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Intervenções e Psicoterapial /

Breve no Contexto Hospitalar


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Dr. Cláudio Garcia Capitão1 • Dra. Rita Aparecida Romaro2


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papel do psicólogo, este possa vir a tomar decisões inadequadas,


assim como suas as quais poderão colocar em risco o seu trata­
possibilidades de mento e a sua recuperação. Na hospitalização
atuação no contexto hospi­ são inúmeras as vivências pelas quás o paciente
talar, abrange uma variedade atravessa, tais como o temor pelo desconhecido,
de demandas, espectros, sentimentos de inutilidade, solidão, desamparo
modalidades e dificuldades. e não raramente a sensação de fracasso.^O
Por serem as doenças mul- espaço de trabalho concedido ao psicólogo varia
tideterminadas, o psicólogo de acordo com a especificidade da instituição
precisa trabalhar em equipes hospitalar, com a possibilidade de organização
Divulga; 3o

multi e interdisciplinares, ob­ do serviço de psicologia, com a demanda.


jetivando assistir àquele que Sendo que a atuação pode ocorrer em enfer­
Dra. Rita Aparecida Romaro e procura o atendimento nos serviços de um hos­ marias, prontos-socorros, UTIs, ambulatórios
Dr. Cláudio Garcia Capitão. pital, no âmbito do ambulatório, da enfermària, e hospitais-dia.(1) Torna-se, por assim dizer,
do hospitai-dia e do pronto-socorro, no sentido um observador participante da rede social que
de minorar o sofrimento mental e suas possí­ inclui o paciente, o médico, assistentes sociais,
veis conseqüências. O psicólogo que atende enfermeiros, a família e os amigos do paciente.
no hospital encontrará pacientes que nunca Pode-se pensar que no hospital geral o serviço
consultaram esse profissional e, por extensão, de psicologia, por vezes, funciona como um
nunca passaram por uma avaliação psicoló­ "serviço de emergência”, acionado em momen­
gica. Alguns dentre esses pacientes poderão tos críticos, com o fito de reduzir a possibilidade
manifestar sintomas psicológicos reacionais à de extensão do trauma e do agravamento das
doença, como também uma série de sintomas situações, mesmo que por uma intervenção
secundários devido às alterações fisiológicas.® breve, em geral de escuta e acolhimento, que
Como bem sabido, os aspectos emocionais pode ou não se repetir, dependendo do período
conseguem modificar as reações, o pensamento de internação do paciente, da necessidade do
e as atividades do paciente, fazendo com que caso, das condições hospitalares, da permea­
bilidade da equipe multidisciplinar. Nem sempre
1 - Doutorpela Unkamp, com Pós-Douíorado em Psicologia Clínicapela PUC-SP, Professor dos é o paciente que solicita o atendimento psico­
Cursos de Graduação e de Pós-Graduação Stricto Sensu da Universidade São Francisco,
Membro da Grupo de Neuroaêndas do Instituto de fnfectologia Emüiô Ribas. CRP-SP20.794. lógico; este pode ser solicitado pela equipe de
2 - Doutora em Psicologia Clínicapelo Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paub. enfermagem, pela equipe médica, ou ser parte
Coordenadora e Psicóloga em Rita Romaro Centro de Psicoterapia e Mediação. CRP-SP 8.522. da rotina da instituição/1’

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A forma como esse encaminhamento podem contribuir para a vulnerabilidade às intervenções são tidas, em um sentido mais
acontece é de suma importância. Um doenças, ou resistência e recuperação.® amplo, como preventivas.*1,4)
bom encaminhamento deve partir de um O conceito de crise encontra-se inti­ Quando se identifica uma crise, o
membro da equipe com o qual o paciente mamente relacionado ao de saúde mental, objetivo geral deve ser a sua superação.
estabeleça um bom vínculo e com quem considerando-se que o indivíduo encontra- Nos hospitais, um instrumento clínico e
converse sobre esse encaminhamento, -se inserido em um meio sociopolftico-eco- bastante útil é estabelecer uma lista de
para não ser visto como um “castigo por nômico-cutturai, com esquemas e padrões problemas, na qual são selecionadas
ser difícil", ou ainda receber "um rótulo de sociais que devem possuir uma coerência as questões que emergem com mais
louco”, mas como mais uma possibilida­ com suas crenças e valores, permitindo o dificuldade, com uma possível ordem de
de de ajuda, o que facilitará a adesão.,1) estabelecimento de um nível razoável de importância. Convém observar que nas in­
Quando o psicólogo estabelece esse pri­ adaptação e a possibilidade de encontrar tervenções em crise, tão logo a superação
meiro contato é fundamenta! avaliar com soluções viáveis para seus problemas e desta seja atingida, o atendimento deve
o paciente o quanto este sabe a respeito conflitos.^Qualquer alteração no meio am­ ser interrompido para evitar que alguns
desse procedimento e quais são suas ex­ biente, em seu funcionamento orgânico, aspectos caracterológicos apareçam e
pectativas, esclarecer como será realizado em seu psiquismo, tende a quebrar essa forneçam material psicológico para o seu
e, acima de tudo, respeitar o desejo de ele homeostase, trazendo a necessidade de prolongamento. Quando a superação não
ser ou não atendido.(4) modificações e flexibilidade para se manter é conseguida, a intervenção deve ser rea­
O psicólogo hospitalar trabalha com a adaptação.® valiada e reorientada para uma nova alter­
o desejo do paciente, não com a cura, A crise pode ser definida como um nativa, com a revisão do psicodiagnóstico,
Portanto, deve orientar seu trabalho pa­ período temporário de desorganização psicoterapia breve ou de longa duração.®
ra o desejo de viver, para o resgate da do funcionamento de um sistema aberto, Ao realizamos intervenções em situa­
esperança, que pautará a forma como precipitado por circunstâncias que transi­ ções de crise, procuramos restaurar o
este lidará não só com as dificuldades toriamente ultrapassam as capacidades equilíbrio adaptativo do paciente e, quando
e deficiências, bem como com as pos­ do sistema para se adaptar interna e ex­ possível, melhorá-lo. O aspecto afetivo
sibilidades inerentes ao quadro clínico ternamente^ A maneira como a pessoa envolvido na situação crítica e a possibili­
apresentado. A compreensão do nível de lida com situações estressantes, como dade da mobilização do ato criativo para
gravidade da patologia em questão e de internações, cirurgias, procedimentos superá-la são fatores indispensáveis.(10)
sua dimensão passa pelas fantasias mo­ invasivos, doenças crônicas, seqüelas de
bilizadas e pela veracidade e clareza das acidentes dependerá em grande parte de INTERVENÇÃO EM CRISE E
informações recebidas, tanto pelo paciente sua estrutura de personalidade, desaa con- INTERVENÇÃO DE EMERGÊNCIA
quanto por seus acompanhantes, sejam dição cognitiva e emocionaj, assim como
estes familiares e/ou amigos. Essa rede das defesas mobilizadas, da possibilidade Não existem diferenças básicas entre
de apoio representa um relevante papel de controle da ansiedade e dos impulsos.*81 intervenção em crise e psicoterapia de
na mobilização de estratégias adequadas A situação de crise encerra o perigo e emergência, ambas são consideradas em
de enfrentamento em momentos críticos.*31 a oportunidade, tornando o indivíduo mais seu aspecto preventivo como passíveis de
permeável à ajuda; pode ser considerada evitar a progressão para desajustamentos
CRISE como um momento crucial para a inter­ cada vez mais sérios, até a pessoa se tor­
venção, onde os mecanismos defensivos nar grave e cronicamente perturbada. No
Inúmeros estudos de prevenção de estão menos estruturados, constituindo-se entanto, cabe diferenciar intervenção em
doenças realizados nos EUA revelam que em um momento de abertura tanto para a crise de um atendimento de emergência,
um sistema envolvendo múltiplos fatores, instalação de um quadro psicopatológico visto que nesse último, em decorrência de
tais como traços de personalidade, cren­ mobilizado pela situação estressante, quan­ um sério desequilíbrio, o paciente ou as
ças e atitudes, suporte social, pode afetar to para a significação da crise na busca de pessoas de seu meio correm algum tipo
e influenciar na recuperação da saúde. alternativas mais adaptativas para a nova de risco. O atendimento tem como meta a
Os dados de pesquisas sobre saúde e situação. O encorajamento da livre expres­ proteção e a recuperação do contato com
comportamento apontam de maneira são dos sentimentos de tristeza, ansiedade a realidade, muitas vezes perdido pelos
contundente que os processos psicológi­ e raiva, entre outros, a fim de que sejam que estão envolvidos.1111
cos e os estados emocionais influenciam elaborados, costuma ter um efeito muito Uma emergência psiquiátrica caracte­
o processo de adoecimento, assim como positivo em tais momentos, sendo que tais riza-se pelo distúrbio do pensamento, do

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sentimento ou de ações, para os quais é regular e adequado de medicação, etc.), da urgência”, como aquele que demanda
necessáriotratamento imediato, implicando com traumatismos, de maior ou menor um atendimento psicológico em caráter
sempre crise para o indivíduo. Para as atua* gravidade, advindos de acidentes violen­ de urgência. Nem sempre esses dois
ções consideradas catastróficas, emergen- tos, com uma possível ou inevitável morte. sujeitos são a mesma pessoa - ou seja,
dais, o psicólogo necessita intervirde modo As famílias mais estruturadas, denomina­ quem pode necessitar de atendimento
a conter os impulsos destrutivos e buscar das de “terapêuticas", tendem a viver os psicológico pode ser o acompanhante e
ativar impulses mais reparadores que preci­ momentos críticos, de extrema dor, medo, não o paciente clinico.(1,3í
sam ser recuperados pelo paciente. Porém, ansiedade e expectativa, buscando alter­ A escuta ocorrida durante as Inter­
a liberação da hostilidade, sob controle, nativas e aliando-se à equipe muftidiscipü- venções Breves, que podem ou não
também precisa ser compreendida pela nar na resolução de medidas práticas.(14) caracterizar uma situação de emergência,
família e pela equipe. A intervenção exige o As famílias disfuncionais, denominadas dependendo do tipo de vínculo estabe­
estabelecimento de uma afiançaterapêutica “iatrogênicas”, tendem a atritar-se com a lecido, pode abrir a possibilidade de um
imediata e positiva, para que a hostilidade equipe, mostrando-se não colaboradoras, encaminhamento para um serviço de
possa ser expressa e significada, abrindo agressivas, com tendência a distorcer as psicologia e/ou psiquiatria, quiçá para
a possibilidade de comunicação efetiva informações, a cobrar, transferindo para uma psicoterapia, a ser realizada ambu-
que leve ao entendimento mais profundo a equipe, para o hospital, seus próprios latorialmente.
e apropriado.112* conflitos e culpas.<15) De acordo com a
Entre as funções básicas da psicologia Resolução do Conselho Federal de Psico­ PSICOTERAPIA BREVE NO
hospitalar está a de auxiliar o paciente na logia (CFR 2001), ao psicólogo especialista CONTEXTO HOSPITALAR
sua experiência de adoecimento, mas em Psicologia Hospitalar cabe atuação
sem garantir onde e como chegará, pois em instituições de saúde, em centros de A Psicoterapia Breve em geral ocorre
o futuro da situação clínica do paciente estudos e pesquisas, em instituições de no contexto ambulatorial de um serviço
é dependente de inúmeras variáveis, ou ensino superior e médio, prestando servi­ de saúde mental, ou de um hospital geral,
seja, da gravidade da condição clínica, das ços de nívei secundário e terciário, além de com a possibilidade de planejamento do
determinações psicológicas inconscientes, atender a pacientes, familiares ou respon­ tratamento sem o risco de uma alta ou de
dos recursos terapêuticos disponíveis.(3) sáveis pelo paciente; membros da equipe uma transferência iminente. Em alguns ca­
O psicólogo, particularmente aquele que multiprofissiona! e eventualmente funções sos, a intervenção em crise também pode
está inserido na instituição hospitalar, administrativas, visando o bem-estar físico ocorrer no contexto de uma psicoterapia
defronta-se constantemente com dilemas e emocional do paciente, Entre os atendi­ breve, quando a vida, em seu intenso e
que envolvem, solicitam e exigem posicio­ mentos oferecidos, destaca-se a avaliação constante fluxo, nos arrebata com situa­
namentos éticos, seja no trato com seus e acompanhamento dos paçientes que ções de perda de pessoas queridas, des­
pacientes, em alguns casos vivendo no estão ou serão submetidos a procedi­ coberta de complicações orgânicas, mu­
limite suportável de sofrimento, seja com mentos médicos, clínicos ou cirúrgicos. danças inesperadas de status, emprego,
seus colegas e outros profissionais com os Di Biaggi(17í lista algumas situações nas rompimentos e até ganhos, que alteram a
quais divide, com maior ou menor poder e quais o atendimento psicológico torna-se rotina da vida. Tais situações podem levar
importância social, o espaço hospitalar. A essencial, tanto para a família quanto para a uma redefinição dos objetivos previa­
psicologia não é uma ilha isolada de outros o paciente: transplantes, vitimização por mente estabelecidos. A psicoterapia breve
continentes do saber. Estamos perante violência, acidentes graves, tentativas de dinâmica caracteriza-se pela avaliação dos
um mundo em que todas as distâncias, suicídio, politraumatismos, internação em recursos egoicos envolvendo funções cog­
seja pela rapidez das informações, seja UTI, nos casos de intubação orotraqueal, nitivas, forma de manifestação de afetos e
pela inter-relação dos conhecimentos, vão em manobras de ressuscitação, HIV, pato­ impulsos, controle da ansiedade e tolerân­
paulatinamente diminuindo, e as ações logias oncológicas, crianças e adolescen­ cia à frustração, mecanismos defensivos
ganhando sentido de universidade jamais tes hospitalizados, entre outros. Ressalta predominantemente utilizados, regulação
visto na história.(13) Muitos pesquisadores que para a família o atendimento deve da autoestima, avaliação da realidade,
assinalam que o tipo de estruturação ocorrer também nos casos de óbito, coma, capacidade adaptativa que, necessaria­
familiar existente se expressará na forma morte encefálica, doação de órgãos, além mente, implica uma ou mais sessões.'6'181
como a família pode lidar com as doen­ dos casos citados. É importante diferenciar A partir da avaliação procede-se à for­
ças crônicas em fase de agudização (por o “sujeito da urgência” como aquele que mulação de uma hipótese psicodinâmica,
dificuldade em seguir dietas, fazer uso recebe cuidados terapêuticos, do “sujeito o estabelecimento de um objetivo e de um

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Psicologia Hospitalar

plano de trabalho, cujo número de sessões


e recursos a serem empregados passará
‘Tanto as intervenções fragilidades humanas e faz parte de uma
equipe, ou seja, está sob o impacto das
pela complexidade da problemática, pela breves quanto aspsicoterapias mesmas influências de qualquer outro
profissional. ♦
brevespossuem eficácia
demanda do paciente, por sua motivação,
por sua disponibilidade de tempo e de
recursos financeiros, para retomar periodi­
camente ao hospital e pela estruturação do terapêutica desde que bem REFERÊNCIAS

dimensionadas, com clareza


1. Romaro, RA. Intervenções e psicoterapia breve
próprio serviço no contexto da instituição. no contexto hospitalar. In: Lange, E. (Org.) Con­
Alguns dos objetivos gerais da psicoterapia tribuições à Psicologia Hospitalar: desafios e
breve no contexto hospitalar são: a cons­
cientização das dificuldades e/ou limita­
de objetivos, capacitação 2.
paradigmas. Editora Vetor, 2(308.
Macksnnon RA, Michels R, Buckiey PJ. A entre­

técnica dosprofissionais
vista psiquiátrica na prática clínica. 2a ed. Porto
Alegre: Armed, 2008.
ções físicas e psíquicas; a substituição de 3. Simonetti A. Manual de Psicologia Hospitalar; o

envolvido”
informações errôneas ou distorcidas por mapa da doença. São Paulo: Casa do Psicólogo,
2004.
informações corretas com espaço para 4. Botega NJ. Prática psiquiátrica no hospital geral:
serem compreendidas, com as angústias interconsulta e emergência. Porto Alegre. Artmed,
2002.
e fantasias mobilizadas, podendo ser nsticas, em poucos casos pode ser empre­ 5. Baum A Psluszny DM. Health Psychology:
pensadas e assimiladas; a busca de novas gada durante as internações hospitalares, mapping Biobehavioral Contributions to Health
and lllness. Annual Reviews 1999;50:137-
respostas mais adaptativas e condizentes excetuando-se as de longo e de previsível 163.6. Romaro RA. Psicoterapia Breve Dinâmica
com a forma de ser do paciente; melhora curso, sendo mais indicadas nesse con­ com Pacientes Borderline; uma proposta viável.
São Paulo: Casa do Psicólogo, 2000.
da autoestima e, consequentemente, na texto as intervenções breves. Nas enfer­ 7. Captan G. Princípios de Psiquiatria Preventiva.
qualidade de vida; e adesão aos pro­ marias, em geral, deparamo-nos também Buenos Aires: Paidós, 1966.
8. Romano BW. Manual de Psicologia Clínica para
cedimentos de tratamento adotados. A com a falta de espaço físico, sendo que as Hospitais. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2008.
psicoterapia breve pode ser oferecida a intervenções em geral ocorrem ao lado do 9. Aguiar W. Intervenções em Crises. In: Cordioli AV
Psicoterapias: abordagens atuais. Porto Alegre:
crianças, adolescentes, adultos, idosos. leito ou em espaços improvisados, a não Artmed, p.153-158,1998.
Para crianças e adolescentes jovens torna- ser que se disponha de quartos individuais, 10. Simon R. Psicologia Clínica Preventiva: novos
fundamentos. São Paulo: EPU, 1998.
-se aconselhável trabalhar paralelamente sendo que, nesses casos, o inconveniente 11. Bellak!_ Small L. Psicoterapia de Emergência e
com os pais, pois os conflitos e dificuldades são as interrupções necessárias para a Psicoterapia Breve. Porto Alegre: Artes Médicas,
1980.
concentrando-se na “área de conflito mú­ viabilização dos procedimentos clínicos 12. Sadock JB, Sadock VA. Compêndio de Psiquia­
tuo”, área na qual as projeções e identifica­ ou as visitas.Tanto as intervenções breves tria, Ciência do Comportamento e Psiquiatria
Clínica. Porto Alegre: Artmed, 2007.
ções tanto dos pais quanto da criança, que quanto as psicoterapias breves possuem 13. Capitão CG. Ética no Contexto Hospitalar. In:
permeiam a relação pais-criança, dificultam eficácia terapêutica desde que bem di­ Oliveira MFP, ismael, SMC. Rumos da Psicologia
Hospitalar em Cardiologia. Campinas: Papirns,
ou impedem o desenvolvimento, sendo mensionadas, com clareza de objetivos, p.49-56, 2002.
necessário que os pais compreendam tal capacitação técnica dos profissionais 14. Alves JG. A doença aguda e a família. In: Mello
Filho J, Burd M. Doença e Família. São Paulo:
dinâmica para participarem na busca da envolvidos, comprometimento ético e Casa do Psicólogo, p.245-249, 2004.
resolução da conflitiva.(19) adequação das possibilidades da técnica 15. Sanchez FIA. Sistema Familiar de Crianças
com Transtorno Global do Desenvolvimento.
Quando se pensa em termos de pes­ utilizada ao contexto hospitalar. No que In: Baptista MN, Dias RR. Psicologia Hospitalar,
soas com enfermidades, a grande maioria é concerne à equipe, vale sempre ressaltar teoria, aplicações e casos clínicos. Rio de Janeiro:
Guanabara-Koogan, p. 212-229.2010.
passível de beneficiar-se com a psicoterapia que esta é composta por pessoas/pro­ 16. Conselho Federa) de Psicologia. Resolução CFP
breve: afecções respiratórias (dispnéia, fissionais vulneráveis a pressões diversas 002/2001. Disponível em http://www.crpsp.org.
br. Acesso em 20.01.2012.
asma, apneia pulmonar), cardiovasculares, que acabam por mobilizar, por razões 17. Di Biaggi TM. A atuação do psicólogo hospitalar
dermatológicas, excretórias, digestivas, diferentes, sentimentos e sensações tão em Unidade de Terapia Intensiva. Disponível em
www.nemeton.com.br/nemeton/artigos/texto.
controle de doenças crônicas (diabetes, próximas, tão díspares - daí a necessidade Acesso em 10.01.2012.
hipertensão), disfunções sexuais, seqüelas de se trabalhar essas intrincadas emoções 18. Braier EA. Psicoterapia Breve de Orientação
Psicanalítica. São Paulo: Martins Fontes, 1997.
ortopédicas, entre outras, além da ampla e relações humanas que, no contexto de 19. Taperman OW. Clínica psicanalítica com bebês:
gama de transtornos psíquicos associados. saúde, têm sua base na integração da uma intervenção a tempo: São Pauio: Casa do
Psicólogo, 2005.
equipe, em suas fantasias sobre saúde e
CONSIDERAÇÕES FINAiS enfermidade, em sua representação do ser
Bndereço para correspondência1
.
e do estar doente. O psicólogo também R. Cajaíba, 123 - cj. 43 - CEP 05025-000
A psicoterapia breve, por suas caracte- não escapa destas condições, pois possui Perdizes - SP.

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