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DIREITO INTERNACIONAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO Fase externa. Os representantes dos


Estados negociam, adotam e assinam
O Direito Internacional Público representa o conjunto de
1ª FASE: o Tratado. Assinado o documento,
normas que regula a sociedade internacional e as relações
NEGOCIAÇÃO é dada ciência ao Presidente da
entre os sujeitos do Direito Internacional, principalmente PRELIMINAR E República, que o analisa e o remete
entre os Estados Soberanos, possuindo como uma de suas ASSINATURA ao Congresso Nacional. Na fase de
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fontes as Convenções e os Tratados Internacionais.


negociação, o Estado pode fazer
reservas.
1. FONTESDODIREITOINTERNACIONAL Fase interna. O Congresso
Nacional pode rejeitar ou aprovar
Conceito: tudo aquilo que origina, que representa o Tratado. A aprovação do Tratado
o início, permitindo a formação do Direito Internacional Internacional exige maioria
Público, sendo classificadas pelo art. 38 do Estatuto da 2ª FASE:
ATUAÇÃO DO simples dos votos em cada Casa
Corte Internacional de Justiça em fontes primárias e CONGRESSO do Congresso. Se for tratado de
meios auxiliares para solução dos conflitos. NACIONAL Direitos Humanos aprovado em
cada casa em dois turnos, por
FONTES SECUNDÁRIAS 3/5 dos votos, será equivalente à
(MEIOS AUXILIARES Emenda Constitucional.
FONTES PRIMÁRIAS
PARA SOLUÇÃO DOS
CONFLITOS) Fase externa. A Ratificação é a
manifestação política definitiva
Convenções Internacionais Doutrina do Estado, feita exclusivamente
3ª FASE: pelo Presidente da República
RATIFICAÇÃO
Costume (prática geral Jurisprudência e indelegável, confirmando a
aceita como sendo direito) assinatura e vinculando o Estado
Equidade - O julgamento perante a sociedade internacional
Princípios gerais com base na equidade
somente será permitido se Emite-se um decreto executório,
os Estados expressamente 4ª FASE: pelo Presidente da República.
concordarem. PROMULGAÇÃO A partir dessa fase, o tratado
E PUBLICAÇÃO torna-se obrigatório dentro do
O Rol acima especificado não é taxativo, admitindo-se território nacional.
ainda como fonte do Direito internacional o denominado
jus cogens, previsto na Convenção de Viena sobre os
Tratados (arts. 53 e 64), e representa norma aceita e 3. SUJEITOS DO DIREITO
reconhecida pela comunidade internacional dos Estados INTERNACIONAL
como um todo, da qual nenhuma derrogação é permitida
e que só pode ser modificada por norma ulterior de Os sujeitos do Direito Internacional são os principais
Direito Internacional geral da mesma natureza. O jus destinatários das normas internacionais e, por possuírem
cogens se refere, basicamente, a normas gerais sobre personalidade jurídica internacional, são titulares de
direitos humanos, como no caso da Declaração Universal direitos e obrigações.
dos Direitos Humanos de 1948.

Hierarquia das fontes: como regra geral, não há ESTADOS São os sujeitos originários,
hierarquia entra as fontes de Direito Internacional, salvo clássicos, com ampla capacidade
no caso do jus cogens, que prevalece sobre as demais para atuar no âmbito internacional.
fontes, conforme previsto no art. 64 da Convenção de Para ser um Estado, devem estar
Viena sobre os Tratados: “Se sobrevier uma nova norma presentes os seguintes elementos:
imperativa de Direito Internacional geral, qualquer 1) território, 2) população
tratado existente que estiver em conflito com essa norma permanente, 3) governo soberano
torna-se nulo e extingue-se”. e 4) finalidade (objetivo do bem
comum do povo).
2. TRATADOS INTERNACIONAIS ORGANIZAÇÕES Seu reconhecimento como
INTERNACIONAIS sujeito de direito internacional
Hierarquia dos Tratados Internacionais: 1) tratados decorreu da jurisprudência.
internacionais sobre Direitos Humanos aprovados com São constituídas por tratados
quórum de Emenda Constitucional: força de Norma e integradas geralmente por
Constitucional; 2) tratados internacionais sobre Direitos Estados. Possuem capacidade
Humanos aprovados com quórum simples: força jurídica autônoma, estrutura
supralegal (abaixo da Constituição Federal e acima das própria, gozam de imunidades,
demais leis) e 3) tratados Internacionais que não versam tendo como finalidade principal
sobre Direitos Humanos: força de lei ordinária. tratar de interesses comuns dos
Estados por meio da cooperação.
No Brasil, existem basicamente 4 (quatro) fases Principais organizações
para a conclusão do processo de celebração dos internacionais são a ONU e a OEA.
Tratados Internacionais:
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SANTA SÉ Chefiada pelo Papa, é a DIPLOMATAS CONSULARES


entidade que comanda a Igreja
Católica Apostólica Romana. Os diplomatas possuem Possuem imunidade
Reconhecida sua personalidade imunidade quase relativa, muito mais restrita
jurídica com o Tratado de absoluta. Todos que que a imunidade dos
Latrão de 1929, posteriormente integram a missão diplomatas. Os familiares
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também estendida ao plano diplomática, inclusive estão acobertados apenas


internacional, inclusive com os familiares, são pela imunidade fiscal.
a possibilidade de elaboração encobertos pela
de Tratados Internacionais, imunidade diplomática.
conhecidos como concordatas.
A imunidade penal A imunidade se restringe
INDIVÍDUOS: Reconhece-se majoritariamente é ampla, de modo aos atos de ofício
à pessoa natural o caráter de que o agente do desempenhados no
sujeito internacional, isso porque crime não poderá ser exercício da função.
diversas normas internacionais indiciado, processado Em relação aos crimes
se referem aos indivíduos como ou preso no país comuns, os agentes
titulares de direitos e obrigações acreditado. Entretanto, consulares poderão ser
nada impede que indiciados, processados e
ONGS Não são consideradas posteriormente o agente condenados.
majoritariamente como sujeitos seja responsabilizado
de Direito Internacional, salvo no criminalmente no país
caso da Cruz Vermelha, que, por de origem.
ser a principal guardiã do Direito
Internacional Humanitário (Direito Imunidade civil muito A imunidade civil
de Genebra, Direito das Guerras), abrangente, com as somente protege os atos
é considerada pela doutrina como seguintes exceções: ação de ofício desempenhados
detentora de pseudopersonalidade referente à atividade no exercício da função.
jurídica internacional. profissional ou comercial
exercida pelo agente
BELIGERANTES E Representam um movimentam de diplomático fora de suas
INSURGENTES revolta ou insurreição dentro de um funções oficiais, ação
Estado. Reconhecer o movimento sucessória a título privado,
de beligerância é ato unilateral ação real sobre imóvel
e discricionário de cada Estado, privado situado no Estado
sendo que, quando o reconhecem acreditado e reconvenção.
expressamente, os beligerantes e
os insurgentes passam a praticar Imunidade fiscal: os Imunidade fiscal: as
atos como sujeitos de direito agentes diplomatas são imunidades tributárias
internacional, podendo inclusive isentos de impostos e relacionam-se apenas
celebrar tratados, geralmente para taxas, reais e pessoais, ao exercício do cargo,
disciplinar os conflitos. com exceção apenas dos incluindo os familiares.
impostos indiretos e dos
impostos e taxas dos
4. RELAÇÕES INTERNACIONAIS E imóveis particulares no
IMUNIDADES Estado acreditado.

Inviolabilidades: os locais Inviolabilidades: os


A missão diplomática representa os interesses da missão, mobiliário Locais consulares,
do Estado no exterior, enquanto que a missão consular e demais bens, são mobiliário e demais bens,
objetiva principalmente defender no exterior os invioláveis. A residência são invioláveis.
interesses das pessoas físicas e jurídicas do Estado que particular do agente
envia a missão. diplomático goza da
mesma inviolabilidade e
MISSÃO DIPLOMÁTICA MISSÃO CONSULAR proteção que os locais da
missão.
O Estado acreditado O Chefe da repartição
precisa se manifestar consular será admitido no Se o Estado Acreditante (que envia o agente)
se aceita ou não o exercício de suas funções renunciar à imunidade do agente diplomático ou consular,
embaixador designado por uma autorização do o agente poderá ser julgado normalmente pelo Estado
para exercer as funções Estado receptor denominada Acreditado (que recebe o agente). A renúncia deve ser
em missão diplomática “exequatur”. feita expressamente pelo Estado, não valendo a renúncia
situada em seu território, feita pelo próprio agente.
o que é denominado de
“agrément”. Em matéria trabalhista, prepondera o entendimento
de que os Estados estrangeiros não possuem imunidade
Em razão da função que exercem, os diplomatas e absoluta, de modo que eles poderão ser julgados pela
consulares possuem imunidades, conforme abaixo resumido. Justiça do Trabalho, mas não haverá atos de execução em
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relação a seus bens, salvo no caso de renúncia expressa 6. NACIONALIDADE


pela Estado executado, ou no caso de penhora de bens
que não estejam vinculados diretamente à missão. A nacionalidade primária está diretamente
relacionada ao nascimento, podendo ser baseada em
CONVENÇÃO DA APOSTILA DE HAIA: entrou em dois critérios: a) critério ius sanguinis (baseado na
vigor no Brasil em 2016 e objetiva simplificar o nacionalidade dos pais) e b) critério ius soli (base no
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procedimento de legalização de documentos entre os território do nascimento.


países signatários. Com a referida Convenção, para
um brasileiro legalizar um documento produzido no A nacionalidade secundária ou adquirida, por sua
estrangeiro e ter validade no Brasil, basta ir a um vez, é típica dos indivíduos naturalizados, sendo adquirida
cartório, cadastrado e autorizado pelo CNJ, e solicitar por vontade própria, após o nascimento.
o apostilamento. O apostilamento, portanto, significa a
legalização de um documento emitido no exterior para No Brasil, a nacionalidade originária foi tratada
que tenha validade no Brasil, e vice-versa. especificamente no inciso I do art. 12 da CF/88,
considerando-se brasileiros natos: a) “Os nascidos
na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
5. CONTROVÉRSIA INTERNACIONAL estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço
de seu país” (critério ius soli); b) “Os nascidos no
estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que
Mecanismos de solução de controvérsia:
qualquer deles esteja a serviço da República Federativa
do Brasil”(critério ius sanguinis) e c) “Os nascidos
Negociação: Estados solucionam no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira
diretamente a controvérsia. (mesmo que o pai ou a mãe não esteja a serviço do país),
desde que sejam registrados em repartição brasileira
Bons ofícios: há interferência de competente ou venham a residir na República Federativa
um terceiro, que tenta apaziguar do Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida
o conflito. O terceiro apenas a maioridade, pela nacionalidade brasileira” (prevê duas
aproxima as partes, sem propor hipóteses: ius sanguinis + registro ou ius sanguinis +
a solução para a controvérsia. vínculo territorial + “opção).
MEIOS
DIPLOMÁTICOS Mediação: há intervenção de Já a naturalização é tratada no art. 12, II, da CF/88
um terceiro, que pode propor a e na recente Lei de Migração (Lei n. 13.445/2017),
solução do conflito. sendo possível classificá-la em: a) naturalização
ordinária: concedida quando o requerente cumprir os
Conciliação: os Estados solicitam requisitos previstos no art. 65 da Lei n. 13.445/2017:
que uma comissão internacional I - ter capacidade civil, segundo a lei brasileira; II - ter
de conciliação atue para dirimir residência em território nacional, pelo prazo mínimo de
os litígios surgidos. Depende de 4 (quatro) anos; III - comunicar-se em língua portuguesa,
previsão em tratado. consideradas as condições do naturalizando; e IV - não
possuir condenação penal ou estiver reabilitado, nos
Solução Judiciária: o conflito é termos da lei, b) naturalização ordinária de prazo
decidido por um órgão jurisdicional reduzido (art. 66 da Lei n. 13.445/2017): o prazo
estabelecido. A Corte Internacional de residência da naturalização ordinária poderá ser
de Justiça em Haia é o mais reduzido de 4 anos para 1 ano quando o naturalizando
MEIOS
JURISDICIONAIS importante tribunal internacional. cumprir qualquer uma das seguintes condições: II ter
Arbitragem: os Estados conflitantes, filho brasileiro; III - ter cônjuge ou companheiro brasileiro
de comum acordo, nomeiam um e não estar dele separado legalmente ou de fato no
terceiro que irá solucionar o conflito. momento de concessão da naturalização; V - haver
prestado ou poder prestar serviço relevante ao Brasil;
O conflito é solucionado com ou VI - recomendar-se por sua capacidade profissional,
base na atuação de organização científica ou artística, c) naturalização especial (art. 68 da
internacional, principalmente no Lei n. 13.445/2017): poderá ser concedida ao estrangeiro
caso da ONU. A Carta da ONU que se encontre em uma das seguintes situações: I - seja
permite que a Assembleia Geral cônjuge ou companheiro, há mais de 5 (cinco) anos, de
ou o Conselho de Segurança integrante do Serviço Exterior Brasileiro em atividade ou
MEIOS sejam utilizadas como instâncias de pessoa a serviço do Estado brasileiro no exterior; ou
POLÍTICOS políticas de solução de conflitos II - seja ou tenha sido empregado em missão diplomática
internacionais. Esse meio, ou em repartição consular do Brasil por mais de 10
entretanto, deve ser reservado (dez) anos ininterruptos, d) naturalização provisória
aos casos mais graves, que (art. 70 da Lei n. 13.445/2017): poderá ser concedida
representem uma verdadeira ao migrante criança ou adolescente que tenha fixado
ameaça à paz internacional (art. residência em território nacional antes de completar
33 da Carta da ONU). 10 (dez) anos de idade e deverá ser requerida por
intermédio de seu representante legal, e) naturalização
extraordinária (art. 12, II, “b”, da CF/88): concedida aos
estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
ininterruptos e sem condenação penal e f) naturalização
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dos originários de língua portuguesa (art. 12, II, “b”, da 7. CONDIÇÃO JURÍDICA DO MIGRANTE
CF/88): a naturalização de pessoas originárias de países
de língua portuguesa depende apenas de dois requisitos: A Lei de Migração (Lei n. 13. 445/2017) revogou o
a) residência ininterrupta no Brasil por mais de 1 ano e Estatuto do Estrangeiro (Lei n. 6.815/80). O conceito de
idoneidade moral. migrante abrange os seguintes conceitos: imigrante,
pessoa que se desloca temporariamente ou definitivamente
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Em relação ao português residente no Brasil, este


não necessita naturalizar-se para auferir os direitos de outro país para o Brasil, emigrante, brasileiro sai
correspondentes à condição de naturalizado, bastando, do Brasil para ficar temporariamente ou definidamente
para tanto, que tenha residência permanente no Brasil e em outro país, e o apátrida, que é aquele que não tem
haja reciprocidade de tratamento. Trata-se da hipótese nenhuma nacionalidade reconhecida por outro Estado. De
que a doutrina chama de “quase nacionalidade”, já que os acordo com a nova lei, assegura-se aos migrantes condição
portugueses não precisam ter a naturalização brasileira para de igualdade em relação ao nacional, conferindo-lhes os
exercerem os mesmos direitos dos brasileiros naturalizados. direitos fundamentais previstos na Constituição.

Tratamento jurídico diferenciado entre brasileiro Principais princípios da Lei de Migração: a) não
nato e naturalizado: criminalização da migração; b) promoção de entrada
regular e de regularização documental: Deve-se priorizar
a regularização do migrante.; c) acolhida humanitária e
De acordo com o § 3º do art. d) garantia do direito à reunião familiar: é garantido aos
12 da CF/88, são privativos familiares do imigrante se reunirem no território brasileiro.
de brasileiro nato os cargos:
I - de Presidente e Vice- Tipos de visto:
Presidente da República; II -
de Presidente da Câmara dos
ACESSO A CARGOS Estada de curta duração, sem
Deputados; III - de Presidente
PÚBLICOS intenção de estabelecer residência,
do Senado Federal; IV - de
Ministro do Supremo Tribunal nos seguintes casos: I - turismo; II -
Federal; V - da carreira negócios; III - trânsito; IV - atividades
diplomática; VI - de oficial artísticas ou desportivas; e V - outras
das Forças Armadas. VII - de VISTO DE hipóteses definidas em regulamento.
Ministro de Estado da Defesa. VISITA
O visto de visita não será exigido
De acordo com o art. 222 em caso de escala ou conexão em
da CF/88, a propriedade de território nacional. É vedado ao
empresa jornalística e de beneficiário de visto de visita exercer
radiodifusão sonora e de atividade remunerada no Brasil
sons e imagens é privativa
de brasileiros natos ou Concedido ao imigrante que
naturalizados há mais de venha ao Brasil com o intuito de
dez anos, ou de pessoas estabelecer residência por tempo
jurídicas constituídas sob as determinado, tendo uma das
leis brasileiras e que tenham seguintes finalidades: a)pesquisa,
sede no País. Além disso, em ensino ou extensão acadêmica;
PROPRIEDADE qualquer caso, pelo menos b) tratamento de saúde; c)
DE EMPRESA acolhida humanitária; d) estudo;
JORNALÍSTICA setenta por cento do capital VISTO e) trabalho; f) férias-trabalho; g)
total e do capital votante das TEMPORÁRIO
empresas jornalísticas e de prática de atividade religiosa ou
radiodifusão sonora e de sons serviço voluntário; h) realização
e imagens deverá pertencer, de investimento ou de atividade
direta ou indiretamente, com relevância econômica, social,
a brasileiros natos ou científica, tecnológica ou cultural;
naturalizados há mais de i) reunião familiar; j) atividades
dez anos, que exercerão artísticas ou desportivas com
obrigatoriamente a gestão das contrato por prazo determinado;
atividades e estabelecerão o Concedido a autoridades e
conteúdo da programação funcionários estrangeiros que
Brasileiro nato nunca será exerçam função diplomática e
VISTO viajem ao Brasil em missão oficial,
extraditado. Já o Brasileiro DIPLOMÁTICO
naturalizado será extraditado representando Estado Estrangeiro
em duas hipóteses: 1) em caso ou Organismo Internacional
de crime comum, praticado reconhecidos pelo Brasil.
EXTRADIÇÃO antes da naturalização e
2) depois da naturalização,
em caso de comprovado
envolvimento em tráfico ilícito
de entorpecentes e drogas
afins, na forma da lei.
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humanidade, crime de guerra ou crime de agressão, nos


Concedido a funcionários termos definidos pelo Estatuto de Roma do Tribunal Penal
administrativos estrangeiros que Internacional e II - crime comum doloso passível de pena
viajem ao Brasil em missão oficial, privativa de liberdade, consideradas a gravidade e as
de caráter transitório ou permanente, possibilidades de ressocialização em território nacional.
representando Governo estrangeiro
VISTO OFICIAL
ou Organismo Internacional
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Não se procederá à repatriação, à deportação ou


reconhecidos pelo Governo brasileiro; à expulsão coletivas, consideradas aquelas que não
ou aos estrangeiros que viajem ao individualizam a situação migratória irregular de cada
Brasil sob chancela oficial de seus pessoa (art. 61), nem quando subsistirem razões para
Estados. acreditar que a medida poderá colocar em risco a vida ou
a integridade pessoal (art. 62).
Poderá ser concedido: I - às
personalidades e às autoridades Medidas de Cooperação: a principal medida de
estrangeiras em viagem não oficial cooperação internacional é a extradição, considerada o
ao País; II - aos companheiros, por meio do qual um Estado solicita e obtém de outro
aos dependentes e aos familiares a entrega de uma pessoa condenada ou suspeita pela
em linha direta que não sejam prática de crime.
beneficiários do visto diplomático
e oficial; III - aos empregados Muito importante destacar que a Constituição
particulares de beneficiário de Federal de 1988 estabelece que: a) brasileiro nato nunca
visto diplomático, oficial ou de será extraditado (art. 5, LI, da CF/88); b) o brasileiro
cortesia; IV - aos trabalhadores naturalizado será extraditado em duas hipóteses: 1) em
domésticos de missão estrangeira caso de crime comum, praticado antes da naturalização
sediada no País; V - aos artistas e 2) depois da naturalização, em caso de comprovado
VISTO DE e aos desportistas estrangeiros envolvimento em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas
CORTESIA
que venham ao País para afins, na forma da lei (art. 5, LI, da CF/88); c) não será
evento gratuito, de caráter concedida extradição de estrangeiro por crime político ou
eminentemente cultural, sem de opinião (art. 5, LII, da CF/88).
percepção de honorários no
território brasileiro, sob requisição Asilo e Refúgio: o art. 27 da Lei de Migração estabelece
formal de missão diplomática que o asilo político, que constitui ato discricionário do
estrangeira ou de organização Estado, poderá ser diplomático ou territorial e será
internacional de que o País seja outorgado como instrumento de proteção à pessoa.
parte; VI - excepcionalmente, a
critério do Ministério das Relações
ASILO TERRITORIAL ASILO DIPLOMÁTICO
Exteriores, a outras pessoas não
elencadas nas demais hipóteses Quando o requerente está Quando o requerente está
previstas neste artigo. em território estrangeiro e em determinado Estado e
solicita asilo a esse Estado. solicita asilo em embaixada
Os vistos de visita e temporário podem ser concedidos de outro país.
por embaixadas, consulados gerais, consulados, vice-
consulados e, quando habilitados pelo órgão competente O art. 28, por sua vez, dispõe que não se concederá
do Poder Executivo (Ministério das Relações Exteriores), asilo a quem tenha cometido crime de genocídio, crime
por escritórios comerciais e de representação do Brasil contra a humanidade, crime de guerra ou crime de
no exterior. Os vistos diplomático, oficial e de cortesia agressão, nos termos do Estatuto de Roma do Tribunal
serão concedidos, prorrogados ou dispensados em ato do Penal Internacional. Apesar de o asilo político e o refúgio
Ministro de Estado das Relações Exteriores. terem genericamente a finalidade de abrigar, legalmente,
estrangeiro em situação de perseguição em seu país
Medidas de Retirada Compulsória:
de origem, os institutos podem ser diferenciados pelos
Repatriação: consiste em medida administrativa de seguintes aspectos:
devolução de pessoa impedida de entrar no país (art. 49
da Lei n. 13.445/2017). ASILO REFÚGIO
Previsão Constitucional Não possui previsão expressa
Deportação: a deportação é medida decorrente de (art. 4º, X) e na Declaração na CF/88. Tratado na Lei
procedimento administrativo que consiste na retirada Universal dos Direitos n. 9.474/97 (Estatuto dos
compulsória de pessoa que se encontre em situação Humanos. refugiados).
migratória irregular em território nacional (art. 50 da Lei
n. 13.445/2017). A saída voluntária de pessoa notificada Medida concedida de forma O refúgio deve ser concedido
para deixar o País equivale ao cumprimento da notificação individualizada, em razão de para um número maior de
de deportação para todos os fins (§ 5º do art. 50). perseguição devidamente pessoas, já que a perseguição
comprovada decorrente da tem natureza generalizada.
Expulsão: consiste em medida administrativa de prática de crime político. O fundado temor de
retirada compulsória de migrante ou visitante do território perseguição é suficiente para
nacional, conjugada com o impedimento de reingresso a concessão do refúgio.
por prazo determinado. Poderá dar causa à expulsão a
condenação com sentença transitada em julgado relativa
à prática de: I - crime de genocídio, crime contra a
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O Asilo possui natureza Natureza humanitária, MAR TERRITORIAL: faixa de 12 milhas


política (perseguição em como no caso de temor de marinhas a partir da linha da base do
razão de crime político ou perseguição por motivos território, onde o Estado continuará
de opinião) raciais, de grupos sociais, exercendo a sua soberania, incluindo o
religiosos, etc. subsolo e o espaço aéreo. A soberania do
Ato unilateral de natureza Ato unilateral de natureza Estado fica limitada apenas à passagem
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constitutiva. declaratória. inocente de embarcações estrangeiras.


É importante destacar ainda que a lei n. 9.474/97 ZONA CONTÍGUA: representa a área
(Estatuto dos Refugiados) traz alguns pontos importantes, seguinte (contígua) ao mar territorial
que devem ser estudados para a prova da OAB/FGV: com extensão de 12 milhas marítimas,
podendo o Estado exercer o direito de
• O ingresso irregular no território nacional não fiscalização, para garantir a soberania
constitui impedimento para o estrangeiro solicitar do mar territorial, inclusive com a
refúgio às autoridades competentes. prisão de imigrantes ilegais (de forma
clandestina) no seu território, ou, ainda,
• Os efeitos da condição dos refugiados serão para evitar que seres humanos sejam
extensivos ao cônjuge, aos ascendentes e transportados de forma degradante,
descendentes, assim como aos demais membros como nos casos de tráfico de pessoas.
do grupo familiar que do refugiado dependerem
economicamente, desde que se encontrem em ZONA ECONÔMICA EXCLUSIVA: é a
território nacional (art. 2º da Lei nº 9.474/97). zona localizada desde o mar territorial
até 200 milhas marinhas, ou seja,
• Compete ao Comitê Nacional para os representa a faixa de 188 milhas
Refugiados (CONARE) analisar o pedido e declarar marinhas após o mar territorial.
o reconhecimento, em primeira instância, da DIREITO DO Trata-se de área em que o Estado
condição de refugiado, conforme art. 12, inciso I, MAR
costeiro possui o direito de exploração
da Lei nº 9.474/1997 (Estatuto dos Refugiados). exclusiva de recursos vivos e não vivos
• O refugiado terá direito, nos termos da (como plataformas de petróleo)
Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados de PLATAFORMA CONTINENTAL: refere-se
1951, a cédula de identidade comprobatória de sua ao leito e ao subsolo da área submarina
condição jurídica, carteira de trabalho e documento junto à costa, que se estende desde a
de viagem, conforme art. 6º da Lei nº 9.474/97. linha da base do mar territorial até o limite
• O refugiado depende de autorização do Governo continental natural ou até 200 milhas
para deixar o país, sob pena de perder a condição marinhas. Na plataforma continental,
de refugiado (art. 39, IV, da Lei nº 9.474/97). o Brasil, no exercício de sua jurisdição,
tem o direito exclusivo de regulamentar
• O refugiado gozará de direitos e estará sujeito a investigação científica marinha, a
aos deveres dos estrangeiros no Brasil, conforme proteção e preservação do meio marinho,
art. 5º da Lei nº 9.474/97. bem como a construção, operação e o
• O refugiado poderá exercer atividade uso de todos os tipos de ilhas artificiais,
remunerada no Brasil, ainda que pendente o instalações e estruturas.
processo de refúgio. ALTO MAR: representa as áreas
marítimas não incluídas na zona
8. DOMÍNIO INTERNACIONAL econômica exclusiva, no mar territorial ou
nas águas interiores de um Estado, nem
Considera-se domínio internacional as áreas que não nas águas arquipelágicas de um Estado
pertencem a nenhum Estado soberano, como as águas arquipélago. O alto mar está aberto a
internacionais e o espaço sideral, ou as áreas que, apesar todos os Estados
de serem de determinado Estado, possuem relevância
Projeção no ar do território e do mar
internacional reconhecida.
territorial de determinado Estado, sendo
regulado pela Convenção de Mondego
Bay e também pela Convenção de
ESPAÇO Chicago de 1944. Não se permite o direito
AÉREO
de passagem inocente, de modo que as
aeronaves estrangeiras precisam de
autorização para atravessarem o espaço
aéreo de outro Estado.

Local onde se acaba a atmosfera,


formando-se o vazio sideral, por onde
passam os voos espaciais e as órbitas
da Terra e dos demais corpos celestes.
ESPAÇO É considerado patrimônio comum da
SIDERAL
humanidade, sendo de livre acesso a
todos os Estados para fins pacíficos,
vedando-se a apropriação ou anexação
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por qualquer país.
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9. DIREITO COMUNITÁRIO Principais órgãos da União Europeia:

Parlamento Europeu: instituição supranacional de


No período após a segunda guerra mundial intensificam- natureza política (um autêntico parlamento), que exerce
se as relações entre alguns países, estabelecendo-se função legislativa e orçamentária, juntamente com o
verdadeiros blocos regionais de interação. Essa relação de Conselho. Os representantes do Parlamento são eleitos
interação dos Estados que é objeto do direito comunitário:
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diretamente pelos cidadãos dos países que a compõem


1º) ZONA DE LIVRE COMÉRCIO (extintos os direitos
alfandegários), 2º) UNIÃO ADUANEIRA: (TEC: Tarifa Externa Conselho Europeu: órgão supremo da União
Comum), 3º) MERCADO COMUM (Livre circulação de todos os Europeia. Constituído pelos chefes de governo ou chefes
fatores de produção: capital, bens, trabalhadores, serviços e de Estado dos Estados-membros;
livre concorrência), 4º) UNIÃO ECONÔMICA e MONETÁRIA:
unificação das políticas econômica e monetária, como no Conselho: principal órgão legislativo e executivo da UE.
caso da União Europeia, em que o Euro é a moeda única e
5º) UNIÃO POLÍTICA ( governo único para o bloco regional). Comissão Europeia: promove os interesses gerais da
União Europeia, velando pelos tratados comunitários.
Os principais blocos econômicos para a prova da
OAB/FGV são o MERCOSUL e a União Europeia. Tribunal de Justiça da União Europeia: exerce competência
jurisdicional em relação ao Direito Comunitário (Direito da
MERCOSUL: é considerado um bloco de integração UE). Trata-se de órgão supranacional, com competência
mais branda, podendo atualmente ser classificado como ampla, encarregado pelo sistema comunitário de solução
integrante da segunda fase de integração acima citada, ou de controvérsias. Interessante destacar ainda o instituto do
seja, na fase de união aduaneira. Na verdade, o MERCOSUL reenvio prejudicial, segundo o qual quando surge uma dúvida
é considerado uma união aduaneira incompleta ou sobre Direito Comunitário durante um processo que tramita
imperfeita, porque cada Estado pode elaborar uma lista no Poder Judiciário interno de um dos países membros, pode-
de exceções à tarifa externa comum (listas de produtos se instaurar um incidente processual para que o TJUE se
para os quais, excepcionalmente, não incide a TEC), para manifeste. Suas decisões são definitivas e inapeláveis.
atender grandes necessidades do mercado interno.
Banco Central Europeu: órgão supranacional, com
Os principais instrumentos jurídicos firmados no personalidade jurídica própria, que executa as políticas monetária
âmbito do Mercosul: e econômica da União Europeia, emitindo a moeda comum (euro).
a) Tratado de Assunção: instituiu formalmente Tribunal de Contas da União Europeia: desempenha o
o MERCOSUL, controle sobre a gestão financeira e orçamentária do bloco.
b) Protocolo de Ouro Preto: dispõe sobre a estrutura
institucional do MERCOSUL e lhe confere personalidade 10. DIREITO ECONÔMICO INTERNACIONAL
jurídica internacional,
A Conferência de Bretton Woods (1944) é considerada um
c) Protocolo de Olivos: aprimora os mecanismos de marco na história do Direito Econômico Internacional porque
solução de controvérsias, criando o Tribunal Permanente estabeleceu as bases do sistema econômico e financeiro
de Revisão. As partes passaram a ter ainda o direito internacional, por meio da criação do Banco Mundial – BIRD,
de recorrer diretamente a um Juízo Arbitral, composto do Fundo Monetário Internacional FMI e do Acordo Geral
de três Árbitros, ou de cinco, se o conflito envolver de Tarifas Aduaneiras e Comércio – GATT, posteriormente
mais de dois países. As principais funções do Tribunal substituída pela Organização Mundial do Comércio.
Permanente de Revisão são: a) opiniões consultivas, que
poderão ser solicitadas pelos Estados-Parte em conjunto,
Possui sede em Genebra é o órgão
pelos órgãos com capacidade decisórias do MERCOSUL,
internacional responsável por definir
pelos Tribunais Superiores dos Estados-Parte e pelo
OMC as regras para o comércio multilateral
Parlamento do MERCOSUL; b) revisão de laudos dos
entre os Estados, além de solucionar as
Juízos Arbitrais, mediante requerimento de qualquer dos
controvérsias entre as nações participantes.
interessados; c) atuação em única Instância, em caso de
controvérsia; d) qualquer caso em que os Estados-Parte É uma organização internacional
ativem os procedimentos estabelecidos para as medidas criada com o objetivo de promover a
excepcionais de urgência, cooperação econômica internacional,
FMI
favorecendo o comércio, o emprego e
d) Protocolo de Ushuaia: reafirma os princípios e
a estabilidade cambial dos países no
objetivos do Tratado de Assunção e seus Protocolos
período pós-Segunda Guerra Mundial.
e reitera que a plena vigência das instituições
democráticas é condição indispensável para a existência O Banco Mundial possui sede em
e o desenvolvimento do MERCOSUL, Washington foi criado com o objetivo
de financiar a reconstrução dos
e) Protocolo de Las Leñas: institui a Cooperação e
países devastados pela Segunda
Assistência Jurisdicional em Matéria Civil, Comercial,
Guerra Mundial. Atualmente o Banco
Trabalhista e Administrativa. BANCO Mundial ainda é uma referência
MUNDIAL
UNIÃO EUROPEIA (UE): representa um bloco regional de no financiamento dos países em
28 Estados-membros independentes situados principalmente na desenvolvimentos, sendo seus
Europa. Trata-se de bloco extremamente avançado, atualmente principais objetivos erradicar a
na quarta fase de integração (União Econômica e Monetária). pobreza extrema e construir uma
prosperidade compartilhada. 7
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DIREITO INTERNACIONAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Bens imóveis: onde o bem se


encontra - art. 8º, caput, LINDB;
1. APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇO Bens
Bens móveis: lei do domicílio do
proprietário – art. 8º, § 2, LINDB
O direito internacional privado trabalha
OAB NA MEDIDA | DIREITO INTERNACIONAL | RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

essencialmente com conflitos de leis no espaço e seu Norma mais favorável ao


objetivo principal é apontar qual o ordenamento jurídico Contratos de
trabalhador (art. 3º, II, da Lei nº
(nacional ou estrangeiro) que resolverá a questão. Trabalho
7.064/82).

MATÉRIA LEGISLAÇÃO APLICÁVEL


2. PROCESSO CIVIL INTERNACIONAL
Capacidade Lei do local do domicílio do titular
Personalidade do direito – art. 7º, caput, da LINDB. Competência Internacional:
Direito de
Família
COMPETÊNCIA COMPETÊNCIA
INTERNACIONAL EXCLUSIVA DA
De acordo com o § 1º do art. 7º da CONCORRENTE (AÇÃO AUTORIDADE
LINDB, com relação às formalidades PODE SER PROPOSTA BRASILEIRA (AÇÃO
do casamento, serão aplicadas NO BRASIL OU NO PODE SER PROPOSTA
as normas do Estado onde for ESTRANGEIRO) APENAS NO BRASIL).
realizada a celebração.
As ações em que: I - o Compete à autoridade
O § 2º do art. 7º da LINDB, por réu, qualquer que seja a judiciária brasileira,
sua vez, permite que o casamento sua nacionalidade, estiver com exclusão de
de estrangeiros seja celebrado domiciliado no Brasil; qualquer outra (art. 24
perante autoridades diplomáticas II - no Brasil tiver de ser do CPC/2015):
ou consulares do país de ambos os cumprida a obrigação; III
nubentes, hipótese em que, quanto - o fundamento seja fato I - conhecer de ações
aos impedimentos e formalidades, o ocorrido ou ato praticado relativas a imóveis
casamento será regido pela lei do país no Brasil (art. 21 do situados no Brasil;
do consulado ou da embaixada, sendo CPC/2015)
irrelevante o domicílio dos noivos. II - em matéria de
Casamento Ações de alimentos, sucessão hereditária,
Já no que se refere à capacidade quando: a) o credor tiver proceder à confirmação
para o casamento, deve-se utilizar domicílio ou residência no de testamento
o critério “domicílio dos nubentes”, Brasil; b) o réu mantiver particular e ao
ou seja, o local onde os noivos vínculos no Brasil, tais inventário e à partilha
estabelecem residência com ânimo como posse ou propriedade de bens situados
definitivo é que determinará se de bens, recebimento de no Brasil, ainda que
estes são capazes para contrair o renda ou obtenção de o autor da herança
matrimonio (art. 7, caput, da LINDB). benefícios econômicos (art. seja de nacionalidade
22, I, do CPC/2015); estrangeira ou tenha
Da mesma forma, em relação ao domicílio fora do
regime de bens a ser aplicado, Ações decorrentes de território nacional;
também incidirá a lei do país em relações de consumo,
que tiverem os nubentes domicílio, quando o consumidor tiver III - em divórcio,
e, se este for diverso, a do primeiro domicílio ou residência separação judicial ou
domicílio conjugal (§ 4º do art. 7 º no Brasil (art. 22, II, do dissolução de união
da LINDB). CPC/2015); estável, proceder
à partilha de bens
Obrigação, Lei do local da celebração do ato Ações em que as partes, situados no Brasil,
Contratos, (art. 9, caput, LINDB) expressa ou tacitamente, ainda que o titular
Negócios se submeterem à jurisdição seja de nacionalidade
Jurídicos, nacional (art. 22, III, do estrangeira ou tenha
Testamento CPC/2015). domicílio fora do
território nacional
Lei do domicílio do “de cujus” – art.
10, LINDB HOMOLOGAÇÃO DA SENTENÇA ESTRANGEIRA:
Exceção: a sucessão será A decisão judicial estrangeira para ser cumprida no
obrigatoriamente regida pela Brasil, como regra geral, depende de prévia homologação
Sucessão lei brasileira quando verificar 3 no Superior Tribunal de Justiça, observados os seguintes
requisitos cumulativos: filho ou requisitos: a) prova do trânsito em julgado da decisão
cônjuge brasileiro + bens situados no (Súmula 420, STF): não se homologa sentença proferida no
Brasil + lei brasileira mais favorável estrangeiro sem prova do trânsito em julgado, b) filtragem
aos herdeiros (filho ou cônjuge) constitucional: apenas podem ser cumpridas as sentenças
estrangeiras compatíveis com o nosso ordenamento
8
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DIREITO INTERNACIONAL - RESUMO PARA A PROVA DA OAB/FGV

jurídico e c) Observância do art. 963 do NCPC.

Como exceção à regra geral, o § 5º do art. 961 e o


art. 962 do CPC/2015 estabelecem, respectivamente,
que a sentença estrangeira de divórcio consensual e a
decisão estrangeira concessiva de medida de urgência
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podem ser executadas no Brasil, independentemente da


homologação pelo STJ.

A sentença arbitral estrangeira para produzir efeitos


no Brasil também necessita de homologação do Superior
Tribunal de Justiça e será reconhecida ou executada no
Brasil com base nos tratados internacionais com eficácia
no ordenamento interno e, na sua ausência, com base na
lei de arbitragem (Lei n. 9.307/96).

As cartas rogatórias para serem cumpridas no Brasil


também necessitam, como regra geral, da homologação
pelo STJ. Após observados os requisitos para a
homologação, o STJ dará o “exequatur”, isto é, a ordem
para que a carta rogatória seja cumprida. Cabe à Justiça
Federal o cumprimento da carta rogatória, conforme art.
109, X, da CF/88.

3. ARBITRAGEM
A arbitragem é convencionada por meio do
convenção de arbitragem, que pode ser feita por cláusula
compromissória (as partes comprometem-se a submeter
à arbitragem em um contrato) ou por compromisso
arbitral (as partes convencionam se valer da arbitragem
para solucionar um litígio que já existe, ainda que não
haja cláusula compromissória pré-existente).

Havendo a previsão da arbitragem para solucionar


determinado conflito decorrente de contrato internacional,
não poderá nenhuma das partes envolvidas levar a
questão ao Poder judiciário brasileiro, uma vez que
a existência de convenção de arbitragem é motivo
de extinção do processo sem julgamento de mérito,
conforme art. 485, VII, do CPC/2015

A sentença arbitral estrangeira para produzir efeitos


no Brasil também necessita de homologação do Superior
Tribunal de Justiça e será reconhecida ou executada no
Brasil com base nos tratados internacionais com eficácia
no ordenamento interno e, na sua ausência, com base na
lei de arbitragem (Lei n. 9.307/96).

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