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MELHORAMENTO ANIMAL

PROF A. MA. CAROLINE ISABELA DA SILVA


Presidente da Mantenedora
Ricardo Benedito Oliveira
Reitor:
Dr. Roberto Cezar de Oliveira
Pró-Reitoria Acadêmica
Gisele Colombari Gomes
Diretora de Ensino
Prof.a Dra. Gisele Caroline
Novakowski
PRODUÇÃO DE MATERIAIS
Diagramação:
Alan Michel Bariani
Edson Dias Vieira
Thiago Bruno Peraro
Revisão Textual:
Camila Cristiane Moreschi
Danielly de Oliveira Nascimento
Fernando Sachetti Bomfim
Luana Luciano de Oliveira
Patrícia Garcia Costa
Produção Audiovisual:
Adriano Vieira Marques
Márcio Alexandre Júnior Lara
Osmar da Conceição Calisto
Gestão de Produção:
© Direitos reservados à UNINGÁ - Reprodução Proibida. - Rodovia PR 317 (Av. Morangueira), n° 6114 Cristiane Alves
UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

01
DISCIPLINA:
MELHORAMENTO ANIMAL

GENÉTICA QUANTITATIVA

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO.................................................................................................................................................................5
1 UM BREVE HISTÓRICO DO MELHORAMENTO GENÉTICO ANIMAL.....................................................................6
2 INTRODUÇÃO AOS PARÂMETROS GENÉTICOS......................................................................................................6
3 TIPOS DE AÇÃO GÊNICA............................................................................................................................................8
3.1 AÇÃO ADITIVA..........................................................................................................................................................8
3.2 AÇÃO NÃO ADITIVA................................................................................................................................................ 10
3.2.1 DOMINÂNCIA....................................................................................................................................................... 10
3.2.2 DOMINÂNCIA COMPLETA................................................................................................................................. 10
3.2.3 DOMINÂNCIA PARCIAL...................................................................................................................................... 11
3.2.4 SUPERDOMINÂNCIA.......................................................................................................................................... 11
3.2.5 EPISTASIA........................................................................................................................................................... 11

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4 HERANÇA E MEIO..................................................................................................................................................... 12
4.1 HERDABILIDADE..................................................................................................................................................... 13
4.2 REPETIBILIDADE................................................................................................................................................... 14
4.3 CORRELAÇÃO......................................................................................................................................................... 15
4.3.1 CORRELAÇÃO GENÉTICA (RG)........................................................................................................................... 16
4.3.2 CORRELAÇÃO FENOTÍPICA (RP)....................................................................................................................... 16
4.3.3 CORRELAÇÃO AMBIENTAL (RE)....................................................................................................................... 16
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................................ 17

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INTRODUÇÃO

A produção animal nada mais é que o resultado da ação dos efeitos genéticos e do
ambiente, e alcançar altos níveis de produção, só é possível buscando o melhoramento simultâneo
da composição genética dos animais e das condições do ambiente de sua criação, que resulta no
que se conhece como melhoramento animal.
A genética é em que se baseiam os programas de melhoramento e, também, o fator que
limita a resposta dos animais. Por isso, é indispensável buscar o equilíbrio entre a parte genética
e as condições ambientais na produção animal.
Em resumo, o melhoramento animal é um conjunto de processos de seleção que tem
como objetivo o aumento da frequência dos genes desejáveis na população, ou seja, a aplicação
da genética tendo como objetivo aumentar a média de produção dos animais (ELER, 2017;
PEREIRA, 2008).

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1 UM BREVE HISTÓRICO DO MELHORAMENTO GENÉTICO ANIMAL

A busca pelo melhoramento animal teve seu início com a domesticação animal, quando
animais começaram a ser selecionados de acordo com a produção de produtos para consumo
como ovos, leite, carne, pele etc. Porém, até o século XVIII, esta seleção ocorria sem nenhum
critério e os criadores faziam cruzamentos de acordo com as características fenotípicas dos
animais, sem qualquer base científica.
Robert Bakewell (1725-1795), conhecido como o pai do melhoramento animal, foi quem
iniciou os estudos baseados no tema, além de ser responsável pela formação e evolução de raças
dentro das espécies bovina, ovina e equina, tendo seu sucesso atribuído pelo seu cuidado com os
registros, identificação e uso da consanguinidade para obter as características desejáveis (ELER,
2017).
O melhoramento animal, como ciência, surgiu realmente com a descoberta das leis da
herança pelo monge austríaco Gregor Mendel (1985). Seu experimento inicial consistia em
cultivar e cruzar artificialmente variedades de ervilhas tendo seu sucesso atribuído, em grande
parte, à escolha das ervilhas como material experimental, por possuírem características simples,
controladas por apenas um par de genes (ELER, 2017).
O francês Galton (1822-1911), considerado o pai da biometria, foi responsável pela ligação

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da estatística com a herança. Sir Ronald Fisher e Sewall Wright foram importantes arquitetos do
melhoramento animal moderno, responsáveis pela genética de populações (ELER, 2017).
Jay L. Lush (1940) e I. Michael Lerner (1950) foram os pioneiros na aplicação prática
dos princípios da genética quantitativa no melhoramento genético animal. Com o crescimento
da inseminação artificial e da utilização dos computadores, foram desenvolvidos programas
de melhoramento, além da mais rápida identificação e multiplicação dos genótipos superiores
(ELER, 2017).
E Henderson, pesquisador americano da área de Genética Animal, teve influência
considerável na evolução genética de todas as espécies animais de interesse econômico, devido
à sua contribuição no desenvolvimento de metodologias analíticas, como a dos modelos mistos,
amplamente utilizadas hoje nas avaliações genéticas (ELER, 2017).

2 INTRODUÇÃO AOS PARÂMETROS GENÉTICOS

O melhoramento genético animal se baseia na seleção de animais com alto valor genético
para as características desejadas pelo produtor, em que seus descendentes repliquem este alto valor
devido à maior frequência de genes favoráveis à característica buscada (ELER, 2017; PEREIRA,
2008). Como não existem informações sobre os genes, é necessário fazer a estimativa do valor
genético, que pode ser calculada pela equação:

P = µ + G + E + (G×E)

Onde:
P = fenótipo;
G = genótipo;
E= efeitos de ambiente;
G×E = interação entre os efeitos do genótipo e do meio ambiente (GE).

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Estes efeitos do ambiente podem ser subdivididos em efeitos aditivos (A), de dominância
(D) e de epistasia (I) (G = A + D + I), como veremos mais adiante. Porém, eles são pequenos
e por isso os valores estimados no melhoramento animal são variações aditivas, ou seja, a ação
combinada de genes em muitos locus, cada um com um pequeno efeito (ELER, 2017; PEREIRA,
2008).

Lembrando alguns conceitos genéticos básicos: fenótipo são definidos como as


características presentes nos animais que são capazes de serem mensuradas
como: produção de leite, cor da pelagem, peso ao desmame etc., já o genótipo é a
composição genética do indivíduo.

Através da equação, observa-se que o valor genético dos animais é impossível de ser
determinado apenas por meio do fenótipo, pois ele é influenciado diretamente pelo ambiente
e pela interação genótipo x ambiente. Por isso, o uso de técnicas acaba se tornando necessário
para estimar estes valores, sem a interferência do ambiente e da interação. A precisão desta

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estimativa, chamada de acurácia, é a correlação entre o valor genético real e o fenótipo e depende
da herdabilidade, do número de informações, da uniformidade do ambiente e do parentesco
entre o animal avaliado e as fontes de informação.
Assim, para cada característica, há um valor genético, normalmente expresso como a
diferença da média da população, e este valor genético real para uma característica não chega a
ser conhecido, mas pode ser estimado.

É preciso entender o que é uma avaliação genética antes de dar início aos parâmetros
genéticos. Esta consiste em avaliar geneticamente os animais estimando a parte
de transmissão que é possível de ser prevista nos componentes genéticos. Por
isso, programas de melhoramento tem como base a seleção de animais com alto
valor genético para as características desejadas pelos produtores.

Para entender de forma resumida o melhoramento genético, acesse:


Introdução ao Melhoramento Genético. 2021.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=7xPR2DwtOrQ.

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3 TIPOS DE AÇÃO GÊNICA

O genótipo de um indivíduo é representado pelo conjunto de seus genes e atua como se


fosse uma unidade, deste modo o melhoramento genético tem como objetivo avaliar a ação deste
conjunto de genes sobre o fenótipo do indivíduo.
Em um mesmo genótipo podem existir diversos modos de ação gênica, e os genes podem
interagir, cooperar ou até interferir na manifestação do outro, tendo como interesse o efeito médio
dos genes em relação ao fenótipo do indivíduo. Assim, dois modos de ação têm importância nas
características econômicas dos animais: aditiva e não aditiva (ELER, 2017; PEREIRA, 2008).

3.1 Ação Aditiva

Também chamada de ausência de dominância ou codominância, é um tipo de ação


gênica na qual cada um dos genes que compõem o genótipo do indivíduo causam um efeito, um
acréscimo na manifestação de sua característica, independentemente da ação dos outros genes que
constituem o genótipo. Portanto, ação aditiva é aquela em que não há dominância entre os alelos
e o efeito de cada gene adiciona-se ao efeito dos demais determinando um efeito médio total. Os

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genes têm ação aditiva e não aditiva, e, enquanto uma característica pode ser determinada pela
ação aditiva, outra pode envolver ação aditiva somada à uma não aditiva (ELER, 2017; PEREIRA,
2008).
Se uma característica é determinada por um par de alelos AA na ação aditiva, o valor
expresso pelo genótipo heterozigoto Aa é exatamente o valor médio dos genótipos homozigotos
(AA e aa), como pode-se observar a seguir:

A herança aditiva não traz diferenças distintas entre os fenótipos, o que ocorre são
gradações entre os extremos. Como exemplo, observando a coloração da pelagem de bovinos da
raça Shorthorn, imagine que são apenas dois pares de genes (A e B) que irão pigmentar a pelagem
dos animais, que os alelos A e B produzam a mesma quantidade de melanina e que os alelos a e
b não produzam melanina.
O animal de pelagem Preta, quando acasalado com o de pelagem Branca resulta em
indivíduos 100% Ruão (pelagem mesclada), como exemplificado na figura 1.

Figura 1 – Primeiro cruzamento. Fonte: A autora.

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Do acasalamento entre dois Ruões, iremos obter a seguinte gradação de cor (figura 2).

Figura 2 – Cruzamento entre Ruões e sua proporção fenotípica. Observa-se cinco classes fenotípicas gradativas
entre vermelho e branco. Fonte: A autora.

Outro exemplo pode ser dado para uma característica quantitativa. Supondo que a produção
de leite de um animal seja determinada por um par de alelos, que o gene A é responsável pela
produção de 3.000 kg de leite e o a produza 2.000 kg. Desta forma, as produções de leite seriam:

Tabela 1 – Produção de leite.


Genótipo Valor genotípico (kg)
AA 6.000

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Aa 5.000
aa 2.000
Fonte: A autora.

Então, a produção do genótipo heterozigoto (Aa) é o valor médio das produções dos dois
homozigotos, sendo representada deste modo:

Considerando que a mesma característica seja determinada por dois pares de genes em
que A possuindo um efeito de 2.000 kg na produção, a um efeito de 1.000 kg, B um efeito de 1.000
kg e b de 500 kg, ocorreriam nove genótipos com as seguintes produções:

Tabela 2 – Produção de leite.


Genótipo Valor genotípico (kg)
AABB 6.000
AABb 5.500
AAbb 5.000
AaBB 5.000
AaBb 4.500
Aabb 4.000
aaBB 4.000
aaBb 3.500
aabb 3.000
Fonte: A autora.

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Assim, a produção iria variar de 3.000 a 6.000 kg, e os genótipos heterozigotos apresentariam
valores correspondentes à média dos dois homozigotos, expressando então a característica da
ação aditiva.
Se todas as características dependessem apenas do esquema aditivo, o progresso genético
seria muito mais fácil e rápido pois bastaria selecionar os indivíduos fenotipicamente superiores
para obter o resultado desejado. Porém, existem outros modos de ação gênica, o que resulta na
necessidade de adotar programas de melhoramento genético específicos, considerando o maior
ou menor efeito aditivo (ELER, 2017; PEREIRA, 2008).

3.2 Ação Não Aditiva

Esta interação, também chamada de combinação gênica, é um tipo de ação gênica,


resultado da interação entre alelos nos quais o valor expresso pelo genótipo heterozigoto é
diferente da soma dos efeitos independentes de cada gene (ELER, 2017; PEREIRA, 2008).

3.2.1 Dominância

A dominância gênica é a interação entre alelos de um mesmo locus. O efeito da dominância

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é expresso no genótipo heterozigoto, e o valor dessa expressão depende do grau de dominância
entre os alelos (ELER, 2017; PEREIRA, 2008).

3.2.2 Dominância completa

A dominância completa ocorre quando o genótipo heterozigoto e um dos homozigotos


apresentam o mesmo valor fenotípico. Assim, esse homozigoto que possui o mesmo valor que o
heterozigoto é o gene dominante e o outro homozigoto o gene recessivo (ELER, 2017) (figura 3).

Figura 3 – Ação gênica que atua na pelagem do gado Aberdeen Angus. Fonte: A autora.

Para uma característica quantitativa, supondo que o gene A determine a produção de leite
de 2.000 kg e seu alelo recessivo a 1.000 kg teremos:

Tabela 3 – Produção de leite.


Pais AA x Aa
Valor fenotípico 2.000 kg 1.000 kg
F1 Aa
Valor fenotípico 2.000 kg
F2 Aa x Aa
Progênie F2 AA 2Aa aa
Valor fenotípico 2.000 kg 2 (2.000 kg) 1.000 kg
Fonte: A autora.

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Nesse caso, com a dominância completa do A, o heterozigoto Aa produz a mesma


quantidade do homozigoto dominante. Assim, a média de produção de leite na geração F2 será:

2.000 + 2(2000) + 1000 = 1.750 kg de leite.


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3.2.3 Dominância parcial

A dominância parcial ocorre quando os heterozigotos têm um valor genotípico próximo


ao do homozigoto dominante, ou seja, o valor genotípico do heterozigoto apresenta-se entre os
valores dos dois homozigotos, mas fora do ponto médio (ELER, 2017; PEREIRA, 2008), como o
exemplo abaixo:

3.2.4 Superdominância

A superdominância ou sobredominância ocorre quando o heterozigoto é superior a


qualquer dos dois homozigotos (ELER, 2017; PEREIRA, 2008), como mostra o exemplo a seguir:

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3.2.5 Epistasia

É definida como situação em que exista interação entre os efeitos de diferentes pares de
alelos. Existem situações em que a expressão fenotípica de um par de genes é influenciada pelos
alelos presentes em outros locus, ou seja, a ação epistática ocorre com a interação entre alelos de
diferentes locus, em que um altera a expressão de outro (ELER, 2017; PEREIRA, 2008).
Um exemplo clássico é o albinismo no coelho. A homozigose para o alelo recessivo cc
impede a expressão de qualquer coloração. o gene B determina o padrão denominado aguti (pelos
negros com uma faixa amarela, resultando em uma coloração acinzentada) e seu alelo recessivo
b determina o preto, conforme a imagem a seguir:

Figura 4 – Epistasia em coelhos, onde o alelo recessivo cc resulta em animais albinos. Fonte: A autora.

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4 HERANÇA E MEIO

As características econômicas dos animais são controladas por muitos pares de genes,
sendo impossível dizer precisamente quantos afetam a expressão destas características. Por este
motivo, os indivíduos são avaliados segundo seus fenótipos.
Questionar se uma característica é hereditária ou do ambiente não tem sentido, pois o
fenótipo do indivíduo não se resulta apenas de sua constituição genética, mas da interação dos
genes com os efeitos não genéticos e do ambiente, ou seja, para que os genes desenvolvam uma
característica, é preciso de um ambiente adequado, porém essas modificações, a partir do efeito
ambiental, são limitadas pelo genótipo.
Apesar da variabilidade de algumas características poder ser causada pelas diferenças
gênicas entre os indivíduos, a de outras pode ser consequência das diferenças no ambiente ao
qual o indivíduo foi exposto (ELER, 2017; PEREIRA, 2008). As variâncias são divididas entre:

Fenótipo (δ²p) = Herança (δ²h) + Meio (δ²m) + Herança x Meio (δ²hm)

Onde:
δ²p = variância fenotípica;

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δ²h = variância hereditária;
δ²m = variância devido às diferenças de meio ambiente;
δ²hm = variância devido à interação herança x meio ambiente;

Se não há interação herança x meio, a variância fenotípica passa a ser:

δ²p = δ²h + δ²m

E o desdobramento da variância hereditária é caracterizado pela seguinte equação:

δ²h = δ²a + δ²d + δ²i

onde:
δ²a = variância devida aos efeitos aditivos dos genes;
δ²d = variância devida aos efeitos da dominância;
δ²i = variância devida aos efeitos epistáticos.

Quanto maior a influência do ambiente nas ações dos genes, menos exata será
a expressão genotípica do indivíduo. Assim, o progresso nas características
econômicas dos animais como ganho de peso, produção de leite etc. depende
da avaliação dos genótipos, com base nas características fenotípicas e do uso
de métodos estatísticos apropriados, permitindo estimar quanto da variação
fenotípica é devido às diferenças genéticas entre os indivíduos e o quanto é devido
ao ambiente.

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4.1 Herdabilidade

A herdabilidade é um coeficiente que indica a proporção das diferenças transmitidas para


a descendência. Ela indica quão confiável é a utilização do fenótipo na determinação do valor
genético de uma característica nos animais. Se a herdabilidade é alta, animais de alto desempenho
tendem a produzir filhos bons e os de desempenho baixo, filhos ruins. Se ela for baixa, o
desempenho dos pais tem pouco efeito no desempenho da progênie e grande parte da variação
da característica é devido às diferenças ambientais entre os indivíduos. Assim, é necessário saber
a precisão pela qual o valor fenotípico representa o valor genético do indivíduo (ELER, 2017;
PEREIRA, 2008).
Deste modo, a herdabilidade representa a porção da variância fenotípica causada pela
variância genética aditiva. Expressa pela seguinte equação:

Onde:
h² = Herdabilidade da característica;
δ²a = Variância genética aditiva;

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δ²p = variância fenotípica.

Exemplo:
Tabela 4 – Variância fenotípica.
Parâmetros
Valor genético aditivo valor fenotípico
3 8,1
3,4 4,6
3,5 4,7
3,6 7,4
2,9 6,3
2,5 6,8
3,6 7,1
δ²a = 0,178095238 δ²p = 1,779047619
h2 = 0,10
Fonte: A autora.

Quando incluídas as variâncias aditiva, dominância e epistasia obtém-se a herdabilidade


no sentido amplo, expressa pela equação:

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Para relembrar e treinar os cálculos de variância, acessar:


TODA MATÉRIA. Variância e desvio padrão.
Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/variancia-e-desvio-padrao.

Conhecer a herdabilidade é fundamental para estimar o valor genético e definir os


métodos de melhoramento mais adequados. Ela corresponde a proporção da variação total que é
de natureza genética e pode variar de 0,0 a 1,0, em que 0,0 a 0,15 seria uma herdabilidade baixa, 0,15
a 0,50 uma herdabilidade média e acima de 0,50 uma alta herdabilidade. A herdabilidade igual a
0 não significa que os genes são irrelevantes, mas que na população não há variação genética nos
locus relevantes e o ambiente proporciona que genótipos diferentes tenham o mesmo fenótipo
(ELER, 2017; PEREIRA, 2008).

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Normalmente, a herdabilidade tem a tendência de ser mais baixa para
características reprodutivas, intermediárias para crescimento e mais alta para
características de composição e qualidade de produtos.

4.2 Repetibilidade

A repetibilidade (r) nada mais é que a expressão de uma mesma característica em diferentes
épocas da vida do animal. O valor da característica do indivíduo tende a se repetir e mesmo que
a atividade de alguns genes possa mudar com a idade, o genótipo é considerado constante em
toda a vida do animal. Assim, a repetibilidade mede a correlação média entre duas produções
de um mesmo indivíduo, pois como os produtores tendem a manter no rebanho os animais
que se mostraram melhores na primeira produção é importante determinar até que ponto esse
desempenho se repete (ELER, 2017; PEREIRA, 2008).
O coeficiente de repetibilidade (r) é sempre maior ou igual ao da herdabilidade (h²),
caracterizado pela equação:

Onde:
δ²p = variância fenotípica;
δ²a = variância genética aditiva;
δ²EP = variância de ambiente permanente.

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Quando as características são medidas várias vezes no animal, é necessário considerar


o efeito do ambiente, dividido entre efeito do ambiente temporário que afeta apenas uma
determinada medida, e efeito do ambiente permanente que afetará o animal em todas as medidas
realizadas (ELER, 2017).
Seu valor também varia de 0,0 a 1,0 e tem como objetivo predizer a produção futura de
um animal baseado nas produções anteriores, que chamamos de produção mais provável (PMP),
representada pela seguinte equação:

Onde:
µP = média da população;
µi = média anterior do indivíduo no ambiente;
r = repetibilidade.

Por exemplo, uma vaca da raça Nelore produziu um bezerro com peso ao nascer de 40 kg
e a produção média do rebanho é de 30 kg. Considerando a repetibilidade do peso ao nascer em
bovinos de corte sendo 0,30 a produção mais provável desta vaca seria:

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Quanto a repetibilidade é alta significa que a variância do ambiente permanente é pequena,
já quando ela é baixa significa que a repetição das medidas leva a um ganho significativo em
acurácia.

4.3 Correlação

A correlação tem como objetivo medir o grau de associação entre duas variáveis (X e
Y). Ela varia de -1,0 à +1,0, e sua direção e magnitude irá depender do coeficiente de correlação
entre as características, então quanto mais próximas do ponto positivo ou negativo, mais forte é
considerada a correlação (ELER, 2017; PEREIRA, 2008).

A correlação é importante para o melhoramento animal pois, a seleção para uma


característica pode gerar uma resposta em outra característica relacionada. Quando ela é negativa,
as características apresentam uma relação inversamente proporcional, e quando ela é positiva,
as características apresentam sinais positivos e as características têm uma relação proporcional,
como exemplificado na tabela abaixo:

Tabela 5 – Correlação.
Correlação Resposta Direta (X) Resposta Indireta (Y)
Positiva aumenta X aumenta Y
Zero aumenta X não muda Y
Negativa aumenta X diminui Y
Fonte: A autora.

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4.3.1 Correlação genética (rG)

Ela indica o grau de associação entre duas características, por exemplo: Altura x peso,
produção de leite x gordura do leite, rendimento de carcaça x % de gordura na carcaça etc.
(PEREIRA, 2008), e é representada pela seguinte equação:

Onde:
rG = correlação genética;
Cov a (X, Y) = covariância genética aditiva entre as características X e Y;
δa (X) e δa (Y) = variâncias genéticas aditivas das características X e Y.

4.3.2 Correlação fenotípica (rP)

Indica se duas características podem estar relacionadas, sendo estimada a partir do


fenótipo para duas características (PEREIRA, 2008). Representada pela equação:

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Onde:
rP = correlação fenotípica;
Cov p (X, Y) = covariância fenotípicas entre as características X e Y;
δp (X) e δp (Y) = variâncias fenotípicas das características X e Y.

4.3.3 Correlação ambiental (rE)

A correlação ambiental entre duas características é consequência do ambiente


compartilhado entre dois indivíduos (PEREIRA, 2008). Representada pela equação:

Onde:
rE = correlação ambiental;
Cov e (X, Y) = covariância do meio ambiente entre as características X e Y;
δe (X) e δe (Y) = variâncias entre reprodutores, respectivamente, das características X e Y.

Para recapitular os conceitos de genética de uma forma mais


simplificada acesse na biblioteca: Genética Básica para Veterinária.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-412-
0094-3.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nesta unidade, foram abordados os principais conceitos da genética quantitativa, que


lida com as características do indivíduo e que são determinadas por diversos pares de genes,
apresentando variações contínuas ou descontínuas e que são, parcialmente, de origem não-
genética. Ou seja, acabam sofrendo uma influência, ainda que pequena, do ambiente.
Essa teoria da genética quantitativa é considerada a base do melhoramento genético
tradicional que tem como fundamentação a seleção dos melhores indivíduos através das
características fenotípicas desde e de seus parentes, e é realizada estimando o efeito e da quantidade
dos genes atuantes nas características desejadas.
Em geral, a maioria das características de importância econômica são quantitativas como
produção de leite, produção de ovos, ganho de peso etc. Portanto, o conhecimento dessa teoria é
essencial para a conservação e o melhoramento dos animais de produção.

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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

02
DISCIPLINA:
MELHORAMENTO ANIMAL

AVALIAÇÃO GENÉTICA
E SEUS FATORES

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................20
1 INTERAÇÃO GENÓTIPO X AMBIENTE..................................................................................................................... 21
2 SELEÇÃO....................................................................................................................................................................22
2.1 SELEÇÃO INDIVIDUAL............................................................................................................................................22
2.2 SELEÇÃO DE FAMÍLIA............................................................................................................................................22
2.3 SELEÇÃO DENTRO DE FAMÍLIAS.........................................................................................................................22
2.4 SELEÇÃO COM BASE NO PEDIGREE....................................................................................................................22
2.5 TESTE DE PROGÊNIE.............................................................................................................................................23
2.5.1 ESTIMAÇÃO DO VALOR GENÉTICO...................................................................................................................24
2.6 ACURÁCIA DA SELEÇÃO........................................................................................................................................25
3 AVALIAÇÃO GENÉTICA..............................................................................................................................................26

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

3.1 MÉRITO GENÉTICO................................................................................................................................................26


3.1.1 VALOR GENÉTICO ADITIVO (VGA)......................................................................................................................26
3.1.2 DIFERENÇA ESPERADA NA PROGÊNIE (DEP).................................................................................................26
4 PARENTESCO E CONSANGUINIDADE.....................................................................................................................27
4.1 ENDOGAMIA OU CONSANGUINIDADE.................................................................................................................29
4.1.1 TIPOS DE CONSANGUINIDADE..........................................................................................................................29
4.1.2 CÁLCULO DO COEFICIENTE DE CONSANGUINIDADE.....................................................................................30
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................................ 31

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO

O principal objetivo do melhoramento genético é alterar geneticamente populações


de animais buscando o aumento da frequência de genes e de genótipos desejáveis, refletindo
favoravelmente no mérito fenotípico das características populacionais, que sejam importantes
economicamente.
Estratégias são necessárias para realizar estas alterações e obter as melhores respostas.
Assim, nesta unidade, iremos observar alguns métodos que possuem essa finalidade e quais os
fatores que interferem no resultado desejado.

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 2

WWW.UNINGA.BR 20
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1 INTERAÇÃO GENÓTIPO X AMBIENTE


Ocorre quando a diferença entre os genótipos depende do ambiente em que estes estão
sendo expressados (figura 1).

Figura 1 – Exemplo da expressão das características. Fonte: Pereira (2001).

Pode ser dividida em dois tipos sendo a interação simples quando ocorre apenas uma
alteração na magnitude da resposta dos genótipos em diferentes ambientes. Já a interação
complexa é aquela na qual não há apenas alteração na magnitude, mas também na classificação
dos genótipos.

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Figura 2 – Representação da interação simples e complexa, respectivamente. Fonte: Pereira (2001).

Um exemplo é quando um animal taurino exposto a um clima tropical não expressa sua
melhor resposta, por ser um animal de clima temperado. O mesmo ocorre com os zebuínos que
são de clima tropical quando expostos a um clima temperado.
A interação genótipo x ambiente é um dos aspectos mais importantes na seleção de
genótipos mais adequados a determinados ambientes. Assim, as diferenças genéticas observadas
entre eles permitirão estimativas mais seguras dos valores genéticos reais pela minimização das
influências ambientais (PEREIRA, 2001).

Quais são as estratégias para diminuir o impacto da interação genótipo x ambiente?


Primeiramente, analisar qual a importância da interação nesse caso e se ela é
realmente importante. Observar que tipo de alteração essa interação causa. Definir
se o ambiente considerado é de natureza fixa (país, sistema de exploração etc.)
ou aleatória (alimentação, instalação etc.) Testar os genótipos no maior número
possível de ambientes para determinar qual apresenta o melhor resultado. Fazer
uso de programas de melhoramento corretos para cada caso e saber identificar
corretamente se este programa se aplica ao ambiente e se ele pode ser adaptado.

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2 SELEÇÃO

Seleção é um processo de decisão que indica quais animais de uma geração serão usados
para se tornar pais da próxima geração. Portanto, o principal efeito da seleção é aumentar a
frequência de genes favoráveis e, consequentemente, reduzir a frequência de genes desfavoráveis.
Assim, conhecer a herdabilidade da população estudada é muito importante para a seleção por
meio dos valores genéticos do indivíduo.
O objetivo do uso da seleção nos animais é a melhoria ou fixação das características
de importância para uma determinada produção animal, chamada de critérios de seleção. Os
critérios de seleção são as características com base nas quais os animais são escolhidos como pais
da geração seguinte, sendo os meios usados para atingir os objetivos do melhoramento genético.
Em um programa de melhoramento, existem diferentes métodos de seleção que serão
realizados a partir do objetivo do uso do melhoramento para aquela população.

2.1 Seleção Individual

É a decisão de seleção baseada somente nos valores fenotípicos dos indivíduos,

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selecionando os indivíduos com os melhores fenótipos. Resulta em ganhos genéticos rápidos
observados nas gerações posteriores, porém precisa ser feita com cautela, pois depende do
tamanho da população sob seleção, podendo levar a um aumento da consanguinidade.
O número de características selecionadas, pois esse tipo de seleção se restringe a uma ou
duas características por vez, e o uso do método é preferível quando a herdabilidade é alta pois
com uma herdabilidade baixa se faz necessário o uso de outros métodos de seleção.

2.2 Seleção de Família

É uma seleção baseada nos valores fenotípicos das suas famílias, ou seja, os animais das
melhores famílias são selecionados. Assim, todos os animais da melhor família são selecionados e
mantidos no rebanho. Neste caso, a seleção é o resultado da diferença entre as famílias e a média
da população.

2.3 Seleção Dentro de Famílias

Os animais são selecionados de acordo com seu desempenho individual dentro de cada
família, ou seja, selecionam-se somente os melhores animais de cada família dentro de várias
famílias.

2.4 Seleção com base no pedigree

Os animais são selecionados de acordo com o desempenho dos pais, avós e ancestrais
mais distantes.

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2.5 Teste de Progênie

O teste de progênie é usado como um método de seleção no qual os animais são


selecionados de acordo com as informações de desempenho de sua progênie, sendo a maneira
mais acurada de determinar o valor genético de um animal.
Por exemplo, se o peso à desmama é de 150 kg e a progênie do reprodutor apresenta peso
médio à desmama de 160 kg, o seu correspondente valor genético é de 170 kg, o que equivale a
duas vezes o desvio de sua progênie em relação à média da população (PEREIRA, 2001).

Segundo Pereira (2001), o teste de progênie é recomendado para características


de baixa herdabilidade, em que o fenótipo do indivíduo não indica, com precisão,
o valor genético do reprodutor. Para estas características, o teste de progênie
contribui para aumentar a eficiência da seleção individual.
Também é recomendado quando a característica não pode ser medida em um
sexo, como produção de leite, por exemplo, ou quando somente pode ser medida
após a morte do animal, como as características de carcaça. E também quando o

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tamanho da população é grande, especialmente quando a inseminação artificial
é utilizada intensamente, o que permite assegurar o máximo de melhoramento
genético por unidade de tempo, otimizando o ganho genético.

O resultado líquido da seleção deve ser a mudança na média da população. Portanto,


a resposta à seleção é a diferença entre o valor fenotípico médio dos descendentes dos pais
selecionados e a média da geração paterna antes da seleção (Figura 3) (PEREIRA, 2001).

Figura 3 – Efeito da seleção sobre uma população. Fonte: Pereira (2001).

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A resposta à seleção é medida através do ganho genético (G) que, por sua vez, é uma
função do diferencial de seleção (S) e da herdabilidade da característica (h2). Portanto, ΔG =
S x h2. O diferencial de seleção mede a diferença entre os indivíduos selecionados para pais da
próxima geração e a média de toda a população. Pode-se, então, reescrever que:

Onde:
= Pais da próxima geração;
= média de toda a população;
= Herdabilidade.

Assumindo que a população segue a distribuição normal tem-se que o valor de S depende
da relação entre a proporção selecionada e a variação existente na população. A relação entre
o diferencial de seleção desvio padrão fenotípico é denominado intensidade de seleção (i).
Portanto,

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Para complementar as informações sobre seleção acesse:
Genética Básica para Veterinária.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-412-
0094-3.

2.5.1 Estimação do valor genético

O valor gênico de um indivíduo corresponde a seu mérito genético. Cada parte do


genótipo de um indivíduo vem de um pai e assim é esperado que seu valor gênico seja igual à
média dos valores gênicos de seus pais. Portanto, o valor gênico esperado = Vi do valor gênico
do reprodutor + Vi do valor gênico da reprodutora, porém essa expectativa é teórica pois um pai
ou mãe não passa exatamente os mesmos genes para toda sua descendência (PEREIRA, 2001).
O valor gênico nunca é conhecido e pode ser estimado a partir da performance individual
ou de seus parentes e, quanto mais próximo for o parentesco, melhor será a estimativa do valor
gênico. Quanto mais informação sobre os parentes, maior a confiança na estimação do valor
gênico, porém algumas características são expressas apenas em um sexo, como produção de leite
ou de ovos, e tais características dependem de informações de irmãos ou de progênie para estimar
o valor gênico.

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2.6 Acurácia da Seleção

A confiança na estimativa do valor gênico é dada pelo termo estatístico acurácia, que é
uma medida de correlação entre o valor gênico verdadeiro e o estimado.

Onde:
VGE = valor gênico esperado.
Ac = acurácia.
P= performance do indivíduo ou a média do grupo de parentes.
= performance média do rebanho.
g = parentesco entre o indivíduo que está sendo medido (avaliado) e o indivíduo para o
qual deseja-se estimar o valor gênico.
b = coeficiente usado na estimativa do valor gênico.

O valor de g é igual a 1,0 quando sua própria performance está sendo avaliada, 0,5 para
irmãos-completos, progênie ou pais e 0,25 para meio-irmãos ou avós. O valor de b é função da
herdabilidade da característica, do número de registros (informações) disponíveis, do parentesco

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e qualquer correlação entre animais que estão sendo medidos.
A herdabilidade é um fator essencial para a determinação da acurácia, pois uma
herdabilidade alta indica que a seleção pelo fenótipo do indivíduo possibilita a identificação
acurada de valores genéticos. Quando a herdabilidade é baixa, maiores erros serão cometidos
ao selecionar animais com base em seu próprio desempenho, o que leva a necessidade de uso de
medidas adicionais do próprio indivíduo, de informações de parentes e outros tipos de seleção.
Assim, acurácias variando de 0,10 a 0,30 sugerem um alto risco, 0,31 a 0,70 sugere um risco
médio e acurácias >0,70 temos riscos baixos.
Para exemplificar, suponha que um varrão apresenta um ganho médio diário de 1,25 kg/
dia e a média do rebanho é 1,0 kg/dia. Se a h2 = 0,3, qual será o seu valor gênico? e a acurácia?

Assim, se esse varrão acasalar com fêmeas cujos desempenhos correspondem à média do
rebanho, é esperado que sua prole ganhe 0,075kg por dia, sendo melhor do que a média. Assim,
quanto mais alta for a herdabilidade maior será o resultado da acurácia.

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3 AVALIAÇÃO GENÉTICA

Como já definido, o objetivo do melhoramento animal é alterar geneticamente populações


de animais, buscando aumentar a frequência de genes e genótipos desejáveis, refletindo
positivamente no mérito fenotípico de características economicamente importantes destas
populações. Para que ocorra estas alterações, o melhorista usa de estratégias como a seleção e os
métodos de acasalamento.
Identificar o valor genético aditivo dos animais permite que o criador modele
geneticamente seu rebanho de acordo com o mercado consumidor, seus recursos e objetivos
e implementar as teorias já conhecidas por meio do desenvolvimento de métodos estatísticos
adequados tem possibilitado isso. O cálculo da Diferença Esperada na Progênie (DEP) possibilita
a mais acurada avaliação do valor genético aditivo dos animais para muitas características de
importância econômica, e mesmo a teoria parecendo complexa, seus resultados são fáceis de
serem interpretados e usados (PEREIRA, 2008).

3.1 Mérito Genético

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O mérito genético de um animal pode ser expresso de várias formas. Uma primeira
maneira de expressar é o seu valor genotípico, sendo o mérito médio de muitos animais que
possuem um mesmo genótipo. Uma outra medida é o valor genético aditivo (ou estimado)
do indivíduo, no qual se utiliza a aplicação das teorias genéticas e estatísticas para registrar o
desempenho.

3.1.1 Valor genético aditivo (VGA)

Podem ser estimados a partir de informações fenotípicas provenientes de diversas fontes,


como informações do próprio indivíduo, dos ancestrais e colaterais do indivíduo, da progênie do
indivíduo, e uma combinação de todas estas fontes. Sendo a maneira mais simples de estimação
do valor genético aditivo de um animal seria por meio de uma informação do mesmo, usando a
equação:

Onde:
VGA = valor genético aditivo;
h² = herdabilidade da característica;
P = performance do indivíduo;
µ = média do grupo de contemporâneos do rebanho contemporâneos de rebanho.

3.1.2 Diferença esperada na progênie (DEP)

A DEP prediz o valor genético aditivo de um animal como pai e este valor é transmitido
para o filho por meio dos gametas. Assim, ela é a predição do mérito genético médio dos gametas
produzidos por um determinado indivíduo (um touro ou uma vaca, por exemplo).
Como exemplo, suponha que o sêmen de dois touros, A e B, estejam disponíveis para
venda. O Touro B possui DEP para o peso aos 365 dias de idade de +10 kg. Touro A possui DEP
de –5 Kg. A diferença entre as DEP dos dois touros é de 15 kg.

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Isto significa que, se os dois touros fossem acasalados com fêmeas aleatórias da população
e produzissem muitos filhos, deve-se esperar que a média da progênie do touro B seja superior em
15 kg à média da progênie do touro A. Estes 15 kg de diferença na média das progênies refletem
a diferença no mérito genético dos gametas produzidos pelos dois touros (PEREIRA, 2008).

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Figura 4 – Distribuição do mérito genético aditivo dos filhos de touros com DEP +10kg e DEP -5kg para
o peso aos 365 dias de idade. Fonte: Pereira (2008).

A DEP prediz o valor genético aditivo de um animal como pai baseado nas informações
disponíveis que variam de um indivíduo para outro e, desta forma, a “certeza” com que cada
DEP é estimada também varia. Para animais com muitas informações (progênie numerosa), a
“certeza” da DEP é elevada. Para animais com poucas informações, a “certeza” da DEP pode ser
baixa. A esta “certeza” atribui-se o nome de acurácia, citada anteriormente.

4 PARENTESCO E CONSANGUINIDADE

No melhoramento animal, a ideia de parentesco pressupõe uma semelhança de genótipos,


ou seja, dois indivíduos quaisquer são parentes porque tem, pelo menos, um ascendente comum:
dois meios-irmãos têm um pai ou mãe comum; dois primos em primeiro grau têm, no mínimo,
um de seus avós em comum etc. (PEREIRA, 2001).
Dois animais de uma mesma raça têm muitos genes em comum e, buscando o
melhoramento animal, é interessante avaliar o parentesco adicional entre estes dois indivíduos,
tanto pelo fato de um indivíduo ser descendente do outro ou pelo fato de apresentarem um
ascendente comum na genealogia de ambos. Para realizar a medição dessa semelhança genética
adicional, é usado o coeficiente de parentesco, que pode ser definido como a probabilidade de
que dois indivíduos apresentem genes idênticos pelo fato de serem cópias de um mesmo gene,
presente em um ascendente comum (PEREIRA, 2001).

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Imagine dois irmãos completos X E Y, o parentesco entre X e Y (RXY) pode ser assim
representado:

Figura 5 – Esquema em seta demonstrando o efeito do parentesco. Fonte: Pereira (2001).

O coeficiente de parentesco entre X e Y (RXY) pode ser calculado da seguinte forma: RXY
= probabilidade de X e Y receberam genes idênticos de A + probabilidade de X e Y receberam
genes idênticos de B. Sendo:

Neste caso, X e Y têm 50% dos seus genes idênticos, pelo fato de ambos serem filhos dos
mesmos pais.
O cálculo do grau de parentesco é simples, pois a utilização de setas que ligam dois

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indivíduos ao ascendente comum é o processo mais usual para estimar o grau de parentesco. É
preciso saber que cada seta ou caminho representa 1/2 ou 50%, uma vez que, cada pai dá metade
dos seus genes para cada filho. Assim, o grau de parentesco é a soma de potências de 1/2 ou 0,5
podendo ser calculado pela seguinte fórmula:

= grau de parentesco entre os indivíduos X e Y;


= número de gerações entre o ascendente comum e um animal X;
= número de gerações entre o ascendente comum e um animal Y;
= somatório.

Exemplo: Sejam os pedigrees em chave dos indivíduos X e Y.

Vê-se que X e Y são parentes porque apresentam um ascendente comum, no caso C, que
aparece em ambos os pedigrees. As “passagens” ou “setas” através do ascendente comum C são
as seguintes:

X e Y, neste exemplo, têm 6,25% de genes idênticos a mais do que dois indivíduos
quaisquer da mesma população, por apresentarem um ascendente comum C.

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4.1 Endogamia ou Consanguinidade

É um sistema de acasalamento que consiste no cruzamento de indivíduos com certo grau


de parentesco. A consanguinidade é um conceito restrito a uma população ou a um grupo de
animais, um indivíduo consanguíneo é aquele resultante de pais que são parentes. O fato de os pais
de um indivíduo serem geneticamente semelhantes aumenta a probabilidade de que ele receba de
seus pais genes idênticos, que representam cópias de um mesmo gene presente em um ancestral
comum. O resultado dessa maior semelhança genética entre os pais é o aumento da homozigose,
em grau superior ao obtido quando os pais do indivíduo não são parentes (PEREIRA, 2001).

Para melhor compreensão do cálculo assista:


Como calcular o grau de parentesco e a endogamia dos animais.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=oKbtFVaot0Q.

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Seu coeficiente pode medir a percentagem provável de genes em homozigose que o
indivíduo consanguíneo; expressar a percentagem de homozigose a mais em relação a uma
população base em que os acasalamentos são ao acaso (F = 0); representar a correlação média
existente entre os gametas que formaram o indivíduo consanguíneo; demonstrar a probabilidade
de dois alelos serem idênticos devido ao parentesco dos pais. Portanto, quando o coeficiente de
consanguinidade é igual a 0,25 ou 25% significa que este, possivelmente, será homozigoto para
25% dos pares de genes para os quais seus pais eram heterozigotos.

Para mais informações sobre endogamia acesse:


Genética Básica para Veterinária.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-412-
0094-3.

4.1.1 Tipos de consanguinidade

A consanguinidade pode ser vista sob diferentes aspectos. Quanto ao parentesco entre
os indivíduos que se acasalam, ela pode ser estreita - quando o grau de parentesco entre os pais
é igual ou superior a 50% (pai x filha; mãe x filho, entre irmãos completos etc.), larga - quando o
grau de parentesco entre os pais é menor que 50% (acasalamentos entre meio-irmãos, primos, tio
e sobrinha etc.). E quanto a situação dos reprodutores na genealogia do animal ela pode ser direta
- quando os reprodutores se encontram em linha reta no pedigree, ou seja, um deles é ancestral
comum, colateral ou indireta - quando os reprodutores se encontram em duas linhas que partem
do ancestral comum.

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4.1.2 Cálculo do coeficiente de consanguinidade

O coeficiente de consanguinidade (F) mede a probabilidade de um indivíduo, em


um determinado “locus”, apresentar dois alelos que são idênticos por descendência. Indica a
percentagem de genes que eram heterozigotos nos pais e que se tornaram homozigotos nos filhos
(PEREIRA, 2001).
A fórmula usada para calcular o coeficiente é:

Onde:
= coeficiente de consanguinidade do indivíduo X;
e = número de gerações nas linhas através das quais o pai e a mãe são relacionados;
= coeficiente de consanguinidade do ascendente comum;
= indica que os resultados devem ser somados, depois de ter sido computada,
separadamente, cada “passagem” ou ligação de parentesco entre pai e mãe.

Como exemplo considere o seguinte pedigree:

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O indivíduo X é consanguíneo porque seus pais (A e B) são parentes. Portanto, o ascendente
comum C não é consanguíneo, visto que não há informações de seus pais. O coeficiente de
consanguinidade de X será: .
Como vantagem, o uso da consanguinidade permite aperfeiçoar geneticamente os animais
devido ao aumento da homozigose. Quando a homozigose ocorre para genes dominantes, os
indivíduos quando acasalados com outros não consanguíneos, tendem a imprimir com maior
intensidade suas características, chamado de prepotência. Permite a seleção mais eficiente pela
separação da população em famílias diferentes. Forma linhagens consanguíneas distintas que
quando acasaladas entre si contribuem para aumentar a heterose em características econômicas
(PEREIRA, 2001).
Já como desvantagens a consanguinidade apura tanto defeitos como qualidades,
dependendo da quantidade de genes existentes na população. Os efeitos desfavoráveis da
consanguinidade são caracterizados pela redução geral da fertilidade, sobrevivência e vigor dos
animais. Estes efeitos dependem da intensidade da consanguinidade e as diferentes características
são afetadas por intensidades de consanguinidade diferentes. Raça, sexo e linhagem também são
causas importantes de variação nos efeitos da consanguinidade (PEREIRA, 2001).

Um exemplo do uso da consanguinidade é a recomendação do seu uso controlado


entre os mestiços de raças taurinas devido às dificuldades encontradas para a
aclimação nos trópicos, visando a formação de linhagens resistentes ao ambiente
tropical.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O conhecimento básico dos métodos utilizados no melhoramento animal é de extrema


importância quando se busca expressar as melhores características do rebanho, reconhecer o
melhor método a ser utilizado em determinado caso e obter sucesso na produção animal.
Quando se utiliza o melhoramento genético por meio de seleção, por muitas gerações,
mantendo o mesmo critério de seleção, a variabilidade genética acaba sendo perdida, pois esse
processo acaba fazendo com que os animais se tornem padronizados e, apesar da padronização
de um rebanho ser normalmente desejável para os produtores, é necessário tomar cuidado pois,
a perda da variabilidade genética reduz a habilidade das populações de se adaptarem em resposta
às alterações ambientais.

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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

03
DISCIPLINA:
MELHORAMENTO ANIMAL

HETEROSE, CRUZAMENTOS
E BIOTECNOLOGIA

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................34
1 HETEROSE..................................................................................................................................................................35
1.1 HETEROSE INDIVIDUAL.........................................................................................................................................35
1.2 HETEROSE MATERNA............................................................................................................................................35
1.3 HETEROSE PATERNA.............................................................................................................................................35
1.4 FATORES QUE AFETAM A HETEROSE..................................................................................................................36
1.5 ESTIMATIVA DA HETEROSE..................................................................................................................................37
2 CRUZAMENTOS.........................................................................................................................................................38
2.1 CRUZAMENTO SIMPLES OU INDUSTRIAL..........................................................................................................39
2.2 CRUZAMENTO CONTÍNUO OU ABSORVENTE....................................................................................................39
2.3 CRUZAMENTO ROTACIONAL OU ALTERNATIVO................................................................................................39

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

3 BIOTECNOLOGIA.......................................................................................................................................................40
3.1 AMPLIFICAÇÃO REPRODUTIVA............................................................................................................................40
3.1.1 INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL.................................................................................................................................40
3.1.2 TRANSFERÊNCIA DE EMBRIÕES...................................................................................................................... 41
3.1.3 SEXAGEM DE SÊMEN.........................................................................................................................................42
3.1.4 SEXAGEM DE EMBRIÕES...................................................................................................................................42
3.1.5 FERTILIZAÇÃO IN VITRO....................................................................................................................................42
3.1.6 CLONAGEM..........................................................................................................................................................43
3.1.7 TRANSGENIA........................................................................................................................................................43
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................................45

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO

O conhecimento e o entendimento de conceitos ligados ao melhoramento genético são


essenciais para seu uso na produção animal. Conhecer a heterose, pode ajudar o produtor na
escolha do tipo de cruzamento mais adequado para o sistema de produção adotado em sua
propriedade além de que o acasalamento de animais de raças diferentes é a maneira mais rápida
de realizar o melhoramento genético reunindo em um só animal as boas características de duas
ou mais raças, aproveitando-se a heterose.
A biotecnologia tem sido usada na produção de bens e serviços por meio do uso de
organismos vivos ou parte deles. Na produção animal, ela pode ser usada para aumentar a
produção de alimentos, a eficiência e sustentabilidade dos sistemas de produção e a qualidade
dos produtos de origem animal. Assim, conhecer os métodos empregados e seus benefícios é
essencial para a prática do melhoramento genético.
Portanto, nesta unidade, veremos conceitos importantes ligados ao melhoramento animal
a partir dos conceitos de heterose, cruzamentos e da biotecnologia.

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 3

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1 HETEROSE

Indica a superioridade média dos filhos em relação à média dos pais. Quanto maior a
distância evolutiva entre as raças, maior será a heterose. Alguns autores ainda definem a heterose
como o aumento do vigor da progênie em relação ao dos pais, quando indivíduos não aparentados
são acasalados (BOWMAN, 1959; LASLEY, 1978; SHERIDAN, 1981).
Evidências apontam que o nível de heterose é inversamente proporcional à herdabilidade
da característica. Por exemplo, em bovinos, para as características de crescimento pós-desmama,
eficiência de conversão alimentar ou composição da carcaça que são de alta herdabilidade, a
heterose é de pequena magnitude. Já níveis mais altos de heterose são relatados para características
de baixa herdabilidade, como a fertilidade, sobrevivência e outras características relacionadas
com a reprodução (PEREIRA, 2008).
Agora que o conceito básico de heterose foi definido, veremos seus tipos diferentes a
seguir.

1.1 Heterose Individual

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 3


É o aumento na performance etc. em um animal individualmente que não é atribuível
aos efeitos maternos, ou paternos ou ainda ligados ao sexo, ou seja, é a função das combinações
gênicas presentes na geração corrente (PEREIRA, 2008).

1.2 Heterose Materna

Se refere à heterose na população atribuível a utilização de fêmeas cruzadas ao invés de


puras (PEREIRA, 2008).

1.3 Heterose Paterna

É definida por qualquer vantagem na utilização de cruzados versus reprodutores puros


sobre a performance da progênie. (PEREIRA, 2008).

Segundo PEREIRA (2008), tanto a heterose paterna como a materna são funções
de combinações gênicas presentes na geração anterior. Por exemplo, as heteroses
materna e paterna para taxa de concepção dependem das combinações gênicas
existentes nas mães e pais.

WWW.UNINGA.BR 35
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1.4 Fatores que Afetam a Heterose

Segundo FRIES (1996), o grau de heterose, obtido nos cruzamentos, depende dos
níveis de heterozigoses materna e individual, da distância genética entre as raças envolvidas,
das frequências gênicas na população e da característica de interesse e de suas interações com o
ambiente.

Tabela 1 – Estimativas de heteroses individual (h1), materna (hM) e paterna (hp) para
várias características econômicas de diferentes espécies animais.
Espécie Característica h¹ hM hP
Bovino de corte Taxa de concepção 6,0 - 6,0
Peso ao nascer 3,0 1,5 -
Peso à desmama 5,0 8,0 -
Nº desmamados/100 vacas expostas 3,0 8,0 5,0
Peso à desmama/vaca exposta 7,0 15,0 6,0

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 3


Conversão alimentar (alimento/ganho) -1,0 - -
Peso ao sobreano 6,0 2,0 -
Idade à puberdade -5,5 - -
Bovino de leite Produção de leite 6,0 - -
Produção de gordura 7,0 - -
Percentagem de gordura - 1,0 -
Peso adulto 5,0 - -
Intervalo parto - primeiro serviço -1,0 - -
Nº de serviços/concepção -13,0 - -
Intervalo 1o serviço até concepção -17,5 - -
Percentagem de sobrevivência de bezerro 15,5 - -
Suínos Taxa de concepção 3,0 - 7,0
Número de nascimentos 2,0 8,0 -
Número desmamados 9,0 11,0 -
Peso da leitegada aos 21 dias 12,0 18,0 -
Conversão alimentar (alimento/ganho) -2,0 - -
Espessura da gordura 1,5 4,0 -
Área do olho do lombo 1,0 1,0 -

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Aves Idade ao 1o ovo -4,0 - -


Produção de ovos 12,0 - -
Peso do ovo 2,0 - -
Conversão alimentar -5,0 - -
Eclodibilidade 4,0 2,0 -
Ganho diário -11,0 - -
Peso corporal 3,0 - -
Ovinos Taxa de concepção 8,0 - 6,0
Taxa de nascimentos 3,0 - 8,0
Nº de nascimentos 3,0 8,0 -
Peso à desmama (60 dias) 5,0 9,0 -
Cordeiros desmamados/ ovelhas exposta 15,0 15,0 -

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 3


Peso adulto sn - -
Fonte: Bourdon (2000).

Estas estimativas podem variar devido às raças usadas, ao sistema de cruzamento adotado,
às diferenças genéticas entre e dentro de raças e por diferenças entre os méritos genéticos dos
reprodutores e reprodutoras utilizados. Os resultados desta tabela são apenas uma base das
expectativas potenciais da heterose (PEREIRA, 2008).

1.5 Estimativa da Heterose

O grau de heterose (%) é avaliado pela superioridade da média dos filhos em relação à
média dos pais mediante a seguinte expressão:

Onde:
μM = média dos filhos mestiços;
μP = média dos pais puros.

Como exemplo, suponha que foi feito um cruzamento entre uma vaca Holandesa e um
touro Jersey. A média de produção de leite da vaca holandesa foi de 25 kg, já a média de produção
de leite da vaca Jersey foi de 18 kg. Como resultado a produção de leite dos mestiços, ou seja, ½
holandês + ½ Jersey foi de 23 kg. A heterose será calculada como mostra a seguir:

Portanto, como resultado obtém-se 6,97% de heterose.

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2 CRUZAMENTOS

Os cruzamentos têm como objetivo explorar os benefícios da heterose nas características


econômicas, principalmente naquelas que a seleção individual não tem muito efeito. A escolha
do sistema de cruzamento irá depender de vários fatores, como o número de vacas disponíveis no
rebanho para cruzamentos, a disponibilidade de pastagem compatível com o sistema de produção,
a disponibilidade de mão-de-obra qualificada para implementar o programa, as facilidades de
uso da inseminação artificial e um mercado que ofereça retorno aos investimentos feitos pelo
programa (PEREIRA, 2008).
Como não existe um programa de cruzamento padronizado para todos os rebanhos e
sistemas de produção, faz-se necessário uma análise dos diversos fatores, para definir a melhor
estratégia a ser utilizada. Portanto, um sistema ideal de cruzamentos deveria preencher requisitos
como permitir que as fêmeas de reposição sejam produzidas no próprio sistema trazendo
independência ao programa e assegurando a qualidade genética a partir do conhecimento
do potencial dos animais disponíveis; possibilitar o uso de fêmeas mestiças, que resultam em
aumento do peso à desmama dos seus produtos; explorar efetivamente a heterose procurando
obter vantagens econômicas com a sua utilização; possibilitar que os machos e as fêmeas sejam
adaptados ao ambiente onde eles e suas progênies serão criados; utilizar as grandes diferenças

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entre raças com o objetivo de otimizar o desempenho dos animais.
Segundo Gregory e Cundiff (1999), respostas seletivas para diferenças entre raças
causam mais efeito do que respostas obtidas dentro de raças. Estas diferenças entre raças
estabelecem um recurso genético para manter e alcançar níveis de performance satisfatórios em
várias características bioeconômicas, como taxa de crescimento e tamanho, produção de leite,
composição da carcaça, idade à puberdade e adaptabilidade.
Para realizar o cruzamento, precisamos escolher os grupos genéticos que irão fazer parte
do sistema produtivo, e é necessário conhecer a origem dos animais, pois a heterose será maior
quanto maior for a distância evolutiva entre eles. Um exemplo de cruzamento pode ser observado
em bovinos de corte (figura 1).

Figura 1 – Cruzamento entre bovinos de corte. Fonte: Koritiaki (2017).

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Apesar de vários possíveis métodos de cruzamentos, existem três básicos reconhecidos


sendo o cruzamento simples, cruzamento contínuo e cruzamento rotacional ou alternativo.

2.1 Cruzamento Simples ou Industrial

Caracteriza-se pelo acasalamento de duas raças puras com produção, na primeira geração
de mestiços, permitindo a obtenção do nível de heterose máximo obtendo animais de resistência
e produtividade elevadas. Normalmente, os machos e as fêmeas que resultam deste sistema são
destinados ao abate, porém reservar uma parcela de fêmeas do rebanho puro é necessário para a
produção de fêmeas de reposição (PEREIRA, 2008).

2.2 Cruzamento Contínuo ou Absorvente

Neste sistema de cruzamento, a raça considerada nativa é “absorvida” pelo uso contínuo
de reprodutores da raça geneticamente superior, resultando na produção de animais conhecidos
como “puros por cruzamentos” ou PC. Como vantagem, este sistema produz suas próprias fêmeas
de substituição (PEREIRA, 2008).

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 3


2.3 Cruzamento Rotacional ou Alternativo

Este sistema consiste no uso alternado de reprodutores de raças diferentes a cada geração,
podendo ser duas ou mais raças. Como vantagens, as fêmeas produzidas em cada geração são
incorporadas ao rebanho e os machos destinados à comercialização. O sistema também mantém
o grau de heterose elevado com o uso de duas e três raças e permite maior pressão de seleção nas
fêmeas que serão retidas no rebanho.
Uma das limitações no uso destes cruzamentos com touros puros é a pequena
complementaridade que se obtém, além da inconsistência no desempenho dos animais, pois a
consistência só é possível se as raças usadas no rodízio são semelhantes do ponto de vista biológico
(PEREIRA, 2008).

Ao implementar um sistema de cruzamento, quais os fatores que devem ser


levados em conta? Primeiramente, deve-se avaliar as condições alimentares,
climáticas, sanitárias e de manejo, ou seja, fatores ambientais, que precisam estar
em um nível adequado à exigência do animal utilizado. Também é necessário
observar a exigência de mercado para aquela produção buscando satisfazê-la.
Para as escolhas de raças que farão parte do cruzamento é necessário observar
fatores como a velocidade de chegada à maturidade fisiológica, facilidade de
parto, estrutura e conformação dos animais. E ainda, observar o nível gerencial
e administrativo, ou seja, a partir do sistema de cruzamento é necessário ter
funcionários bem treinados, um sistema de produção bem definido, fazer uso de
biotecnologias etc. para alcançar as melhores respostas.

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Para compreender os cruzamentos na prática acesse:


Raças e tipos de cruzamentos para a produção de leite. Juiz de Fora:
Embrapa Gado de Leite.
Disponível em:
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/737102/1/
CT98Racasetiposdecruzamentos.pdf.

3 BIOTECNOLOGIA
A biotecnologia animal pode ser definida como um conjunto de tecnologias responsável
por investigar o potencial possuído pelas células animais com o único objetivo de adquirir uma
melhor resposta em todos os níveis de desempenho. Portanto, pode ser qualquer técnica utilizada
para fazer ou modificar produtos, melhorar plantas ou animais, desenvolver microrganismos
para usos específicos etc., sendo mais comumente utilizada dentro da área animal a amplificação

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reprodutiva, o aumento ou seleção de características desejadas, aumento da produção animal,
inseminação artificial, transferência de embrião, clonagem e estudo de transgênicos.

Para mais detalhes das bases da biotecnologia acesse: Genética


Aplicada à Biotecnologia.
Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536520988.

3.1 Amplificação Reprodutiva

A reprodução animal é limitada pela capacidade natural de cada uma das espécies
domésticas. Observando as condições de monta natural, um macho pode cobrir apenas um
número determinado de fêmeas, dependendo da sua capacidade de desempenho. Há também
um limite de progênies que a fêmea pode produzir em um determinado período. Assim, o uso
de métodos capazes de otimizar a produção animal se tornou necessário, visando o aumento da
capacidade de reprodução e produção de progênies.

3.1.1 Inseminação artificial

É uma técnica de amplificação reprodutiva dos machos, que permite um aumento


considerável do número de fêmeas acasaladas com o mesmo macho. Foi a primeira ferramenta
utilizada na produção animal, sendo baseada nas melhores características do animal.

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Seu uso traz muitas vantagens aos produtores, como o controle de doenças, eliminação de
custos de produção e manutenção de machos no estabelecimento, facilita a coleta de dados sobre
paternidade, obtém-se um maior número de progênies de machos de alto valor genético, diminui
a relação macho/fêmea contribuindo para aumentar o ganho genético, possibilita a organização
de testes de progênie em grande escala, permite a realização de cruzamento industrial entre raças
sem necessidade de adquirir animais, além de permitir a conservação de raças em extinção.

A inseminação artificial é dividida em algumas etapas: primeiramente, é realizada


a seleção dos machos com alto valor genético para caracteres de importância
econômica, conforme o objetivo da produção. Depois é feita a coleta e avaliação
do sêmen efetuando o controle de qualidade deste, para depois ser feita sua
diluição e utilização, que pode ser com sêmen fresco, refrigerado ou congelado.

3.1.2 Transferência de embriões

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 3


Permite aumentar o número de progênies produzidas por uma determinada fêmea,
sendo uma técnica de amplificação reprodutiva das fêmeas. Seu objetivo é implantar em fêmeas
receptoras embriões produzidos por fêmeas doadoras, sendo que seu processo consiste na
estimulação hormonal dos ovários de uma doadora induzindo o desenvolvimento e a maturação
de vários folículos simultaneamente (superovulação).
Ela pode ser utilizada de diversas formas como: para expansão rápida de núcleos de vacas
selecionadas, para minimização ou controle da transmissão de doenças, no comércio de embriões,
em testes de homozigose para genes dominantes, para conservação de raças, produção de gêmeos
para aumentar a eficiência da produção de carne etc., e ainda, dentro da transferência de embriões
podem ser utilizadas outras biotecnologias combinadas como a sexagem de embriões, sexagem
de sêmen e a fertilização “in vitro”.

A transferência de embriões é realizada em algumas etapas: primeiramente,


é feita a seleção das doadoras para um programa e os progenitores devem
possuir genótipos comprovadamente superiores em relação às características de
importância econômica. Depois, é realizada a estimulação hormonal dos ovários
ou superovulação, em que os resultados dependem do número de embriões de
qualidade que possam ser obtidos de uma doadora.
Aproximadamente uma semana após o início da superovulação nas doadoras, é
realizada a inseminação artificial, e, entre 6 e 8 dias após, é realizada a recuperação
dos embriões, que são isolados e classificados conforme seu tamanho, forma, cor
etc. Estes embriões podem ser estocados por um curto tempo com temperaturas
controladas e por um longo tempo por congelamento. Posteriormente, é feita então
a transferência dos embriões, quando coloca-se o embrião no útero da receptora
e, de 2 a 3 meses depois, é realizado o diagnóstico de gestação.

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Existem alguns fatores que podem interferir na transferência de embriões (T.E.) como:
as diferentes respostas individuais das vacas doadoras aos tratamentos hormonais para a
superovulação, a escolha das técnicas de coleta e transferência dos embriões e o nível técnico
da equipe que a conduz, o grau de sincronização entre os ciclos estrais das fêmeas doadoras e
receptoras, a fertilidade natural das doadoras, a qualidade do sêmen utilizado e dos embriões
produzidos e a nutrição e manejo dos animais. Além de que, existem algumas limitações para
a prática de transferência de embriões, já que esta possui um menor impacto no melhoramento
genético quando comparada a outras técnicas além de ser uma tecnologia mais custosa e complexa,
necessitando de uma mão de obra especializada.

3.1.3 Sexagem de sêmen

É feita a partir da determinação do sexo do espermatozoide. Essa biotecnologia permite


uma melhor programação das populações, maior desempenho do animal para características
de importância econômica, maior facilidade em direcionar reposição de matrizes, apresenta
ganhos genéticos e redução de tempo na seleção dos planteis além de uma garantia de acurácia
na determinação do sexo acima de 85% e um maior poder de decisão ao pecuarista. Porém, é uma
prática de custo mais elevado e que reduz drasticamente o número de espermatozóides viáveis.

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3.1.4 Sexagem de embriões

É definida como a disponibilidade de embriões cujo sexo já esteja previamente determinado.


Sua técnica é efetuada pela amplificação enzimática dirigida de DNA através de um kit comercial.
Como vantagem, esta técnica resulta na produção de machos e fêmeas de acordo com os objetivos
de produção, porém, assim como a sexagem de sêmen é uma técnica cara e sujeita a erros.

3.1.5 Fertilização in vitro

É uma técnica na qual os embriões são produzidos em laboratório, ou seja, fora do


organismo da fêmea. Seus passos podem ser vistos na figura 2. Porém esta técnica apresenta
apenas 40% de eficácia, ou seja, de embriões viáveis.

Figura 2 – Etapas da FIV. Fonte: ArtMedicina (2022).

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3.1.6 Clonagem

É definida como a produção de indivíduos geneticamente idênticos, por reprodução


assexuada, a partir do genoma de uma célula somática. Cada clone é uma cópia geneticamente exata
do indivíduo original. Seu potencial de uso no melhoramento animal se dá pela identificação de
animais geneticamente superiores e a sua multiplicação em larga escala. Porém, uma desvantagem
é que pode ocorrer a perda total da variabilidade genética na população, deixando-a vulnerável
em aspectos como resistência a doenças e fatores climáticos.

Para entender mais sobre a história da clonagem acesse:


CLONAGEM.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=c-OYoMysEKE.

9 Animais Que Foram Clonados Com Sucesso por Cientistas.

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 3


Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=p5Ag2kLMvxc.

3.1.7 Transgenia

A transgênese animal possibilita a geração de modelos animais precisos para estudo de


doenças genéticas humanas, além da produção de animais transgênicos que não produzam a
rejeição, servindo como doadores de órgãos para transplantes humanos. No momento, a produção
de animais transgênicos para produção é pouco explorada, mas pode se expandir à medida que se
identifica, isola, sequencia e clona os genes de interesse.
Os animais transgênicos são aqueles que contém moléculas de DNA exógeno, introduzidas
por intervenção humana intencional, com o objetivo de expressar novas características. Assim, o
gene transferido denomina-se Transgene e a integração não garante a expressão deste. Portanto,
animais transgênicos seriam aqueles que expressam o transgene e que, quando acasalados com
animais normais, produzem progênies que herdarão esse gene.
Várias técnicas têm sido utilizadas para a introdução de genes em células germinativas e
em células somáticas de várias espécies animais e as mais utilizadas para a produção de animais
domésticos transgênicos são: a microinjeção de DNA em pronúcleo, a infecção por retrovírus,
as células embrionárias indiferenciadas, a transferência de núcleos, os espermatozóides como
vetores, a biolística, a eletroporação e Lipofecção. Dependendo da técnica utilizada, o animal
produzido pode constituir-se somente de células que carregam o transgene ou um conjunto de
células com e sem o transgene chamados animais quiméricos ou mosaicos.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Os animais quiméricos são constituídos de células derivadas de origens distintas,


enquanto os mosaicos são constituídos de células derivadas de um único
indivíduo.
As técnicas que envolvem a introdução de células transformadas em um embrião
receptor darão origem a animais quiméricos e técnicas que transfectam diretamente
as células do animal a ser transformado produzirão animais mosaicos, porém, nas
duas situações, os animais transgênicos só serão obtidos após o cruzamento de
indivíduos heterozigotos com animais normais.

Entenda mais sobre como são feitos os animais transgênicos


acessando: Como são feitos os animais transgênicos?
#InstanteBiotec 07.

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 3


Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Re6Bk5Q5Ma4.

Para compreender melhor os animais transgênicos, acesse:


Animais Transgênicos: Conceito, Metodologias e Aplicações.
Disponível em:
https://www.redalyc.org/pdf/636/63653009005.pdf.

E: Conheça cinco animais transgênicos e entenda argumentos


contra e a favor de seu uso. BBC News Brasil, 2014.
Disponível em:
https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2014/08/140819_
cinco_animais_transgenicos_mv.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CONSIDERAÇÕES FINAIS
A definição de quais características serão incorporadas aos programas de melhoramento
genético é de extrema importância para o seu sucesso.
Portanto, determinar corretamente o programa de melhoramento observando todas
as variáveis conhecidas é extremamente importante para o sucesso da produção animal na
propriedade.

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UNIDADE ENSINO A DISTÂNCIA

04
DISCIPLINA:
MELHORAMENTO ANIMAL

MELHORAMENTO GENÉTICO
DOS ANIMAIS DE PRODUÇÃO

SUMÁRIO DA UNIDADE

INTRODUÇÃO................................................................................................................................................................48
1 PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO: DELINEAMENTO........................................................................49
1.1 REBANHOS NÚCLEO...............................................................................................................................................49
1.2 REBANHOS MULTIPLICADORES...........................................................................................................................49
1.3 REBANHOS COMERCIAIS......................................................................................................................................49
1.4 OBJETIVOS E ESTRATÉGIAS..................................................................................................................................49
1.5 REGISTRO DE INFORMAÇÕES..............................................................................................................................50
1.6 PREDIÇÃO DOS MÉRITOS GENÉTICOS................................................................................................................50
1.7 TÉCNICAS REPRODUTIVAS...................................................................................................................................50
1.8 SELEÇÃO E CRUZAMENTO....................................................................................................................................50
1.9 ESCRITURAÇÃO ZOOTÉCNICA NO MELHORAMENTO ANIMAL........................................................................ 51

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

2 MELHORAMENTO GENÉTICO DE BOVINOS..........................................................................................................52


2.1 SELEÇÃO PELO TIPO EM GADO LEITEIRO...........................................................................................................54
3 MELHORAMENTO GENÉTICO DE CAPRINOS E OVINOS......................................................................................55
4 MELHORAMENTO GENÉTICO DE SUÍNOS.............................................................................................................55
5 MELHORAMENTO GENÉTICO DE AVES..................................................................................................................57
6 MELHORAMENTO GENÉTICO DE EQUINOS..........................................................................................................59
CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................................................................ 61

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

INTRODUÇÃO

Como já definido anteriormente, o melhoramento animal se baseia em um conjunto de


processos que tem como objetivo aumentar a frequência dos genes de efeitos desejáveis para as
características de importância econômica de uma população.
Um programa de melhoramento genético, quando realizado corretamente, tem a
capacidade de melhorar a população buscando atender o objetivo de seleção, melhorar a
produtividade e trazer um ganho permanente a produção, além de um retorno positivo ao
investimento feito.
Entretanto, o melhoramento genético na propriedade só será obtido se estiver em
equilíbrio com outros fatores inerentes à produção, como a sanidade, a nutrição e o manejo
correto dos animais. Se estes fatores não estiverem sendo atendidos de maneira adequada poderá
interferir diretamente nos resultados.

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 4

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

1 PROGRAMA DE MELHORAMENTO GENÉTICO: DELINEAMENTO

O delineamento é a primeira etapa para iniciar o programa de melhoramento, sendo que


este será um planejamento do programa, escolhendo as estratégias a serem utilizadas e o objetivo
a ser alcançado. A estruturação de um programa de melhoramento genético é dividida em uma
pirâmide com três segmentos, sendo os rebanhos núcleo, os multiplicadores e comerciais (fig. 1).

Figura 1 – Pirâmide de produção. Fonte: Fávero; Figueiredo (2015).

1.1 Rebanhos Núcleo

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 4


São grupos que contém uma pequena quantidade de animais efetivamente superiores,
nos quais são realizadas a seleção dos animais de raças puras ou linhagens sintéticas, buscando
maximizar o desempenho genético. Os melhores indivíduos são selecionados para reposição
do próprio rebanho núcleo, e os demais utilizados para reposição do rebanho multiplicador ou
comercial (KORITIAKI, 2020).

1.2 Rebanhos Multiplicadores

Tem o objetivo de disponibilizar, para os rebanhos comerciais, reprodutores puros ou


melhorados, aumentando seu número. Aqui também existe, ainda que com menor intensidade, a
seleção dos animais e avaliação genética (KORITIAKI, 2020).

1.3 Rebanhos Comerciais

Utiliza o material genético vindo dos rebanhos núcleo ou multiplicadores, porém não
estão muito envolvidos no processo de seleção, visto que tem como objetivo apenas fornecer
produtos para o mercado. Também fornece informações para o melhoramento dos outros tipos
de rebanhos, sendo o primeiro a ter interferência dos consumidores (KORITIAKI, 2020).

1.4 Objetivos e Estratégias

Para iniciar um programa de melhoramento, é preciso primeiramente definir qual será o seu
objetivo para então saber quais serão as características a serem melhoradas, por onde começar, quais
recursos usar etc., e essa primeira decisão irá direcionar todo o processo, portanto este objetivo precisa
estar muito bem definido pois, depois de iniciadas as alterações genéticas tendem a ser permanentes.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A estratégia é definir como desenvolver o programa a partir do objetivo estabelecido. Esta


compreende as técnicas que serão utilizadas para aumentar os índices de produção dos animais,
a mensuração das características, avaliações genéticas etc.

1.5 Registro de informações

Efetuar o registro dos animais e das características de importância utilizadas é essencial


para o delineamento de um programa de melhoramento genético, pois são essas informações que
permitirão a identificação dos animais e a estimativa dos méritos genéticos. Esta prática representa
um investimento para o programa e precisa ser estudada para ser efetuada corretamente. Portanto,
é necessário que as características de importância econômica mensuradas estejam alinhadas com
os objetivos de seleção definidos inicialmente no programa (KORITIAKI, 2020).

1.6 Predição dos Méritos Genéticos

Através das informações fenotípicas dos indivíduos, é realizado cálculo do mérito genético
dos animais, que se baseiam nos valores genéticos estimados e as DEP’s (diferenças esperadas

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 4


na progênie), sendo que, atualmente, para predizer esses parâmetros existem diversos métodos
estatísticos. Nesta etapa, são realizados ajustes nos registros de desempenhos para os efeitos já
conhecidos, responsáveis por uma parte importante do desempenho dos animais, conhecidos
como fatores fixos (KORITIAKI, 2020).

1.7 Técnicas Reprodutivas

O uso de técnicas reprodutivas possibilitam a melhoria dos índices reprodutivos de


animais geneticamente superiores. Essa prática resulta diretamente no ganho genético do
rebanho, na maior acurácia dos valores genéticos, no uso intensivo dos animais geneticamente
superiores etc., porém é necessária cautela em seu uso, pois o excesso do uso de determinados
animais pode resultar em problemas para o programa (KORITIAKI, 2020).

1.8 Seleção e Cruzamento

Dentro do delineamento, também é necessário realizar a seleção dos animais para


reprodução, ou seja, decidir quais animais de uma geração que se tornarão pais da próxima
e quantos filhos estes irão deixar. Esta seleção irá alterar a média genotípica da população na
direção desejada (KORITIAKI, 2020).

Após a seleção, o cruzamento se torna uma prática importante do programa de


melhoramento, que consiste em acasalar machos e fêmeas de raças ou grupos distintos como
uma forma de explorar a variabilidade genética do rebanho, buscando um maior desempenho.
Ao final do processo de cruzamento, é esperado os efeitos de heterose, complementaridade e
diversidade genética (KORITIAKI, 2020).

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A heterose é o fenômeno em que os filhos cruzados apresentam um melhor


desempenho em comparação a média dos pais e complementaridade e diversidade
genética é uma combinação de benefícios em características distintas que as
raças utilizadas no cruzamento apresentam uma sobre a outra.

Para realizar o desenvolvimento de um programa de melhoramento genético, é


necessário definir seus componentes, considerando parâmetros importantes
como a descrição do sistema de produção; a escolha da espécie; as variedades e
sistemas de cruzamento; definir os objetivos do programa, critérios de seleção e
o sistema de avaliação genético; seleção dos animais, o tipo do cruzamento e o
monitoramento e avaliação do programa.
Lembrando que é essencial considerar todos estes aspectos para obter o sucesso
do programa de melhoramento na propriedade.

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 4


1.9 Escrituração Zootécnica no Melhoramento Animal

A escrituração zootécnica consiste em um conjunto de práticas relacionadas a anotação


das propriedades que possuem algum tipo de exploração animal. Essa prática é extremamente
importante em qualquer sistema de produção, pois irá descrever toda a estrutura da propriedade
como localização, área, relevo, clima, pastagens, benfeitorias, equipamentos, funcionários, rebanho,
práticas de manejo geral, alimentar, sanitário e reprodutivo, insumos, produtos e comercialização,
anotações contábeis, controle do desempenho dos animais etc. (KORITIAKI, 2020).
Estas informações são cruciais para a eficiência dos programas de melhoramento animal,
pois através delas, será possível estimar o valor genético e realizar a seleção e descarte dos animais
entre outras práticas. Utilizar essas informações permite não somente realizar o melhoramento
genético, mas gerenciar muito mais eficientemente o rebanho e a propriedade (KORITIAKI, 2020).

Utilizar os métodos de escrituração zootécnica na propriedade é extremamente


importante, pois permite ao produtor conhecer melhor seus animais e identificar
os mais produtivos; encontrar mais rapidamente possíveis problemas; facilitar o
manejo e reduzir custos com alimentação, separando os animais por categorias
de produção; determinar melhores épocas para práticas sanitárias e reprodutivas;
identificar animais mais propensos a enfermidades e o histórico reprodutivo dos
animais etc.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

2 MELHORAMENTO GENÉTICO DE BOVINOS

No Brasil, logo no início da colonização, bovinos de origem europeia foram introduzidos


dando origem a diversas raças brasileiras e sendo fundamentais no desenvolvimento do país. Já
no início do século XX, o gado Zebu foi introduzido na produção animal devido á necessidade
de animais mais resistentes e adaptáveis, mas, apesar de muito adaptável, o gado Zebuíno, quando
comparado à raças europeias, não é tão produtivo, então houve a necessidade de encontrar
genótipos adaptados às condições climáticas do país, porém com uma alta produtividade,
surgindo a criação de raças sintéticas pelo cruzamento de duas ou mais raças e resultando em
animais com bom potencial produtivo em ambientes tropicais. Outra estratégia para aumentar a
produtividade na bovinocultura no Brasil foi a seleção de características de importância no gado
já existente, que é usada até hoje resultando na criação de diversos programas de melhoramento
voltados para este objetivo através de diversos critérios de seleção (ALENCAR, 2004).
A produção de bovinos tem se desenvolvido muito nos últimos tempos, resultando no
aumento da produtividade e qualidade dos produtos. Uma grande parte desse desenvolvimento
se deve à melhoria do potencial genético dos animais, resultado do efeito do melhoramento
genético nos rebanhos.
As características medidas nas fases iniciais de desenvolvimento são bons critérios de seleção

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 4


para o aumento da eficiência produtiva, entre elas está o peso ao desmame, que é determinado pela
genética e efeitos maternos do animal e a idade da mãe ao parto, pois, segundo estudos, vacas
entre quatro e oito anos apresentam maior peso ao desmame e produção de leite (FRIES, 2015;
OLIVEIRA et al., 2002; PIMENTA FILHO et al., 2001; SOUZA et al., 2002; JÚNIOR et al., 2016).
O ganho de peso aos 345 dias também é incluído nas avaliações genéticas, possibilitando
a seleção de animais precoces apesar de sofrer grande influência do ambiente dependendo
da estação do ano e, por isso, é de extrema importância que estes animais sejam manejados
corretamente para que expressem todo seu potencial de produção (JÚNIOR et al., 2016).
A idade ao primeiro parto é obtida pela diferença entre a data do primeiro parto e a
data do nascimento da fêmea. Ela é a característica reprodutiva mais utilizada na avaliação da
precocidade sexual de bovinos de corte, sendo o reflexo da idade à puberdade da fêmea. Porém
esta característica depende muito da nutrição, do sexo da cria, da idade em que as fêmeas são
incorporadas à reprodução e o manejo reprodutivo da fazenda (JUNIOR et al., 2016).
O perímetro escrotal ao sobreano possui estimativas de correlações genéticas positivas
como características de sêmen, crescimento e ocorrência de prenhes em fêmeas jovens, além de
ser de fácil mensuração e apresentar herdabilidade mais alta que as características reprodutivas
das fêmeas, podendo ser utilizada como critério de seleção (KNIGHTS et al., 1984; SILVA et al.,
2000; PEREIRA et al., 2000; SILVA et al., 2005; JUNIOR et al., 2016). Apesar de não proporcionar
benefícios econômicos diretos, sua correlação genética é favorável com algumas características
reprodutivas e de crescimento que pode levar a ganhos na produtividade do rebanho, pois
reprodutores com maior perímetro escrotal tem a capacidade de maior produção diária de
espermatozóides em relação aos reprodutores que apresentam perímetros escrotais pequenos ou
médios (FONSECA, 2001; JUNIOR et al., 2016).
Para identificar genótipos superiores, é muito importante reconhecer quais efeitos são
de natureza genética e quais são ambientais, responsáveis por variações no peso e ganho em
peso dos animais. A avaliação da intensidade dos fatores ambientais permite ter maior precisão
nos programas de seleção utilizados além de permitir estabelecer normas gerais de manejo
dos animais. No Brasil, a ênfase das pesquisas sobre os fatores ambientes tem sido posta nos
seguintes aspectos: ano e mês de nascimento, idade e/ou ordem de parição, sexo e manejo a que
está submetido (PEREIRA, 2008).

WWW.UNINGA.BR 52
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

A seleção para perímetro escrotal resulta em animais com maior peso adulto,
em consequência da correlação genética positiva existente entre essas duas
características, e, por este motivo, é sugerido que esta característica seja ajustada
para idade ou peso do animal quando usado como critério de seleção.
Selecionar a precocidade sexual das fêmeas e o perímetro escrotal em machos
juntos podem ser alternativas eficientes para se obter um sistema reprodutivo
mais eficiente devido ao aumento do desempenho dos animais (EVERLING et al.,
2001; JUNIOR et al., 2016).

Para mais informações sobre o melhoramento de bovinos, acesse:


Melhoramento Genético do Gado Girolando.
Disponível em:

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 4


https://www.youtube.com/watch?v=S3ViSzk8Bzk.

Melhoramento genético na pecuária leiteira.


Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=JqA_ZK_E0xg.

Influência do melhoramento genético na pecuária leiteira


Minuto Agro Bovinocultura.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=UDru5A8s54A.

Melhoramento genético em gado de corte aumenta produtividade.


Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=_jbT3gGewqg.

Programa de melhoramento genético auxilia pecuarista na criação


de gado de corte.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=g6mHZ4KmDuk.

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Para mais detalhes sobre o melhoramento genético de bovinos,


acesse: Melhoramento genético aplicado à produção animal.
Disponível em:
https://www.academia.edu/25814763/Melhoramento_Gen%C3%
A9tico_Aplicado_%C3%A0_Produ%C3%A7%C3%A3o_Animal.

2.1 Seleção pelo Tipo em Gado Leiteiro

Realizar a seleção dos animais baseado em características físicas tem sido realizada
desde o início da produção animal. Este conjunto de características externas de cada raça levou
ao estabelecimento de padrões raciais e à instituição dos registros genealógicos, que buscam
preservar as características de interesse de cada raça. A seleção pelo tipo é importante no sentido
de preservar e melhorar as características exteriores de cada raça, mas é mais importante ainda
saber ponderar o valor a ser dado ao exterior dos animais e às suas características econômicas,

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 4


buscando equilíbrio entre o lado estético, o lado funcional e o econômico.
A maioria das características lineares de tipo são herdáveis e as correlações genéticas
entre estas são positivas e altas, de modo que seleção para tipo resulta em mudança genética na
aparência externa dos animais. As correlações genéticas entre tipo e produção de leite são baixas
ou negativas, portanto, melhoramento do tipo resulta em pouco ou nenhum melhoramento na
produção de leite, e, por isso, a seleção para melhoria estética só se justifica em rebanhos de elite
e de alta produção de leite (PEREIRA, 2008).

Para mais informações sobre o melhoramento de ovinos e caprinos,


acesse: Melhoramento genético de ovinos.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Sn0zv4nfLVg.

Melhoramento Genético de Caprinos.


Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=RkCnl1ZtAfc;
https://www.youtube.com/watch?v=b3t5Xoq_Gb4.

Caprinos e ovinos: Projeto desenvolve melhoramento genético no


sul do Piauí | Painel Agro.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Ri2cUxmtqSU.

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3 MELHORAMENTO GENÉTICO DE CAPRINOS E OVINOS

Os caprinos, no Brasil, sempre foram criados em condições extensivas sem um processo


seletivo estruturado. Segundo Lobo et al. (2005), as cadeias produtivas caprina e ovina precisam
ser organizadas antes de iniciar qualquer forma de melhoramento, pois. apesar de o mercado ser
promissor, nem mesmo o produtor sabe o que deve realmente ser produzido e/ou melhorado. As
biotécnicas reprodutivas são pouco utilizadas e pouco eficientes devido à alta prolificidade desses
animais, e este fato restringe sua contribuição para o melhoramento genético.
Apesar de tudo, existe um grande potencial de desenvolvimento no Brasil, e há um grande
crescimento das explorações nos últimos anos. Diversos setores da cadeia têm se modernizado,
em todas as áreas de manejo geral o que traz benefícios à produção pois sabe-se que animais de
alto valor genético precisam de um ambiente com condições favoráveis ao seu desenvolvimento
(LOBO, 2002).
A aplicação de técnicas de melhoramento genético é muito importante para os criadores da
ovinocaprinocultura, pois o melhoramento proporciona animais com alto ganho genético e maior
variabilidade genética resultando em animais com maior valor agregado e uma maior chance de
abastecimento do mercado nacional sem a necessidade de importação (CARVALHO et al., 2016).

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 4


4 MELHORAMENTO GENÉTICO DE SUÍNOS

Os suínos foram introduzidos no Brasil em 1532 pela colonização portuguesa, e as raças,


através de diversos cruzamentos, deram origem às chamadas raças nacionais, criadas e melhoradas
para produção de banha e carne. Ao longo dos quatro séculos, após o descobrimento. Em 1958,
foram introduzidas raças mais produtivas com o objetivo de melhorar as características de produção
de carne (figura 2), cujos genes disseminaram-se rapidamente e, em 1970, foi introduzido Teste de
Progênie, representando o início do melhoramento genético de suínos no Brasil.
O trabalho iniciado pela ABCS (Associação Brasileira dos Criadores de Suínos) foi de
fundamental para a melhoria genética da Suinocultura brasileira e a introdução de material
genético de muitos países deram origem aos animais hoje produzidos no Brasil, que competem
em produtividade e qualidade com aqueles produzidos nos tradicionais países líderes na produção
de suínos (FÁVERO; FIGUEIREDO, 2015).

Figura 2 – Mudança das características de importância econômica. Fonte: Mais carne suína (2022).

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Com os avanços genéticos obtidos nas características de interesse econômico, outras


características passaram a ser consideradas nos programas de melhoramento. As medidas de
carcaça passaram a ser consideradas nos programas de seleção através do desenvolvimento de
linhas especializadas em rendimento de carne na carcaça. As características de leitegada e a
qualidade da carne também passaram a ser consideradas, e a perspectiva é de que as características
de resistência à doença sejam o próximo alvo (FÁVERO; FIGUEIREDO, 2015).
O desempenho dos suínos teve uma melhoria significativa nas últimas décadas. A idade
à puberdade de fêmeas e machos diminuiu e o número de leitões por leitegada aumentou. Esse
aumento da prolificidade, juntamente com a redução dos períodos de aleitamento, aumentou a
produtividade de leitões/porca/ano. Além disso, a taxa de crescimento, conversão alimentar e a
produção de carne por animal aumentaram significativamente. Este crescimento no desempenho
indica que a eficiência alimentar também aumentou pois se antes produziam-se 500 kg de carne
por ano da progênie de uma fêmea de plantel, com um consumo de 5.000 kg de ração, agora
com a mesma quantidade de ração produzem-se aproximadamente 900 kg resultando em um
rendimento industrial de carcaça de 75 % e uma eficiência alimentar de aproximadamente 60%.
Esse aumento na eficiência produtiva dos suínos é resultado de mudanças na estrutura de
obtenção do melhoramento genético dos suínos. Nesta estrutura, os ganhos genéticos da seleção
são intensificados nas granjas núcleos e expandidos nas granjas multiplicadoras, que, aos ganhos
genéticos aditivos, acrescentam ganhos epistáticos e de complementaridade aos reprodutores.

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 4


Estes animais geneticamente “carregados” são transferidos para granjas comerciais, onde podem
expressar o seu potencial genético na produção de suínos para o abate. A melhora na eficiência
de produção dos suínos também se deve às mudanças nas condições de criação, incluindo-se
as instalações, o nível nutricional dos alimentos, o manejo aplicado e o controle das doenças
(IRGANG; CONCÓRDIA, 1998).
A tipificação de carcaças juntamente com a estabilização econômica no Brasil e a
intensificação do processo de globalização da economia revolucionaram o mercado brasileiro
de material genético de suínos, estimulando os programas de genética no país e abrindo espaço
para a entrada de um número significativo de empresas especializadas. Assim, o melhoramento
genético de suínos se intensificou com uma definição clara da pirâmide de produção constituída
pelos rebanhos núcleo, multiplicadores e comerciais (FÁVERO; FIGUEIREDO, 2015).
Como em qualquer programa de melhoramento genético, no momento de escolha das
características utilizadas nos programas de suínos, é necessário levar em conta os objetivos, os
valores econômicos e os parâmetros genéticos das características, assim como a possibilidade e a
facilidade de obtenção dos seus valores fenotípicos (LOPES, 2010).

Para mais informações sobre o melhoramento de suínos, acesse:


Melhoramento genético de suínos colabora na qualidade da
produção.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Cx9od1wac9w.

Melhoramento genético de suínos.


Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=zVnIWw8K27U.

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5 MELHORAMENTO GENÉTICO DE AVES

As galinhas foram introduzidas no continente americano, através de emigrantes ingleses


e ao estabelecerem os primeiros núcleos de colonização, as aves de origem inglesa iniciaram
também um processo de reprodução com as aves nativas. Inicialmente, as aves eram consideradas
animais de adorno e por isso eram selecionadas a partir de seus caracteres fenotípicos, como
cor das penas e forma de cristas, ao invés de seus caracteres produtivos e reprodutivos. Com a
transformação das colônias em cidades e seu desenvolvimento a população avícola aumentou
assim como a competitividade entre os criadores, iniciando a busca pela padronização nos
animais, a partir disso surgiram os interesses pelos caracteres produtivos das aves, ocorrendo a
transformação de animal de estimação para animal de utilização (PEREIRA, 2008).
A avicultura é a atividade que mais evoluiu nas últimas décadas. Os pilares de seu
desenvolvimento estão assentados na utilização de genética avançada, modernas técnicas de
manejo, sanidade, alimentação e instalações compatíveis com as exigências altamente competitivas
dos mercados produtivo industrial e consumidor (PEREIRA, 2008).
O processo de seleção também evolui cada vez mais, descaracterizando as raças e dando
origem a linhagens exclusivas, com características próprias. O potencial genético dos frangos
é responsável pela maioria dos ganhos de produtividade, e para obtê-los, foram estruturados

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 4


acasalamento/cruzamento entre ou dentro de raças, linhas, bisavós, avós e matrizes com o
objetivo de obter um produto comercial que considerando a demanda da cadeia (FIGUEIREDO,
2003; LEDUR, 2011).
Como meio de garantir frangos com melhor potencial de ganho de peso, de conversão
alimentar e rendimento de carcaça, foram estruturados programas para a geração de material genético
comercial. O melhoramento genético, junto com boas instalações, manejo, nutrição, ambiente e
sanidade, cooperam para melhorar as linhagens de aves de corte e postura (MOURA et al., 2017).
A seleção é a estratégia de melhoramento mais utilizada, resultando na modificação
das frequências alélicas nos locus das características sob seleção, levando à alteração na média
genotípica da população para o resultado desejado pelo melhorista. Por este motivo, houve
um rápido crescimento das aves (figura 3), atingindo-se faixa etária mais precoce ao abate,
diminuindo-se os custos de produção e aumentando a lucratividade (HAVENSTEIN et al., 1994;
VAYEGO, 2007).

Figura 3 – Resultado do melhoramento genético na avicultura. Fonte: Koritiaki (2020).

Os métodos de seleção usados no melhoramento convencional das linhas puras de corte


foram seleção massal, combinada com seleção por níveis independentes de descarte (figura 4),
e a seleção dos melhores animais é fundamentada em dados computacionais onde se considera
o resultado de análises detalhadas de sua anatomia, condições genéticas e desenvolvimento
(FIGUEIREDO et al., 2000).

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As principais vantagens no uso das linhagens nacionais de frango são


estratégicas e abrangem a redução no risco de introdução de doença exóticas;
o desenvolvimento de linhagens próprias, com material genético competitivo,
fazendo uso de ferramentas e metodologia de última geração, como a biologia
molecular e avaliação de genótipos pelo uso de modelo animal; ser produto de troca
na negociação com outros países; ter independência das restrições impostas por
outros países; e trazer economias de divisas na importação de material genético
(FIGUEIREDO et al., 2000).

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 4


Figura 4 – método de seleção para frangos de corte. Fonte: AGEITEC (2022).

No estudo de uma característica, é preciso considerar que, além dos efeitos genéticos
existe a ação do ambiente na sua expressão, portanto, o fenótipo é influenciado por diversos pares
de genes de efeitos aditivos e sua expressão depende do valor genotípico, do meio ambiente, e das
correlações entre os dois. A variação genética é o parâmetro mais importante pois possibilita os
ganhos genéticos, que podem se acumular de geração para geração (MOURA et al., 2017).

Para alcançar um bom desempenho, é necessário que o ambiente em que os


frangos são criados seja observado. Mudanças que diminuam as condições de
estresse são um fator primordial para a produtividade e rentabilidade do sistema
de produção. A temperatura muito alta ou baixa e a umidade relativa do ar elevada
trazem limitações à avicultura.

Assim que selecionados, os frangos para cruza são submetidos a exames de radiografia
para a identificação de alguma anomalia no esqueleto. Além disso, existem os testes
de genética molecular para a verificação de algum tipo de agente que possa produzir
anomalias e um teste de desempenho alimentar. Todos os dados são selecionados
pelo computador que indica os melhores animais dentro de uma linhagem.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Para mais informações sobre o melhoramento de aves, acesse:


Hormônios no frango: verdade ou mito?
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=bl3A_iIsPOE.

6 MELHORAMENTO GENÉTICO DE EQUINOS

O cavalo participou ativamente do desenvolvimento da humanidade, acompanhando o


homem em hábitos ligados ao trabalho, à batalha, ao esporte ou ao lazer. Os equinos apresentaram
grande variabilidade genética na evolução, resultando em uma aptidão para o desempenho das
funções, que estão ligadas à conformação, ao seu temperamento e ainda, às particularidades de
seu andamento ou forma de locomoção. Assim, o cavalo passou a ocupar outros espaços, não
ficando restrito às zonas rurais e ao trabalho nas fazendas (PEREIRA, 2008).

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 4


No Brasil, a equideocultura se destaca por sua qualidade, com animais de alto desempenho
em diversas modalidades e grande diversidade de raças e funções. Os programas de melhoramento
incluem avaliações genéticas para raças utilizadas nas modalidades olímpicas de competição
equestre, e novas perspectivas se apresentam com a incorporação de dados originados dos
conhecimentos da genética molecular sendo incluídos como auxílio à seleção (PEREIRA, 2008).
Apesar de, atualmente, a criação de cavalos ser vista como atividade de lazer, o comércio
e o negócio na equinocultura ainda são bem expressivos. O Brasil melhorou em relação às
técnicas de produção do cavalo de corrida, desde o manejo e a pastagem, até a reprodução. Para
o melhoramento genético, os criadores começaram a importar, com mais frequência, animais e
material genético de outros países e essa preocupação com o melhoramento da qualidade genética
do plantel devido a expansão da equinocultura no país (REGATIERI; MOTA, 2012).
O melhoramento genético dos equinos é conhecido por ser algo complexo, pois não
existe muita colaboração entre os produtores e pesquisadores, dificultando os resultados.
Outro motivo, é que conseguir um cavalo perfeito para as provas equestres ou mesmo para o
trabalho é tarefa difícil, pois a herdabilidade do desempenho atlético e os valores de correlações
genéticas existentes entre as características mais almejadas nos cavalos são baixos. Assim, o uso
das técnicas de melhoramento relacionadas à genômica se tornou importante com o objetivo
de criar mapas de genes e sequenciar o genoma completo do cavalo. Com o genoma completo,
é possível explorar doenças simples e complexas, herdáveis ou não que são influenciadas por
muitos genes e as condições ambientais e regulação genética com o objetivo de desenvolver os
melhores tratamentos terapêuticos, encontrar a cura e possibilitar a criação de cavalos saudáveis
(REGATIERI; MOTA, 2012).
A realização de pesquisas é muito importante quando o objetivo é a aplicação prática
dos resultados. Devido aos vários segmentos em que os cavalos são utilizados no agronegócio
brasileiro, definir claramente o objetivo e os critérios a serem incluídos nos programas de
melhoramento genético é extremamente importante.

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O grande benefício do uso da genética molecular é a utilização direta das informações


de DNA na seleção, permitindo uma alta eficiência seletiva, rapidez na obtenção de
ganhos genéticos e baixo custo, em comparação com a tradicional seleção baseada em
dados fenotípicos, além de ser excelente para características de baixa herdabilidade,
como no caso do desempenho atlético dos equinos (RESENDE et al., 2008).

A aplicação prática das pesquisas em melhoramento genético tem capacidade de


aumentar o faturamento do complexo do agronegócio do cavalo. O uso eficiente das
técnicas de melhoramento pode reduzir a importação de material genético, já que um
dos principais motivos para esta prática está relacionado ao melhoramento genético
dos plantéis. E quando se tem um plantel com equinos de qualidade, reconhecidos
internacionalmente, o volume de animais exportados também pode aumentar. Além
de que a associação da sanidade, nutrição e melhoramento genético, pode reduzir

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 4


os gastos com quarentena, exames, veterinário e tratamento de doenças.

Para mais informações sobre o melhoramento de equinos, acesse:


DNA e sanidade para o melhoramento genético dos cavalos |
Noticiário Tortuga.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=Wd7SgQotGSU.

Melhoramento genético em cavalos.


Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=enl_91lmTcg.

Melhoramento genético de equinos da raça Quarto de Milha.


Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=lPQk_iQXH50.

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EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Apesar dos investimentos em melhoramento genético animal apresentarem um custo mais


alto, e os resultados não serem imediatos, ele continua sendo importante para um avanço ainda
maior impulsionado pelo crescimento da competitividade das atividades de produção animal
e pela busca de qualidade e eficiência de produção. Sob condições adequadas, as ferramentas
utilizadas no melhoramento promovem progressos genéticos mais eficazes e mais rápidos na
produção animal.

MELHORAMENTO ANIMAL | UNIDADE 4

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ENSINO A DISTÂNCIA

REFERÊNCIAS
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count=1&p_r_p_-76293187_sistemaProducaoId=5102&p_r_p_-996514994_topicoId=5537.
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