma pessoa que dejeja por fim a
sua própria vida “toma impulso” ao realizar o movimento, entende?
Imagine que o ponto de repouso (local onde a vítima “caiu”) em relação a base (topo do prédio)
tenha sido uma distância grande ou distantes entre si. Nesse caso, podemos inferir que ou
ocorreu um homicídio (queda forçada) ou ocorreu um suicídio (queda voluntária), “capisce”?
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RESUMO
Exemplo: a água.
Algumas substâncias químicas podem também produzir queimaduras fatais, ainda que
na maioria esmagadora das vezes seja de natureza acidental esse tipo de ferimento.
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Os Eritemas são os sinais vermelhos que cobrem a primeira camada da pele – a epiderme.
Já a Flictena é uma elevação revestida por epitélio contendo líquido e com mais de 1
cm. É sinônimo de bolha.
Importante, o Erictema não se produz após a morte, enquanto as flictenas podem ser
produzidas tanto na vítima viva quanto no cadáver.
Eritema Flictena
Não se produz após a morte Se produz em ser ainda vivo ou no cadáver
POSIÇÃO DE BOXEADOR
A posição de boxeador é a retração dos músculos, flexionando os membros com exposição
dos dentes e globo ocular. O cadáver apresenta uma espécie de “sorriso” e as extremidades
dos membros, tanto superior quanto inferior, podem desaparecer completamente. Trata-
se de lesões de 4º Grau.
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ENFORCAMENTO
Nesse tipo de morte, é comum que o perito constate alguns vestígios extrínsecos que
podem ser encontradom no sítio da ocorrência, observe:
1. O laço é acionado pelo próprio peso da vítima. Grossamente, considerando que a
força peso decorre da ação gravitacional entre dois corpos.
2. O sulco produzido pelo laço se apresenta oblíquo, de baixo para cima, interrompido
ao nível do nó e com bordos desiguais, sendo o bordo superior saliente.
Na vítima, observa-se a cianose facial (coloração azulada) com protusão da língua (língua
projetada levemente para fora da boca).
ESTRANGULAMENTO
Nesse tipo de morte, o laço é acionado, diferente do enforcamento, não pelo peso da
vítima, mas pela ação de uma força diversa.
O sulco produzido pelo laço é horizontal ou ligeiramente oblíquo. Além disso, o nó não
apresenta interrupção e os seus bordos são iguais devido à uniformindade da compressão.
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ESGANADURA
Conceitualmente, esganadura é a asfixia mecânica produzida pela constrição do pescoço
pelas mãos.
Uma importante observação pericial é que, na esganadura, geralmente, não é constatado
sinais de compressão, como sulcos.
Contudo, em alguns casos, devido ao emprego das mãos no pescoço da vítima, observa-
se vestígios de equioses e escoriações produzidas pela violência do ato, decorrente dos
dedos e unhas.
Na vítima, podemos observar máscara equimótica, estigma ungueal, procidência da
língua, espuma sanguinolenta na boca e nas narinas e exolfitamia.
PSEUDOESGANADURA
Na pseudoesganadura ocorre morte súbida da vítima por inibição. Nesse caso, ocorre
a aplicação de uma força, usando as mãos, na região anterior do pescoço.
Na vítima, observamos:
1. Ausência de forças externas;
2. Fratura das cartilagens tireoide e crinoide;
3. Fratura do osso hioide.
SUFOCAMENTO
O sufocamento ou sufocação consiste na oclusão das vias respiratórias.
Quando a oclusão é feita diretamente nos orifícios respiratórios, chamamos de sufocação
direta. Agora, quando a compressão é feita na região torácica, impedindo sua expansão,
chamamos de sufocação indireta.
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Ainda, a ação de sufocamento pode ser feita manualmente, quando a vítima não oferecer
resistência ou com o auxílio de objetos, como travesseiros, lençóis e etc.
Na vítima, em linhas gerais, alguns casos de sufocação o perito não consegue verificar
sinais exteriores, exceto quando o uso das mãos deixar sinais de unha no rosto da vítima.
No sítio da ocorrência, o objeto utilizado para o crime pode conter resíduos biológicos
como, saliva, sangue, vômito e etc.
SOTERRAMENTO
No caso do soterramento, o ar presente nas vias respiratórias é substituído por elementos
sólidos, geralmente terra ou areia.
Os sinais locais constatados pela perícia dizem respeito à presença de material causador
na boca e narina e, no exame necroscópico, ocorre a presença desses resíduos no interior
dos aparelhos digestrórios e respiratórios.
AFOGAMENTO
A morte por afogamento, quando ocorre acidentalmente, é a situação mais comum,
pois o nosso país é rico em ricursos hidrográficos, sendo banhado por diversos rios, lagos,
cachoreiras e a própria costa brasileira com diversas praias abertas ao público em geral.
Contudo, o afogamento criminoso é penalmente relevante e, via de regra, apresenta
vestígios característicos, como presença de peso amarrado à vítima, para facilitar a submersão
ou mesmo amarras nas mãos, para dificultar a flutuabilidade.
Para fins didáticos, vamos dividir o afogado em duas categorias: o afogado pálido e o
afogado cianótico.
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AFOGADO PÁLIDO
Nesses casos, a morte não se dá por afogamento propriamente dito, mas ocorre por
um reflexo inibidor, uma síncope mortal multicausal.
Exemplos:
1. Choque térmico;
2. Impacto extremamente forte do corpo na água, causando a perda da consciência;
3. Choque anafilático de origem digestiva;
4. Processos alérgicos;
5. Fadiga muscular intensa durante;
6. Forte emoção ou medo.
AFOGADO CIANÓTICO
É a vítima de afogamento propriamente dita. No caso, é comum encontrarmos sinais
de síndrome de asfixia e a cianose facial.
Fases do processo de afogamento
1º Fase 2º Fase 3º Fase
Resistência ou dispneia voluntária, com
diminuição do oxigênio (O2) e aumento do dióxido
Exaustão ou hipóxia cerebral,
de carbono (CO2) na corrente sanguínea.
A vítima realiza com ocorreência de níveis
Estímulo cerebral que provoca inspirações
apneia voluntária, críticos de O2 na corrente
profundas e involuntárias.
geralmente com sanguínea.
Rompimento das paredes intraveolares, pequenas
duração de uns 50 Presença de convulsão,
hemorragias, edema e efisema.
segundos. inconsciência, parada
A mistura de ar com sangue produz uma mistura
respiratório e a morte.
sanguinolenta que se exterioriza em forma de
“cogumelo” que especificarei mais a frente.
A vítima de afogamento, quando tem seu corpo submerso, retorna a superfície depois de
certca de 15 (quinze) dias. E isso ocorre devido a putrefação do corpo, onde a liberação dos
gases oriundos desse processo modificam a densidade do corpo e o faz “boiar”.
SINAIS DE AFOGAMENTO
1. Cogumelo de espuma;
2. Pele anserina;
3. Erosões nos dedos;
4. Detritos sob as unhas;
O conteúdo deste 5.
livroLíquidos nas vias
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COGUMELO DE ESPUMA
Trata-se de uma formação espumosa no formato de um cogumelo, esbranquiçada ou
rosada, presentes na boca e narina dos cadáveres vítimas de afogamento.
Para fins de perícia, a espuma de cogumelo aparece na vítima do 5º ao 8º dia do
afogamento. Esse fato, aliados a outros fatores, pode ajudar a determinar a data do
afogamento.
HIDREMIA
Trata-se da diluição do sangue devido ao excesso de água. Literalmente, o sangue se
torna água. E isso ocorre em vítimas de afogamento quando a exposição à água rompe as
paredes alveolares e passa para o sangue do indivíduo, alterando as concentrações dos
componentes químicos sanguíneos. Com isso, ocorre o aumento do plasma do sangue.
MACERAÇÃO
Trata-se do amolecimento do tecido orgânico devido a superexposição à água e, com
isso, ocorre um aumento da superfície corpórea tornando-o rugoso.
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E o que diferencia cada uma das precipitações acima? Bem, os autores procuram calcular
a distância entre o ponto de lançamento (base) e o ponto de impacto.
Com isso, o perito, ao efetuar o levantamento do sítio da ocorrência, deve sempre
procurar determinar a distância percorrida pelo corpo, desde o ponto inicial (projeção) até
o ponto final (repouso).
Importante verificar se não existe nenhum obstáculo entre os pontos de projeção e
repouso que tem o potencial de alterar a trajetória normal da queda do corpo da vítima.
Candidato(a), esse tipo de análise é abarcado por um alto grau de dificuldade quando se
refere a queda voluntária e a queda criminosa (forçada), pois nos dois cenários é perfeitamente
possível ocorrer um impulso inicial no movimento.
Nesse momento, você ja deve ter percebido que existe uma relação entre a base de
lançamento e o solo, certo? Eu explico.
Imagine que uma pessoa está no topo de um prédio (base). Agora, se a pessoa “cair” próximo
a base, significa que pode ter ocorrido um acidente, pois uma pessoa que dejeja por fim a
sua própria vida “toma impulso” ao realizar o movimento, entende?
Imagine que o ponto de repouso (local onde a vítima “caiu”) em relação a base (topo do prédio)
tenha sido uma distância grande ou distantes entre si. Nesse caso, podemos inferir que ou
ocorreu um homicídio (queda forçada) ou ocorreu um suicídio (queda voluntária), “capisce”?
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QUESTÕES DE CONCURSO
Responda TODAS as questões de acordo com os Conceitos iniciais sobre Criminalística.
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GABARITO
1. b
2. b
3. C
4. E
5. d
6. b
7. E
8. a
9. e
10. d
11. c
12. d
13. a
14. c
15. b
16. a
17. e
18. b
19. d
20. a
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GABARITO COMENTADO
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Uma análise criteriosa do sítio da ocorrência é fundamental para se chegar à verdade real
sobre um crime. Quando se trata de mortes violentas, o cenário do ocorrido ganha uma
importância ainda maior, afinal, o “local do crime fala”.
Certo.
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Enforcamento Estrangulamento
Suspensão completa ou incompleta do corpo em
relação a um ponto fixo; Constrição por um laço;
Ação do próprio peso da vítima; Força constritiva externa;
Constrição por um laço; Sulco do laço é horizontal, com profundidade
Sulco do laço é oblíquo ascendente com profundidade uniforme, que não apresenta interrupção e o nó
variável, sendo interrompido no nó, que fica por cima fica no meio do pescoço.
da cartilagem tireóidea.
Letra d.
Letra b.
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Errado.
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a) Errada. Em homicídios esse tipo de constrição é mais comum, mas isso não anula
completamente as chances de ter ocorrido de modo acidental.
b) Errada. Em modalidades de asfixias mais complexas podemos observar a constrição
cervical. Já a sufocação direta é observada a obstrução das vias aéreas.
c) Errada. Não há essa previsão direta no Código Penal, mas existe a qualificadora para o
homicídio tal hipótese (meio cruel).
d) Errada. O sinal de Morestin consiste na alteração da tonalidade da pele da face e das
mucosas, tornando-as na coloração azulada, devido ao aumento do sangue venoso. Sinal
frequente na asfixia por compressão torácica.
e) Certa.
Letra e.
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Diante dessa situação hipotética, é correto afirmar que as características externas verificadas
no corpo são mais compatíveis com
a) afogamento.
b) esganadura.
c) enforcamento.
d) estrangulamento.
e) sufocamento.
Sinal de Ponsold: é uma hipótese causada pelo fluxo de sangue no pescoço. Se o laço aperta
o pescoço, acaba impedindo a passagem do sangue. Esse acúmulo do sangue em certar
áreas do corpo e ausência em outras, ocasiona cores diferentes.
Letra c.
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Letra c.
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a) Certa.
b) Errada. Esse sinal é característico de perfuração por arma de fogo devido a passagem
do projétil.
c) Errada. Essas manchas aparecem nos pulmões devido a asfixia.
d) Errada. Esse sinal é comum em perfuração por arma de fogo devido a queima do osso
ao ser transfixado pelo projétil.
e) Errada. Ocorre protusão da língua além da arcada dentária sendo muito escuro, em um
clássico sinal de asfixia.
Letra a.
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d) As mortes ocorrem mais frequentemente por traumatismo craniano do que por asfixia.
e) As mortes ocorrem por mais de uma forma de asfixia, como compressão do tórax e
obstrução das vias aéreas, podendo haver também concorrência de outros agentes, como
ação contundente.
Sufocação direta: oclusão das vias aéreas em qualquer lugar desde os orifícios naturais
(narinas e boca) até os condutos respiratórios inferiores (traqueia e brônquios), com
impedimento mecânico à passagem do ar.
Sufocação indireta: casos acidentais ou criminosos, em que há a compressão, em grau
suficiente, do tórax ou do abdome (musculatura acessória da respiração), impedindo os
movimentos respiratórios.
Letra b.
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Cogumelo de espuma: finas bolhas de coloração branca ou rósea no trato respiratorio devido
a penetração de líquido na árvore respiratória, está comumente associada a afogamento.
Mancha de Paltauf: equimoses subpleurais, mais extensas que as de Tardieu. Ocorre em
casos de afogamento.
Mancha de Tardieu: petequias e equimoses no coração e pulmão, em casos sufocação direta.
Sinal de Morestin: cianose na face. Face violácea, em casos de sufocação indireta (compressão
do toráx).
Sinal de Bonnet: indica o sentido do projetil de arma de fogo no osso.
Letra a.
Obrigado.
Boa sorte em sua jornada!
Até a próxima.
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