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APRISINADOS PELO PONTEIRO DE UM RELOGIO

Um caso de um transtorno mental desencadeado no trabalho e algumas considerações de


estudantes do 6° período das disciplinas das Teorias da Personalidade, da Psicologia
Organizacional e do Trabalho, das Teorias e Técnicas Psicoterapicas.

Mariane: Teorias da Personalidade


Link entre alguma ou algumas teorias e a história de vida de Carlos utilizando seu relato.

Psicologia organizacional

Através dos desenvolvimentos no campo da disciplina psicologia organizacional, tal qual


seu olhar atensioso, tanto para a organização quanto para o trabalhador, lança-se um olhar
técnico analítico para o último emprego em que Carlos trabalhou, onde supõe-se ter sido a
causa de seu adoecimento. Diante de tais considerações, buscar compreender se a
organização, de fato, colaborou para o seu adoecimento e caso sim, quais seriam então os
fatores patogênicos da organização.

Primeiramente é importante considerar a centralidade do trabalho na vida da pessoa


humana sendo este também o responsável pelos processos de subjetivação e formador da
identidade individual e coletiva dos sujeitos. No passado a psicologia organizacional
contribuiu para que o trabalhador se comportasse de forma mais produzente, organizada e
seguindo o tempo e as tarefas objetivadas pela organização, resultando em qualidade na
produção e consequentemente maior lucratividade, mas surgiram questões importantes
com relação ao adoecimento no trabalho. Com o passar dos tempos a psicologia
organizacional aprofundou o seu olhar e percebeu que as empresas, compostas por
pessoas, necessitam e buscam no trabalho, um algo a mais do que salários. Na
contemporaneidade a psicologia organizacional segue adaptando, criando técnicas para
analisar o comportamento dos indivíduos, dos grupos e das instituições a saber quais as
contribuições a organização pode gerar para que seus colaboradores obtenham o bem-
estar, o reconhecimento, a motivação e a sociabilidade para desempenhar melhor suas
funções e colaborar para a saúde física e mental de todos na empresa, reduzindo fatores
ansiogenicos e estressores.
Para alcançar esses objetivos a psicologia organizacional lança mão de técnicas úteis as
empresas e seus colaboradores para que o trabalho ocorra com fluidez.

Inegavelmente, o atual contexto societário, particularmente quando nos referimos ao mundo


do trabalho, contribui de forma decisiva para a fragmentação dos sujeitos e, deste modo,
tende a reforçar a fragilidade e a condição efêmera e eternamente provisória da identidade,
tal como apontou Bauman (2005). Consideramos, no entanto, que estas rupturas nas
trajetórias identitárias, ao longo da vida, são resignificadas através de novos processos de
identificação, mais bem compreendidos na perspectiva da Psicanálise.
Apesar de o conceito de identidade ter sido tradicio-
nalmente pouco estudado pela psicanálise, encontramos em Erikson (1968/1976) a
referência a esta como um problema universal, “... pois estamos tratando de um processo
‘localizado’ no âmago do indivíduo e, entretanto, também no núcleo central de sua cultura
coletiva, um processo que estabelece de fato a identidade dessas duas identidades” (p. 21).
Mais recentemente, Costa (1989), também tributário
da tradição psicanalítica, desenvolve uma concepção de identidade socialmente construída,
correspondendo a tudo que o sujeito vivencia como sendo “eu”, e, portanto, oposto ao “não
eu”. A identidade psicológica (diferentemente de outros sistemas identitários) “... é o sistema
de representações que se mostra à consciência do sujeito como aquilo que não é apenas
atributo do meu eu ou de alguns eu, mas o traço identificatório comum a todos os eu” (p.
22). Focalizando o aspecto ocupacional, o autor considera que a identidade psicológica do
trabalhador funda-se não só como decorrência de conflitos sexuais subjacentes, mas é,
particularmente, definida pela capacidade de trabalho. Desta forma, “... ser bom trabalhador
significa também ser bom, pai, bom marido, bom filho... enfim, um bom homem...”
(p. 29).

O trabalho no capitalismo contemporâneo assume configurações como flexibilidade,


temporariedade, preca-
riedade, informalidade, produzindo alterações que se expressam no modo de ser dos
trabalhadores.

É possível através de investigações sobre as trajetórias identitárias dos sujeitos, arti-


culando as experiências objetivamente vividas com os
sentidos que os sujeitos atribuem a estas.

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