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1. O Relativismo Cultural é uma corrente de pensamento antropológico fundada por Franz Boas no
início do século XX, após a publicação do seu livro “The mind of primitive man”, onde estabelece que
não há hierarquias entre as populações humanas e que as diferenças entre uma sociedade e outra
não são dadas pelo que se convencionou chamar de raça, mas pela variedade das manifestações
culturais.
Consequências e limites
O Relativismo Cultural traz à reflexão na qual a humanidade não deve, necessariamente, atingir o
mesmo patamar tecnológico de outro povo para ser “melhor” ou “pior” igualmente, se afasta da
noção positivista que uma sociedade está em permanente mudança e nega o processo moral.
2. 1º - Bíblia
2º - casamento infantil
3º - vaca
3. O Relativismo Cultural pode ser usado como desculpa para justificar práticas imorais, como a
escravidão, o racismo e o sexismo, sob o pretexto de que essas práticas são aceites em outras
culturas.
4. É uma perspetiva que defende que os valores, crenças e práticas culturais devem ser compreendidas
e analisadas.
5. Acredito que podemos e devemos ser tolerantes com os intolerantes mas não a todo o custo ou em
todas as situações. Deverão existir limites à tolerância relativa aos intolerantes, pois, caso contrário,
poderemos chegar a situações de violação de direitos fundamentais ao ser humano. Karl Popper
apresenta esta noção no seu “Paradoxo da Tolerância” que cito abaixo como justificação do meu
ponto de vista:~
6. O limite da tolerância tem por um lado a manutenção da individualidade e por outro a inclusão do indivíduo na
sociedade. Se isto não ocorrer, alguns perdem a individualidade e outros são exclusos e preferem isolar-se do
convívio social.
7. O etnocentrismo é a atitude pela qual um indivíduo ou um grupo social, que se considera o sistema
de referência, julga outros indivíduos ou grupos à luz dos seus próprios valores. Pressupõe que o
indivíduo, ou grupo de referência, se considere superior àqueles que ele julga, e também que o
indivíduo, ou grupo etnocêntrico, tenha um conhecimento muito limitado dos outros, mesmo que
viva na sua proximidade.
O termo etnocentrismo foi utilizado pela primeira vez por W. G. Sumner (1906), e corresponde à
atitude pela qual os hábitos ou comportamentos próprios são acriticamente encarados como sendo
indiscutivelmente superiores aos hábitos ou comportamentos de outrém. É a atitude pela qual um
indivíduo ou um grupo toma como referência os valores partilhados no seu próprio grupo, quando
avalia os mais variados assuntos. É uma atitude que encara o próprio grupo como se fosse o centro
da realidade. O termo é também utilizado para criticar os cientistas sociais que apresentam visões
acusadas de estreitas e preconceituosas acerca dos grupos ou sociedades estudados.
9. O colonialismo europeu: Entre os séculos XVI e XIX, as grandes potências imperiais europeias se
propuseram a dividir militar e economicamente o mundo inteiro, impondo aos cidadãos de outras
culturas um estado colonial, ou seja, colônias fundadoras. Nesta última, impôs-se a linguagem
“civilizada” europeia, os cidadãos foram classificados de acordo com a cor da pele ou características
físicas, privilegiando a brancura, e o desenvolvimento humano da comunidade colonial foi
subordinado ao da metrópole europeia.
O fascismo europeu. O notório caso dos governos nacionalistas e fascistas da Europa que surgiram
no século 20 é claramente um caso de eurocentrismo extremo, violento e radical, uma vez que esses
governos aderiram ideologicamente ao darwinismo social, ou seja, à crença de que alguns povos são
naturalmente puro e “superior”, enquanto outros eram mestiços e “degenerados”. Segundo sua visão
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de mundo, estes últimos eram dignos de escravidão e extermínio. Obviamente, estamos nos
referindo à Alemanha de Adolf Hitler e à Itália de Benito Mussolini, entre outros regimes
semelhantes da época.
10. A aceitação de que cada cultura, com os seus costumes, hábitos e tradições próprias, tem direito à
existência é algo que devemos ter como um principio fundamental a todos os povos. Contudo, o
direito à sua própria cultura não pode justificar toda e qualquer ação sob os cidadão ou povos
vizinhos sob o pretexto de se defender a própria cultura. Veja-se, por exemplo, o atual (e histórico)
conflito entre Israel e os palestinianos. Ainda que há luz do relativismo cultural se estabeleça que
ambas as culturas têm direito à sua existência, esse facto não pode justificar o massacre de judeus,
conforme levado a cabo há dias pelos radicais do Hamas, defendendo que o seu povo tem direito ao
território e à sua própria identidade cultural, como também não pode justificar os ataques feitos por
Israel na faixa de gaza, matando milhares de inocentes, sob o pretexto de defender Israel e a cultura
e identidade judaicas.