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Etnocentrismo

Você vai entender como o pensamento etnocêntrico foi responsável pela


colonização e genocídio dos povos indígenas e africanos e como ele segue
imperando nos tempos atuais, provocando guerras, conflitos e a dominação de
povos e culturas.

Etnocentrismo Fonte: https://megaarquivo.wordpress.com/2017/01/13/13-063-


sociologia-etnocentrismo-e-relativismo-cultural/

Como você já deve saber, até o final do século XV – anos 1400 – centenas de
diferentes tribos indígenas viviam nas terras que hoje conhecemos como
América do Sul.

O pensamento do colonizador
Estes povos, embora nem sempre vivessem em harmonia entre si, como
mostram alguns livros didáticos, viviam em harmonia com o meio ambiente. Os
povos indígenas viviam – e vivem até hoje – de forma sustentável. Todo o lixo
que produzem pode ser absorvido pela natureza.

Quando os europeus chegaram às terras onde viviam estes povos indígenas,


quiseram dominá-los e conquistar seus territórios. Os ideais conquistadores e
dominadores são características do pensamento etnocêntrico, um pensamento
que crê na superioridade de uma cultura perante as outras.

Os fundamentos do Etnocentrismo

O etnocentrismo é o fenômeno embasado na crença de que uma cultura (etno)


é o centro do universo (centrismo) e, por isso, pode dominar as outras culturas.
O pensamento etnocêntrico dos europeus, que conquistaram territórios na
África, na América e na Oceania, ficou conhecido como eurocentrismo. O
eurocentrismo é o fenômeno dominador baseado na crença de que a Europa é
o centro do universo.

Franz Boas, pioneiro da Antropologia estadunidense, foi um dos primeiros a


questionar o etnocentrismo, mostrando seu caráter preconceituoso, hierárquico
e violento.

Cultura e Culturas

No final do século XIX, Boas irá criticar a visão europeia de progresso,


evidenciando que por trás dela havia uma ideia de civilização que estabelecia
uma hierarquia. Civilizados eram os europeus (e norte-americanos), enquanto as
demais populações eram consideradas “selvagens”, “primitivas” ou “atrasadas”.

Ao falar de “culturas”, no plural, o antropólogo alemão rechaça a ideia de que


existe “uma cultura” melhor ou mais importante; existem sim várias culturas
igualmente valiosas, que merecem respeito e consideração.

Colonialismo. Fonte: https://dinamicaglobal.wordpress.com/2016/05/28/as-


verdades-ocultas-da-colonizacao-cultural-e-financeira-do-brasil/

Quando pensamos em culturas no plural torna-se possível desconstruir as


hierarquias que embasam o pensamento colonial e racista. Quando pensamos
em culturas no plural permitimos que cada cultura brilhe com sua luz própria,
permitimos que elas possam existir e resistir em seus próprios termos, ou seja,
seguindo suas próprias crenças, hábitos.
Relativismo cultural
Deste interesse de Boas pela singularidade e potência de cada cultura, surge o
conceito de relativismo cultural: uma tomada de posição perante a diferença
cultural, segundo a qual cada cultura deve ser avaliada apenas em seus próprios
termos, ou seja, não existem culturas melhores ou piores, superiores ou
inferiores e nenhuma serve de modelo para as outras.

Ao contrário do etnocentrismo que julga as outras culturas a partir do modelo


de sua própria cultura, o relativismo cultural é uma forma de encarar a
diversidade sem impor valores e normas alheios.

O relativismo foi uma revolução política no enfrentamento ao racismo e a


outros tipos de preconceito, porém gerou dúvidas e controvérsias ao longo do
século XX: acreditar e defender que cada cultura só pode ser pensada a partir
de seus próprios termos significa que devemos aceitar tudo o que cada cultura
produz?

Devemos aceitar e respeitar as mutilações genitais impostas às mulheres de


alguns países islâmicos, por exemplo?

Este é um debate complexo que nos leva a alguns impasses como indivíduos e
como sociedade e que não possui respostas e soluções prontas, mas pode nos
apontar alguns caminhos.

Podemos concluir que sim, concordamos com o relativismo, porém acreditamos


ser justo criticar determinado costume se ele oprime ou violenta pessoas
daquela sociedade.

Se as mulheres que sofrem mutilação genital estão descontentes com essa


prática cultural, é justo e necessário que órgãos internacionais, como a ONU,
intervenham para que essa prática se extingua. Porém, se as mulheres que
sofrem a mesma mutilação em outra sociedade não se sentem desrespeitadas,
talvez não tenhamos o direito de criticar esse costume.

A Filosofia e as Relações Culturais


Veja agora um resumo que faz pensar. Acompanhe como professor Allan, do
Canal do Curso Enem Gratuito, como em cada tempo histórico encontramos
uma determinada Moral que se estabelece como vigente – porém transitória.

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