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Disciplina: Geografia Regional

Professor Dr. Paulo Rogério de Freitas Silva


Aluno: Mateus Sobral da Silva Cosmo
Curso: Licenciatura - Vespertino

TÓPICO 12: O DEBATE SOBRE A ORIGEM DAS DESIGUALDADES REGIONAIS


NO BRASIL

Ruy moreira
A formação espacial brasileira contou com diversos processos ou fases, desde a antiguidade
até a atualidade, tais como o trabalho escravo, o colonato ou até mesmo o assalariamento. Ainda
nesse processo estão contidos as diversas formas de apropriação dos meios de produção como
a concentração fundiária, pois no período colonial a localização das atividades econômicas e as
condições naturais estavam ligadas. O autor salienta que a emergência da industrialização
ocorrida no ano de 1880 extinguiu a correlação entre arranjos econômicos e geobotânicos da
divisão territorial do trabalho, sendo assim as s cinco divisões territorial do trabalho e as
configurações do espaço tempo é apontada através de cinco pontos ou fases, sendo elas:
I. Fase da dispersão e da indiferença industrial (1880 a 1920), foi nessa fase Onde ocorreu
a abolição do Trabalho escravo e a instituição de um estado republicano, essa fase também
teve dois tipos de indústrias denominadas a indústria de beneficiamento e a indústria
doméstica fundadas na água exportação.

II. Fase inicial da divisão regional e da concentração industrial (de 1920 a 1950), nessa
fase ocorreu a divisão regional e a concentração industrial, sendo assim aconteceu a
concentração quantitativa da indústria no sul e sudeste.

III. Fase inicial da divisão regional e da concentração industrial (de 1920 a 1950), nessa
fase ocorreu a concentração e a polarização do Sul e do Sudeste, que se desenvolveram as
indústrias de base, de bens intermediários, de infraestrutura de transportes, de comunicação
e energia, de bens de capitais e de bens de consumo duráveis, tais
concentrados em São Paulo.

IV. Fase da reestruturação industrial (1970 a 2000), essa fase ocorreu uma concentração
Diferencial industrial na qual essa concentração chegou a um grau insustentável, o que
levou o governo a imobilizar estratégias de redistribuição das indústrias através do PNDS.

V. Pós anos 2000, onde o modelo de organização da industrial combinava indústria,


agricultura e os serviços que eram responsáveis pela organização geográfica.

Francisco de Oliveira
A questão Regional deve ser compreendida Através da divisão regional do trabalho, Como
é o caso do Nordeste onde a região tem passado por alterações importantes ao decorrer dos
tempos tanto eu economicamente quanto socialmente pois somente no século XX o nordeste
passou a ser reconhecível, pois no período colonial as regiões do Nordeste que eram
reconhecidas eram somente Pernambuco, Paraíba Rio Grande do Norte e Alagoas, por causa da
economia açucareira, o estado do Maranhão que estava ligado ao capitalismo mercantil, estado
da Bahia e Sergipe ligados à metrópole coloniais, etc.
Sobre a economia pecuária algodoeira que ocorreu nos fins do século XIX, foi ela que
modificou o quadro regional, Pois a economia cafeeira resultou no surgimento da região do
café, que apesar de possuir características diferentes dos mecanismos de reprodução do capital
se transformou em uma região de indústria, formando assim uma nova divisão regional do
trabalho que substituiu o arquipélago de economias regionais que eram determinadas por
relações com exterior.
O aumento da desigualdade regional aconteceu quando a concentração industrial em São
Paulo se firmou através do processo de industrialização, este mesmo rompeu a economia
regional com o objetivo de concentrar e centralizar São Paulo como a capital cabeça de tudo,
pois operavam até os processos de expansão do capitalismo no território nacional, alienada a
desigualdade social, a concentração de renda, propriedade e poder. Estes fatores provocaram,
pois, a divisão regional do Trabalho Nacional onde o processo de reprodução do capital é
desigual e combinado. A respeito da nova divisão regional do Trabalho foi liderada pela
homogênea monopolista e oligopolista econômica nacional e financiada pelos incentivos fiscais
com as superintendências do desenvolvimento regional como é o caso da Sudene e da Sudam.

CELSO FURTADO
No seu ponto de vista estrutural econômico o Brasil na metade do século XIX Não mudou
muito a respeito dos três séculos anteriores, pois a expansão cafeeira propiciou as modificações
nas bases do sistema econômico no que se dizia as transações econômicas e
políticas no século XX. Até o século XX, as regiões do Brasil não tinham uma influência
significativa umas sobre as outras, o que resultou em disparidades regionais notáveis. Os
interesses regionais eram mais fortes do que a coesão nacional, levando a uma falta de unidade
nacional. A decadência econômica de algumas regiões, como o Nordeste, ocorreu antes da plena
integração do mercado nacional e da industrialização.
Com o surgimento da industrialização, as desigualdades regionais foram acentuadas. O
processo de industrialização se concentrou principalmente nas regiões Sul e Sudeste, deixando
o Nordeste em uma posição periférica e subdesenvolvida. Essa situação foi resultado de
estruturas de poder antiquadas, concentração de riqueza associada à questão agrária e baixo
crescimento econômico histórico. O autor analisou as desigualdades regionais como parte de
uma má estrutura subjacente ao subdesenvolvimento, sendo assim, os fatores econômicos,
sociais, políticos e ecológicos se entrelaçavam nesse contexto. Sua análise não se limitou apenas
às características específicas do Nordeste, mas considerou o Brasil como um todo.

WILSON CANO
A conscientização sobre as desigualdades regionais no Brasil começou na década de 1950,
embora o regionalismo já estivesse presente nos séculos anteriores. Causas como as secas no
Nordeste, desigualdades regionais de renda nas décadas de 1951 e 1952 e a concentração de
investimentos em São Paulo contribuíram para pressões políticas das outras regiões em busca
de desenvolvimento.
Wilson Cano trata as desigualdades regionais no Brasil que surgiram devido ao
desenvolvimento desigual das várias regiões ao longo da história, influenciado pela integração
limitada da economia brasileira no mercado internacional e pelo subdesenvolvimento das
relações capitalistas de produção. Ele destaca que o atraso e a miséria das regiões mais pobres
não foram causados pela concentração da produção em São Paulo, foi causado pela herança
histórica e econômica das regiões. Tais desigualdades se aumentara após a Crise de 1929,
quando São Paulo se destacou no desenvolvimento capitalista. Somente a partir da década de
1960 houve um início de desconcentração industrial regional, mas as disparidades econômicas
e sociais persistiram, especialmente nas décadas de 1980 e 1990, devido a políticas neoliberais.
O autor também destaca mitos e equívocos comuns relacionados à questão regional
brasileira, incluindo a ideia de que a industrialização resolveria o atraso, a crença de que São
Paulo se desenvolve à custa do restante do Brasil, a falta de abordagem da questão agrária e das
migrações, e a ideia de que apenas o planejamento regional pode resolver os problemas.

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