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01
UNIDADE
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................................. 4
BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO – DEFINIÇÃO INICIAL ............................................................................................ 5
PRESSUPOSTOS BÁSICOS DA BIOLOGIA DA CONSERVAÇÃO ............................................................................. 5
O QUE É BIODIVERSIDADE? ..................................................................................................................................... 6
MEDINDO A BIODIVERSIDADE ............................................................................................................................... 14
A DISTRIBUIÇÃO DA BIODIVERSIDADE: ONDE ESTÁ ESSA DIVERSIDADE? ..................................................... 15
QUANTAS ESPÉCIES EXISTEM NA TERRA? .......................................................................................................... 19
O VALOR DA BIODIVERSIDADE: CONSIDERAÇÕES ECONÔMICAS, SOCIAIS E ECOLÓGICAS ........................ 20
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INTRODUÇÃO
Desde os primórdios da humanidade, as pessoas têm se preocupado com o seu meio
ambiente e, especialmente, com sua habilidade de adquirir comida, água e outros recursos. Com
o passar do tempo, nossa população cresceu e novas tecnologias para a exploração de recursos
foram desenvolvidas, fazendo com que nos tornássemos cada vez mais preocupados com o
impacto que exercemos sobre o meio ambiente.
A biologia da conservação é uma ciência multidisciplinar que foi desenvolvida como
resposta à crise com a qual a diversidade biológica se confronta atualmente, considerando que
nenhuma outra disciplina tradicional (como ecologia, genética, taxonomia, agricultura, etc.) era
abrangente o suficiente para atender a essa demanda. Os dois principais objetivos dessa ciência
são: (i) entender os efeitos da atividade humana nas espécies, comunidades e ecossistemas e (ii)
desenvolver abordagens práticas para prevenir a extinção de espécies e, se possível, reintegrar as
espécies ameaçadas ao seu ecossistema de origem.
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O QUE É BIODIVERSIDADE?
Biodiversidade pode ser definida como o conjunto de todos os organismos terrestres e
aquáticos (incluindo plantas, animais e microrganismos) em escalas que vão desde a diversidade
genética dentro das populações, passando por diversidade de espécies, até a diversidade de
comunidades em diferentes paisagens ecológicas.
Especificamente, a diversidade genética inclui a variabilidade genética dentre as espécies,
tanto entre as populações geograficamente separadas como entre os indivíduos de uma mesma
população; já a diversidade de espécies inclui toda a gama de organismos da Terra, desde as
bactérias e protistas até os reinos multicelulares de plantas, animais e fungos; a diversidade
de comunidades inclui a variação que existe entre as mesmas, os ecossistemas nos quais as
comunidades se encontram e as interações entre esses níveis.
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DIVERSIDADE DE ESPÉCIES
Uma espécie pode ser definida como um grupo de indivíduos que é morfológica, fisiológica
Taxonomia:
é a ciência que classifica os seres vivos. O objetivo da taxonomia moderna é criar
um sistema de classificação que reflita a evolução de grupos de espécies desde
seus ancestrais. Identificando a relação entre as espécies, os taxonomistas
ajudam os biologistas de conservação a identificar as espécies ou grupos que
são, pela evolução, únicos ou de valor especial para a conservação.
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DIVERSIDADE GENÉTICA
A diversidade genética dentro de uma espécie é afetada, muitas vezes, pelo comportamento
reprodutivo dos indivíduos dentro das populações. A população é um grupo de indivíduos
pertencentes à mesma espécie, vivendo do mesmo lugar e período de tempo. Uma população
pode consistir de apenas alguns indivíduos ou de milhões de indivíduos.
Os indivíduos dentro de uma população são geneticamente diferentes uns dos outros. A
variação genética acontece porque os indivíduos têm genes ligeiramente diferentes, que são as
unidades de cromossomos que codificam proteínas específicas. As diferentes formas de um gene
são conhecidas como alelos e as diferenças aparecem através de mutações no DNA.
A variabilidade genética aumenta quando a prole recebe uma combinação única de genes
e cromossomos de seus pais via recombinação de genes que ocorre durante a reprodução sexuada.
Assim, embora as mutações forneçam o material básico para a variabilidade genética, a habilidade
de espécies que se reproduzem sexualmente de reorganizar os alelos aleatoriamente, em diversas
combinações, aumenta seu potencial de variação genética. Tal variabilidade possibilita que as
espécies se adaptem a um meio diferente daquele que a mesma está acostumada a viver. Sabe-se
também que as espécies raras têm, em geral, menos variação genética do que as espécies comuns
e, consequentemente, são mais vulneráveis à extinção quando as condições do meio ambiente se
alteram por alguma razão.
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A formação e a estrutura de uma comunidade também podem ser afetadas pelas relações
biológicas existentes dentro da mesma, como a predação e a competição. Os predadores muitas
vezes reduzem fortemente as densidades das espécies de suas presas e podem até eliminar
algumas espécies de certos habitats. Os predadores podem aumentar indiretamente a diversidade
biológica em uma comunidade, mantendo a densidade de algumas espécies tão baixa, que não há
competição por recursos.
A quantidade de indivíduos de uma determinada espécie que os recursos de um ambiente
podem suportar é chamada de capacidade de suporte. A densidade de uma população é muitas
vezes inferior à capacidade de suporte quando ela é limitada pelos predadores. Se os predadores
são retirados, a população pode aumentar até o ponto de alcançar a capacidade de suporte, ou
até mesmo ultrapassá-la, de tal forma que os recursos essenciais para a sobrevivência se tornem
insuficientes e a população entre em colapso.
As espécies de uma comunidade também podem ser classificadas pelo modo como elas
obtêm energia do ambiente para suas atividades diárias. De forma geral, uma cadeia alimentar de
uma determinada comunidade é composta por diferentes níveis tróficos, os quais são classificados
em produtores, consumidores e decompositores (Figura 3).
Os produtores são aqueles organismos que estão na base da cadeia e, portanto, aqueles
capazes de produzir seu próprio alimento via assimilação de energia solar e gás carbônico
(processo conhecido como fotossíntese). No geral, plantas e algas compõem esse grupo e são
chamados de seres autotróficos.
Os consumidores são aqueles organismos dentro de uma cadeia alimentar que se
alimentam dos produtores (consumidor primário) ou de outros consumidores (consumidor
secundário, terciário, etc. – veja Figura 3). Todos os animais são consumidores e caracterizam-se
por não serem capazes de produzir seu próprio alimento, ou seja, eles têm que buscar sua fonte
de energia em outros organismos; por essa razão são chamados de seres heterotróficos.
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Figura 3 – Cadeia alimentar hipotética, contendo os organismos nos seus respectivos níveis tróficos. Fonte:
Primack & Rodrigues (2001).
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Figura 5 – Diagrama de uma teia alimentar marinha hipotética. Fonte: Siyavula Education (2014).
Um dos clássicos da literatura científica, é o trabalho realizado por Pauly et al. (1998) em
Figura 6 – Padrões globais de nível trófico médio dos pescados desembarcados entre 1950 e 1997. A = áreas
marinhas; B = áreas de águas continentais. Fonte: Pauly et al. (1998).
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Ainda, vale ressaltar que, apesar de todas as espécies terem seus valores intrínsecos pelo
simples fato de existir, certas espécies podem ser mais importantes para a persistência de muitas
outras espécies na comunidade. Tais espécies afetam a organização e a estrutura da comunidade
em um grau muito elevado, mantendo-a constante e estável ou, caso seja removida, levando-a ao
colapso. Assim, por representarem um papel chave dentro das comunidades, esses organismos
recebem a denominação de espécie-chave (PAINE, 1966). As espécies-chave são prioridade em
termos de esforços de conservação, pois caso se perca uma dessas espécies em determinada área,
poderão também ser perdidas muitas outras espécies.
Os animais que estão no topo da cadeia alimentar então entre as espécies-chaves mais
comuns, pois eles são importantes no controle das populações de herbívoros (PAINE, 1969). Por
exemplo, Paine (1966) observou que, em costões rochosos da região noroeste do oceano Pacífico
(EUA), havia uma comunidade composta por diferentes espécies de mexilhões, cracas e uma
espécie de estrela-do-mar (Pisaster ochraceus), a qual era a predadora de topo dessa comunidade.
Em um experimento realizado in situ, Paine removeu o predador de topo e observou que, com
o passar do tempo, a diversidade de organismos nessa comunidade declinou significativamente
(originalmente havia 15 espécies e após a remoção da estrela-do-mar, o número de espécies caiu
para 8), demonstrando a importância dessa espécie-chave em manter a estabilidade e diversidade
dessa comunidade.
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VALORES INSTRUMENTAIS
O benefício total proporcionado pela diversidade biológica é muitas vezes difícil de
mensurar, pois muito dessa diversidade ainda é desconhecida e os valores de cada espécie e
ecossistema podem ser difíceis de estimar. Entretanto, pesquisadores têm tentado fazer isso, por
exemplo, o valor econômico da biodiversidade dos EUA é estimado em US$ 319 bilhões/ano. Isso
representa cerca de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) anual dos Norte Americanos! Em um
nível mundial, as estimativas do benefício total da diversidade biológica variam de 3 a 54 trilhões
de dólares (RICKLEFS & RELYEA, 2016).
De uma forma geral, podemos agrupar os valores instrumentais da biodiversidade em
quatro categorias de serviços: provisionamento, regulação, cultural e de suporte.
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Muitos países latino-americanos têm capitalizado essa atração ao criar parques e sustentar
serviços para turistas. Por exemplo, no Parque Nacional Torres del Paine, no Chile, as belas
trilhas, os contrastes de paisagens de montanhas, lagos e glaciares, além de plantas e animais
característicos da região (como o puma e o guanaco) atraem turistas do mundo todo para áreas
onde essa diversidade ambiental é protegida.
VALORES INTRÍNSECOS
Em contraste com os valores instrumentais, os valores intrínseco da biodiversidade não
proporcionam quaisquer benefícios econômicos para os seres humanos. Em vez disso, as pessoas
que dão valor intrínsecos à biodiversidade sentem obrigações religiosas, morais ou éticas para
preservar as espécies do mundo.
Contudo, torna-se difícil priorizar os esforços de conservação já que todas as espécies
são intrinsicamente valiosas. Por essa razão, aqui apresento alguns argumentos que podem servir
de justificativa para a proteção de espécies raras e com nenhum valor econômico aparente. Tais
argumentos podem ser vistos com mais detalhes em PRIMACK & RODRIGUES (2001) e em
SANDLER (2012):
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Toda espécie tem o direito de existir - Todas as espécies representam soluções biológicas
singulares para o problema de sobrevivência. Com base nisto, a sobrevivência de cada espécie
deve ser garantida, independente de sua abundância ou importância para nós, humanos. Isto
é verdadeiro se a espécie é grande ou pequena, simples ou complexa, velha ou recentemente
surgida, de grande importância econômica ou de pequeno valor imediato. Todas as espécies
são parte da comunidade de seres vivos e têm tanto direito quanto qualquer outro humano de
existir. Toda espécie tem seu próprio valor, um valor intrínseco não relacionado às necessidades
humanas.
Todas as espécies são independentes – Todas as espécies interagem com outras espécies
de sua comunidade de modo complexo. Assim, a perda de uma espécie pode ter consequências
de longo alcance para outros membros da comunidade.
Os humanos devem viver dentro das mesmas limitações em que vivem as outras
espécies – Todas as espécies do mundo são restritas pela capacidade que o ambiente em que elas
vivem tem de suportar suas populações. Cada espécie utiliza recursos de seu ambiente para viver,
e a densidade de uma espécie se reduz quando seus recursos se tornam escassos. Seres humanos
devem ser cuidadosos em diminuir o dano que causam a seu ambiente natural, porque tal dano
prejudica não só outras espécies, mas também os próprios humanos.
A sociedade tem a responsabilidade de proteger a Terra – Se degradarmos os recursos
naturais da Terra e fizermos com que as espécies se tornem extintas, as gerações futuras terão
que pagar o preço em termos de um padrão inferior de qualidade de vida. A garantia de um
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UNIDADE
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 25
ACELERANDO AS TAXAS DE EXTINÇÕES ............................................................................................................. 26
DESTRUIÇÃO E FRAGMENTAÇÃO DE HABITAT .................................................................................................... 29
DESTRUIÇÃO E FRAGMENTAÇÃO DE FLORESTAS TROPICAIS .......................................................................... 33
DESTRUIÇÃO E FRAGMENTAÇÃO DE ILHAS ........................................................................................................ 34
DESTRUIÇÃO E FRAGMENTAÇÃO DO CERRADO ................................................................................................. 35
DESTRUIÇÃO E FRAGMENTAÇÃO DE RECIFES DE CORAIS ................................................................................ 35
DESTRUIÇÃO E FRAGMENTAÇÃO DE RIOS .......................................................................................................... 36
INTRODUÇÃO DE ESPÉCIES NÃO-NATIVAS ......................................................................................................... 39
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INTRODUÇÃO
Apesar da suma importância de todos os níveis da diversidade biológica, sua principal
ameaça é a espécie humana. Processos de extinção de espécies são eventos naturais, entretanto a
taxa com que essas extinções ocorrem não está normal, especialmente depois do início do século
XX.
A biodiversidade global está mudando rapidamente, como uma complexa resposta à
várias mudanças ambientais induzidas por processos antrópicos. A magnitude dessas mudanças
é tão grande e tão fortemente ligada à processos ecológicos e ao uso de recursos naturais por
parte da sociedade, que a mudança na biodiversidade é considerada uma importante mudança
global por direito próprio. Nunca, na história natural, tantas espécies estiveram ameaçadas de
extinção em um período tão curto de tempo.
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Isso indica que já entramos, de fato, na sexta extinção em massa. O que difere
essa extinção das cinco anteriores é que todas as anteriores foram provocadas
por fenômenos naturais, e esta está sendo causada pelo ser humano, e em um
espaço de tempo muito curto. Atualmente, estima-se que a taxa de extinção
seja de até 100 vezes maior que a taxa natural! Para se ter uma ideia, em um
cenário em que prevalecesse a taxa de extinção natural, desde 1900 teriam sido
extintas apenas nove espécies de vertebrados. Porém, cerca de 477 espécies já
foram extintas nesse período.
O termo “extinto” tem muitas nuances e seu significado pode variar, dependendo
do contexto. Uma espécie é considerada extinta quando nenhum indivíduo
daquela espécie permanece vivo em todo o mundo. Por exemplo, os mamutes são
animais extintos. Se os indivíduos de uma espécie permanecem vivos apenas em
cativeiro ou em qualquer outra situação em que o homem tenha controle sobre
sua sobrevivência, a espécie também é considerada extinta, pois não existem
mais indivíduos na natureza: “O Pau-Brasil está praticamente extinto nas matas,
mas se desenvolve bem em cativeiro”.
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Nas duas situações citadas acima, as espécies seriam consideradas globalmente extintas.
Uma espécie é considerada localmente extinta quando não é mais encontrada na área em que
habitou anteriormente, mas ainda pode ser encontrada em outro lugar no ambiente selvagem.
Alguns pesquisadores consideram uma espécie ecologicamente extinta se ela mantém um
número muito reduzido de indivíduos na natureza que seu efeito sobre as outras espécies da sua
comunidade é quase nulo. Por exemplo, a ariranha (Pteronura brasiliensis) está ecologicamente
extinta no estado de Minas Gerais, ou seja, existem tão poucos indivíduos na natureza que seu
efeito de predação sobre suas presas, por exemplo, é insignificante (PRIMACK & RODRIGUES,
2001).
Como já mencionado na Unidade I, já foram descritas cerca de 2 milhões de espécies,
mas estima-se que esse número possa ser muito maior, entre 10 e 30 milhões. Como nem todas
as espécies tem valor comercial, ou são rentáveis aos olhos da sociedade moderna, o homem não
se preocupa com a perda de uma ou mais espécies. Entretanto, sabe-se que toda a espécie tem um
valor intrínseco e deve ser preservada.
Apesar de boa parte da biodiversidade ser, ainda, desconhecida pela ciência e sociedade,
a espécie humana vem exercendo pressões que estão levando ao declínio de muitas espécies,
populações, comunidades e ecossistemas. Dentre estas, as que têm recebido mais destaque
(por conta do seu potencial destrutivo) são a destruição e fragmentação de habitat (exemplo,
desmatamento, fragmentação de rios, desertificação, substituição de áreas naturais por agricultura
ou pastos, etc.), a introdução de espécies exóticas, a poluição (aquática, terrestre e atmosférica), a
Figura 13 – Estimativa da população mundial humana entre 1950 e 2015. Fonte: United Nations (2017).
Na Figura 13, a linha preta indica a população real atual, até 2017. A linha pontilhada
laranja são as projeções feitas pela ONU.
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A destruição de habitats não se restringe somente ao Brasil, ainda que haja uma
grande preocupação por parte das outras nações com a destruição da floresta
Amazônica – que ocupa grande parte do território brasileiro (Figura 14). Em todo
o planeta existem ocorrências de destruição de habitats, as quais tendem a
ocorrer em locais de alta densidade populacional. Por exemplo, o estado do
Mato Grosso (o mais populoso da Amazônia legal) é o que mais desmata. Entre
os anos de 1998 e 2000, foram desmatados cerca de 300.000ha/ano de floresta
Amazônica nesse estado (PRIMACK & RODRIGUES, 2001).
FRAGMENTAÇÃO DO HABITAT
Além de estarem sendo rapidamente destruídos, os habitats de grandes áreas são
frequentemente divididos em pequenos pedaços, seja por estradas, cidades, agriculturas, e
outras atividades antrópicas. A fragmentação do habitat é o processo pelo qual uma grande
área contínua de habitat (floresta, rio, lago, etc.) é reduzida em tamanho e também dividida em
dois ou mais fragmentos. Tais fragmentos, são frequentemente isolados uns dos outros por uma
paisagem quase sempre degradada pelo homem.
Algumas características marcantes que diferenciam os habitats fragmentados dos
naturais são, além da diminuição da área de habitat, o aumento considerável da área de borda e a
aproximação do centro do fragmento de habitat da borda (diminuição da área interna). Considere
os efeitos de dividir uma grande área de habitat em fragmentos menores.
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A área de habitat total que contribui para todos os fragmentos combinados deveria ser
pouco alterada, mas a razão de borda para interior de habitat aumenta (veja Figura 15). Em
outras palavras, muito mais bordas de habitat seriam criadas. Também, o formato do fragmento
de habitat influencia diretamente a relação borda/interior: habitats redondos têm menor relação
de borda para a área, ao passo que habitats longos, finos, ovais ou retangulares têm razões de
borda para área muito maiores.
Figura 15 – A quantidade de borda aumenta com a fragmentação do habitat. Fonte: Ricklefs (2010).
De acordo com o representado na Figura 15, temos que a quantidade de borda aumenta
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Com a extinção dos predadores, outros animais herbívoros aumentaram suas populações.
Como consequência, isso afetou a abundância de plantas nessas ilhas.
CORREDORES DE HABITAT
Uma característica da paisagem fragmentada que pode suavizar os efeitos negativos da
fragmentação são os corredores de habitat (ou corredores ecológicos), que são faixas estreitas
de habitat que facilitam o movimento dos organismos entre os fragmentos adjacentes. Os
corredores podem ser simplesmente parte do habitat ou podem ser construídos pelo homem
como forma de mitigação dos efeitos da fragmentação (por exemplo, um corredor para animais
atravessarem uma rodovia, ou uma escada para peixes migradores conseguiram transpor uma
barragem de uma usina hidrelétrica).
A importância dos corredores ecológicos é maior para aqueles animais que demandam
uma conexão contínua para se mover entre os fragmentos. Porém, organismos voadores (insetos
e aves) podem passar sobre uma faixa de habitat inóspito e podem não precisar de um corredor
contínuo. Ao contrário, essas espécies podem se movimentar entre grandes manchas de habitats
favoráveis caso elas tenham acesso a pequenos fragmentos no meio de caminho, onde possam
parar para se alimentar e descansar (RICKLEFS & RELYEA, 2016). Esses pequenos fragmentos
entre fragmentos maiores favoráveis são chamados de habitats stepping-stones ou trampolins.
O papel dos corredores e dos habitats trampolins é de facilitar o movimento entre
fragmentos de habitats maiores e isso tem levado ao esforço de várias nações em direção
a preservação de habitat. Por exemplo, a Índia concentra cerca de 60% de todos os elefantes
asiáticos (Elephas maximus), os quais habitam vários parques nacionais e áreas protegidas. Essas
áreas constituem-se nos fragmentos remanescentes de um habitat contínuo maior e diversos
órgãos de preservação estão trabalhando juntos para assegurar que esses habitats não sejam
destruídos para que os elefantes sobrevivam a longo prazo (RICKLEFS & RELYEA, 2016). É
importante ressaltar que a preservação desses corredores de habitat para os elefantes também vai
auxiliar a conservação de outras espécies, as quais utilizam os mesmos habitats que esses grandes
mamíferos.
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BIOGEOGRAFIA DE ILHAS
Estudos de ecologia de paisagem que tem como foco a avaliação de áreas degradas e
fragmentadas têm como principal premissa a teoria da biogeografia de ilhas, proposta
inicialmente pelos biólogos MacArthur & Wilson (1967). A premissa desse modelo é que se
uma ilha tem um determinado número de espécies, a redução de sua área resultaria em uma
ilha capaz de abrigar um número de espécies correspondente àquele de uma ilha menor. Assim,
em ambientes isolados, como as ilhas oceânicas, a riqueza é determinada por um balanço entre
imigração e emigração, mas as taxas de imigração e emigração variam de acordo com o tamanho
da ilha e com a sua distância da fonte de espécies (continente).
Este modelo tem sido utilizado em estudos de conservação em parques e reservas
naturais que são circundados por habitats impactados por agricultura, pecuária ou outras
atividades antrópicas. Essas reservas podem ser consideradas como grandes ilhas de habitats
em um ‘oceano’ de habitats destruídos. O modelo de biogeografia de ilhas prediz que quando
metade de uma ilha (ou de um habitat) é destruída, cerca de 10% das espécies presentes nesse
habitat serão eliminados. Quando mais de 90% do habitat é destruído, metade das espécies serão
perdidas; e quando 99% do habitat é degradado, mais de ¾ das espécies originais serão eliminadas
(PRIMACK & RODRIGUES, 2001).
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Figura 16 – Cobertura original e atual de fflorestas tropicais e temperadas distribuídas pelo mundo. Fonte:
Keith (2010).
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Um outro exemplo de ilha com alta taxa de endemismo, e talvez o mais notável, é a
ilha de Madagascar, no continente Africano (PRIMACK & RODRIGUES, 2001). Considerando
plantas, primatas e sapos, os índices de endemismo chegam a mais de 80%! Caso as populações,
comunidades ou habitats forem destruídos ou danificados, certamente essas espécies serão
extintas. Ocorre que a ilha de Madagascar sofreu grande pressão antrópica nos últimos anos.
Dos seus 112.000 km2 originais de florestas úmidas, restam apenas cerca de 30.000 km2 da mata
original. Isso foi consequência de uma combinação de agricultura, pastagem para gado e incêndios,
associados a um baixo índice de desenvolvimento humano (IDH = 0,51; ocupando a 158º posição
entre todos os países, de acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano da ONU de 2016)
e muitos problemas socioeconômicos. Estima-se que a taxa anual de desmatamento gire em torno
de 100 km2 por ano, o que significa que em pouco tempo não haverá mais floresta úmida, exceto
em 1,5% da ilha que se encontra sob proteção. Uma vez que Madagascar é único lugar onde ainda
existem lêmures em ambiente selvagem, a perda das florestas resultará na extinção de muitas de
suas espécies.
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Figura 19 – Modelo do processo de invasão com estágios discretos de espécie invasora e alternativas em
cada estágio. Fonte: Lockwood et al. (2013).
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INVASÃO EM ILHAS
Muitas das áreas mais severamente afetadas pelas espécies não-nativas são ilhas isoladas,
nas quais os organismos foram introduzidos provenientes das mais diversas biotas continentais.
Os organismos insulares, que evoluíram devido a ausência dos novos predadores, competidores
ou patógenos, são muitas vezes fracamente adaptados para lidar com eles. Quando colocados em
simpatria, as espécies não-nativas têm um potencial biótico maior do que as espécies insulares,
as quais começam a entrar em declínio populacional ou até extinção.
A serpente arborícola marrom, introduzida na Ásia, literalmente comeu a maioria das
aves endêmicas da Ilha de Guam até a extinção. As ilhas Havaianas também sofreram muito
com a introdução de não-nativas. O caracol arborícola nativo havaiano virou presa dos caracóis
predadores introduzidos. As maiores causas de mortalidade nas aves havaianas têm sido a malária
e os Avipoxvírus – transmitido por um mosquito que foi introduzido nas ilhas.
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Figura 20 – Mexilhões-dourados encontrados no rio Jacuí, em Porto Alegre, Sul do Brasil. Fonte: Sampaio
(2013).
Figura 21 – Modelo ilustrativo demonstrando a rota de invasão de peixes do baixo rio Paraná para o alto
rio Paraná após a construção da barragem de Itaipu em 1982 e supressão do Salto Sede Quedas. Fonte: Alves et al.
(2017).
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Figura 22 – Abundância média da piranha não-nativa Serralmus marginatus (triângulos pretos e linhas
pontilhadas) e da nativa S. maculatus (círculos cinzas e linhas sólidas) no alto rio Paraná após a remoção do Salto
Sete Quedas. Fonte: Alves et al. (2017).
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03
UNIDADE
POLUIÇÃO, SUPEREXPLORAÇÃO
E MUDANÇAS GLOBAIS
PROF. DR. GUSTAVO H. ZAIA ALVES
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 45
O MAIOR DESASTRE AMBIENTAL BRASILEIRO .................................................................................................. 46
POLUIÇÃO POR PESTICIDAS ................................................................................................................................. 47
POLUIÇÃO POR NITRATOS E FOSFATOS .............................................................................................................. 50
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA ...................................................................................................................................... 52
MUDANÇAS GLOBAIS ............................................................................................................................................. 54
DIMINUIÇÃO DA CAMADA DE OZÔNIO ................................................................................................................. 57
SUPEREXPLORAÇÃO .............................................................................................................................................. 58
SOBREPESCA ........................................................................................................................................................... 59
CONSEQUÊNCIAS DA SUPEREXPLORAÇÃO ......................................................................................................... 62
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INTRODUÇÃO
Mesmo quando um habitat não está sendo destruído ou fragmentado, as comunidades
ali presentes podem ser afetadas por atividades antropogênicas. As comunidades podem sofrer
impacto e algumas espécies podem ser extintas por fatores externos que não alteram a estruturas
dominante da comunidade, fazendo com que esse dano não seja imediatamente notado.
Por exemplo, atividades de mergulho e canoagem em áreas de recife de coral degradam
a comunidade uma vez que as espécies mais frágeis vão sendo danificadas pouco a pouco pelo
contato dos seres humanos, pelos cascos dos navios e pelas âncoras. A maneira mais sutil de
degradação ambiental é a poluição ambiental, sendo as principais causas dessa degradação os
pesticidas, os produtos químicos e o esgoto liberado por indústrias e comunidades, emissões de
gases por fábricas e automóveis e a erosão de encostas.
Existe, na natureza, um equilíbrio biológico entre todos os seres vivos. Neste sistema
em equilíbrio, os organismos produzem substâncias que são úteis para outros organismos
e assim sucessivamente. A poluição vai existir toda vez que resíduos (sólidos, líquidos ou
gasosos) produzidos por microrganismos ou lançados pelo homem na naturezaforem superiores
à capacidade de absorção do meio ambiente, provocando alterações na sobrevivência das
espécies. A poluição pode ser entendida, ainda, como qualquer alteração do equilíbrio ecológico
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Figura 23 – O impacto direto da onda de lama sobre o rio Doce. Fonte: Fernandes et al. (2016).
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Na Figura 23, a imagem A mostra o rio alguns dias após o desastre no município de
Camargos (MG); a imagem B mostra peixes mortos nos arredores do Parque do Rio Doce; a
imagem C mostra peixes mortos em Governador Valadares (MG); a imagem D mostra uma
fotografia aérea da foz do rio Doce no Oceano Atlântico, 25 dias após o rompimento da barragem.
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Isso ocorre porque a biomassa em algum determinado nível trófico é produzida a partir
de uma biomassa muito maior ingerida do nível abaixo. Portanto, os carnívoros de topo tendem
a ser mais gravemente afetados por compostos tóxicos no ambiente (REECE et al., 2015). Estes
pesticidas eram usados em plantações para matar insetos e pulverizados em lagos para matar
larvas de mosquito, porém prejudicavam as populações nativas.
Um estudo clássico sobre os pesticidas examinou o papel do inseticida DDT
(diclorodifeniltricloroetano) nas aves predadoras de topo nos EUA. Após a Segunda Guerra
Mundial, o emprego do DDT era muito comum e sua aplicação ocorria em larga escala. No
entanto, na época suas consequências ecológicas ainda não eram compreendidas completamente.
Por volta da década de 1950, foi descoberto que o DDT persiste no ambiente e é transportado
pela água para áreas distantes de onde é aplicado.
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Um dos primeiros sinais de que o DDT era um problema ambiental grave foi o declínio
nas populações de diversas aves comuns da região costeira dos EUA, incluindo pelicanos e
águias, animais que se alimentam no topo da teia alimentar. Quando o DDT entra no mar, ele
se liga às algas e torna-se cerca de 10 vezes mais concentrado do que na água. Quando as algas
são consumidas pelo zooplâncton, esse pesticida se acumula nos tecidos desses animais até que
haja uma concentração cerca de 800 vezes maior que a da água. Quando os pequenos peixes
se alimentam do zooplâncton e os peixes maiores se alimentam dos menores, o DDT pode
ficar cerca de 30 vezes mais concentrado. Finalmente, quando uma ave se alimenta dos peixes
altamente concentrados em DDT, ela amplifica a concentração dessa toxina em seu tecido em
aproximadamente 10 vezes (Figura 25).
Resumindo, no topo da cadeia alimentar o DDT está cerca de 276 mil vezes mais
concentrado no corpo da ave que se alimentou de peixes do que estava concentrado na água. O
acúmulo de DDT (e DDE, produto da sua decomposição) nos tecidos dessas aves interfere na
deposição de cálcio nas cascas dos seus ovos. Assim, quando as aves tentavam incubar seus ovos,
o peso dos pais rompia as cascas dos ovos afetados, resultando no declínio catastrófico nas taxas
de reprodução das aves (REECE et al., 2015).
Após a compreensão da relação entre o DDT e o declínio populacional das aves, o uso
do DDT foi banido nos EUA a partir de 1972. Entretanto, em muitos países tropicais, o DDT
ainda é utilizado para controlar os mosquitos transmissores da malária e de outras doenças. No
Brasil, por exemplo, organoclorados só são permitidos para o controle da malária, doença de
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Na Figura 26, temos em A: mapa mostrando a extensão da floração de algas (em verde)
no lago; e em B: peixe sufocando nas margens do lago.
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA
A emissão de gases tóxicos por veículos automotores é uma das maiores fontes
de poluição atmosférica. Nas cidades, os veículos são responsáveis por 40%
da poluição do ar, porque emitem gases como o monóxido (CO) e o dióxido de
carbono (CO2 ), o óxido de nitrogênio (NO), o dióxido de enxofre (SO2 ), derivados
de hidrocarbonetos e chumbo. As refinarias de petróleo, indústrias químicas
e siderúrgicas, fábricas de papel e cimento emitem enxofre, chumbo e outros
metais pesados, e diversos resíduos sólidos.
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Figura 27 - Mortalidade de três espécies de peixes nativas à bacia do alto rio Paraná (Astyanax lacustris,
Moenkhausia bonita e M. forestii) em relação a diferentes concentrações de fuligem da palha de cana-de-açúcar (0,0
a 2,5 g/L). Fonte: Gonino (2016).
MUDANÇAS GLOBAIS
Devido à circulação da atmosfera e dos oceanos, certos tipos de poluição têm
consequências globais: seus efeitos se estendem muito além das fontes de poluição. De longe, a
pior destas mudanças no ambiente é a destruição da camada de ozônio na atmosfera superior e
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Esse aumento notável de CO2 tem preocupado os cientistas pois existe um vínculo
muito forte com o aumento da temperatura global, também demonstrada
na Figura 6. Há evidências de que houve um aumento da temperatura global
média de 0,5oC no século XX e, de acordo com o Painel Intergovernamental
REFLITA sobre Mudanças Climáticas (IPCC - http://www.ipcc.ch/), este aumento está
relacionado com atividades antrópicas, incluindo o aumento na emissão dos
gases do efeito estufa.
Figura 29 - O iceberg de 350 x 380 metros se desprendeu da geleira Grey, localizada no Parque Nacional
Torres del Paine, na Patagônia chilena. Fonte: Chile’s National Forest Corporation (CONAF, 2017).
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Por exemplo, a maciça calota polar no Ártico diminuiu aproximadamente 45% nos
últimos 30 anos. De forma similar, a diminuição de gelo de 2002 a 2010 na Antártica foi de mais
de 1300 gigatoneladas métricas; na Groenlândia esse declínio foi de mais de 1700 gigatoneladas
métricas (RICKLEFS & RELYEA, 2016).
Esses derretimentos, combinados com o aquecimento global dos oceanos, devem causar
aumento nos níveis do mar.
Desde 1870, pesquisadores têm aferido as marés oceânicas e, como esperado, observaram
um incremento constante no nível do mar. Durante os últimos 20 anos, o nível do mar está
subindo mais de 3 milímetros por ano. Isso significa que o mar se elevará cerca de 0,3 metros a
cada 100 anos, o que é suficiente para afetar habitats em ilhas e em zonas costeiras (RICKLEFS
& RELYEA, 2016).
Os modelos climáticos sugerem que, em algumas décadas, poderá não haver mais gelo
durante o verão desses ambientes, diminuindo o habitat de ursos polares, focas e aves marinhas.
Através de estudos de como os períodos anteriores ao aquecimento e resfriamento global afetaram
as comunidades vegetais, os ecólogos estão tentando prever as consequências das mudanças
futuras na temperatura. A análise de pólen fóssil indica que as comunidades vegetais mudam
drasticamente com as alterações térmicas.
As mudanças climáticas passadas, no entanto, aconteceram gradualmente e sem a
influência antrópica, e a maioria das populações vegetais e animais teve tempo suficiente de
migrar para áreas onde as condições abióticas permitiam a sua sobrevivência (REECE et al.,
Para uma visão mais abrangente sobre o aquecimento global e suas consequ-
ências, assista ao documentário “Uma verdade inconveniente”, ministrado pelo
ambientalista e ex-candidato a presidência dos EUA, Al Gore. Trailer disponível
em:
<https://www.youtube.com/watch?v=MwxMrnDkbPU>.
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Alguns estudos mais recentes também mostram que a camada de ozônio sobre a Antártica
tem ficado substancialmente menor desde a metade da década de 1970 (Figura 30).
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Figura 30 - Erosão da camada de ozônio da Terra. O buraco da camada de ozônio sobre a Antártica é visível
como mancha azul-escuro nessas imagens com base em dados atmosféricos. Fonte: REECE et al. (2015).
SUPEREXPLORAÇÃO
Os seres humanos sempre caçaram ou exploraram recursos naturais para suprir suas
necessidades básicas de sobrevivência. Enquanto populações humanas eram pequenas e seus
métodos de colheita eram simples, as pessoas podiam colher as plantas e os animais de seu
ambiente de maneira sustentável, sem levar nenhuma espécie à extinção. Porém, assim que as
populações humanas cresceram, o uso do ambiente se intensificou e os métodos de colheita e
caça se tornaram mais eficientes, o que levou o homem a explorar os recursos naturais de maneira
que não houvesse tempo para o mesmo se recuperar para ser explorado novamente (PRIMACK
& RODRIGUES, 2001).
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SOBREPESCA
Nas últimas décadas a importância da pesca como atividade econômica e social cresceu
consideravelmente, chegando a destacar-se como principal atividade em algumas comunidades,
regiões e até países. Peixes e outros organismos aquáticos constituem importante fonte de
alimento no mundo atual, contribuindo com cerca de 16% de toda a proteína consumida pela
humanidade. Estima-se que aproximadamente metade da população mundial tenha no peixe
20% de sua dieta.
A exploração dos recursos pesqueiros apresenta os mais variados padrões, contemplando
desde métodos simples e, em termos unitários, de baixo impacto ambiental, como a pesca com
linha e anzol (pesca recreacional e de subsistência), até aqueles que se utilizam artes de arrasto
(comercial/acidental). Estas, além de afetarem o pescado, já que, dependendo do fator de seleção,
capturam tudo o que encontram pela frente, ainda causam significativas alterações no ambiente.
No período pós 2ª Guerra, a partir de 1945, as capturas de pescado marinho aumentaram
exponencialmente. O crescimento e desenvolvimento tecnológico das embarcações pesqueiras
e técnicas de navegação fizeram com que as embarcações se tornassem mais eficientes em seus
métodos de captura. O crescimento populacional humano também elevou essa demanda por
pescado e contrastou com o estado de exploração dos estoques marinhos. Segundo REECE et al.
(2015),
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Com a crescente exploração estimulada por esses preços altos, em cerca de 10 anos a
população do atum-verdadeiro do Atlântico Norte ocidental foi reduzida a menos de 20% do seu
tamanho em 1980 e continua em declínio acentuado até hoje (Figura 32).
Figura 32 – Exploração do atum do Atlântico. Fonte: New England Bluefin Tuna (2010).
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O problema desta última suposição está no fato de que, em um sistema sem presas,
logicamente não há predadores, e uma pesca excessiva acaba por estabelecer um sistema de
feedback positivo de depleção geral, com difícil recuperação dos estoques em todos os níveis.
CONSEQUÊNCIAS DA SUPEREXPLORAÇÃO
A consequência mais básica de uma superexploração (ou sobrepesca) é óbvia: se
forem removidos muitos indivíduos de uma população, vamos submetê-los aos problemas de
populações pequenas. Nem todos os indivíduos em uma população estão igualmente susceptíveis
à superexploração; sua vulnerabilidade pode ser influenciada pelo seu tamanho, idade, sexo,
fenótipo, etc. Consequentemente, a estrutura de uma população, particularmente sua idade, sexo
e composição genética, pode ser mudada por meio de superexploração.
Na maioria dos pescados, por exemplo, os peixes mais rentáveis e comercialmente mais
valiosos são aqueles de maior tamanho, e mais velhos (não ‘idosos’, mas sexualmente maduros);
no entanto, estes indivíduos são aqueles que também têm a maior capacidade reprodutiva.
Consequentemente, os efeitos da sobrepesca são catastróficos porque as decisões de quanto e
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04
UNIDADE
CONSERVAÇÃO DE POPULAÇÕES
E COMUNIDADES
PROF. DR. GUSTAVO H. ZAIA ALVES
SUMÁRIO DA UNIDADE
INTRODUÇÃO ........................................................................................................................................................... 64
O PROBLEMA DAS POPULAÇÕE PEQUENAS ........................................................................................................ 65
POPULAÇÃO EM DECLÍNIO .................................................................................................................................... 71
CONSERVAÇÃO DE COMUNIDADES ....................................................................................................................... 71
STATUS DAS ÁREAS PROTEGIDAS EXISTENTES .................................................................................................. 75
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INTRODUÇÃO
Como já explanado na Unidade 1, uma população é um conjunto de indivíduos
pertencentes à mesma espécie, que convivem em uma mesma área em um mesmo período de
tempo. Os profissionais que trabalham com conservação em níveis de população e de espécie
empregam duas abordagens principais. Uma abordagem enfoca populações que são pequenas
e, por isso, muitas vezes vulneráveis. A outra dá ênfase às populações que estão declinando
rapidamente, apesar de não serem tão pequenas
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Figura 34 – Populações pequenas e a probabilidade de extinção demonstrada nas ilhas Canal, na costa do
estado da Califórnia (EUA). Fonte: Ricklefs & Relyea (2016).
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É importante ressaltar que para se planejar a proteção a longo prazo de uma espécie
ameaçada, deve-se considerar as necessidades da espécie em anos normais, bem como em anos
quando ocorrem eventos excepcionais. Esses eventos podem ser secas prolongadas, regimes
de chuvas fora do normal, grandes furacões, incêndios, erupções vulcânicas ou qualquer outro
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Após determinar uma PMV para uma espécie, deve-se calcular a extensão de habitat
adequada para manter essa PMV, ou seja, o quanto de espaço essa população necessita para
manter populações mínimas viáveis. Essa área chama-se Área Dinâmica Mínima (ADM).
Estima-se que são necessárias reservas de 10.000 a 100.000 hectares (ha) para a preservação de
populações de pequenos mamíferos. Por exemplo, para manter populações viáveis do mico-
leão-dourado são necessários de 2.700 a 3.600 ha de Mata Atlântica (PAGLIA, 2003). Porém,
espécies de grande porte geralmente necessitam de grandes áreas. A onça pintada do Pantanal,
por exemplo, necessita de um espaço enorme para manter PMV, considerando que um único
indivíduo ocupa uma área de cerca de 14.200 ha (PRIMACK & RODRIGUES, 2001).
Apesar das exceções, a maioria das populações necessita de muitos indivíduos para sua
proteção, e as espécies com baixa densidade demográfica encontram-se em perigo maior de
extinção. De acordo com Primack & Rodrigues (2001), as populações pequenas estão sujeitas a
um declínio acelerado por problemas resultantes da perda de variabilidade genética, endogamia
e deriva genética, por causa de flutuações demográficas devido a variações ao acaso nas taxas
de nascimento e mortalidade, e também devido a flutuações ambientais estocásticas (aquelas
imprevisíveis) como interações biológicas, incidência de doenças, falta de alimento e catástrofes
naturais (incêndios, enchentes, secas, furacões, etc.).
A variabilidade genética é o assunto-chave na abordagem da população pequena. Em
populações pequenas, as frequências de certos alelos podem ser diferentes de uma geração para
outra, randomicamente, dependendo simplesmente do intercruzamento dos indivíduos. Esse
Vale ressaltar que nem todas as populações pequenas são levadas à extinção
pela diversidade genética baixa, e a variabilidade genética baixa não conduz,
necessariamente, à populações permanentemente pequenas. Por exemplo,
a sobrecaça de elefantes marinhos do Norte na década de 1890 diminuiu sua
REFLITA população para apenas 20 indivíduos – reduzindo drasticamente a variabilidade
genética. Desde aquela época até hoje, entretanto, as populações dessa espécie
aumentaram para cerca de 150.000 indivíduos, embora sua variação genética
permaneça relativamente baixa (REECE et al., 2015). Dessa forma, a diversidade
genética baixa nem sempre impede o crescimento populacional, porém, as
chances de a população ser dizimada por fatores estocásticos, ou pelo simples
fato de uma característica importante ser perdida, é muito maior.
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POPULAÇÃO EM DECLÍNIO
A abordagem da população em declínio tem o foco voltado para as populações ameaçadas
e em perigo que mostram uma tendência de diminuição, mesmo que a população esteja bem
acima da sua PMV. A abordagem da população pequena enfatiza a pequenez em si como causa
definitiva da extinção de uma população, especialmente mediante a perda de diversidade genética.
Por outro lado, a abordagem da população em declínio enfatiza os fatores ambientais primários
que causaram o declínio de determinada população. Se, por exemplo, uma área é desmatada,
as espécies que dependem das árvores diminuirão em abundância e serão extintas localmente,
retendo ou não variabilidade genética (REECE et al., 2015).
A abordagem da população em declínio requer que os biologistas da conservação avaliem
com cuidado as causas do declínio populacional, antes de adotarem etapas para corrigi-lo. Se
uma espécie invasora como o tucunaré no rio Paraná estiver ameaçando uma espécie de peixe
nativa (seja por competição ou por predação), os gestores precisam reduzir ou eliminar o invasor
CONSERVAÇÃO DE COMUNIDADES
Embora os esforços de conservação historicamente focalizem a salvação de espécies
de maneira individual, os esforços atuais buscam sustentar a biodiversidade de comunidades,
ecossistemas e paisagens. A conservação de comunidades biológicas é o modo mais eficaz de
preservação da biodiversidade como um todo.
Como nós temos recursos e conhecimento suficientes para manter em cativeiro somente
uma pequena parcela das espécies do mundo, conservar comunidades em grandes áreas de habitat
é a única forma de se preservar espécies em larga escala. As comunidades biológicas podem
ser preservadas através do estabelecimento de áreas protegidas, implementação de medidas de
conservação fora das áreas protegidas, e restauração das comunidades biológicas em habitats
degradados.
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Assim, as UCs são espaços territoriais, incluindo seus recursos ambientais, com
características naturais relevantes, que têm a função de assegurar a representatividade de
amostras significativas e ecologicamente viáveis das diferentes populações, comunidades, habitats
e ecossistemas do território nacional e das águas jurisdicionais, preservando o patrimônio
biológico existente (MMA, 2017). As unidades de conservação da esfera federal do governo
são administradas pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Nas esferas estadual e municipal, por meio dos Sistemas Estaduais e Municipais de Unidades de
Conservação.
As UCs dividem-se em dois grandes grupos: as Unidades de Proteção Integral e as
Unidades de Uso Sustentável. Abaixo, iremos explorar cada uma dessas categorias e entender
cada uma de suas subcategorias.
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Até 2020, pelo menos 17% de áreas terrestres e de águas continentais e 10% de
áreas marinhas e costeiras, especialmente áreas de especial importância para
biodiversidade e serviços ecossistêmicos, terão sido conservados por meio de
sistemas de áreas protegidas geridas de maneira efetiva e equitativa, ecologi-
camente representativas e satisfatoriamente interligadas e por outras medidas
espaciais de conservação, e integradas em paisagens terrestres e marinhas mais
amplas (CBD, 2010).
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Conheça mais sobre a APA das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná na reportagem
feita pela Rede Parananense de Comunicação (RPC), vinculada à rede Globo. A
reportagem em vídeo pode ser acessada pelo link a seguir:
http://redeglobo.globo.com/rpctv/meuparana/noticia/2015/11/meu-para-
na-mergulha-nas-aguas-e-nos-misterios-do-rio-parana.html.
Um outro exemplo de eficácia de conservação é o Parque Santa Rosa, na Costa Rica. Esse
parque conta com pequenas áreas protegidas, cobrindo apenas 0,2% do território do país. Mesmo
com uma pequena área de proteção, o parque abriga cerca de 55% das populações reprodutivas de
mariposas da Costa Rica. Este parque encontra-se dentro do Novo Parque Nacional Guanacaste
com 82.000 há, onde estima-se estarem quase todas as espécies de mariposas (PRIMACK &
RODRIGUES, 2001).
Esses exemplos demonstram que as áreas protegidas podem incluir muitas espécies de
um país. Também, mostram a importância dessas áreas para conter a perda da biodiversidade
por meio de ações antrópicas como a introdução de espécies invasoras e a fragmentação de
habitat. No entanto, o futuro a longo prazo dessas espécies é incerto. As populações de muitas
espécies podem reduzir-se tanto em tamanho que, eventualmente, estas chegarão a extinção
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Utilidade – As espécies que têm um valor real ou potencial têm mais importância para
a conservação do que as espécies que não apresentam nenhuma utilidade evidente para os seres
humanos. Por exemplo, as diferentes espécies de Salmão são importantes fontes de proteína para
muitas populações humanas pelo mundo e, por essa razão, têm mais prioridade que peixes de
pequeno porte e sem valor comercial aparente. Uma outra utilidade são as espécies que chamam
atenção por sua beleza e comportamento, como os elefantes e girafas africanas, que movimentam
o turismo de safari nesse continente.
Atenção! De acordo com Hunter & Gibbs (2007), existem muitas ideias de como
uma reserva ideal deve ser e algumas questões-chaves foram definidas para
isso (Figura 39):
1. Reservas maiores são melhores do que reservas menores, pois uma reserva
maior é capaz de abrigar mais espécies.
2. É preferível uma única reserva grande a múltiplas reservas pequenas
equivalentes em áreas (assumindo que todas representem o mesmo
ecossistema).
3. Caso seja necessário ter múltiplas reservas, estas devem estar próximas
umas das outras para minimizar o isolamento das populações.
4. Organizar pequenas reservas em agrupamentos, ao contrário de uma forma
linear, também facilitará o movimento das populações entre as reservas.
5. Conectar as reservas com corredores ecológicos facilita a dispersão para
muitas espécies.
6. As reservas devem ter formatos tão circulares quanto possível. Dessa
forma, a dispersão dentro da reserva será melhorada e os efeitos negativos
das bordas serão minimizados.
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Figura 39 – Princípios de planejamento de uma reserva, propostos com base na teoria de biogeografia de
ilhas. Fonte: Primack & Rodrigues (2001).
Na Figura 39, os princípios apresentados têm sido objeto de muita discussão, mas de
maneira geral, aqueles mostrados à direita são preferíveis aos da esquerda.
Existe um grande debate sobre se devemos criar inúmeras unidades pequenas ou
menos unidades maiores. Alguns argumentam que as unidades de conservação pequenas e
não conectadas podem retardar a propagação de doença entre as populações. Um argumento a
favor das unidades de conservação grandes é o de que animais de grande porte com densidades
populacionais baixas, como a onça pintada, necessitam de habitats extensos.
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