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Ciências Morfofuncionais

dos Sistemas Imune e


Hematológico
Profa. Carla da Silva Machado

Governador Valadares
2018
UNIDADE 3: RESISTÊNCIA E
REPARO DO ORGANISMO

SEÇÃO 3.3 – A química da inflamação


INFLAMAÇÃO

Logo no início da inflamação, em sua primeira fase, as


aminas vasoativas, histamina e serotonina, que são
substâncias mediadoras da inflamação, provocam o
aumento da permeabilidade dos vasos com consequente
vasodilatação. Dessa forma, causam a hiperemia e
extravasamento de exsudato para o meio extravascular.

Hiperemia: aumento da quantidade de sangue num determinado local.


Exsudato: líquido com alto teor de proteínas séricas e leucócitos, produzido
como reação a danos nos tecidos e vasos sanguíneos.
MEDIADORES QUÍMICOS: HISTAMINA

Você sabia que a histamina está envolvida em processos


alérgicos que são tão comuns em muitas pessoas?

✓ Quando a histamina é liberada em excesso, podem ocorrer


alguns efeitos indesejáveis, como taquicardia, redução do
calibre dos brônquios, aumento da secreção do ácido
clorídrico no estômago e aumento de manchas vermelhas
pelo corpo. Esses são denominados reações alérgicas e
podem ser amenizados com medicamentos como os anti-
histamínicos, os quais são antagonistas da histamina. Desta
forma, eles competem pelos receptores de histamina,
reduzindo seu excesso no organismo. Os principais anti-
histamínicos prescritos são polaramine, histamin, hidroxizina,
clemastina, cetirizina e desloratadina.
MEDIADORES QUÍMICOS

Os neuropeptídeos também são mediadores químicos e


iniciam a resposta inflamatória, promovendo a
permeabilidade vascular e transmitem sinais da dor,
estando presentes no Sistema Nervoso Central e no trato
gastrointestinal.

Neuropeptídeos: são peptídeos (cadeias de aminoácido) usados para


comunicação intercelular, podendo funcionar como neurotransmissores.
MEDIADORES DA INFLAMAÇÃO

As cininas plasmáticas originam o potente vasodilatador


bradicinina; os radicais livres de oxigênio, que aumentam
a permeabilidade vascular; e o fator ativador de plaquetas,
que estimula a síntese de prostaglandinas e leucotrienos.
Todas essas substâncias são mediadoras da inflamação.
É importante ressaltar que as prostaglandinas são
responsáveis pelos sintomas de hiperemia, dor e febre no
processo de inflamação.

Hiperemia é um aumento da quantidade de sangue circulante num determinado


local, ocasionado pela dilatação arterial,
ANTI-INFLAMATÓRIOS

Os anti-inflamatórios são classificados em não esteroides


(AINEs) e esteroides (AIEs); ambos inibem a síntese de um
grupo de mediadores químicos. Os AINEs, também
conhecidos como não hormonais, atuam na inibição da via da
cicloxigenase, inibindo, assim, as prostaglandinas, as
prostaciclinas e os tromboxanos. São eficazes no tratamento
dos efeitos indesejáveis da resposta inflamatória; sendo
assim, proporcionam redução do edema, da hiperemia, da
febre e da dor, constituindo-se em potentes antipirético e
analgésico.
ANTI-INFLAMATÓRIOS AINES: EXEMPLOS

Exemplos de anti-inflamatórios não-esteroides (AINEs)


são: primeira geração: diclofenacos; piroxicam; ibuprofeno;
tenoxican; segunda geração: nimesulida e meloxican;
terceira geração: celecoxib; etoricoxib e prexige.
ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDES

Os anti-inflamatórios esteroides
– AIEs são também denominados
glicocorticoides, pois mimetizam
os efeitos do hormônio cortisol do
córtex adrenal. Eles bloqueiam a
liberação do ácido araquidônico
por meio da lipocortina, que inibe
a enzima fosfolipase A2, a qual
transforma fosfolipídeos em ácido
araquidônico. Também estabilizam
a membrana celular dos
leucócitos, diminuindo a liberação
de histamina, dos fatores
quimiotáxicos e dos mediadores
inflamatórios.
ANTI-INFLAMATÓRIOS ESTEROIDES

Os anti-inflamatórios esteroides (AIEs) são mais


potentes do que os AINEs e inibem as citocinas, as
prostaglandinas, os mediadores de alergias, entre outros.
Os principais AIEs são: hidrocortisona, cortisona,
corticosterona, betametasona, sexametasona e
prednisolona. São indicadas nos casos de alergias em
geral, doenças autoimunes, lesões por esforços
repetitivos, pós-transplantes e tratamentos odontológicos.
HIPERSENSIBILIDADE (IMUNOLOGIA)

Você sabe o que significa hipersensibilidade? Trata-se


de uma resposta imune exacerbada que traz prejuízo à
saúde, ou seja, ocorrem reações exageradas do sistema
imune, gerando lesões teciduais e potencialmente graves.
Existem classificações de hipersensibilidade conforme o
grau de comprometimento.
HIPERSENSIBILIDADE tipo I ou anafilática

Hipersensibilidade tipo I, imediata ou anafilática, é


mediada pela imunoglobulina E (IgE) e suas células
primárias são os basófilos. Ela se manifesta em minutos
após exposição ao alérgeno, o qual normalmente entra no
organismo por meios como ingestão, inalação, injeção ou
contato através de mucosas ou pele. Esses alérgenos
podem ser: poeira, ácaros, constituintes de alimentos,
medicamentos, substâncias químicas, pelos de animais,
toxinas de insetos entre outros. Podem ocorrer
manifestações clínicas cutâneas, respiratórias, oculares,
neurológicas, gastrintestinais e circulatórias, e o seu
tratamento pode ser por meio de antialérgicos como anti-
histamínicos e corticoides, broncodilatadores e, no caso de
choque anafilático, acrescentar a epinefrina.
HIPERSENSIBILIDADE tipo II ou citotóxica

Hipersensibilidade tipo II, também conhecida como


hipersensibilidade citotóxica, mediada primariamente
por anticorpos IgM ou IgG e complemento, sendo as
células recrutadas os Linfócitos T CD8 ou NK (natural
killer). Sua manifestação geralmente ocorre de cinco a
oito horas após o contato com o antígeno, pode afetar
vários órgãos e é comum nos casos de transfusão de
sangue incompatível, anemia hemolítica do recém-
nascido, hipersensibilidade a medicamentos, doenças
imunes, entre outras. O tratamento é feito por anti-
inflamatórios e imunossupressores.
HIPERSENSIBILIDADE tipo III ou complexa

Hipersensibilidade tipo III, também conhecida como


hipersensibilidade imune complexa, é mediada por
complexos antígeno-anticorpo (ag-ac) IgG. Sua
manifestação ocorre entre três a dez horas após a
exposição ao antígeno e participam primariamente da
resposta os neutrófilos e o sistema complemento. Suas
manifestações clínicas são eritema, edema, necrose e
hemorragias. São exemplos: dengue, ebola, febre
amarela, sarampo, caxumba, catapora, lúpus, nefrites
pós-infecciosas, venenos de animais peçonhentos. Seu
tratamento é feito por meio de anti-inflamatórios.
HIPERSENSIBILIDADE tipo IV ou tardia

Hipersensibilidade tipo IV, também conhecida como


celular ou tardia, é mediada por macrófagos e linfócitos
T CD8. Manifesta-se de vinte e quatro a vinte e sete
horas após a exposição ao antígeno. Os alérgenos se
difundem através da pele ou mucosas e ativam os
macrófagos e a imunidade celular. São exemplos as
doenças autoimunes e as dermatites de contato
alérgicas. O tratamento é realizado por meio da
administração de anti-inflamatórios.

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