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Rafael Lincoln Lisboa

NUSP 6410141

Resenha: IV Colóquio de estudos em gestão de políticas públicas

Mesa 2: Estado e OSCs – Organizações da Sociedade Civil: parcerias e


incidência política

Descrição: No Brasil e no mundo, é notória a estratégia de governos em


estabelecer cada vez mais parcerias com a sociedade civil visando à gestão de
políticas públicas diversas. Neste sentido, Organizações da Sociedade Civil
(OSC) estão presentes em todos os momentos do ciclo das políticas públicas,
da formação da agenda à avaliação, desempenhando atividades diversas, que
vão do advocacy até a execução de políticas. Esta mesa busca elencar algumas
formas pelas quais estas interações ocorrem, refletindo sobre seus impactos
sobre a gestão pública e os processos democráticos.

Participantes:

• Paula Jancso Fabiani – IDIS


• Patrícia Mendonça – PPG GPP EACH USP
• José Veríssimo Romão Netto – PPG GPP EACH USP

A segunda mesa do evento foi introduzida pela professora Patrícia Mendonça,


ressaltando que o público é algo além do estatal. Assim, a noção de público
abrange uma diversidade de atores como organizações da sociedade civil
(OCSs), empresas, fóruns, redes, etc – o estado não é um monolítico. Assim,
existem diversas interações nas políticas e nas políticas públicas que, por sua
vez, possibilitam a existência de múltiplas possibilidades analíticas. Patrícia
complementou que uma sociedade civil forte pavimenta a existência de um
Estado também forte. Patrícia também mencionou que atualmente a agenda das
organizações não-governamentais é de regulação, um ambiente jurídico mais
sólido, que possibilite uma atuação mais vibrante dessas organizações. O marco
civil das organizações da sociedade civil (MROSC) foi um passo nesse sentido,
mas ainda é preciso se fazer muita coisa – as organizações querem ajudar a
moldar as políticas públicas. Para ilustrar sua fala, a professora apresentou
brevemente a política nacional de combate a AIDS que só foi possível por meio
da atuação dos atores não-governamentais, e hoje é referência mundial.

Em seguida, assumiu a fala o professor José Veríssimo Romão Netto, com uma
fala mais voltada a discorrer sobre métodos de pesquisa da relação entre estado
e OSCs a partir de uma perspectiva ontológica. Segundo o professor, o maior
desafio da perspectiva ontológica é que as ideias muitas vezes são de difícil
rastreamento. Como exemplos, o professor falou sobre o trabalho de três
pesquisadores do núcleo de pesquisa da universidade, nas áreas da justiça,
cultura e desenvolvimento social, cuja análise do objeto teve um enfoque
cognitivista.

Por fim, falou a representante do IDIS, Paula Jancso Fabiani, discorrendo sobre
a atuação da organização nos últimos anos e sua importância para o
desenvolvimento do investimento social privado (ISP) no país. Paula disse que
o advocacy empreendido pela organização é no sentido de criar um ambiente
institucional e jurídico para o ISP, solucionando a fragilidade jurídica da
regulamentação do ISP e da filantropia no país. Ela também apresentou o
modelo de endowment, os fundos patrimoniais, que tem sido utilizados por
organizações e famílias para garantir a perenidade do ISP a partir da criação de
fundos de investimento vultuosos que sustentam a atividade de seus institutos e
fundações.

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