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A FORMAÇÃO INICIAL DO FUTURO PROFESSOR QUE PARTICIPA DO

PIBID: INTEGRAÇÃO ENTRE INSTITUIÇÕES DE ENSINO, PROFESSORES E


ACADÊMICOS DE LICENCIATURA

Isaque Eugênio de Melo


Colégio Estadual Profa. Carmelita de Souza Dias
isaqueeugeniomelo@gmail.com

Juliana Lacerda Dotto


UNIOESTE - FOZ
juliana.dotto1@unioeste.br

Karla Thayline de Campos


UNIOESTE- FOZ
karla.campos@unioeste.br

Luciana Del Castanhel Peron da Silva


UNIOESTE – FOZ
luciana.peron@unioeste.br

Patricia da Silva
UNIOESTE - FOZ
patricia.silva98@unioeste.br

Vitória Da Silva Guimarães


UNIOESTE - FOZ
vitoria.guimaraes3@unioeste.br

Resumo
O presente trabalho tem como objetivo apresentar os colégios campo, no qual
acadêmicos do curso de licenciatura em Matemática, participantes do Programa
Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), têm a oportunidade de
desenvolver atividades como bolsistas e/ou voluntários. A atuação dos pibidianos
nos colégios campo é orientada por docentes da Universidade Estadual do Oeste
do Paraná (UNIOESTE), e apoiada por 2 (dois) professores supervisores que
atuam na rede estadual de ensino; neste texto daremos ênfase à atuação dos
professores supervisores e dos pibidianos. Para a produção de dados foi adotada
a metodologia da pesquisa documental e roteiros de questões. As análises foram
elaboradas a partir da leitura crítica e analítica dos dados e, como resultado,
salientamos que tanto os colégios campo, quanto os acadêmicos, são
beneficiados com a participação neste projeto.

Palavras-chave: Colégios campo; professores supervisores; docência.


1 INTRODUÇÃO
A aproximação dos acadêmicos com o tema do trabalho vem do vínculo
entre estes e o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID).
O PIBID está voltado para o processo formativo acadêmico, com o objetivo de
proporcionar uma relação entre os futuros professores e a rede pública de ensino,
essa iniciativa faz uma articulação entre a educação superior (por meio das
licenciaturas), e os sistemas estaduais de ensino, visando ações que podem
auxiliar na melhoria do processo de ensino nas escolas públicas.
A participação dos pibidianos nos colégios campo possibilita reflexões e
compreensões a respeito da docência, da diversidade que envolve as práticas de
ensino, o processo de aprendizagem e da gestão escolar. Tanto colégios campo,
quanto pibidianos são favorecidos com a participação no projeto. Os colégios,
pois, os integrantes do programa auxiliam no atendimento das demandas do dia a
dia escolar; já quanto aos acadêmicos, estes estão em seu futuro ambiente
profissional vivenciando elementos formativos.
O objetivo desse texto é contextualizar os colégios campo, a atuação dos
professores supervisores e as atividades desenvolvidas pelos pibidianos, desta
forma, na sequência apresentamos os itens elencados.

2 DESENVOLVIMENTO
O primeiro colégio campo que apresentamos é o Colégio Estadual
Professor Mariano Camilo Paganoto, que se localiza na Rua Gaspar, n°477,
Jardim Petrópolis, Foz do Iguaçu – Paraná, tendo seu funcionamento nos
períodos matutino, vespertino e noturno. O Colégio atende em média 1123 alunos
com matrículas regulares, entre as modalidades de Ensino Fundamental e Médio
Regular e Médio Técnico em Desenvolvimento de Sistemas e Administração. Seu
Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) no ano de 2021 foi de 5,9
para o Ensino Fundamental, resultado acima da média nacional que neste ano foi
de 4,9. Para o Ensino Médio, o colégio não obteve pontuação, pois, não
obtiveram a presença mínima de alunos solicitada para a realização da avaliação,
segundo os dados do site do Ministério da Educação (BRASIL, IDEB, 2021).
A necessidade de uma escola que atendesse alunos de 5.ª série a 8.ª série
(antigo Ensino Fundamental, Anos Finais) surgiu em 1985, quando a comunidade
do Jardim Petrópolis e bairros vizinhos se reuniram para reivindicar a abertura de
uma escola para os alunos que haviam terminado a 4ª série (antigo Ensino
Fundamental, Anos Iniciais) no referido ano, na Escola Candido Portinari, vizinha
de bairro. Segundo informações do Projeto Político Pedagógico (PPP) (PPP,
2022, p. 05), “muitos alunos ficavam sem estudar devido as condições
financeiras, onde muitos pais não tinham como adquirir meios de transporte para
esses alunos até um colégio mais próximo, que na época era no centro da cidade,
para dar continuidade aos seus estudos”. Sendo assim, em janeiro de 1986 a 5ª
série começou a funcionar na Escola Candido Portinari.
O Colégio foi criado em 27 de janeiro de 1986 através da Lei nº 343/86.
Inicialmente o colégio era denominado Escola Estadual do Jardim Petrópolis. Em
7 de dezembro de 1986, o colégio teve seu nome alterado passando a ser
denominado Escola Estadual Professor Mariano Camilo Paganoto e com a
criação do colégio as turmas seriam implantadas gradativamente, seguindo a
seguinte ordem: 1986 – 5.ª série; 1987 – 6.ª série; 1988 – 7.ª série e 1989 – 8.ª
série.
Em 1996 a escola obteve autorização para funcionamento do curso de
Educação Geral através da Resolução 4553/96 e em 3 de dezembro de 1999
conseguiu o reconhecimento do curso de Ensino Médio por meio da Resolução
4361/99, passando a ser denominado Colégio Estadual Professor Mariano Camilo
Paganoto. Atualmente o colégio tem efetivado inúmeras matrículas de alunos que
possuem laudos relacionados à aprendizagem de seus alunos, com isso seu
quadro docente e gestão escolar vem se especializando na tentativa constante de
melhor atender essa demanda.
Neste colégio campo temos a professora supervisora Elizabete Teles dos
Santos Pereira, formada em Licenciatura Plena em Matemática pela UNIOESTE,
campus de Foz do Iguaçu. Atuante na área de ensino há 17 (dezessete) anos,
possui uma carga horária de 40 horas semanais, sendo dividida em 7.º anos do
Ensino Fundamental e 1.º e 2.º anos do Ensino Médio. Para a professora
Elizabete, ser professora é “aprender mais que ensinar”, pois, entende que a
tarefa da docência exige o constante aperfeiçoamento e estudo por parte do
professor de modo a promover a aprendizagem dos seus alunos.
O segundo colégio campo, que os pibidianos desenvolvem suas atividades,
é o Colégio Estadual Professora Carmelita de Souza Dias, Ensino Fundamental e
Médio, que tem sua sede na Rua Pedro João Medeiros, nº 129, Porto Belo, Foz
Do Iguaçu – Paraná, conforme informação do Projeto Político Pedagógico (PPP,
2021, p. 05). O colégio possui 596 alunos matriculados e atende nos períodos
matutino e vespertino, as modalidades de Ensino Fundamental Anos Finais e
Ensino Médio. De acordo com o PPP, o último registro do IDEB, para os Anos
Finais do Ensino Fundamental, foi no ano de 2015 com um percentual de 3,7%,
abaixo da média nacional que foi de 4,5% no referido ano. Já para o Ensino
Médio não constam registros (BRASIL, IDEB, 2021).
Em 27 de janeiro de 1986 foi assinada a resolução que garantia o
funcionamento da Escola nos termos da Legislação vigente, inicialmente com o
nome Escola Estadual de Porto Belo. As atividades iniciaram com um total de 169
alunos. Decorridos 10 anos, no dia 31 de agosto de 1998, por meio da Resolução
nº 3.120/98, altera-se a denominação para Colégio Estadual Professora Carmelita
de Souza Dias – Ensino Fundamental e Médio.
No dia 21 de maio de 2019 o Colégio Carmelita foi interditado pela defesa
civil, devido a problemas na rede elétrica. Com a interdição, os alunos foram
realocados para outras Instituições, sendo elas: Colégio Estadual Barão do Rio
Branco, Colégio Estadual Monsenhor Guilherme e para Escola Municipal Monteiro
Lobato e, em 2020, foram também para a Universidade Estadual do Oeste do
Paraná (Unioeste). O fato de não ter sua sede própria e os deslocamentos
provocaram muitas consequências quanto ao desempenho de toda a comunidade
escolar. Atualmente, com o retorno à sede após sucessivas reformas e melhorias,
a gestão do colégio prima pela segurança e o desenvolvimento intelectual dos
seus alunos e professores.
Com a promulgação do Decreto Federal nº 10.004 em 2019, instituiu-se em
todo território nacional o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares no
Paraná, em consequência na data de 20 de abril de 2021 o colégio passou
formalmente para o formato de atendimento Cívico-Militar (BRASIL, 2019).
Neste colégio campo, temos o professor supervisor Isaque Eugênio de
Melo, formado em Ciências com Licenciatura Plena em Matemática. Atuante na
área há 24 (vinte e quatro) anos, possui carga horária de 20 horas semanais na
área de Ciências e 20 horas semanais na área de Matemática, sendo dividida
entre 6.º e 9º anos do Ensino Fundamental e 3º do Ensino Médio. Ao ser
questionado sobre sua vivência pedagógica a respeito de “O que é ser
professor?”, ele afirma que: "ser professor é construir o conhecimento em outros
indivíduos", assim, concebe a sua função enquanto mediador no processo de
aprendizagem dos alunos que atende.
As atividades desenvolvidas pelos pibidianos nos colégios campo são
elaboradas e desenvolvidas a partir das demandas que as instituições
apresentam. Atualmente estão apoiando o trabalho de professores regentes em
sala de aula, auxiliando os alunos na construção do pensamento matemático a
partir de seus conhecimentos prévios e conforme o conteúdo elaborado pelo
professor regente.

3 METODOLOGIA
Para a efetivação deste trabalho procedemos a uma pesquisa documental
realizando consultas aos Projetos Político Pedagógico dos dois colégios, tendo
auxílio dos professores supervisores e diretores das instituições. Posteriormente a
consulta aos documentos escolares, os pibidianos responderam um roteiro de
questões enviado via Microsoft Teams, possibilitando desta forma a compilação
dos dados referentes às instituições campo.
A produção de dados referente aos professores supervisores foi realizada
por meio de um roteiro de questões, enviado aos mesmos, via Google Forms.
Com a devolutiva aos professores orientadores, os dados foram compartilhados
com os participantes do projeto. Em posse dos dados, os autores realizaram uma
leitura crítica e analítica do material possibilitando a elaboração do presente texto.

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da atividade realizada, evidenciamos a oportunidade de conhecer
os documentos vigentes das instituições de ensino, o contato direto com os
gestores escolares e a aproximação com o percurso profissional dos professores
supervisores.
Tais ações são de relevância aos acadêmicos de licenciatura, pois,
possibilitam aos integrantes do Projeto PIBID vivenciar a rotina dos colégios
campo, compreender de forma prática a diversidade de uma instituição de ensino
e sua gestão, bem como ter exemplos e inspirações a partir das práticas docentes
observadas, fortalecendo assim a formação inicial a qual estão submetidos.

REFERÊNCIAS
COLÉGIO ESTADUAL PROFESSORA CARMELITA DE SOUZA DIAS. Projeto
Político Pedagógico. Foz do Iguaçu, 2023.

COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR MARIANO CAMILO PAGANOTO. Projeto


Político Pedagógico. Foz do Iguaçu, 2022.

BRASIL. IDEB – Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Ministério da


Educação, 2021. Disponível em: < https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-
atuacao/pesquisas-estatisticas-e-indicadores/ideb/resultados > Acesso dia: 25 de
março de 2023.

BRASIL. Decreto n° 10.004, 05 de setembro de 2019. Institui o Programa
Nacional das Escolas Cívico Militar. Disponível em : Decreto 10004/19 | Decreto
nº 10.004, de 5 de setembro de 2019, Presidência da Republica
(jusbrasil.com.br). Acesso dia: 31 de março 2023.

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