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Uma reflexão sobre o Método dentro do ensino do design.

Existe uma mística que envolve o método, as etapas projetuais sugeridas por algum
autor, no ensino do design, que ao invés de instigar os alunos a realizarem projetos obtendo
soluções adequadas e inovadoras, acabam por limitar a qualidade dos resultados.
No meio acadêmico são ensinados métodos dos mais variados autores, adequados aos
mais diversos tipos de projetos.
Contudo, eles são ensinados como uma fórmula mágica e infalível. Seus passos são
tidos como premissas de um radicalismo quase fundamentalista, que ao pode ser questionado
ou alterado, devendo ser seguidos como um dogma.
Dessa forma, muitos alunos que não tem o ímpeto acadêmico da análise profunda e
levantamento de dados com embasamento, acabam realizando projetos medíocres, seguindo
cegamente etapas projetuais sem saber aplicar o conhecimento obtido através delas, em seus
projetos.
Quando podemos observar colegas que realizam seus projetos de maneira a ficar clara
a sua intimidade com os métodos, propondo adaptações devido às particularidades de seus
projetos, sabendo aplicar os conhecimentos de cada etapa nos seus estudos e alternativas,
obtendo resultados brilhantes, professores e colegas (incluindo eu) ficam maravilhados com a
qualidade do trabalho, que acabam se caracterizando como exceções, quando na verdade a
exceção deveria ser o trabalho medíocre, sem profundidade e sem consistência.
Creio que a forma de ensino dos métodos deveriam ser repensadas, uma vez que é
uma triste verdade que a maioria dos estudantes não tem o ímpeto empírico do design no
processo de seus projetos, oriundos de um sistema de ensino médio e fundamental que castra
a criatividade dos alunos.
É obvio também que muitos dos resultados brilhantes dos projetos se devem ao
esforço pessoal dos seus projetistas, que por questões adversas alguns alunos não
apresentam, mas aquém disso, acredito ser de uma importância ímpar a revisão a respeito do
ensino das metodologias, de forma que os alunos compreendam o seu funcionamento interno,
as possibilidades que eles podem revelar, dominando a sua aplicação nos projetos,
encontrando através das “limitações” das etapas os caminhos para uma solução criativa,
estruturada e embasada no conhecimento técnico do design, resultado de uma aplicação
correta dos resultados das analises e levantamento de dados.

Felipe P. Barcellos, Porto Alegre-RS. 16 de dezembro de 2009.

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