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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA _ VARA DO TRABALHO DE

______________ – SP.

Reclamante, (nacionalidade), (estado civil), nascido em ___/___/____, filho de (nome da mãe),


(profissão), portador da cédula de identidade RG nº ___________ e inscrito no CPF/MF sob o
nº __________, CTPS nº __________, série ________, PIS ____________, residente e
domiciliado na (endereço completo), por seus advogados e procuradores adiante assinados,
conforme instrumento particular de mandato anexo vem, mui respeitosamente a presença de
V. Ex.ª, propor a presente

RECLAMAÇÃO TRABALHISTA

Pelo Rito Ordinário

em face de _______________, empresa inscrita no CNPJ/MF sob o nº ___________, situada na


(endereço completo), pelas razões de fato e de direito adiante aduzidas:

PREAMBULARMENTE

a) DAS COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

O reclamante deixa de submeter a presente demanda ao crivo das Comissões de Conciliação


Prévia, uma vez que, consoante a regra insculpida no artigo 5º, inciso XXXV da Constituição
Federal, o mesmo tem o direito de submeter diretamente a esta Justiça Especializada a
apreciação da lide, entendimento este, devidamente sedimentado pela Súmula nº 02 do
Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região.

b) DA JUSTIÇA GRATUITA

Esclarece o reclamante que é pessoa pobre na acepção jurídica do termo, não reunindo
condições de demandar a presente ação sem prejuízo de seu sustento próprio e de seus
familiares.
Nessa esteira, roga que essa Justiça Especializada do Trabalho lhe conceda, a teor da Súmula 05
do Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, bem assim, recente Súmula 463 do
Colendo TST, os benefícios da JUSTIÇA GRATUITA.

Para tanto, acosta ao presente competente Declaração de Hipossuficiência, firmada nos moldes
das d. Súmulas aqui invocadas.

c) DO ENQUADRAMENTO SINDICAL

Consoante se demonstra da juntada do “Termo de Homologação de Rescisão do Contrato de


Trabalho”, o reclamante pertencia à categoria dos ________________, devendo ser observadas
as regras das inclusas Convenções Coletivas de Trabalho.

I - DO PACTO LABORAL

O obreiro foi admitido na reclamada em ___________, sendo que nesta ocasião a mesma
chamava-_______________, conforme se depreende da anotação de sua CTPS. Nesta
oportunidade, seu cargo era o de Técnico de Segurança e Meio Ambiente.

Neste ponto, relevante ainda mencionar que em _______ a razão social de seu empregador
fora alterada para ______________, fruto da união da ___________________.

Sequencialmente, temos que em ________ a razão social passou a ser ___________, em


___________ foi alterada para _________________, em __________ passou a se chamar
______________ e, por fim, a partir de ____________ fora alterada para ______________.

Pois bem.

No decorrer do pacto laboral e em virtude de seu notado desempenho, o reclamante fora


alçado oficialmente ao cargo de ______________, cargo este que exerceu até sua dispensa
injustificada, em ______________

Aqui, insta salientar que a remuneração dos funcionários da reclamada é composta pelo salário
base somado aos adicionais existentes, quer sejam, ________________________, os quais são
percentuais sobre o mesmo, integrando a remuneração de todos aqueles que laboram em
regime de turnos ininterruptos, o que se verá da ficha de atualização da CTPS e também da sua
Ficha de Empregado, quais a juntada desde logo se requer.
Tais adicionais, consoante se depreende do teor consignado na ____________________ do
Acordo Coletivo anexo, não possuem caráter de verbas personalíssimas, pois, os mesmos são
devidos a todos os funcionários que atuam em regime de turno e mantêm-se expostos às
substâncias periculosas.

Assim, dadas peculiaridades dos trabalhos, um turno sucedia o outro, continuando e/ou
terminando os trabalhos que eram iniciados no turno anterior, realizando as tarefas com a
mesma perfeição técnica.

Ocorre, Excelência, que durante a integração das empresas do _____________, o que fora
inicialmente narrado, os funcionários oriundos da _________, __________ e __________
foram reunidos no mesmo setor que o reclamante, realizando funções idênticas, inclusive
tendo de serem instruídos pelo mesmo, acerca dos trabalhos em geral, considerando a
complexidade da planta da ré.

Relevante ressaltar que, independentemente da nomenclatura do cargo, todos os empregados


que atuam no setor de segurança industrial desenvolvem a mesma função, desempenhando as
mesmas tarefas, com igual perfeição técnica.

O aqui asseverado se faz passível de verificação, inclusive, na Descrição de Atividades contida


no PPP do obreiro (anexo), donde se observa que o mesmo era responsável por “(descrição da
função).”

Contudo, Excelência, apesar de realização de trabalhos prestados ao mesmo empregador, na


mesma localidade e com a mesma perfeição técnica, havia enorme disparidade de
remuneração entre o autor e o paradigma (nome do paradigma), o que será minuciosamente
abordado em tópico específico.

Destarte, ante todo o exposto, ingressa em juízo com vistas a obter o necessário provimento
jurisdicional, conforme passa a narrar de maneira específica.

II – DA EQUIPARAÇÃO SALARIAL

a) DA IDENTIDADE DE FUNÇÕES
Conforme explanado acima, na descrição do pacto laboral, houve integração das empresas do
____________, sendo que os funcionários oriundos da ________, ______ e ________ foram
reunidos no mesmo setor que o reclamante, realizando funções idênticas, inclusive tendo de
serem instruídos pelo mesmo acerca dos trabalhos em geral, considerando a complexidade da
planta da ré, muito maior e mais ampla que as das demais empresas.

Dentre esses funcionários, destaca-se o paradigma __________________.

Como salientado, independentemente da nomenclatura do cargo, autor e paradigma


realizavam todas as tarefas de forma idêntica, com igual perfeição técnica, prestada ao mesmo
empregador e na mesma localidade, porém, com uma discrepância salarial considerável.

Neste ponto, passível de verificação que no ano de sua dispensa o reclamante percebia a
remuneração integral no aporte de R$ __________ (___________), conquanto o paradigma
percebia a soma de R$ ________________ (_____________________), ou seja, uma diferença
no aporte de 47%.

Note-se que a despeito da nomenclatura do cargo, ambos desempenhavam as mesmas


funções, sendo que o senhor (paradigma) ganhava valores bem acima daqueles pagos ao
obreiro, os quais também refletem sobre as verbas decorrentes dos adicionais referenciados
alhures.

Resta cristalino, Excelência, que a reclamada sonegou ao obreiro o direito a uma remuneração
compatível com sua função, vez que tanto o reclamante quanto seu paradigma atuavam no
desempenho de labor idêntico.

Nem se argumente de diferença de produtividade, pois, os profissionais do setor de segurança


industrial, onde o autor laborou, trabalham em regime de turnos ininterruptos de
revezamento, procedendo trocas de serviço livremente entre si.

Assim, dadas as peculiaridades dos trabalhos, um turno sucedia o outro, continuando e/ou
terminando os trabalhos que eram iniciados no turno anterior, realizando as tarefas com a
mesma perfeição técnica.

Verifica-se da Ficha de atualização cadastral (prova emprestada) que o paradigma foi integrado
aos quadros da reclamada em _____________, entretanto com nomenclatura de
_____________o, enquanto o autor, já desempenhava tais funções no âmbito da ré, em que
pese, com nomenclatura diversa.

Fato é que deve ser celebrado o princípio da primazia da realidade, pouco importando a
nomenclatura dada ao cargo e, sim, que ambos desenvolviam a função de técnicos de
segurança do trabalho, no mesmo setor, com idênticas funções e atribuições.

Nem se argumente ainda que as diferenças derivam de verbas personalíssimas, pois, como já
dito alhures, os adicionais existentes, são percentuais sobre o salário base e tem a mesma
incidência, conforme Cláusula __________ do Acordo Coletivo de Trabalho, bem como se verá
de sua Ficha de Empregado, que a juntada desde logo se requer.

Destarte, a equiparação salarial é medida que se impõe, posto que tanto a doutrina, quanto a
jurisprudência são cristalinas, no sentido de que sendo idêntica a função, todo trabalho de
igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário.

Esta é a expressão dos artigos 5º e 461 da Consolidação das Leis do Trabalho, que tem como
fundamento o inciso XXX do artigo 7º da Constituição Federal, o qual proíbe a diferença de
salários, de exercício de funções e de critério de admissão, por motivo de sexo, idade, cor ou
estado civil.

Verificado, então, os pressupostos para a isonomia, ou seja, a identidade de função com a


mesma produtividade e qualidade; a identidade de empregador e de local de trabalho; e, por
fim, a de tempo de serviço na função; em não havendo fato impeditivo, modificativo ou
extintivo do direito do empregado, força se impor a equiparação salarial.

Não é outro o entendimento da jurisprudência do Egrégio Tribunal Regional do Trabalho da 2ª


Região, a qual pedimos vênia de colacionar:

“EQUIPARAÇÃO SALARIAL. IDENTIDADE DE FUNÇÕES. ART. 461, "CAPUT", DA CLT. Demonstrado


o exercício das mesmas atividades que aquelas realizadas pelo paradigma, surge a identidade
de funções e independentemente do nome atribuído ao cargo, impõe-se a equiparação
salarial, nos moldes do artigo 461, caput, da CLT. (TRT 2ª Região, 4ª Turma, rel. Carlos Roberto
Husek, RO nº 20050494397 , 16/08/2005).

Equiparação salarial - Prova. Existindo nos autos, como na espécie, provas satisfatórias de que
reclamante e paradigma efetivamente exerciam as mesmas funções, necessário se faz o
deferimento da equiparação salarial por aquele primeiro postulada. Recurso Ordinário provido,
no particular. (TRT 2ª Região, 7ª Turma, rel. Yone Frediani, RO nº 20030307443 , 11/07/2003).
Na mesma linha, já se manifestou o E. Tribunal do Regional do Trabalho da 1ª Região, senão
vejamos:

“EQUIPARAÇÃO SALARIAL. ARTIGO 461 DA CLT. Os requisitos ensejadores da equiparação


elencados no art. 461 da CLT são: trabalho para o mesmo empregador, na mesma localidade,
mesma função simultaneamente, igual produtividade e perfeição técnica e diferença de
exercício na mesma função não superior a dois anos e, por fim, inexistência de quadro de
carreira. A questão sobre o ônus probatório das controvérsias relativas à equiparação salarial
foi resolvido pela Súmula 6, VIII do TST, quando informa que a prova das excludentes que
afastam a isonomia salarial (tempo superior a 02 anos e existência de quadro de carreira,
diferença de perfeição técnica e diferença de produtividade) recai sobre o empregador,
bastando ao empregado a comprovação do fato constitutivo do direito perseguido, ou seja, a
identidade de função. (TRT-1 - RO: XXXXX20145010014 RJ, Relator: ANGELO GALVAO
ZAMORANO, Data de Julgamento: 02/03/2015, Terceira Turma, Data de Publicação:
25/03/2015).”

Tal entendimento, ainda, é esposado pela Súmula nº 6, incisos II, III, IV e VIII, do Colendo
Tribunal Superior do Trabalho, in verbis:

“Súmula nº 6 do TST

II - Para efeito de equiparação de salários em caso de trabalho igual, conta-se o tempo de


serviço na função e não no emprego. (ex-Súmula nº 135 - RA 102/1982, DJ 11.10.1982 e DJ
15.10.1982)

III - A equiparação salarial só é possível se o empregado e o paradigma exercerem a mesma


função, desempenhando as mesmas tarefas, não importando se os cargos têm, ou não, a
mesma denominação. (ex-OJ da SBDI-1 nº 328 - DJ 09.12.2003)

IV - É desnecessário que, ao tempo da reclamação sobre equiparação salarial, reclamante e


paradigma estejam a serviço do estabelecimento, desde que o pedido se relacione com
situação pretérita. (ex-Súmula nº 22 - RA 57/1970, DO-GB 27.11.1970)

VIII - É do empregador o ônus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da


equiparação salarial. (ex-Súmula nº 68 - RA 9/1977, DJ 11.02.1977)” [g.n.].

Nessa senda, colacionamos oportuna jurisprudência do Pretório Excelso, ipisis litteris:


“Desde que idêntica a função e igual o trabalho, em valor, deverá ocorrer a equiparação
salarial, a menos que possua o empregador quadro de pessoal organizado em carreira ( CLT,
art. 461 § 2º e 3º). As disposições inscritas no art. 461 da CLT. são compatíveis com o princípio
constitucional da isonomia salarial, dado que a igualdade consiste em tratar desigualmente aos
desiguais e igualmente aos iguais. STF RE 116.565.1 - Ac. 2a T, 2.10.90, Relator Ministro Carlos
Velloso, publicado na Revista LTr., vol. 55 no 3, pág. 338).”

Dessa forma, exsurge de maneira cristalina a obrigação da reclamada em proceder à


equiparação salarial do reclamante com o paradigma.

Para fins de espancar qualquer ilação da ré, trazemos à baila que tal previsão ainda é celebrada
nas inclusas CCT’s acostadas:

(Trechos das CCT’s).

Tal equiparação deverá refletir em suas respectivas integrações, como adicionais de turno
supracitados, no aviso prévio, férias vencidas acrescidas de 1/3 constitucional, participação nos
lucros e resultados previstos na CCT, gratificações natalinas, DSR’s e feriados, depósitos do
FGTS e multa dos 40% sobre total do FGTS e aviso prévio.

III – DA RENOVAÇÃO DA LESÃO

Note-se, Excelência, que não se trata de alteração no pactuado contratualmente, nem de


aplicação da dicção da Súmula 294, TST, vez que, a reclamada não procedeu à supressão de
direito contratualmente assegurado, mas sim, sonegou direito ao obreiro.

Caracteriza-se, deste modo, uma lesão sucessiva, renovada mês a mês, a cada quitação das
parcelas, não havendo que se falar em ato único que lesa o direito do trabalhador e nem
mesmo em aplicação da Súmula 294, do TST. Assim, os prejuízos salariais sofridos pelo
empregado se sucedem mês a mês e sobre eles deve ser aplicada a prescrição parcial.

Tal é o entendimento reiterado do Colendo TST, inclusive da Egrégia 2ª Turma, valendo registrar
que matéria foi pacificada na SDI-1, daquela Corte, consoante se destaca dos seguintes
precedentes:
“PRESCRIÇÃO. COMPLEMENTO TEMPORÁRIO VARIÁVEL DE AJUSTE DE PISO DE MERCADO -
CTVA. INTEGRAÇÃO NO CÁLCULO DO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO À PREVIDÊNCIA
COMPLEMENTAR. INAPLICABILIDADE DA SÚMULA Nº 294 DO TST. PRESCRIÇÃO PARCIAL. A
parcela denominada CTVA foi instituída pela Caixa, com o objetivo de complementar a
remuneração de empregado ocupante de cargo de confiança, quando essa remuneração for
inferior ao valor do Piso de Referência de Mercado, tendo por finalidade remunerar o
empregado com valor compatível com o mercado de trabalho, detendo, assim, natureza
salarial, visto que compõe a remuneração do cargo de confiança. Entretanto, a reclamada não
reconheceu o caráter salarial daquela parcela, deixando de proceder à sua integração nas
contribuições à FUNCEF. Na hipótese dos autos, não há falar em prescrição total, visto que a
lesão ao direito pleiteado (integração do CTVA na base de cálculo do salário de contribuição à
previdência complementar) não decorreu da edição do Plano de Cargos e Salários da
reclamada em 1998, que instituiu a CTVA, mas do descumprimento, mensalmente reiterado,
do regulamento da complementação de aposentadoria, que permaneceu em vigor, não tendo
sido revogado nem alterado pelo PCS-98. Portanto, a não integração do CTVA na base de
cálculo das contribuições à Funcef configura lesão ao regulamento empresarial que rege a
complementação de aposentadoria, que se renova todos os meses em que é realizado o
recolhimento do salário de contribuição sem considerar no seu cálculo o valor da CTVA, razão
pela qual não há falar em ato único do empregador nem em aplicação da Súmula nº 294 do
TST, sendo parcial a prescrição. Recurso de revista conhecido e provido.” (RR - XXXXX-
19.2012.5.10.0010 , Relator Ministro: José Roberto Freire Pimenta, Data de Julgamento:
04/03/2015, 2ª Turma, Data de Publicação: DEJT 13/03/2015)

“RECURSO DE REVISTA. PRESCRIÇÃO - DIFERENÇAS SALARIAIS DECORRENTES DA MODIFICAÇÃO


NOS CRITÉRIOS DE CÁLCULO DAS VANTAGENS PESSOAIS. A SBDI-1 desta Corte, em sua
composição completa, na Sessão do dia 26/9/2013, julgando o E-RR-XXXXX-14.2009.5.06.0021,
de relatoria do Ministro Aloysio Corrêa da Veiga (publicado no DEJT de 04/10/2013), entendeu
pela incidência da prescrição parcial em relação à pretensão de diferenças salariais decorrentes
da modificação nos critérios de cálculo das vantagens pessoais, ao argumento de que não se
trata de ato lesivo único do empregador que altera o contrato de trabalho, mas sim de
descumprimento do pactuado, ensejando lesão que se renova mês a mês. Com ressalva de
entendimento pessoal. Recurso de revista não conhecido. DIFERENÇAS SALARIAIS - INCLUSÃO
DA PARCELA "CARGO COMISSIONADO" NA BASE DE CÁLCULO DAS VANTAGENS PESSOAIS
(alegação de violação aos artigos 37, inciso II, da Constituição Federal e 444 da Consolidação
das Leis do Trabalho e divergência jurisprudencial). O acórdão regional encontra-se em
consonância com o entendimento desta Corte, no sentido de que a parcela "cargo
comissionado" deve ser incluída na base de cálculo das vantagens pessoais. Precedentes desta
Corte. Recurso de revista não conhecido. CTVA E ADICIONAL COMPENSATÓRIO - INCLUSÃO NA
BASE DE CÁLCULO DAS VP-GIP. Não havendo indicação expressa de violação de dispositivo de
lei federal ou de afronta literal à Constituição da Republica e, não tendo a reclamada trazido
arestos à comprovação de divergência jurisprudencial, tem-se por desfundamentado o apelo.
Aplicabilidade da Súmula nº 221 desta Corte. Recurso de revista não conhecido. DIFERENÇAS
SALARIAIS - COMPLEMENTO TEMPORÁRIO VARIÁVEL DE AJUSTE DE MERCADO - CTVA. Não
havendo indicação expressa de violação de dispositivo de lei federal ou de afronta literal à
Constituição da Republica e, não tendo a reclamada trazido arestos à comprovação de
divergência jurisprudencial, tem-se por desfundamentado o apelo. Aplicabilidade da Súmula nº
221 desta Corte. Recurso de revista não conhecido.” (RR - XXXXX-96.2009.5.08.0006 , Relator
Ministro: Renato de Lacerda Paiva, Data de Julgamento: 04/03/2015, 2ª Turma, Data de
Publicação: DEJT 13/03/2015)

“RECURSO DE EMBARGOS INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DA LEI N.º 11.496/2007. PRESCRIÇÃO.


INCLUSÃO DA CTVA NO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO PARA A PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR.
CONFLITO ENTRE NORMAS REGULAMENTARES. A questão controvertida nos autos diz respeito
ao alegado conflito entre o regulamento empresarial que rege a complementação de
aposentadoria e norma posteriormente editada pela empresa, mediante a qual se criou a
parcela CTVA, excetuando-a do cálculo do salário contribuição para fins de previdência privada.
A pretensão obreira de ver reconhecido o seu direito ao cômputo da CTVA na base de cálculo
da contribuição devida ao fundo de previdência equaciona-se mediante a interpretação da
norma regulamentar mediante a qual se instituiu a complementação de aposentadoria - ato
normativo que define os parâmetros para se apurar a base de cálculo da contribuição devida
ao fundo respectivo, e que permaneceu inalterado. Hipótese em que inafastável a incidência
da prescrição parcial, visto que presente a possibilidade de descumprimento do regulamento
que rege o benefício complementar todos os meses em que efetuado o recolhimento do
salário contribuição sem considerar no seu cálculo o valor da CTVA, não havendo falar na
incidência do entendimento consagrado na Súmula n.º 294 do Tribunal Superior do Trabalho.
Recurso de embargos não conhecido.” (TST-E-RR-XXXXX-89.2007.5.16.0004, Red. Min. Lelio
Bentes, SBDI-1, DEJT 1º/3/13).

“RECURSO DE EMBARGOS. PRESCRIÇÃO AFASTADA. DIFERENÇAS SALARIAIS. NÃO CÔMPUTO


DAS VERBAS CTVAE CARGO COMISSIONADO NA BASE DE CÁLCULO DE PARCELA VANTAGENS
PESSOAIS. RECURSO DE REVISTA CONHECIDO E DESPROVIDO O pedido de diferenças salariais
decorrentes da alteração da base de cálculo das vantagens pessoais, não obstante estar
previsto em normas empresariais internas, está sujeito à prescrição parcial, visto não se tratar
de alteração contratual decorrente de ato único do empregador, mas de descumprimento do
pactuado, lesão que se renova mêsamês. A prescrição aplicável, portanto, é a parcial e
quinquenal. Embargos conhecidos e desprovidos. (...).” (E-RR - XXXXX-14.2009.5.06.0021,
Relator Ministro: Aloysio Corrêa da Veiga, SBDI-1, DEJT 4/10/2013).

“RECURSO DE EMBARGOS REGIDO PELA LEI Nº 11.496/2007. PRESCRIÇÃO. SÚMULA Nº 294 DO


TST. INCLUSÃO DO COMPLEMENTO TEMPORÁRIO VARIÁVEL DE AJUSTE AO PISO DE MERCADO
(CTVA) NO SALÁRIO DE CONTRIBUIÇÃO PARA PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR. Consoante se
extrai do acórdão embargado, a pretensão à inclusão do CTVA na base de cálculo das
contribuições à Funcef não está embasada em ato único do empregador que implicou
alteração do pactuado, mas em descumprimento sucessivo de normas regulamentares internas
ainda vigentes que preveem o pagamento do CTVA e autorizam a sua integração à
complementação de aposentadoria, razão pela qual não se aplica na hipótese a prescrição total
nos moldes preconizados pela Súmula nº 294 desta Corte Superior. Nesse mesmo sentido esta
Subseção Especializada, em sua composição plenária, decidiu recentemente na sessão do dia
8/11/2012 no julgamento do E-RR-400-89.2007.5. 16.0004. Recurso de embargos conhecido e
não provido.” (TST-E-RR-XXXXX-09.2010.5.12.0016, Rel. Min. Dora Maria da Costa, SBDI-1, DJ de
22/2/13).
IV - DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Os Princípios do Acesso à Justiça, da ampla defesa e do contraditório (artigo 5o, incisos XXXV e
LV da Constituição Federal) pressupõem a defesa técnica do trabalhador, por profissional
qualificado, não sendo possível restringir o direito do mesmo em optar pela nomeação de
advogado particular, nos termos do art. 133 da Carta Magna.

Em consonância com tal princípio, a reforma trabalhista instituída pela Lei nº 13.467/2017
contemplou o direito do advogado em receber honorários sucumbências quando atuar no
âmbito da Justiça Especializada do Trabalho.

Tal é a dicção do artigo 791-A, verbis:

“Art. 791-A. Ao advogado, ainda que atue em causa própria, serão devidos honorários de
sucumbência, fixados entre o mínimo de 5% (cinco por cento) e o máximo de 15% (quinze por
cento) sobre o valor que resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido ou,
não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa”. (Incluído pela Lei nº 13.467,
de 2017). [g.n.].

Destarte, pugna-se pela condenação da reclamada ao pagamento dos honorários


sucumbenciais no aporte de 15% do valor atualizado da causa, por ser medida de justiça.

V - DOS DOCUMENTOS ACOSTADOS E DAS INTIMAÇÕES

Caso haja a impugnação dos documentos que acompanham a presente inicial, declaram estes
patronos serem os mesmos autênticos, sob nossa responsabilidade pessoal, a teor do artigo
830, da CLT, com a redação dada pela Lei 11.925, de 17/04/09.

Na mesma esteira, requer sejam todas as intimações realizadas exclusivamente nas pessoas
dos advogados que estas subscrevem, sob pena de nulidade.

VI - DOS PEDIDOS

Posto isto, requer:


a) a concessão dos benefícios da justiça gratuita, na forma dos artigos 98 ao 101 do CPC, vez
que o reclamante se declara pobre na acepção jurídica do termo, conforme declaração de
pobreza anexa;

b) determinar que a reclamada seja compelida a oferecer nos autos, os originais de recibos de
pagamento e cartões de ponto, tanto do autor, quanto do paradigma ______________, a fim
de que sejam apuradas as diferenças salariais devidas ao autor, sob pena de sujeitar-se à regra
do art. 400 e seguintes do NCPC, aqui aplicado de maneira subsidiária. Por força do art. 769 da
CLT;

c) a condenação da reclamada aos pagamentos das diferenças de remuneração referentes ao


pedido de equiparação salarial e reflexos, conforme fundamentação supra, calculadas no
aporte de R$ ____________________;

d) honorários advocatícios, na forma do art. 791-A da CLT;

Provará o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, em especial pelo
depoimento pessoal do representante legal da reclamada, oitiva de testemunhas, juntada de
documentos, perícias e demais provas que se fizerem necessárias.

Face ao exposto, requer se digne Vossa Excelência determinar a notificação da reclamada, na


pessoa de seu representante legal, para comparecer em audiência e apresentar defesa, sob
pena de confissão e revelia, e ao final, julgar PROCEDENTE a presente ação condenando a
reclamada ao pagamento de todos os títulos pleiteados, acrescidos de juros de mora, correção
monetária, arcando ainda com as custas processuais, honorários advocatícios e demais
cominações de direito.

Dá-se à causa o valor de R$ _________________ (_____________________________).

Termos em que,

Pede deferimento.

Local, data.

ADVOGADO
OAB/SP _________

ADVOGADO

OAB/SP ______________

_________________, empresa estabelecida à Rua ____________, nº _____, inscrita no CNPJ


sob nº _____________, pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

1. - O reclamante foi admitido a serviço da reclamada em ___/___/____, na função de


________. Atualmente percebe remuneração mensal no valor de R$ _______.

2. - Em data de ___/___/____, o autor passou a exercer a função de ________, conforme


determinação do diretor da empresa. Ocorre que o exercício da nova atividade requer mais
habilidade técnica e, além disso, remuneração compatível com sua nova função.

3. - O reclamante exerce a mesma função que seus colegas ______ e ______, com igual
produtividade e com a mesma perfeição técnica. O reclamado, no entanto, nega-se a efetivá-lo
na atividade que exerce de fato.

4. - O autor, nos termos do art. 461 da CLT, faz jus à equiparação salarial, a partir de
___/___/____, pois encontra-se configurada a igualdade de trabalho, caracterizada pelas
seguintes identidades: a) funcional; b) produtiva; c) qualitativa; d) de empregador; e) de local
do trabalho; f) de tempo de serviço.

5. - Nesse sentido é farta a jurisprudência:

EQUIPARAÇÃO SALARIAL. GRUPO ECONÔMICO. Embora seja inviável, para a jurisprudência


prevalente, compreender atendida a exigência de mesmo empregador, para efeito de
equiparação salarial (art. 461 da CLT), nos casos de empresas integrantes de grupo econômico,
decerto que essa compreensão não deve servir para imunizar o empregador que, à expressão
do Regional, promove desigualdade salarial entre empregados que realizam idêntica função, no
mesmo local de trabalho (não apenas na mesma localidade), por vezes no mesmo ambiente de
trabalho (assim considerado o espaço topográfico onde o labor se realiza), mediante o artifício
de contratar, por meio de empresas distintas, o reclamante e o paradigma. A análise contextual
do caso sob exame impede que seja adotado à espécie o entendimento que realmente
predomina nos casos que ausente o vislumbre de conduta empresarial artificiosa. A propósito,
a jurisprudência sequer proscreve, inteiramente, a figura do empregador único, posto que
associe a regra da solidariedade ativa somente aos casos nos quais o grupo econômico age de
modo unitário na condição de empregador, como bem ilustram as Súmulas nºs 93 e 129 do
TST. Recurso de revista conhecido e não provido. (RR nº XXXXX-68.2004.5.15.0001, 6ª Turma do
TST, Rel. Augusto César Leite de Carvalho. unânime, DEJT 03.02.2011).

EQUIPARAÇÃO SALARIAL. EMPRESAS DO MESMO GRUPO ECONÔMICO. PARADIGMA E


RECLAMANTE DE EMPRESAS DISTINTAS. Verificando-se que paradigma e reclamante trabalham
no mesmo local, porém para empresas distintas, pertencentes ao mesmo grupo econômico, é
possível a equiparação salarial se presentes os demais requisitos do art. 461 da CLT, pois se
presume que seja o mesmo empregador, situação semelhante ao mesmo contrato de trabalho
conforme Súmula 129 do TST. (RO nº XXXXX20085020066 (20111120017), 17ª Turma do TRT da
2ª Região/SP, Rel. Álvaro Alves Nôga. unânime, DOe 02.09.2011).

EQUIPARAÇÃO SALARIAL. EMPRESAS DO MESMO GRUPO ECONÔMICO. PARADIGMA E


RECLAMANTE DE EMPRESAS DISTINTAS. Verificando-se que paradigma e reclamante trabalham
no mesmo local, porém para empresas distintas, pertencentes ao mesmo grupo econômico, é
possível a equiparação salarial se presentes os demais requisitos do art. 461 da CLT, pois se
presume que seja o mesmo empregador, situação semelhante ao mesmo contrato de trabalho
conforme Súmula 129 do TST. (RO nº XXXXX20085020066 (20111120017), 17ª Turma do TRT da
2ª Região/SP, Rel. Álvaro Alves Nôga. Unânime, DOe 02.09.2011).

EQUIPARAÇÃO SALARIAL. Tendo o autor provado o trabalho prestado em idêntica função, na


mesma localidade e ao mesmo empregador, sem que a ré tenha demonstrado haver
discrepância com relação à produtividade e perfeição técnica, e, ainda, inexistindo diferença de
tempo de serviço superior há dois anos, são devidas as diferenças salariais decorrentes da
equiparação salarial pretendida, eis que preenchidos os requisitos legais do art. 461, § 1º, da
CLT. Recurso conhecido e não provido. (Recurso Ordinário nº XXXXX-88.2008.5.01.0065, 6ª
Turma do TRT da 1ª Região/RJ, Rel. Convocado Marcelo Antero de Carvalho. J. 24.01.2011,
unânime, Publ. 02.02.2011).

Ante ao exposto, requer:

a) recebimento e processamento da presente;

b) complementação salarial (da função __________ para a de _________, no período


compreendido entre _________ a ________);

c) reflexos deste valor sobre férias, 13º salário e FGTS;


d) equiparação salarial;

e) notificação da Requerida para, querendo, apresentar contestação, sob pena de revelia;

f) condenação da Requerida nas custas processuais e honorários advocatícios.

Indica, como paradigma, os colegas _________ e _________, os quais deverão ser notificados
para depor em audiência.

Protesta por todos os meios de prova permitidos em direito, especialmente o depoimento


pessoal do representante legal da requerida, o que, desde já, requer.

Dá-se à causa o valor de R$ _______.

Nestes termos,

P. Deferimento.

_______________, ____ de _________ de ______.

Advogado

OAB/UF

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