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Arq.

M I N I S T É R I O DA GUERRA
7". REGIÃO MILITAR

REGlíui-NTO DE_ INFANTARIA


JiR...l_.Iiiv Sum Ltal. , Em 03 / 06 / 1%$ 19

rj 0 Gap E n i o de A l b u q u e r q u e Lacerda
E n c a r r e g a d o de IPM
Ao S X D I O . S r . M a r . P r e s i d e n t e d a C o m i s
s a o G e r a l de Investigações ~
Assunto : R e m e s s a d e I n v é s ligações.
Sumárias ( P a z ) .
Referencia :

Anexo: Uma Investigação Sumária

1- Anexo r e m e t o a V . E x c i a . a Investigação S u m á r i a r e f e r e n t e ao
I n q u é r i t o do q u a l s o u e n c a r r e g a d o .
2 - I n f o r m o a V . E x c i a . q u e j u n t a m e n t e com o p e d i d o d a c a s s a ç ã o /
de d i r e i t o s p o l x t i c o s q u e a e s t e a c o m p a n h a , s o l i c i t o s e i a m /
c a s s a d o s os mandatos s e g u i n t e s : íP^él
• D j a l m a Maranhão - P r e f e i t o de N a t a l ^^8§l£l
L u i z G o n z à g a ^ d ô s S a n t o s - V i c e - p r e f e i t o de N a t a l
*Aldo d a F o n s e c a T i n o c o - S u p l e n t e a D e p u t a d o F e d e r a l
iFloriano B e z e r r a de-Araújo - Deputado E s t a d u a l
- C e z a r i o Clementino dos Santos - Suplente a Deo.Estad.
João F e r r e i r a de Macedo S o b r i n h o - S u p l e n t e a " V e r e a d o r
'f2Ê£ÈÊÊ6k de N a t a l ^ g f - ' ^ .
N o e l B e r n a r d o d e O l i v e i r a - V e r e a d o r em C a n g u a r e t a m a
. L u i z Inácio Maranhão F i l h o - S u p l e n t e a D e p . E s t a d u a l


.amo de Albuquerque Lacerda, Caj.
TERMO DE PERGUNTAS AO INDICIADO

Aos "•'![ d i a s do mes de a b r i l do ano dê mil^novecentos e s e s s e n t a •


q u a t r o nesta cidade do Natal,no q u a r t e l do decimo sexto Regimento de
9

I n f a n t a r i a , presente Major E i d e r Nogueira Mendes ncarregado deste in.


e

quérito, comigo 1 Q Ten Roosevelt Tome S i l v a , s e r v i n d o de escrivão,com-


pareceu E v a r i s t o Lopes da S i l v a , a fim de s e r interrogado sobre os fj£
tos constantes da P o r c a r i a que l h e f o i lida.Em seguida passou aquela
autoridade a i n t e r r o g a - l o da maneira seguinte£ qual o seu nome,idade,
filiação, estado c i v i l , n a t u r a l i d a d e , profissão e residência.Respon-/
deu que E v a r i s t o Lopes da S i l v a , 32 anos, / r a n c i s c o Lqpes da S i l v a e
de Irma Martins da S i l v a , casado, Macau-RN, i n d u s ^ r i a r i o , Rua Mons /
A s s i s s/n-Macau-RN.Perguntado se exerce algum cargo p o l i t i c o em Macau,
respondeu que e vereador pelo PR e recebe apoio de Venâncio Z a c a r i a s
de Araújo, chefe p o l i t i c o de Macau, Perguntado quais suas a t i v i d a d e s
em Macau, respondeu que e r a S e c r e t a r i o do S i n d i c a t o dos Trabalhadores
da I n d u s t r i a da Extração do S a l , V i c e Presidente do SSTIS-Serviço So-
c i a l dos Trabalhadores na I n d u s t r i a do S a l e vereador do município.//
Perguntado quem e r a o presidente do S i n d i c a t o e do SSTIS, respondeu /
que o ex Dep F l o r i a n o B e z e r r a de Araujo, e r a o Presidente de ambas as
entidades. Perguntado quais suas ligações com o ex Dep F l o r i a n o Bezer.
r a , respondeu que t i n h a ralações apenas de ordem s i n d i c a l . Perguntado
o que sabe a r e s p e i t o da u l t i m a greve, que p a r a l i z o u o porto de Macau
A

em d i a s de a b r i l , respondeu que o Conselho S i n d i c a l de Macau, após //


uma convocação extraordinária no d i a 1 Q de a b r i l pp, d e l i b e r o u uma //
greve p e r a l dos S i n d i c a t o s que o compõem, com a f i n a l i d a d e de r e i v i n -
d i c a r d i r e i t o s dos marítimos. Perguntado quais os S i n d i c a t o s que com-
põem o Concelho S i n d i c a l , respondeu que sao: S i n d i c a t o dos Trabalhado,
r e s na I n d u s t r i a de Extração do S a l , S i n d i c a t o dos E s t i v a d o r e s , SindT
cato dos Marítimos, S i n d i c a t o dos Mestres e A r r a i s . S i n d i c a t o dos Con
f e r e n t e s , S i n d i c a t o dos C a r p i n t e i r o s Navais e S i n d i c a t o dos Motoris-7
t a s . Perpuntado se o seu S i n d i c a t o tinha alguma ligação com o'CGT,re.s.
pondeu que não. Perguntado o que sabe a r e s p e i t o das a t i v i d a d e s do ex
Dep F l o r i a n o B e z e r r a respondeu que o ex Deputado atuava em três seto-
r e s , como líder s i n d i c a l , como presidenta das L i g a s Camponesas e como
Deputado E s t a d u a l . Perguntado qual a atuação do Dep F l o r i a n o na greve
que p a r a l i z o u o porto de Macau nos primeiros d i a s da revolução, r e s - /
pondeu que nenhuma, pois o Deputado não se encontrava naquela cidade.
Que d i z da acusação segunda a qual o declarante sabocou a b u r o c r a c i a
do S i n d i c a t o do S a l , respondeu que deixou a b u r o c r a c i a em ordem, con-
forme documento que recebeu do Interventor, Perguntado se tem f a t o s a
A

alepar ou provas rue j u s t i f i q u e m a sua inocência, respondeu que as a-


cusações f e i t a s a sua pessoa, devem t e r partido de adversário p o l i t i -
co. É como nada mais d i s s e e nem l h e perguntado deu o encarregado de,g.
te inquérito por findo o presente interrogatório, mandando l a v r a r es-
te termo que, depois de l i d o e achado conforme, a s s i n a com o i n d i c i a -
do, com as testemunhas e comigo i c Ten Roosevelt Tome S i l v a , servindo
de escrivão, que o escrevi»

Jose Aramlr Pini

Roosevelt Tome S i l v a - 1Q Tenente


Sscrivão
•A
TERMO DE PERGUNTAS AO INDICIADO

Aos 26 d i a s do mes de a b r i l do ano de m i l novecentos e sessenta


e q u a t r o , n e s t a cidade do N a t a l , no Çuartel do decimo sexto Regi -
mento d e I n f a n t a r i a , p r e s e n t e Major Élder Nogueira Mendes, encar-/
A

regado ^este inquérito, comigo 1« Tenente R o o s e v e l t Tome S i l v a * , //


s e r v i n d o de escrivão, comnareceu F l o r e a n o Jezerra a f i m de ser•• M'
i n t e r r o g a d o sobre os f a t o s c o n s t a n t e s da P o r t a r i a ue l h e f o i l i - /
da# Em seguida passou aquela a u t o r i d a d e a interrogá-lo da maneira
s e p u i n t e : q u a l o seu nome^ i d a d e , filiação, .se ado c i v i l , natura-./
l i d a d e , profissão e residência, Respondeu que F l o r e a n o Bezerra de
A r a u j o . 36 anos, Venancíi o Z a c a r i a s de A r a u j o e de 0 e r o b l n a Bezer-
r a de A r a u j o , c a s a d o M*acau-RM, iadtastrlário, Ena P e r e i r a C a r n e i r o
t

nc 111-Kacau-RN. Perguntado q u a i s os m o t i v o s que j u l g a , t e r e r p r o -


vocado a sua prisão, respondeu que a c r e d i t a por t r e s f a t o s : ser //
Prés dente i a s L i g a s Camponesas do Estado do .Rio Grande do N o r t e , /
ser P r e s i d e n t e do S i n d i c a t o da Indústria da Extração do S a l de Ma-
cau e ser^Dcp tndo E s t a d u a l p e l o s T r a b a l h a d o r e s . Perguntado porcue
acha que e s t e s f a t o s o conduziram a risão, respondeu que: 1Q por
ser a L i g a uma e n t i d a d e de erg nizaçâo de base dos camponeses} 2 Q

por s e r o S i n d i c a t o um orrâo de defesa e -representação de c a t e g o - /


r i a p r o f i s s i o n a l } 3Q por s e r um r e p r e s e n t a n t e dos t r a b a l h a d o r e s , /
t e v e que em f i e l cumprfinento do mandato, defender sem meios termos
os di.reJ.tos e reivindicações dos mesmos. Perguntado se f a z i a p a r t e
do Conselho S i n d i c a l de Hacau, respondeu que s i m . ocupando o cargo
p r i m e i r o secretário. P e r g u n t a d q u a i s as atribuições desse Con
0

s o l h o , respondeu que e r a de coordenação das e n t i d a d e s de c l a s s e do


município. Perguntado se o Conselho S i n d i c a l e s t a v a l i g a d o , de a l -
emã fôrma ao^CCT, respondeu cue não, p o r que quando da d e f l a g r a ^
10 de uma gr^ve N a c i o n a l , as ordens eram r e c e b i d a s das Confedera-
res, Federações e S i n d i c a t o s N a c i o n a i s . Perguntado de cue forma /
_ierou com a g r e v e , que nos primeÉft|Í d i a s da revolução^ parou o
>rto de Hacau, respondeu que np d i a 2 de a b r i l p e l a manha, esteve
p a l e s t r a com a c l a s s e que já se t i n h a lançado em prevê, e x p l i - /
indo pue^o momento N a c i o n a l e r a g r a v e , u r g i n d o c;e todos m u i t a //
comnreensão e c e r t a ex e e t a t i v a . Perguntado com ordens de quem f o i
d e c r e t a d a a g r e v e , q u a l n f i n a l i d a d e e^como t e r m i n o u , respondeu //
qae f o i decretada por ordem da Federação N a c i o n a l dos E s t i v a d o r e s
4
# d o s Marítimos, com • f i n a l i d a d e de o b s e r v a r o momento N a c i o n a l , /
terminando p o r solicitação dos empregadores o atendimento das cla.g,
ses s i n d i c a i s . Perguntado com que f i n a l i d a d e mandou o seu cunhado
I y o F e r r e i r a a N a t a l , no d i a 12 pç, respondeu que mandou buscar //
réd «equina de e s c r e v e r semi portátil nova. Perguntado como ex; 11-
Jy- ^y€á a publicação no J o r n a l "O N a c i o n a l i s t a " , de sua r e s p o n s a b i l i d i p
&r d e , de 1a r t i g o s s e r v i n d o l i n h a s e termos p a r e c i d o s com os empregados
nos f o l h e t o s s u b v e r s i v o s , cue eram distribuídos no B r a s i l , respon*
deu m i e , t a l v e s ^ p o r que f o s s e usada a llnpunpem m u i t o usual, em v£
r i o s "outros órgãos de imprensa f a l a d a e e s c r i t a do p a i s . Perguntado
co^o s u r g i u a i d e i a da fundação de L i g a Camponesa no Estado do R i o
Grande do N o r t e , respondeu ^üe fundou a L i g a Camponesa no Estado /
por supestão do Dep i r a n c i s c o Julião. Perguntado como se deu sua /
aproximação cora F r a n c i s c o Julião, respondeu r-ue p o r acaso, numa pa.
l e s t r a p n b l i c a p r o f e r i d a p e l o Pê Alípio o q u a l f o i convidado pelo
d e c l a r a n t e e t r o u x e em sua companhia F r a n c i s c o Julião, no d i a Zl\. /
de agosto de 196"3» Perpunt^do de que se t r a t o u nesse " e o n i c i o e ///
r u a i s os o r a d o r e s , respondeu cue t r a t a r a m F r a n c i s c o Julião e Padre
Alípio, s o b r e ^ r e f o i a a s de base. Perguntado quando e onde se r e a -
l i z o u a cerimonia de fundação da L i g a , respondeu que não se r e -
corda da d a t a , tendo servido de l o c a l a sede da F I I - Federação
dos Trabalhadores na I n d u s t r i a - , a pedido do d e c l a r a n t e . Pergun-
tado em que municiolos do Estado foram fundadas d e l e g a c i a s da L i
pa Camponesa, respondeu oue nos Municípios de: Canruaretama, ///
B a i a Formosa, Mossoró, são Gonçalo do Amarante. Perpuntado se da
inau"nraçao dessas d e l e g a c i a s , contou cqra a presença de F r a n c e s -
co Julião e Pe A l i p i o , respondeu que só^na de Canguaretama, e /
r
que compareceu o 'ep tado F r a n c i s c o Julião. Perguntado qual des-
sas d e l e g a c i a s e r a a mais a t i v a , respondeu que à de Canguareta-/
" a , uma vez que pela sua organlração os setsã associados Ja pen -
savam era r e i v i n d i c a r d i r e i t o s s a l a r i a i s ( r e a j u s t o do salário mí-
n i m o ) . Perpuntado q u a i s seus a u x i l i a r e s mais a t i v o s nas causas /
da L i g a , respondeu que apenas os d i r e t o r e s das d e l e g a c i a s . P e r - /
V puntado rujais suas ligações cora Egídio de Melo» Pedro Simão e^Sa
lomão Morais, r e n ondeu que de ordem s i n d i c a l ou t r o c a de favo-/
r e s . Perguntado como j u s t i f i c a o slogan"HA L E I OU TTA MARRA" upa-
do pela L i g a Camponesa, respondeu nue como ponto de estimulo a /
orpanlração de base para a s reivindicações de d i r e i t o , Pergun-/
tado se concorda que a L i g a Camponesa do R i o Grande do Norte.-/
I n s p i r a d a pelo mesmo ho^em cue fundou a s L i g a s Camponesas de Per
nambuco e da P a r a i b a , e com os mesmos e s t a t u t o s e slogan, não //
podia d e i x a r de adotar os mesmos meios v i o l e n t o s seguidos naque-
l e s escados, respondeu que nfio f o i com o b j e t i v o s de violência //
oue fundou a r e f e r i d a L i g a , e sim para organizar e defender pa-/
e i f i c a r e ~ t e os favores l e g n i s e reivindicações j u s t a s de seus //
a s s o c i a d o s . Perpuntado se embora não tendo tido intenções de v i o
t e n e i a admite que a l i g a sob sua direção e s t a v a começando a ado-
bar meios v i o l e n t o s , resoondeu que não. Perguntado como e x p l i c a
f a t o de Egídio de Melo falando em nome da L i g a Camponesa do Es.
" í em Canguaretama, haver concitado os camponeses a economizar
íeiro para compra de armas a serem empregadas na l u t a pela //
IreivIndicação de seus d i r e i t o s , respondeu oue não se recorda da
r a l a de E g i d l o de Melo, não podendo mesmo i n c l u s i v e , t e r falado
cm nome da mesma, a qual não adota e s s a linguagem. Perguntado o
A

oue tem a d i z e r sobre o d i s c u r s o que segundo v a r i a s testemunhas,


// • d e c l a r a n t e p r o f e r i u em Canguaretama, consitando os camponeses
j//* para a l u t a que se aproximava, informando ainda, que no momento
o p o r t u n o armas • mmniçao^seriam d e s t r i b u i d a s , respondeu que j a -
mais f e z t a l d i s c u r s o , não passatjdo do insinuações r r a t u i t a s ///
\ t a i s informações. Perguntado se e verdade que encomendou a Pedro
OirnSo R i f l e s e outras armas para a L i g a Cam onesa, respondeu que
jamais f e z t a l encomenda, e nem pensou em f a z e - l a , I p c l u s i v e por
"rno s e r esse o o b j e t i v o da L i g a . Perpuntado onde esteve no d i a \\
^ de„abril, respondeu que no e s t r e i t o município de A l t o do Rodri -
gues. Perguntado que d i z das declarações de testemuphag, segundo
as qüail no d i a h do c o r r e n t e , o d e c l a r a n t e pagsou a s 233° hora»
por Parnamlrim n- direção de Sno Jose de Mipibu mama camioneta /
verde marca Ford e p l a c a 2538.RN conduzindo armas entre as quais
metralhadoras INA e carabina ponto 3 ° , ale» da c a i x o t e s fechados,
respondeu que se t r a t a de una calúnia e de uma impiedade que c i a
ma aos céus. Perpuntado se procede a n o t i c i a segundo a qual o ff
l e c l a r a n t e , t e r i a d i t o eue depois de s a i r da prisão i r i a pastar C r $
5 0 . 0 0 0 . 0 0 (Cinauenta m i l c r u z e i r o s ) ou Cr 1 0 0 . 0 0 0 , 0 0 (Cem m i l c r u -
z e i r o s ; para matar o Capitão Lacerda, respondeu que e uma calunia. /
tão prande como a a n t e r i o r . Perpuntado quais as pessoas que e s t i -
veram com o d e c l a r a n t e na noi.e do d i a íi do corrente no e s t r e i t o IGU
n i c l p i o de A l t o do Rodrigues, respondeu que esteve na casa da fazen,
da do seu p a i , fato que pode s e r atestado por Ivo F e r r e i r a dos San-
t o s , E v a r i s t o Lopes, Antonio Z a c a r i a s de Araujo, Hugo J e z e r r a de //
Araujo s o motorista do Jeep do seu p a i , que o levou para o e s t r e i -
to no d i a 2 a t a r d e . Perguntado se tem f a t o s a a l e g a r ou provas que
j u s ifiquem a s u a ^ i n o c e n s i a , respondeu que a conduta da L i g a no e s -
tado, 3 sua ação a f r o n t e d o s i n d i c a t o durante dez anos e a sua con.
#

duta p b l i c a é privada ate h o j e . ^E como nada mais d i s s e e nea l h e


1

foirerpuntado deu o encarregado deste inquérito por findo o presen-


te Interrogatório, mandando l a v r a r e s t e termo que, depois de l i d o e
achado conforme, a s s i n a com o i n d i c i a d o , cora a s testeraunh-s e comi—
#

ro lô Tenente Roosovelt Tome S i l v a , servindo de escrivão, que o G S -


crevi.

Testemunha

Roosevelt Tome^Silva - 1Q Tenente


Escrivão

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