O professor Antônio Virgílio discorreu sobre os desafios para a formação em
Psicologia. Iniciou falando da importância de levar-se em consideração o contexto, que
é o conceito macrossocial, ou seja, a formação do profissional psicólogo deve ser pautada na realidade do Brasil em seu cenário atual: um país periférico, oitava economia do mundo, apresenta uma profunda desigualdade social, possui uma ausência de políticas públicas para um desenvolvimento mais harmônico. Revela grandes desigualdades regionais e tem grande dependência tecnológica em relação a outras nações. O Brasil vive uma profunda crise política (com a destituição de um governo legítimo, eleito democraticamente), econômica e social (o Brasil volta a integrar o mapa da fome da Organização das Nações Unidas). As especificidades para se formar um psicólogo com todo o conhecimento necessário, teórico e prático. O professor ressaltou que a pesquisa é um processo contínuo, é buscar o conhecimento. Não existe ou pelo menos não deveria existir uma pesquisa dissociada da prática, tendo como ponto capital as demandas sociais. Inclusive tendo como atuação, diante da diversidade, como resultante das diferentes concepções de homem, de sociedade, de ciência, buscar atender a população pobre, excluída, sendo necessária uma reestruturação para tal. Em 1962 havia um currículo, sendo reformado em 2004 com as novas diretrizes curriculares. Diante deste novo cenário, um cenário futuro repleto de incerteza, como bem colocado na apresentação, o papel do psicólogo é sempre estar estudando e, assim, atualizando seus conhecimentos independente da abordagem em que atue, até mesmo porque “a nossa matéria prima são as pessoas”. O exemplo da criança foi oferecido, que desde pequena está imersa em toda a tecnologia digital disponível, realidade esta que não pode ser negada ou simplesmente desconhecida pelo profissional psicólogo. O professor tratou da psicologia como uma amplitude de fenômenos. Suas diferentes interfaces devem ser levadas em consideração bem como com as ciências biológicas (o conhecimento de fisiologia), as ciências humanas, as ciências sociais aplicadas (uma visão da filosofia, da antropologia, da sociologia), as ciências da saúde. Na fala do professor: “Não podemos prescindir de conhecimentos”. Na verdade, o conhecimento psicológico não é uma coisa que está terminada, mas está em constante construção; não tem uma única cara, não fala uma única língua. Existem diferentes perspectivas, pontos de vista e explicações teóricas. Quanto à formação complementar dos psicólogos, carente de mais estudos, os dados atuais indicam fortemente um profissional em busca contínua por complementação de sua formação, investindo principalmente em atividades que possam dar suporte a sua atuação profissional, tais como cursos de curta duração, supervisão e grupos de estudos. Essa característica também foi extremamente forte na pesquisa de 1988, quando se apontou que a própria categoria de psicólogos constitui uma importante fatia do mercado de trabalho dos profissionais (supervisões, cursos e realização de psicoterapia, vista como processo de desenvolvimento pessoal importante para o exercício da Psicologia, dependendo da abordagem teórica abraçada). Algumas considerações da obra: O Trabalho do Psicólogo no Brasil.
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