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CURSO PRÁTICO PARA MOTORISTA VISUAL LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita
no CNPJ sob o n.º 06.538.866/0001-37, com sede à Avenida Presidente João Goulart, nº 789,
Sala 201, Vidigal, Rio de Janeiro/RJ – CEP 22452-693, representada por KÁTIA CRISTINA
ARAÚJO MAGALHÃES, brasileira, solteira, instrutora, portada documento de identidade n.º
08633187-1, inscrita no CPF/MF sob o nº 016.695.347-40, residente e domiciliada à Rua
Heneida, Veleso Brasil, nº 12, Vidigal, Rio de Janeiro/RJ – CEP 22452-320, vem, por seus
advogados infra-assinados, ajuizar AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS, em
face de ITAU UNIBANCO S.A., pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CPNJ sob o n.º
60.701.190/0001-04, com endereço comercial à Praça Alfredo Egydio De Souza Aranha,º 100,
Torre Olavo Setubal, Parque Jabaquara, São Paulo/SP, CEP 04344-902, endereço eletrônico:
itaujudicial@itau-unibanco.com.br e BANCO BRADESCO S.A., pessoa jurídica de direito
privado, inscrita no CNPJ sob o n.º 60.746.948/0001-12, com endereço comercial Núcleo Cidade
de Deus. Vila Yara, Osasco/SP – CEP 06.029-900,
I. DOS FATOS
Ocorre que, por volta das 16 horas, a representante entrou na conta para efetuar o
pagamento do salário do funcionário e para sua surpresa constatou um desfalque de R$
26.000,00 (vinte seis mil reais), sendo que R$ 14.000,00 (quatorze mil) era do dinheiro que a
Autora tinha e R$ 12.000,00 (doze mil) do limite da conta bancária (cheque especial).
Os R$ 26.000,00 (vinte e seis mil) foram transferidos e a conta de destino é do BANCO
ITAÚ, ag. 2971, cc 996539, Titularidade Motofrete, CNPJ 32.681.432/0001-00.
Em contato com os Bancos, a representante da Autora foi instruída a redigir uma carta
aos bancos, que demoraram quase dois meses para ligar informando que não poderiam fazer
nada.
Ressalte-se que a representante da Autora registrou ocorrência para investigação
criminal, porém, tem-se que as condutas dos Bancos foram negligentes, conforme será mais
bem explicado adiante.
Causou estranheza na representante da Autora o conhecimento por parte do golpista
da existência da conta corrente no Banco do Bradesco, bem como a incapacidade desse de
manter as informações bancárias seguras através do aplicativo.
Atualmente, todos os titulares de conta são instruídos a usar o aplicativo dos Bancos
pelos próprios, pois somente pelos aplicativos é que se pode acessar a conta, mesmo que em
caixa, com a geração de token instantâneo na tela do celular.
Ora, não é crível que todos os correntistas estejam tão vulneráveis com uso dessas
tecnologias e sejam estas as únicas opções para realização das suas movimentações
financeiras.
Doutra banda, o Banco Itaú também falhou, eis que deu guarida a abertura de uma
conta fraudulenta, viabilizando a irrastreabilidade do dinheiro depositado na conta.
Assim, sem opção e dada a responsabilidade objetiva que recai sobre as instituições
financeiras, a Autora decidiu ajuizar a presente ação.
.
II. DO DIREITO
II.1. DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA
Por se tratar o presente caso de matéria que envolve informações que só os Réus
detêm é indispensável que estes demonstrem: a) segurança dos dispositivos disponibilizados
aos clientes para acesso de conta, b) regularidade da abertura de contas.
Assim, de igual modo, fundamenta-se a necessidade de inversão do ônus da prova na
impossibilidade de produção dessas provas, que são indispensáveis para o deslinde da causa e
tal situação é amparada pelo princípio da distribuição dinâmica do ônus da prova, conforme art.
373, § 1º do CPC.
PORTANTO, EM RAZÃO DA VEROSSIMILHANÇA NAS ALEGAÇÕES E DA
INEQUÍVOCA E PRESUMIDA HIPOSSUFICIÊNCIA DA AUTORA, ESTA FAZ JUS, NOS
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TERMOS DO ART. 6º, VIII DA LEI 8.078/90, A INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA AO SEU
FAVOR.
II.2. DA FALHA NA SEGURANÇA DO SERVIÇO
necessárias para evitar esse tipo de transtorno e prejuízo aos clientes, não cedendo espaço para
que se oportunize por falhas na sua rotina de negócios, como o golpe sofrido pela Autora,
perpetrado por meio de contas abertas em sua instituição, para este fim e que se encerram
imediatamente após a ação dos estelionatários, ensejando o sucesso do crime.
Note-se que o risco do negócio é inerente à atividade financeira oferecida pelos Réus e
exige maior acureza, agilidade e cautela no gerenciamento da abertura e encerramento de
contas, bem como as informações de seus clientes, caso contrário, surge daí o dever de
RESSARCIR TODOS OS PREJUÍZOS ao agir de forma imprudente e negligente.
É notória a responsabilidade objetiva dos Reus, uma vez que ocorreu falha substancial
na prestação do serviço bancário, e, por tratar-se de uma relação consumerista, a ser regida,
portanto, pelas normas do Código de Defesa do Consumidor, cabe imputar às instituições
bancárias tal tipo de responsabilização. O artigo 14 do Código de Defesa do Consumidor assim
dispõe:
Por outro lado, a súmula 479 do STJ também dispõe sobre a responsabilidade objetiva
das instituições financeiras. Veja-se:
Até porque se a instituição não tomar as providências necessárias para que não sejam
abertas contas e usadas para aplicar golpes a partir da sua estrutura, bem como resguardar as
informações do cliente, decerto a Autor não seria vítima do golpe em questão.
Ora, certo é que os procedimentos definidos pelo Banco Central não foram adotados
pelo Banco Itaú ao menos no caso em referência, isto porque, conforme narrado, a Autora
imediatamente após o ocorrido procurou a Ré para tomar providências quanto ao golpe e
suspender o levantamento do depósito na conta de destino.
Certamente que as práticas bancárias em observância dos procedimentos do Banco
Central inviabilizariam esse tipo de ocorrência delituosa. No caso em referência, verificamos que
em dois momentos a condutas dos Réus foram determinantes para que o golpe fosse realizado:
a) falha de segurança do aplicativo do Banco Bradesco, b) abertura de conta pelo Itaú sem
identificação, validação e qualificação do cliente, segundo quando inviabilizou o rastreamento
dos valores.
Em caso análogo, o Tribunal de justiça de São Paulo, deu provimento ao apelo de
vítima de estelionato, visto que a conduta do Banco: "certamente não condiz com o zelo e a
diligência que os bancos devem ter a fim de evitar a utilização de sua estrutura para a prática de
crimes, o que, no caso em análise, gerou inegável dano moral à autora.” Veja-se a ementa do
Julgado:
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Inegável, portanto, que as práticas bancárias dos Réus em total desacordo com a
orientação de procedimento do Banco Central contribuíram de forma determinante para que o
golpe fosse concretizado.
a) a conceder, nos termos do art. 6º, inc. VIII do CDC, a inversão do ônus da prova
em favor da demandante;
b) a designar audiência de conciliação do art. 334, do CPC;
c) a determinar a citação da promovida no endereço inicialmente indicado para,
querendo, apresentar a defesa, bem como comparecer às audiências designadas
por esse juízo, sob pena de revelia;
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Termos em que,
Pede deferimento.
Rio de Janeiro, 07 de abril de 2022.