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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CSA


DEPARTAMENTO DE ECONOMIA – DCO

ELIAS LUCAS R. CARDOSO


GUILHERME ALBUQUERQUE RUBIRA
JULIO CESAR BERTOLETI MARQUES
YAN COLOMBO DE SANTANA

E-COMMERCE NO BRASIL

Maringá
2021
LISTA DE FIGURAS

Figura 1: funcionamento de um E-commerce.............................................................. 9

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: porcentagem da população brasileira com acesso à internet ..................... 7

Gráfico 2: quantidades de cestas básicas adquiridas pelo salário mínimo ............... 22

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: pedidos por mês em cada ano Ifood, desde sua criação ............................ 7
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 5

2 PRIMÓRDIOS DO E-COMMERCE .................................................................... 6

2.1 SURGIMENTO NO BRASIL ............................................................................... 6

2.2 EVOLUÇÃO DO E-COMMERCE ....................................................................... 6

3 COMO FUNCIONA UM E-COMMERCE ............................................................ 9

3.1 TIPOS DE E-COMMERCE ............................................................................... 10

3.2 O FLUXO DE PROCESSAMENTO DE UM E-COMMERCE ............................ 11

3.2.1 Back-end e Front-end..................................................................................... 12

3.2.2 Processo de estruturação de um site ........................................................... 12

3.3 SEO (SEARCH ENGINE OPTIMIZATION) ...................................................... 13

3.3.1 Marketing Digital para vendas ....................................................................... 14

3.3.2 Indicadores de desempenho ......................................................................... 15

3.3.3 Benefícios de um E-commerce ..................................................................... 16

4 IMPACTOS DA PANDEMIA NO E-COMMERCE ............................................ 18

4.1 PRELÚDIO ....................................................................................................... 18

4.2 COMÉRCIO ELETRÔNICO NO BRASIL EM 2020 .......................................... 18

4.2.1 Princípio .......................................................................................................... 18

4.2.2 Efetivação ....................................................................................................... 19

4.2.3 Datas Sazonais ............................................................................................... 19

4.2.4 Tecnologia & Mídia ......................................................................................... 19


4.2.5 Departamentos ............................................................................................... 20

4.2.6 Regionalidade ................................................................................................. 20

5 Perspectivas para o e-commerce no Brasil em 2021 .................................. 22

5.1 INCERTEZAS E AS PERSPECTIVAS CONFLITANTES ................................. 22

5.1.1 Redução do poder de compra ....................................................................... 22

5.1.2 Otimismo para o e-commerce, pés no chão para o varejo ......................... 23

5.2 DIGITALIZAÇÃO E AS TENDÊNCIAS DO VAREJO PARA 2021 .................... 23

5.2.1 Pagamento Instantâneo ................................................................................. 24

5.2.2 Re-commerce: sustentabilidade e custo benefício ..................................... 24

6 Considerações finais ..................................................................................... 26

Referências: .................................................................................................... 27
E-commece no Brasil

Elias Lucas R. Cardoso*


Guilherme Albuquerque Rubira**
Julio Cesar Bertoleti Marques***
Yan Colombo de Santana****
RESUMO

A revolução digital iniciada nos anos 50 vem impactando todos os setores da


economia mundial, simplificando o método de comunicação e varejo, com o uso da
tecnologia para automatizar os processos econômicos em níveis globais. A pandemia
da Covid-19 acelerou ainda mais essa evolução, mostrou para os pequenos
empreendedores que, nos dias atuais, não é possível ter uma loja sem nenhuma
presença digital, seja por meio das redes sociais (Facebook e Instagram) ou por meio
de um site (e-commerce). Assim, o objetivo deste trabalho é descrever o processo de
surgimento e evolução dos comércio eletrônico no Brasil que foi impulsionado pela
pandemia, como o processo se realiza e também mostrar as perspectivas da
comercialização eletrônica para o futuro. Logo, os dados demonstram que o mercado
do e-commerce está cada vez mais consolidado em todos os setores da economia.

PALAVRAS-CHAVE: Revolução digital, redes sociais, e-commerce, pandemia.


1 INTRODUÇÃO

Em Março de 2020 a OMS (Organização Mundial da Saúde) alegou que o


mundo está passando novamente por um pandemia, dessa vez causada pelo novo
coronavírus (Sars-Cov-2). A pandemia gerou a necessidade de se estabelecer
políticas de distanciamento social; as empresas tiveram grandes perdas em produção
e vendas e a economia brasileira mergulhou em profunda recessão.
Assim como a maioria dos setores da economia, o varejo se viu em uma difícil
situação, situação essa que só não foi pior por conta do enorme destaque que o varejo
online conquistou, pois com a economia mundial globalizada, o segmento do comércio
eletrônico se tornou dinâmica e eficientemente capaz de suportar os efeitos causado
pela covid-19, o e-commerce se transformou em um dos meios de compra e venda
mais rentáveis do mundo e uma das únicas seção da economia a obter lucro em 2020.
As mudanças ocorridas no e-commerce se mostram duradouras e estudá-las é
primordial para impulsionar um setor da economia que ainda possui muito potencial
de crescimento.
2 PRIMÓRDIOS DO E-COMMERCE

2.1 SURGIMENTO NO BRASIL

Antes dos anos 2000 era pouco comum, o acesso a celulares e computadores,
e mesmo aqueles que os possuíam, tinham restrições decorrentes da tecnologia da
geração, como aparelhos que apenas faziam e recebiam chamadas e a “internet
discada”.
Tratando-se de datas, o e-commerce no Brasil, teve seu nascimento no fim da
década de 1990, muito antes do “Marco Civil da Internet” e, com um fluxo infinitamente
menor que o atual; grandes sites de comércio atualmente muito populares, como
Amazon e Mercado Livre, que surgiram em 5 de julho de 1994, e 2 de agosto de 1999,
respectivamente, no Brasil, naquela época, sequer eram conhecidos por aqui. Em
1995 o “Booknet”, criado por Jack London, um site de livraria virtual brasileira, tornou-
se um marco para o e-commerce brasileiro, pois já em seu início, prometia a entrega
de seus produtos em até 72 horas úteis após o pedido processado (devidamente
pago); que perdurou até 1999 e posteriormente tornou-se o site “Submarino”.
O sucesso do Booknet foi tamanho, quem ainda na década de 90, outras
grandes lojas como “Ponto Frio” e “Americanas”, iniciaram suas atividades online,
criando seus sites de vendas que, ao longo das décadas, popularizaram-se cada vez
mais! O volume e fluxo de compras nos sites, tornou-se tamanho que acabou por
originar um projeto do Sedex, chamado “E-sedex”, mas que foi findado em 2016/2017,
devido cortes de gastos, fechamento de agências e concorrência.

2.2 EVOLUÇÃO DO E-COMMERCE

Desde o surgimento do e-commerce no Brasil, muitas coisas mudaram,


melhoraram e muitas certamente ainda estão por vir; uma herança que encontra-se
ativa e útil até os dias atuais, é a estrutura dos sites: com catálogos, campo de
pesquisa e carrinho de compras, com a evolução do processo veio a possibilidade do
uso de “filtros”, por preço, produto, tamanho, etc... por exemplo e, atualmente já é
possível testar a cor do esmalte na mão da cliente, ou ver como o tênis vai ficar no pé
do cliente, antes de comprá-lo, com aplicativos de Ar (Realidade aumentada), como o
“wanna kicks”; sinais que apontam para um universo de possibilidades no e-commerce
do futuro.
7

Gráfico 1: porcentagem da população brasileira com acesso à internet


70.00%

60.00%

50.00%

40.00%

30.00%

20.00%

10.00%

0.00%

2010
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009

2011
2012
2013
2014
2015
2016
Adaptado de: http://repositorio.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10030160.pdf

Amplamente conhecido, o Ifood, criado em 2011 pelos sócios Patrick Sigrist,


Eduardo Baer, Guilherme Bonifácio e Felipe Fioravante, a empresa está presente em
múltiplos países da América Latina, mas por sua origem, sua presença é mais forte
no Brasil, o gráfico à seguir retrata as vendas em todos os países em que está
presente, desde sua criação.
Adaptado de Ifood (2020)

Tabela 1: pedidos por mês em cada ano Ifood, desde sua criação
Anos Pedidos(em milhares)
2011 12
2012 73
2013 113
2014 314
2015 1000
2016 2800
2017 6100
2018 13000
2019 20000
Adaptado de https://institucional.ifood.com.br/ifood/

O gráfico reflete uma curva muito mais acentuada que a quantidade de


brasileiros com acesso à internet anteriormente visto, indicando principalmente o e-
commerce como tendência, mesmo em algo tão crucial como a alimentação.
8

Até o ano de 2000, o crescimento médio era de 0,48% ao ano, de brasileiros


com acesso à internet, e de 2001 até 2016 teve uma média de aumento ao ano de
3,62%, com o maior aumento sendo de 2005-2006, com 7,16% e em 2013, mais da
metade da população brasileira tinha acesso à internet.
3 COMO FUNCIONA UM E-COMMERCE

O e-commerce consiste em combinar três sistemas diferentes: um servidor web


que pode gerenciar uma vitrine online e processar transações (fazendo links
apropriados para computadores bancários para verificar os detalhes do cartão de
crédito das pessoas), um sistema de banco de dados que pode manter verificação
dos itens que a loja tem em estoque (atualização constante à medida que as pessoas
fazem pedidos e, de preferência, fazendo novos pedidos aos fornecedores quando os
estoques estão baixos) e um sistema de despacho vinculado a um depósito onde as
mercadorias podem ser localizadas instantaneamente e enviadas ao comprador
conforme o mais rápido possível.
Aqui está um exemplo de como um sistema de comércio eletrônico sofisticado
e totalmente computadorizado pode funcionar.

Figura 1: funcionamento de um E-commerce

Fonte: https://www.explainthatstuff.com/ecommerce.html
1. Usando um computador, o cliente faz uma encomenda do produto que
deseja. Seu navegador da Web se comunica pela internet com um servidor da
Web que gerencia o site da loja.
2. O servidor da Web (web server) envia o pedido ao gerente de pedidos. Este é
um computador central que vê os pedidos em todos os estágios de
processamento, desde o envio até o despacho.
3. O gerente de pedidos (order manager) consulta um banco de dados para
descobrir se o que o cliente deseja está no estoque.
4. Se o item não estiver em estoque, o sistema de banco de dados de estoque
(stock database) pode solicitar novos suprimentos de atacadistas ou
fabricantes.
10

5. O banco de dados de estoque confirma se o item está em estoque ou sugere


uma data de entrega estimada quando os suprimentos serão recebidos do
fabricante.
6. Se o item pedido pelo cliente está em estoque, o gerente de pedidos continua
a processá-lo. Em seguida, ele se comunica com um sistema comercial
(merchant system), administrado por uma empresa de processamento de
cartão de crédito ou vinculado a um banco de dados, para receber o
pagamento usando o número do cartão de crédito ou débito do cliente.
7. O sistema do comerciante pode fazer verificações extras com o computador
do próprio banco do cliente.
8. O computador do banco (bank computers) confirma se o cliente tem fundos
suficientes.
9. O sistema do comerciante autoriza a transação, embora os fundos não sejam
completamente transferidos até vários dias depois.
10. O gerente de pedidos confirma que a transação foi processada com sucesso
e notifica o servidor Web.
11. O servidor da Web mostra ao cliente uma página confirmando que seu pedido
foi processado e a transação concluída.
12. O gerente de pedidos envia uma solicitação ao depósito para despachar as
mercadorias ao cliente.
13. Um caminhão de uma empresa de despacho coleta as mercadorias do
depósito e as entrega.
14. Assim que as mercadorias forem despachadas, o computador do depósito
envia um e-mail ao cliente para confirmar que a encomenda está a caminho.
15. As mercadorias são entregues ao cliente.

3.1 TIPOS DE E-COMMERCE

Segundo Almeida, Brendle e Spindola (2014) o e-commerce atual possui


diversas formas. Sendo um reflexo do mundo físico no mundo virtual, os empresários
encontram um importante canal de vendas. Desta forma, existem modelos de
negócios que permitem classificar o comércio eletrônico por modalidade de
relacionamento entre os agentes participantes da rede, que são entidades
governamentais, empresas, consumidores, clientes ou cidadãos usuários.
De acordo com Vissoto e Boniati (2013), os e-commerces podem ser divididos
em quatro tipos.

a) Business-to-Business (B2B): ou empresa para empresa, é a compra e


venda de informações, produtos ou serviços através da internet entre duas
empresas. Além da internet podem ser utilizadas redes privadas partilhadas
e a compra do produto ou serviço pode ser feito de acordo com a
necessidade. Em alguns casos, além do comprador e vendedor há também
um intermediador responsável por mediar a transação. Exemplos de
comércio eletrônico B2B é a negociação de matéria prima utilizada na
fabricação de outros produtos, como o aço, papel, entre outros, como
materiais de consumo para escritório.
11

b) Business-to-Consumer (B2C): ou empresa para consumidor, é o mais


comum quando se trata de comércio eletrônico. Trata-se do comércio feito
diretamente entre a empresa produtora, vendedora ou prestadora de serviço
e o consumidor final. O mais comum é a compra de produtos reais nesse tipo
de negociação. O exemplo mais habitual é a venda de livros.

c) Consumer-to-Consumer (C2C): ou de consumidor para consumidor.


Comércio desenvolvido entre usuários particulares na internet, em que as
duas partes envolvidas, comprador e vendedor, são pessoas físicas e não
jurídicas. Já é rotineira esta modalidade, milhares de pessoas compram e
vendem seus itens e serviços através de site, em razão da comodidade,
menores custos e maior lucratividade. O leilão é uma das principais formas
de comércio de produtos no modelo C2C.

d) Consumer-to-Business (C2B): ou de consumidor para empresa. Trata-se


de pessoas físicas criando valor para ser consumido por empresas. Os
consumidores oferecem produtos e serviços e as empresas pagam por eles,
sendo o contrário do comum, que seria empresa vender para consumidores.
Exemplo desta modalidade de comércio eletrônico é a venda se serviços dos
usuários através da internet e para isso, encaminham seu currículo para
empresas na busca de novas oportunidades de trabalho. (Vissoto e Boniati,
2013)

3.2 O FLUXO DE PROCESSAMENTO DE UM E-COMMERCE

O fluxo de processamento de um e-commerce descreve todas as etapas e


funcionalidades que fazem um site de comércio eletrônico funcionar. Em muitos
aspectos, o e-commerce funciona de maneira semelhante às lojas físicas, existe a
parte exclusiva para os clientes, onde se encontram todos os produtos, e a parte
exclusiva para funcionários, onde se encontra todo o estoque dos produtos.
As áreas exclusivas para funcionários no e-commerce são como o escritório de
gerenciamento e o espaço atrás das caixas registradoras em uma loja física, a
diferença é que existe um computador em vez de em um espaço físico. Da mesma
forma, as áreas voltadas para o cliente são semelhantes ao piso de vendas,
corredores, sinalização e outras características típicas de varejo, porém, tudo dentro
de um site.
No software1 que executa o e-commerce, essas duas áreas são conhecidas
como Back-end e Front-end.

1 Software são os programas que rodam em um site. E estes programas são os


vários códigos que fazem um site funcionar.
12

3.2.1 Back-end e Front-end

O Back-end é o lado comercial do e-commerce, frequentemente chamado de


painel de controle. Possui a função de controlar todos os aspectos de um comércio
eletrônico. Inclui ferramentas para configuração de sites e gerenciamento de
negócios. Os usuários podem fazer upload de produtos, organizá-los em categorias
e escolher quais métodos de pagamento aceitar. Muitas plataformas oferecem
modelos de loja online para tornar o design rápido e fácil. Outros recursos podem
incluir rastreamento e controle de estoque, processamento de pedidos, ferramentas
de marketing, criador de cupons e promoções, registros de clientes e muito mais.
O Front-end é o lado do consumidor de um e-commerce, compreende tudo
aquilo que o cliente vê quando faz suas compras. O Front-end é a vitrine do site, sua
aparência e funcionalidade são um resultado direto das opções configuradas no Back-
end. O Front-end deve ser simples de usar e bem organizado para que o cliente possa
encontrar o que procura com o mínimo de esforço. É nessa parte do site onde as
informações comerciais são adicionadas, como: uma página “Sobre Nós” (página em
que o criador conta sua história e o motivo de ter feito aquele e-commerce), um FAQ
(perguntas frequentes), páginas adicionais incluindo as políticas de privacidade da
loja, devoluções, envio e privacidade. Essas últimas páginas são obrigatórias para
qualquer e-commerce, pois passam mais confiança para o cliente e
consequentemente a taxa de conversão do site aumenta.

3.2.2 Processo de estruturação de um site

Construir um site do zero é extremamente difícil para um pequeno


empreendedor, o mais certo é contratar um desenvolvedor de sites para esse serviço,
porém, como muitas pessoas começam pequeno e sem muito dinheiro para investir,
a melhor maneira de estruturar um site de e-commerce do zero é usar um software
que reúna todas essas ferramentas em um único guarda-chuva, garantindo que seu
site acabado incluirá todas as funcionalidades de que você precisa e que tudo
funcionará perfeitamente em conjunto. A plataforma determina todos os recursos do
site, tanto no Front-end quanto no Back-end. Esses softwares são chamados de
plataformas, eis algumas:
13

• 3dcart
• Shopify
• Volusion
• Magento

As plataformas determinam todos os recursos do site, tanto no Front-end


quanto no Back-end, elas nivelaram o campo de jogo para que mesmo até a menor
empresa pudesse estruturar um site e obter sucesso em suas vendas.

3.3 SEO (SEARCH ENGINE OPTIMIZATION)

Em Português, otimização dos mecanismos de pesquisa. A maioria das


compras online começam com um mecanismo de pesquisa, o cliente procura o que
ele deseja e, em seguida, compara em outros sites para achar o melhor custo
benefício. Os clientes podem procurar por um produto, por uma solução para um
problema e também por uma marca específica. Portanto, para um e-commerce obter
sucesso, ele deve aparecer em todas as pesquisas relevantes para que os clientes
saibam o que o e-commerce oferece, SEO é a maneira de se fazer isso.
Esses mecanismos de pesquisa funcionam em três etapas. Primeiramente, os
buscadores rastreiam os conteúdos da web. Quem faz isso são os robôs — no caso
do Google, chamados de Googlebot. Eles seguem os caminhos que os links apontam,
em busca de novas páginas e atualizações. Na sequência, as páginas rastreadas são
indexadas. Ou seja, elas vão para o índice do buscador, que funciona como uma
grande biblioteca de conteúdos da web. Lá, as páginas ficam organizadas de acordo
com as informações coletadas no rastreamento, como o tempo de carregamento das
páginas e as principais palavras-chave. Os processos de rastreamento e indexação
acontecem a todo momento. Os robôs estão sempre em funcionamento para
encontrar e organizar os conteúdos da web. Mas a ordem em que eles são exibidos
nas buscas dos usuários é definida no momento do rankeamento. O rankeamento
acontece toda vez que um usuário faz uma pesquisa. De acordo com a palavra-chave
que ele utiliza na pesquisa, o Google rapidamente vasculha o seu índice em busca
das páginas que coincidam com aqueles termos e respondam a sua dúvida. A
classificação, então, é definida pela melhor correspondência de palavra-chave, em
conjunto com uma série de fatores de rankeamento que compõem o algoritmo de
14

busca. Eles servem para oferecer uma melhor experiência ao cliente, e


consequentemente, mostrar o e-commerce no topo do ranking.

3.3.1 Marketing Digital para vendas

Marketing Digital é a promoção de produtos ou marcas por meio das mídias


digitais. Ele é uma das principais maneiras que as empresas têm para se comunicar
com o público que atende de forma direta, personalizada e no momento adequado.
Philip Kotler conceitua o marketing como “o processo social por meio do qual
pessoas e grupos de pessoas satisfazem desejos e necessidades com a criação,
oferta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros.”
O caminho que percorre a venda até a efetivação do negócio pode ser definido
através do marketing digital, a partir de uma imagem síntese: o funil de vendas. Esta
pirâmide invertida representa a jornada do consumidor até chegar ao momento da
compra, e esta jornada tradicional do marketing está refazendo a trajetória do cliente
na internet. Os seguintes estágios do processo de vendas na internet são (CAMMINO,
2014):
Consciência: fica no alto da base larga do funil, é onde estão os prospects e
faz referência aos clientes que estão sendo prospectados, através de ações como
cadastro do público-alvo,
Relacionamento: logo depois segue a fase de contato com os prospects, e
agora eles são chamados de “leads”. Nesta fase se busca conhecer os hábitos de
compra, atrair pelo conteúdo e oferecer serviços.
Consideração: em seguida, afunilando o número de consumidores, são
apresentados os benefícios dos produtos ou serviços, além de oferecer soluções.
Personalização: já nesta fase são definidos os detalhes e o perfil do
consumidor, e já podem ser apresentadas propostas mais diretas.
Decisão: Se inicia a fase de negociação e o futuro fechamento da venda.
Fidelização: é a saída do funil, a ponta da pirâmide, trata-se do fechamento da
venda ou negócio.

Como explicado anteriormente, o SEO é a distribuição orgânica de um e-


commerce, o empreendedor monta seu site de acordo com as palavras-chaves e
espera que esteja bem rankeado no Google para que seus clientes cliquem no site, e
15

façam suas compras. Com o Marketing Digital para vendas isso é um pouco diferente,
pois o empreendedor pode conectar o seu e-commerce com uma página do Facebook
e, pagar ao Facebook para que seu algoritmo entregue algum conteúdo produzido
para as pessoas com maior probabilidade de se interessarem, é importante lembrar
que, a empresa Facebook também é proprietária do Instagram, consequentemente os
anúncios feitos pelo empreendedor aparecerão nas duas plataformas de mídias. Isso
é chamado de tráfego pago.
Para a criação de anúncios, o Facebook fornece dez objetivos diferentes, são
eles:
1) Alcance: Empresas que desejam aumentar seu alcance, ou seja, fazer com
que suas postagens sejam vistas por mais pessoas;
2) Conversões: Empresas que desejam aumentar o índice de conversão de
seus anúncios;
3) Envolvimento: Empresas que desejam aumentar o número de curtidas,
comentários e compartilhamentos em suas publicações;
4) Geração de Cadastros: Empresas que desejam aumentar a base de clientes
cadastrados em seu site;
5) Instalações do aplicativo: Empresas que desejam direcionar o público à
página de instalação de seu aplicativo;
6) Reconhecimento de marca: Empresas que desejam aumentar sua
visibilidade, ou seja, o número de pessoas que conhecem sua marca;
7) Tráfego: Empresas que desejam direcionar o tráfego para outro site, fora do
Facebook;
8) Vendas do catálogo de produtos: Empresas que desejam anunciar e vender
seus produtos diretamente pelo Facebook;
9) Visitas ao estabelecimento: Empresas que desejam segmentar seus
anúncios para atingir apenas pessoas próximas de sua loja física;
10) Visualizações do vídeo: Empresas que desejam aumentar o número de
visualizações de seus vídeos.

3.3.2 Indicadores de desempenho

Através do tráfego orgânico não se tem muitos indicadores de desempenho,


pois, como o empreendedor somente faz uso das palavras-chave e, espera que o robô
16

(algoritmo) deixe seu e-commerce bem rankeado no Google. Já com o tráfego pago,
existem inúmeros indicadores de desempenho, e a grande parte está armazenada
dentro do Facebook, pois é ele quem recebe para distribuir os anúncios feitos pelo
empreendedor, o tráfego pago é um investimento, porque é por meio desses anúncios
que os clientes conseguirão acessar o e-commerce e realizar suas compras. Alguns
indicadores de desempenho mais importantes:
Número de compras: fornece o número de vendas que decorreram dos
anúncios feitos no Facebook.
Custo por compra: custo de cada compra feita através dos anúncios.
• ROI: retorno sobre investimento, o cálculo é feito dividindo o lucro pelo
valor gasto em anúncios, o resultado é multiplicado por cem.
• CPA: custo por ação, custo que cada cliente tem em realizar qualquer
ação no e-commerce.
• CPC: custo por clique, custo de cada cliente ao clicar em qualquer
anúncio feito no Facebook.
• Valor de conversão: resultado em dinheiro decorrente das compras
realizadas no e-commerce.
• Taxa de conversão: taxa de clientes que entram no site e convertem,
ou seja, realizam uma compra.
• CTR: custo por impressões, e entende-se por impressões a quantidade
de vezes que o anúncio apareceu para os clientes, o mesmo anúncio
pode aparecer mais de uma vez para o mesmo cliente.

3.3.3 Benefícios de um E-commerce

Segundo Vissoto e Boniati (2013) a utilização do comércio eletrônico traz


benefícios tanto para compradores, quanto para vendedores. Trata-se da expansão
do mercado de vendas através da disponibilização de recursos e ferramentas. Porém,
não é uma tarefa fácil desenvolver um site que traga lucros nos dias de hoje, por isso,
os pequenos empreendedores fazem uso das plataformas especializadas para e-
commerces.
Para o cliente, o principal benefício é uma compra eficiente, ou seja, as lojas
online proporcionam maior gama de produtos, menores preços e alto nível de serviço
personalizado. Para as empresas, um dos diferenciais de produtividade que o e-
commerce proporciona está nas economias de custos, sobretudo os relativos ao
capital e ao trabalho. Comparada ao varejo tradicional, a estrutura de um e-commerce
normalmente demanda menor volume de investimento em ativos físicos, como
edificações de lojas, estacionamento e compra de imóveis. Além disso, por não
17

necessitar de uma equipe de vendas consegue operar com um número reduzido de


funcionários, pois com as novas tecnologias é possível que pequenos grupos de
funcionários trabalhem 24 horas por dia com um custo baixíssimo. Enquanto uma loja
física tem suas limitações geográficas, concentrando as vendas próximas de suas
instalações (bairro, cidade, municípios vizinhos), uma loja virtual é capaz de ofertar
seus produtos a todo o território nacional e até mesmo internacional. Além disso, o
comércio eletrônico propicia uma ampliação do escopo temporal da empresa, onde
suas lojas atuam 24 horas por dia, 365 dias por ano, podendo ser acessada a qualquer
momento.

Além de redução de barreiras de tempo (sites operam 24 horas por dia) e de


distância (acesso a lojas estabelecidas em outros países); a entrega imediata
de produtos digitais, como e-books, softwares, e-tickets; e a possibilidade de
customização de produtos, a exemplo de artigos do vestuário, óculos,
computadores, carros etc. (GALINARI et al. 2015, p.142)
4 IMPACTOS DA PANDEMIA NO E-COMMERCE

4.1 PRELÚDIO

No dia 11 de março de 2020 a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou


que o mundo estava passando novamente por uma pandemia, dessa vez causada
pelo novo corona vírus (Sars-Cov-2), a covid-19 integrou ao grupo de surtos que
atingiram a humanidade drasticamente durante séculos, como a peste negra, a varíola
e gripe espanhola, e ameaçaram a raça humana de maneira significativa afetando a
saúde e economia global.
Hodiernamente, com os efeitos da globalização a economia mundial se tornou
dinâmica e capaz de suportar os efeitos radicais causados pelo covid-19, o comércio
eletrônico se tornou um dos processos de compra e vendas mais rentáveis do mundo
e um dos únicos segmentos da economia que teve alta lucratividade no ano de
2020, crescendo 41% em relação a 2019 e com ágil de R$ 87,4 bilhões, como é
demonstrado no relatório Webshoppers 43, uma parceria entre Ebit Nielsen
e Bexs Banco.

4.2 COMÉRCIO ELETRÔNICO NO BRASIL EM 2020

4.2.1 Princípio

No decorrer da última década o e-commerce cresceu 19,4%, gerando em


todos os anos um crescimento maior em relação ao ano anterior, sendo as maiores
altas os anos de 2013 e o ano de 2020 com avanços de 28% e 40%
respectivamente, em que dos 10 anos, 7 deles com aumento superior no 1º semestre
do ano. O principal causador dessa elevação ao logo dos anos é a quantidade de
pedidos feitos, com o índice de pedidos sendo maior no decorrer de 2010 até 2015 e
depois ultrapassado pelo índice de faturamento até 2020, enquanto o valor médio de
pedidos por clientes (ticket médio) se manteve estável, variando pouco de 2010
saindo de 100 para 122 em 2020. "O crescimento foi generalizado, por todas as
categorias", afirmou ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo
Estado) Marcelo Osanai,o head de e-commerce de Ebit/Nielsen.
19

4.2.2 Efetivação

Para explicar esse extraordinário crescimento no comércio eletrônico, os


novos consumidores desse modelo de venda foram 79,70
milhões, crescendo 23% em comparação a 2019, representando 13,2 milhões de
novos clientes que foram responsáveis por 17% das vendas em 2020, além disso com
alta probabilidade de voltar a fazer compras online, pois 83% dos novos consumidores
declararam que fariam novamente, com 69,5% de pessoas satisfeitas com a compra,
15,4% se declararam neutras e 15,2% não comprariam outra vez. Com a pandemia a
evolução da quantidade de consumidores das vendas online foram de 29%, sendo a
maior alta desde 2016 com 22%. Ademais, o valor médio de pedidos por clientes foi
fator significativamente importante para a expansão do crescimento das vendas visto
que, em 2020 o ticket médio variou 30% em relação a 2019, sendo o total de 194
milhões de pedidos feitos online, e o valor médio gasto por pedido de 452
R$ oscilando 8% em relação a 2019 com R$ 417 por pessoa, não estando maior que
em 2015 com disparidade de 12%, logo, o ticket médio foi maior tanto entre os novos
consumidores quanto os consumidores mais recorrentes com valores próximos gatos
entre eles, saindo de um Gap de R$ 30 para R$ 10

4.2.3 Datas Sazonais

As datas sazonais são fatores importantes para a evolução do e-commerce, o


resultado do fechamento das lojas físicas fez impulsionar o faturamento pela
pandemia em 34% do lucro total em 2020, sendo arrecadado R$ 30.1 bilhões
variando 33% positivamente em relação a 2019. Destaque para o Dia dos
Namorados sendo a data mais importante do ano para os vendedores pelo seu maior
crescimento dentre as datas sazonais com 91% de crescimento, seguido pelo Dia das
Mães sendo a data sazonal com maior entrada de novos consumidores e com
crescimento de 64% em pedidos a mais que em 2019.

4.2.4 Tecnologia & Mídia

Os smartphones tão indispensáveis na vida cotidiana dos brasileiros, se


tornaram ferramentas de suma importância para o comércio eletrônico em 2020, com
106,6 milhões de pedidos e simbolizando 55,1% das vendas totais do ano gerando
20

uma lucratividade de R$ 45,9 bilhões, sendo 79% maior em relação a 2019 e 176%
sobre 2018.
As redes sociais junto com os sites de busca são os principais caminhos que
os consumidores utilizam para chegar às lojas online, sendo os setores de
automotivos e casas & decorações os mais beneficiados por sites de buscas como
Google e Yahoo correspondendo a 41% e 39% nessa ordem. “Nesta categoria, estão
incluídos móveis, decoração e produtos de limpeza, tudo o que é para consumo
doméstico”, diz Osanai. Assim como as redes sociais como Facebook e Instagram
simbolizam a maior parte das vendas de roupas/calçados com 29% e do setor de
alimentos em 27%.

4.2.5 Departamentos

Grande parte dos segmentos de lojas virtuais teve crescimento expressivo em


2020, com destaque para o setor de petshop que se sobressaiu perante todos os
outros, conseguindo os impressionantes 108% de faturamento e 143% de pedidos a
mais que 2019, do mesmo modo o setor de lojas e departamento viu seu faturamento
crescer em 55%, e pedidos aumentarem em 43%, por outro lado, somente os
segmentos de loja automotivo e bebidas retraíram, com faturamentos de –37% e -
27% nesta ordem. O crescimento das lojas de departamento provocou um
faturamento mais concentrado do comércio eletrônico, contribuindo em 84,3% da
receita, enquanto os outros maiores foram os setores esportivos (+2,8%), informática
(+2,4%), roupas (2,2%) e autosserviço (1,8%). “Com a maioria das lojas fechadas, as
pessoas procuravam ir pessoalmente fazer suas compras nestas duas categorias”,
diz Osanai.

4.2.6 Regionalidade

As vendas online obtiveram ótimos resultados em todas as cinco regiões do


Brasil, em que a região Nordeste se destacou por dobrar o consumo online e se tornou
a segunda região com mais lucratividade, com 18,5% do amontoado de vendas ou
31,7% de impulso para a alta total, entretanto o Sudeste continua sendo o estado com
maior arrecadação, com 52,6% do total de vendas e 44,1% de impulso para a alta
total. “O Sudeste também cresceu e representa hoje 52% do faturamento, mas o
21

movimento do Nordeste mostra a força do processo de interiorização do e-


commerce”, afirma Osanai. Seguindo pelo Sul (18,3%), Centro-Oeste (6,6%) e Norte
(4%). O motivo de algumas regiões lucrarem mais que as outras se dá também pelo
valor do frete cobrado, o consumidor é extremamente sensível em relação ao frete
tendendo a reclamar sobre qualquer aspecto da compra se o valor cobrado for alto, se
o frete for gratuito apenas 5,9% dos compradores avaliaram negativamente,
entretanto se o valor ultrapassar 100 R$ as vendas diminuem e as reclamações sobem
para 14,7%.
5 PERSPECTIVAS PARA O E-COMMERCE NO BRASIL EM 2021

5.1 INCERTEZAS E AS PERSPECTIVAS CONFLITANTES

O comportamento dos consumidores online ao perdurar a pandemia e até


mesmo num cenário pós-pandêmico é uma incerteza; ao mesmo tempo em que o
poder de compra do brasileiro médio tem encolhido, os consumidores acenam por
uma preferência às compras online em detrimento de compras físicas, como essas
duas forças se exibirão no cenário do e-commerce é o ponto de estudo desta seção.

5.1.1 Redução do poder de compra

O salário mínimo brasileiro, de R$1100,00 estabelecido para 2021 tem poder


de compra de 1,58 cestas básicas, o menor desde 2004, segundo o DIEESE
(Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos).

Gráfico 2: quantidades de cestas básicas adquiridas pelo salário mínimo

Fonte: DIEESE (Nota Técnica Nº 249, p.8 2021).

A queda na riqueza real das famílias se dá principalmente por questões


cambiais (desvalorização da moeda frente a inflação de preços), por escassez de
oferta em alguns mercados e de demanda em outros, o que culminou na elevação do
preço da cesta básica estimada em R$ 696,71 em média, pela Pesquisa Nacional da
Cesta Básica de Alimentos para janeiro de 2021 (DIEESE - Nota Técnica Nº 249, p.8).
23

5.1.2 Otimismo para o e-commerce, pés no chão para o varejo

Diante do agravamento da pandemia do COVID-19 e das incertezas quanto a


imunização, a projeção de crescimento para o varejo foi reduzida de 4,2% para 3,9%
(e após isso para 3,5%) (Portal do Comércio, p.1, 2021). Fabio Bentes2 apontou para
uma medida fundamental para a recuperação do varejo (Fabio Bentes, 2021): “A
desaceleração das vendas sinaliza claramente a necessidade de se acelerar o
processo de imunização da população”. (apud Luciano Carneiro, 2021, Valor
Econômico, p.1).
Apesar do cenário não muito otimista para vendas, a previsão é de que o setor
do e-commerce continuará se destacando e indo na contra mão do varejo
convencional: segundo a plataforma de pagamentos Ayden, 62% das pessoas
continuarão a comprar mais online em 2021 e após a pandemia do que compravam
antes da pandemia (Ayden, Relatório Varejo, 2021, p.8). A Associação Brasileira de
Comércio Eletrônico (ABComm) projeta que o setor de compras online tenha um
aumento de faturamento de 18% em 2021 (Weruska Goeking, Valor Investe, 2021,
p.1). Um crescimento sustentado tanto pelas grandes companhias como Amazon e
Mercado Livre, como pelos pequenos e médios marketplaces.
Os marketplaces novamente se destacarão, estes que representaram 78% das
vendas no setor do varejo online em 2020, (Ebit|Nielsen, Webshoppers 42ª edição,
2020, p. 24). A crescente digitalização dos pequenos negócios tende a tomar força: a
F360º3, espera um aumento de 119,4% para 2021 e alcançar a marca de 23 mil
clientes até 2025 (Weruska Goeking, Valor Investe, 2021, p.1).

5.2 DIGITALIZAÇÃO E AS TENDÊNCIAS DO VAREJO PARA 2021

Apesar do crescimento exponencial diante da pandemia do COVID-19 as


compras online representam ainda uma pequena fração do varejo brasileiro, exibindo
um grande potencial de expansão para os próximos anos. Algumas tendências,
tecnológicas e sociais, têm surgido para alavancar o setor.

2 Economista-sênior da CNC.
3 2Plataforma web para gestão de redes de varejo, fundada em 2014
24

5.2.1 Pagamento Instantâneo

Os sistemas de pagamento instantâneo se tornarão cada vez mais populares,


alavancando e sendo alavancados pelas compras online. O PIX, desenvolvido pelo
Banco Central e oferecido pelos bancos e fintechs4, representa uma alternativa mais
eficiente aos tradicionais DOC e TED; Alexandre Pinto, diretor de inovação e novos
negócios da Matera5:

De fato, o PIX quando entrar em funcionamento, deve reduzir bastante o uso


do DOC e da TED porque são transações muito parecidas com o novo modelo
oferecido, só que muito mais barato, com a comodidade de você realizar
essas transações a qualquer horário. Você não vai precisar saber o CPF,
número de banco, número de agência, conta da pessoa, etc. Mas não dá para
dizer que vão acabar, porque operações do tipo não acabam assim. Sempre
vai ter gente que vai usar o DOC, até o cheque. (apud Rui Maciel, 2020).

O PIX facilita as transferências e incentiva as pessoas a consumirem mais


recorrentemente, aumentando as possibilidades para as empresas, (Alexandre Pinto,
apud Rui Maciel, 2020): “[...] um cenário que as fintechs e o varejo já estão vendo
como uma possibilidade de construir modelos de negócios e serviços inovadores.”

5.2.2 Re-commerce: sustentabilidade e custo benefício

Re-commerce, o “comércio inverso”, é a venda de produtos de segunda mão


por meio eletrônico – plataformas digitais como Enjoei e OLX. Está intrinsecamente
conectado ao interesse moderno por sustentabilidade e a conscientização pessoal do
próprio consumo e renda.
O público consumidor, em especial os jovens, demonstram crescentemente um
olhar crítico às empresas e sua relação com o meio ambiente. Ademais, estes
chamados “geração z”, nascidos após 1989, emergem cada vez mais como público
alvo das ações de mercado por parte das organizações (Ceretta e Froemming, p.16,
2011). O upcycling, reuso de produtos descartados para criação de novos produtos, é
visto com bons olhos por esses consumidores e tende a tornar-se uma tendência
ainda maior no varejo futuro brasileiro.

4 Startups que desenvolvem produtos financeiros completamente digitais, possuindo o uso da


tecnologia como diferencial às tradicionais empresas. (Nubank, 2020)
5 Empresa criada por alunos da UNICAMP em 1987 especializada no desenvolvimento de

novas tecnologias para o mercado financeiro


25

O setor da moda é um dos que mais podem se beneficiar do re-commerce:

é o segundo maior consumidor global de água e grande poluidor de


ecossistemas, despejando, a cada ano, mais de 500 mil toneladas de lixo
sintético nos mares, rios e oceanos. Sem falar nos cerca de US$ 500 bilhões
de roupas e acessórios que vão parar em lixões e aterros do planeta
anualmente. É um impacto cada vez mais considerado pelas empresas do
segmento. (Loredana Kotinski, IstoÉ, p.1, 2020).

O re-commerce também traz benefícios econômicos: em geral produtos usados


ou seminovos são mais baratos; aliado a redução do poder de compra dos brasileiros
e a crescente alta nos preços dos bens, espera-se que o re-commerce ganhe força
em muitos nichos do mercado brasileiro, principalmente eletrônicos e moda.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O início do e-commerce foi datado no fim da década de 1990 e, teve seu


desenvolvimento muito vagaroso devido ao pouco acesso a internet da população
brasileira. Prova disso, é o marco de aproximadamente 10% da população que
obtivera acesso à internet no ano de 2003. De maneira geral, a medida que a internet
se disseminava no país, conjuntamente, o e-commerce teve um notório crescimento.
Ademais, a economia global sofreu duros impactos em todas suas seções
devido a inesperada pandemia do novo corona vírus (Sars-Cov-2), porém com ajuda
da globalização, o comércio eletrônico se tornou um dos processos de compra e
vendas mais rentáveis do mundo, teve um ágil de R$ 87,4 bilhões no ano de 2020,
41% a mais em relação a 2019, o maior crescimento dentre todos os anos. O
impulsionamento se deu através de vários recordes em diversas áreas do e-
commerce, como o alto número de novos consumidores, excelente avaliações dos
serviços prestados, pagamento instantâneo, preços dos fretes, datas sazonais (dia
das mães e dia dos namorados), acessibilidade a tecnologia e mídia, entre outros.
O poder de compra do brasileiro médio apesar de baixo pelas questões
cambiais, os consumidores indicam pela preferência às compras online em detrimento
de compras físicas. Apesar do cenário pessimista, a projeção de crescimento para
2021 é de 18% o faturamento indicando destaque no setor de varejo, esse aumento é
sustentado tanto pelas grandes companhias quanto pelos pequeno e médios
marketplaces.
REFERÊNCIAS:

DIEESE: nota técnica nº 249, 2021, disponível em:


https://www.dieese.org.br/notatecnica/2021/notaTec249salarioMinimo.html

Portal do comércio: CNC reduz para 3,9% previsão de alta no varejo para 2021
após recuo em novembro, 2021, disponível em:
https://www.portaldocomercio.org.br/noticias/cnc-reduz-para-39-previsao-de-alta-no-
varejo-para-2021-apos-recuo-em-novembro/321891
Acessado em 24 de abril de 2021

CARNEIRO Luciano, Valor Econômico: CNC reduz de 3,9% para 3,5% projeção
de crescimento do varejo para 2021, 2021, disponível em:
https://valor.globo.com/brasil/noticia/2021/02/10/cnc-reduz-de-39-pontos-
percentuais-para-35-projeo-de-crescimento-do-varejo-em-2021.ghtml
Acessado em 28 de abril de 2021

Ayden, Varejo 2021: o que quer o consumidor brasileiro, 2021, disponível em:
https://www.adyen.com/pt_BR/landing/online/br/2021/relatorio-varejo-2021/relatorio-
completo/capitulo-1-consumo-digital-caminho-sem-
volta?utm_medium=Content&utm_source=eBook&utm_campaign=2021.01-CP-BR-
Retail%20Report#harnessing

GOEKING Weruska, Valor Investe: vendas on-line devem crescer 18% em 2021 após
salto de 68% em 2020, disponível em:
https://valorinveste.globo.com/mercados/brasil-e-politica/noticia/2021/01/30/vendas-
on-line-devem-crescer-18percent-em-2021-apos-salto-de-68percent-em-2020.ghtml
Acessado em 2 de maio de 2021

Ebit|Nielsen, Webshoppers 42ª edição, 2020, disponível em:


https://company.ebit.com.br/webshoppers/webshoppersfree
28

MARCIEL Rui, Canaltech: PIX: especialistas explicam como o sistema do BC


mudará nossa vida bancária, 2020, disponível em:
https://canaltech.com.br/inovacao/sistema-do-bc-especialistas-explicam-pix-vida-
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Acessado em 28 de abril de 2021

CARETTA Simone Beatriz, FROEMMING Lurdes Marlene, Geração Z


compreendendo os hábitos de consumo da geração emergente, 2011, disponível
em:
https://repositorio.unp.br/index.php/raunp/article/view/70

KOTINSKI Loredana, IstoÉ dinheiro: requinte de segunda mão, 2020 disponível


em:
https://www.istoedinheiro.com.br/requinte-de-segunda-mao/
Acessado em 2 de maio de 2021

ARAUJO Daniele, BAPTISTA Érika, FERRUCIO Maria Alice, E-commerce no Brasil:


Panorama geral e principais desafios, 2019, disponível em:
http://repositorio.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10030160.pdf

Ifood, Nossa história, 2020. Disponível em


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Acessado em 04 de Maio de 2021

EBIT/NIELSEN. Relatório Webshoppers 43ª.2021. Disponível em:


https://company.ebit.com.br/webshoppers/webshoppersfree.
Acessado em: 11 de maio 2021

EBIT/NIELSEN. RELATÓRIO Webshoppers 42ª. 2020. Disponível em:


https://company.ebit.com.br/webshoppers/webshoppersfree.
Acessado em: 11 de maio de 2021

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