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Estudo dirigido bioquimica 2

01. Em que consiste o processo de ubiquitinação? Qual a sua importância?

A ubiquitinação é um processo celular fundamental que envolve a ligação da


proteína ubiquitina a outras proteínas, marcando-as para degradação, sinalização
ou regulação. Consiste em várias etapas:

1. Ativação: A ubiquitina é ativada por uma enzima chamada E1


(ubiquitin-activating enzyme).
2. Conjugação: A ubiquitina ativada é transferida para uma enzima E2
(ubiquitin-conjugating enzyme).
3. Ligação: A E2 transfere a ubiquitina para o substrato-alvo, com a ajuda de
uma enzima E3 (ubiquitin ligase).

A ubiquitinação é importante por várias razões:

● Degradação de proteínas: Marcando proteínas para degradação pela


proteassoma, um processo essencial para a regulação de proteínas
celulares.
● Sinalização: A ubiquitinação desempenha um papel crítico na sinalização
intracelular, direcionando proteínas para várias funções, como resposta a
danos no DNA e regulação do ciclo celular.
● Endocitose: Facilita a internalização de receptores de membrana e sua
degradação ou reciclagem.
● Regulação da resposta imune: A ubiquitinação desempenha um papel na
regulação da resposta imune e na degradação de proteínas virais.

Essa modificação proteica é essencial para a homeostase e funcionamento


adequado das células, permitindo-lhes responder a estímulos e manter o equilíbrio
interno.
02. Descreva o Ciclo da uréia. Cite o órgão e compartimentos que esse ciclo
ocorre?

O Ciclo da Ureia é um importante processo bioquímico que ocorre no fígado. Ele


desempenha um papel crucial na remoção de amônia, um produto tóxico do
metabolismo das proteínas, do corpo humano. O ciclo da ureia é composto por
várias etapas:
1. A amônia produzida pelo metabolismo das proteínas é convertida em
carbamoil fosfato no ciclo da ornitina.
2. O carbamoil fosfato reage com a ornitina para formar citrulina.
3. A citrulina é transportada para o citoplasma e reage com o aspartato para
formar argininosuccinato.
4. O argininosuccinato é então clivado em arginina e fumarato.
5. A arginina é hidrolisada para formar ureia e ornitina, que é transportada de
volta para as mitocôndrias para reiniciar o ciclo.

A ureia é então liberada na corrente sanguínea e excretada pelos rins na forma de


urina.

O ciclo da ureia ocorre principalmente no fígado e envolve também o citoplasma e


as mitocôndrias das células hepáticas. A amônia, produzida a partir do metabolismo
dos aminoácidos e outros compostos nitrogenados, é convertida em ureia no fígado
e posteriormente excretada pelos rins. Isso ajuda o corpo a se livrar do excesso de
nitrogênio e a manter o equilíbrio adequado de compostos nitrogenados no
organismo.
03. Sobre a Via das Pentoses:
3.1 Quais os produtos da via das pentoses? Quais as utilidades de cada um
deles? (1,0).

3.2 Como a via das pentoses pode ser subdividida? É o balanço de cada uma
dessas etapas (1,5).

3.3 Qual o significado fisiológico do NADPH e seu efeito na regulação da via


das pentoses? (1,5).
3.1 Na via das pentoses, os principais produtos são ribose-5-fosfato e NADPH. A
ribose-5-fosfato é essencial para a síntese de nucleotídeos, que são os blocos de
construção do DNA e do RNA. O NADPH é uma coenzima redutora que
desempenha um papel vital na síntese de ácidos graxos e esteróides, bem como na
proteção antioxidante das células.

3.2 A via das pentoses pode ser subdividida em duas fases principais:

Fase oxidativa: Nesta fase, a glicose-6-fosfato é convertida em ribulose-5-fosfato.


Ocorre a geração de NADPH e liberação de dióxido de carbono.

● Balanço: 1 molécula de glicose-6-fosfato resulta em 2 moléculas de NADPH e


1 molécula de ribose-5-fosfato.
● Fase não oxidativa: Nesta fase, ocorre a interconversão de várias pentoses e
hexoses fosfatadas. Isso leva à formação de gliceraldeído-3-fosfato e
frutose-6-fosfato, que podem entrar no ciclo de Krebs ou na glicólise.

3.3 O NADPH tem um significado fisiológico significativo como um doador de


elétrons essencial em reações de síntese de ácidos graxos, esteróides e outros
compostos lipídicos. Além disso, ele desempenha um papel crítico na proteção
antioxidante, ajudando a regenerar o glutationa, um importante antioxidante celular.
O NADPH também é crucial na eliminação de espécies reativas de oxigênio,
preservando a integridade celular e evitando danos oxidativos. Sua presença e
atividade regulam a atividade da via das pentoses, garantindo uma produção
equilibrada de NADPH para suportar as necessidades metabólicas e antioxidantes
da célula.

04. Faça uma descrição da ação dos hormônios Glucagon e Insulina sobre os
níveis de frutose 2,6 bifosfato e como estes agem sobre a ação das enzimas
PK2 (fosfofrutoquinase 1) e PBase (bifosfo fosfatase) para manter a
homeostase.
O glucagon e a insulina são hormônios que desempenham papéis opostos na
regulação dos níveis de glicose no sangue e, consequentemente, influenciam os
níveis de frutose 2,6-bifosfato.

● A insulina é liberada em resposta a altos níveis de glicose no sangue e ajuda


a reduzir a glicose sanguínea, promovendo a captação de glicose pelas
células e estimulando o armazenamento de glicose na forma de glicogênio. A
insulina também favorece a síntese de frutose 2,6-bifosfato.
● O glucagon, por outro lado, é secretado em resposta a baixos níveis de
glicose sanguínea e estimula a liberação de glicose do fígado para aumentar
os níveis de glicose no sangue. O glucagon também inibe a síntese de
frutose 2,6-bifosfato.

A frutose 2,6-bifosfato atua como um regulador alostérico bifuncional das enzimas


fosfofrutoquinase-1 (PFK-1) e bifosfatase-1 (FBPase-1) no processo da glicólise.
Quando os níveis de frutose 2,6-bifosfato estão altos, a PFK-1 é ativada,
promovendo a conversão de frutose-6-fosfato em frutose-1,6-bifosfato. Isso
aumenta a taxa de glicólise.

Por outro lado, quando os níveis de frutose 2,6-bifosfato são baixos, a FBPase-1 é
ativada, o que resulta na conversão de frutose-1,6-bifosfato em frutose-6-fosfato,
diminuindo a taxa da glicólise.
Portanto, o equilíbrio entre a ação do glucagon e da insulina sobre os níveis de
frutose 2,6-bifosfato é crucial para a regulação eficaz da glicólise e a manutenção da
homeostase da glicose no organismo.
05. O Marasmo é uma grave desnutrição por deficiência de calorias,
especialmente carboidratos. Assim, os processos de gliconeogênese, lipólise
e proteólise predominam , ocorrendo intensa redução de massa muscular.
Abaixo é mostrado um
esquema de adaptação metabólica em indivíduos submetidos a esse tipo de
desnutrição:

Explique o motivo do aumento de glicose, uma vez que a fonte de


carboidratos é escassa no marasmo? E por que os níveis de insulina estão
baixos?

No estado de marasmo, a desnutrição grave leva a uma escassez severa de


calorias e carboidratos na dieta. Isso resulta em adaptações metabólicas
significativas no corpo, incluindo aumento dos processos de gliconeogênese, lipólise
e proteólise.

O aumento da glicose sanguínea no marasmo ocorre devido à gliconeogênese


acelerada. Com a falta de ingestão adequada de carboidratos, o corpo começa a
quebrar proteínas musculares e outras fontes de aminoácidos para gerar
precursores da gliconeogênese. Esses precursores são convertidos em glicose,
aumentando assim os níveis de glicose sanguínea.

Os níveis baixos de insulina observados no marasmo são uma resposta adaptativa


ao estado de desnutrição. Com a falta de carboidratos na dieta, a estimulação da
secreção de insulina é reduzida, pois a insulina é principalmente liberada em
resposta aos níveis elevados de glicose sanguínea após a ingestão de carboidratos.
Além disso, a redução da massa muscular leva a uma diminuição da demanda por
glicose, diminuindo ainda mais a necessidade de produção de insulina.

Essas adaptações metabólicas visam preservar a glicose para o funcionamento de


órgãos vitais e manter um suprimento mínimo para o sistema nervoso central. No
entanto, essas mudanças também refletem a grave condição de desnutrição e a
quebra de tecidos corporais para a obtenção de energia.

06. Explique a degradação e saldo final em ATP de um resíduo de glicogênio


com 16 glicoses

A degradação do glicogênio começa pela quebra da ligação glicosídica entre as


unidades de glicose, um processo mediado por enzimas conhecidas como
glicogênio fosforilase e amilo-1,6-glicosidase. Cada resíduo de glicose liberado
através dessa degradação subsequente passa pelo processo de glicólise para
produzir ATP.

Para um resíduo de glicogênio com 16 glicoses, a degradação seria a seguinte:

1. O glicogênio de 16 glicoses seria degradado em unidades de glicose uma de


cada vez pela glicogênio fosforilase e a amilo-1,6-glicosidase.
2. Cada glicose resultante passa pelo processo de glicólise para produzir 2
moléculas de ATP.
3. Uma molécula de glicose produz 2 moléculas de piruvato na glicólise, que,
por sua vez, geram 2 moléculas de ATP e 2 moléculas de NADH.

Portanto, a degradação de um resíduo de glicogênio com 16 glicoses resultaria em


múltiplas etapas de glicólise, cada uma produzindo 2 moléculas de ATP, 2 moléculas
de NADH e 2 moléculas de piruvato. O saldo final de ATP seria o total de ATP
produzido por todas as etapas de glicólise, dependendo da eficiência do sistema e
das condições específicas de oxidação.

07. Quais as diferenças entre a via glicolítica e gliconeogênica? Quais os


possíveis substratos usados para síntese de glicose.

A via glicolítica e a gliconeogênica são duas vias metabólicas distintas que


desempenham papéis opostos na regulação dos níveis de glicose no organismo.

1. Via Glicolítica:
● Ocorre no citosol da célula.
● É uma via catabólica que degrada a glicose para produzir energia na forma
de ATP.
● Consiste em 10 reações enzimáticas, resultando na conversão de uma
molécula de glicose em duas moléculas de piruvato.
● Produz ATP e NADH.
2. Via Gliconeogênica:
● Ocorre no citosol e, em alguns passos, no retículo endoplasmático liso e
mitocôndrias.
● É uma via anabólica que sintetiza glicose a partir de precursores não
glicídicos, como lactato, aminoácidos e glicerol.
● Inclui reações alternativas e enzimas específicas diferentes daquelas
encontradas na via glicolítica.
● Requer energia na forma de ATP e NADH/NADPH para converter os
precursores em glicose.
Os possíveis substratos usados para a síntese de glicose na gliconeogênese
incluem lactato, aminoácidos provenientes da degradação de proteínas e glicerol
proveniente da hidrólise de triglicerídeos. Esses substratos são convertidos em
precursores intermediários que entram na via da gliconeogênese e são então
convertidos em glicose.

08. Explique o Ciclo de Cori

O Ciclo de Cori, também conhecido como ciclo do ácido lático, é um processo


metabólico que ocorre no fígado e nos músculos esqueléticos para a regulação dos
níveis de lactato e glicose durante atividades físicas intensas. Este ciclo descreve a
interconversão de lactato e glicose entre os músculos e o fígado. As principais
etapas do Ciclo de Cori são as seguintes:

1. Durante a atividade muscular intensa, a glicólise anaeróbica gera lactato


como subproduto, devido à produção rápida de ATP na ausência de oxigênio.
2. O lactato produzido é liberado nos músculos e transportado para o fígado
pela corrente sanguínea.
3. No fígado, o lactato é convertido de volta em glicose por meio de
gliconeogênese, um processo que consome energia.
4. A glicose sintetizada é liberada na corrente sanguínea e transportada de volta
para os músculos, onde pode ser utilizada novamente como fonte de energia.

09. Como se dá a regulação da via gliconeogênica?

A via gliconeogênica, que é o processo de síntese de glicose a partir de precursores


não glicídicos, é regulada de várias maneiras para garantir a manutenção dos níveis
adequados de glicose no organismo. A regulação da via gliconeogênica envolve
principalmente a modulação de várias enzimas-chave no processo. Alguns dos
mecanismos de regulação incluem:

1. Regulação alostérica: Muitas das enzimas envolvidas na via gliconeogênica


são reguladas alostericamente por seus próprios substratos e produtos. Isso
significa que a presença de determinados metabólitos pode alterar a
atividade dessas enzimas, modulando assim a velocidade da via.
2. Regulação hormonal: Hormônios como o glucagon, os hormônios tireoidianos
e o cortisol podem estimular a expressão de enzimas chave na
gliconeogênese. Por outro lado, a insulina tem efeitos inibitórios sobre a
gliconeogênese, diminuindo a expressão de enzimas nessa via metabólica.
3. Controle genético: A expressão das enzimas envolvidas na gliconeogênese é
regulada por fatores de transcrição que respondem às condições metabólicas
e hormonais do organismo.
4. Disponibilidade de substratos: A presença e a disponibilidade de precursores
não glicídicos, como lactato, aminoácidos e glicerol, afetam diretamente a
taxa de gliconeogênese.

10. Descreva a digestão das proteínas e absorção de Aas via sistema


gastrointestinal.

A digestão das proteínas começa no estômago e é concluída no intestino delgado.


O processo ocorre em várias etapas:

1. No estômago, as proteínas são parcialmente quebradas em pedaços


menores por meio da ação do ácido clorídrico e da enzima pepsina.
2. No intestino delgado, as enzimas pancreáticas, incluindo a tripsina, a
quimotripsina e as peptidases, são secretadas para quebrar as proteínas em
peptídeos menores e aminoácidos.
3. Os peptídeos menores são então quebrados em aminoácidos individuais
pelas enzimas das células das vilosidades intestinais, conhecidas como
peptidases, completando o processo de digestão das proteínas.
4. Os aminoácidos resultantes são absorvidos pelas células das vilosidades
intestinais e transportados para a corrente sanguínea.

11. Explique a importância do glutamato, glutamina e alanina como


transportadores de grupos aminas.

O glutamato, a glutamina e a alanina desempenham papéis essenciais como


transportadores de grupos aminas no metabolismo do organismo. Eles facilitam o
transporte e a conversão de grupos aminas entre diferentes células e tecidos,
desempenhando funções vitais no corpo humano.
1. Glutamato: O glutamato é um aminoácido importante no corpo e atua como
um transportador essencial de grupos aminas, particularmente no cérebro.
Ele desempenha um papel crucial como neurotransmissor excitatório,
envolvido em processos de sinalização cerebral, plasticidade sináptica e
aprendizado.
2. Glutamina: A glutamina é um aminoácido não essencial que desempenha um
papel fundamental no transporte de nitrogênio e amônia entre órgãos. Ela
atua como um transportador de grupos aminas, permitindo a remoção segura
de amônia de tecidos periféricos, como músculos, para o fígado, onde é
convertida em uréia e excretada. A glutamina também é um importante
combustível para células intestinais e imunes.
3. Alanina: A alanina é um aminoácido importante no metabolismo da glicose e
atua como um transportador de grupos aminas entre tecidos como músculos
e fígado. Durante períodos de atividade física intensa, a alanina transporta
grupos aminas dos músculos para o fígado, onde é convertida em glicose por
meio da gliconeogênese. Isso permite a manutenção dos níveis de glicose no
sangue durante exercícios prolongados.

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