Você está na página 1de 13

1

A LOGÍSTICA COMO ESTRATÉGIA DE


1

DESENVOLVIMENTO DE MICRO EMPRESAS.

Irandir Barbosa de Andrade1


Resumo

Pretende‐se neste artigo abordar aspectos teóricos que norteiam o processo


administrativo, além de investigar a importância do uso da logística como estratégia de
desenvolvimento dentro das micro empresas, a proposta é a realização de uma análise
minuciosa procurando perceber a relevância do tema no fortalecimento empresarial,
principalmente pela pouca percepção dos pequenos empresários relativo a logística. Esta
iniciativa será desenvolvida, a partir de uma metodologia investigativa baseada em
pesquisas realizadas através de material já existente e baseada ainda nos autores que
estudaram tal tema seguindo também a metodologia de Veiga (2005). É uma proposta
que parte das reflexões de pesquisas anteriores, em que os resultados indicam que a
logísticas como ferramenta é desconhecida ou não é aplicada pelas pequenas empresas.

Palavras-chave: logística, competitividade, desenvolvimento, estratégias.

LOGISTICS AS A DEVELOPMENT STRATEGY


FOR MICRO ENTERPRISES.
Abstract
The purpose of this article is to discuss theoretical aspects that guide the administrative
process, in addition to investigating the importance of the use of logistics as a
development strategy within micro-enterprises, the proposal is to carry out a thorough
analysis in order to understand the relevance of the theme in the strengthening of business,
mainly due to the low perception of the small businessmen regarding logistics. This
initiative will be developed, based on a research methodology based on research carried
out through existing material based on the authors who studied this subject and following
the methodology of Veiga (2005) and based on the answers acquired through the
application of a questionnaire. It is a proposal that starts from the reflections of previous
researches, in which the results indicate that the logistics as tool is unknown or not applied
by the small companies.

Keywords: logistics, competitiveness, development, strategies.

1
IRANDIR BARBOSA DE ANDRADE - Bacharela em economia pela Universidade Federal Rural de Pernambuco. Pós graduanda em Engenharia de
Produção pela Uniasselvi e graduanda em Física pelo IFBA, Participação no programa negócio a negócio como agente de orientaçã o empresarial,
professora cursos técnicos do ensino médio integrado na rede estadual. iran_msn05@hotmail.com. 75 991827558 whatsapp,
http://lattes.cnpq.br/8783763457217446
2

1 INTRODUÇÃO

O desenvolvimento do comércio e o crescimento da competitividade tem


demandado um aperfeiçoamento da capacidade logística das empresas, com objetivo de
disponibilizar bens e serviços onde fazem-se necessários, e no momento em que são
solicitados, assim, acredita-se que medidas coordenadas nos setores pode trazer uma série
de vantagens competitivas e sustentáveis.
O presente artigo permite uma breve explanação sobre o tema que conduz a
imensa relevância do uso da logística como estratégia de desenvolvimento das micro
empresas, porque, nessa perspectiva, torna-se essencial a investigação do grau de
conhecimento e uso por parte dos pequenos gestores e as estratégias de desenvolvimento
dentro das micro empresas.
Alguns autores como Rogers e Tibben-Lembke(1999:2) e Stock(1998:20)
entre outros dedicam seus estudos sobre o tema a fim de definir a logística,
caracterizando-a como o principal fator causador da melhoria no processo produtivo, e,
nesta vertente, será imprescindível o estudo da importância do uso e do conhecimento das
técnicas organizacionais. Neste prisma, destaca-se o processo administrativo das micro
empresas, sendo que essas são ferramentas importante para a economia brasileira, vale
destacar o nascimento de um grande número de micro empresas, sendo assim, uma
demonstração efetiva e comum no comercio é a sobrevivência dos micro empresários. A
proposta inicial é a de estudar a logística como estratégia de desenvolvimento dentro das
micro empresas na cidade de Paulo Afonso no interior da Bahia, levando em
consideração que a população necessita diretamente do comercio composto em sua
maioria por micro empresas para sobreviver, sendo assim, o artigo em questão tem uma
demonstração efetiva e uma ligação comum com o nascimento e a permanência de micro
empresas, isto porque a população vêm nelas uma única fonte para sobreviver e ainda
enfatiza como um dos principais mecanismo de crescimento e desenvolvimento da
comunidade.
FLEURY (2000) salienta que a logística, anteriormente, era tratada como um simples
conjunto de práticas, não tendo nenhum caráter gerencial, sendo desdenhada aos níveis
operacionais, enquanto hoje, a mesma encontra-se em um processo de inserção no
planejamento estratégico das empresas. Neste sentido, a logística tem uma grande
3

importância para o desenvolvimento econômico, além de proporcionar transformações


para as economias.
Embora o surgimento de uma nova micro empresa normalmente ter
características ligadas a falta de oportunidade de emprego o que traduz uma acentuada
ligação com a pobreza, todavia há uma mescla de crescimento econômico que possibilita
uma esperança de desenvolvimento futuro. Será que isso representa o sentido
investigatório dessa pesquisa? Essa pesquisa tem como objetivo mostrar a relevância da
logística para as micro empresas da cidade de Paulo Afonso, traves de trabalho já
existentes sobre o tema, e baseado os resultados da pesquisa, será possível obter
resultados capazes de responder a problemática da pesquisa, de modo a se manter uma
relação entre o espirito de reponsabilidade com a intenção de desenvolvimento futuro,
tendo a logística como principal aliada nesse processo.
4

2. A LOGÍSTICA COMO ESTRATÉGIA DE DESENVOLVIMENTO DE MICRO


EMPRESAS

A logística é um tema muito importante dentro da dinâmica empresarial devido


sua relevância no contexto relacionado a funcionalidade das empresas, vários estudiosos
dedicaram-se ao estudo do tema, entre eles destaca-se TESTONI (2010) apud
CHIAVENATO (2005), que afirma que logística é um conjunto de atividades de compra,
armazenagem, movimentação e distribuição de materiais e produtos acabados abrangendo
todas as etapas do processo de suprir a empresa, antes e durante a fase da produção,
inclusive no que diz respeito a distribuição dos produtos no mercado. Sendo assim, pode-
se dizer que a logística é uma importante ferramenta que permite a eficiência e a eficácia
do processo produtivo tornando possível a satisfação do cliente relativo ao processo, o
que proporciona desenvolvimento empresarial.
Segundo TESTONI (2010) apud GARCIA (2007), a logística teve origem na
atividade militar, designando estratégias de abastecimento aos exércitos, visando suprir
as necessidades de armamentos, munições, medicamentos, alimentos, vestuários
adequados, nas quantidades certas e no momento certo para manter as estratégias de
guerra.
Com base nos estudos de COOPER, LAMBERT e PAGH (1997) a logística é
definida como a coordenação de atividades e processos dentro da organização. Neste
sentido, a logística serve como uma estratégias que permite a relação entre a empresa,
seus fornecedores e distribuidores de primeiro nível, proporcionando uma melhor
movimentação de materiais e fortalecendo a saúde financeira da empresa.
TESTONI (2010) afirma que os benefícios da logística dependem do enfoque das
oportunidades disponíveis em cada momento e premeia todo o processo produtivo,
influenciando nas diversas ações internas e externas da organização. Por esse viés, uma
logística bem planejada interfere positivamente nas estratégias de marketing, reduz o
excesso de estoque, diminui os custos e consequentemente elevada a saúde financeira da
empresa.
2.1 OS BENEFÍCIOS DO USO DA LOGÍSTICA DENTRO DE UMA EMPRESA

O uso da logística de uma maneira adequada pode proporcionar alguns benefícios


dentro de uma empresa seja ela de grande, de médio ou de pequeno porte, esses benefícios
dependem da situação de cada empresa. Nesses termos, TESTONI (2010) salienta que a
5

logística pode gerar vários benefícios como uma rápida distribuição, menores custos,
menores perdas de produtos, etc.
“Os benefícios da logística integrada dependem do enfoque das oportunidades
disponíveis em cada momento”, (TESTONE, 2010). Ou seja, o uso da logística não é uma
ação estática, e sim dinâmica que pode significar uma mudança no estilo de administração
das empresas de modo geral, tornando mais importante do que novas técnicas.
Entre os diversos benefícios que o uso da logísticas traz à empresa, além dos que
já foram citados anteriormente, destaca-se o ganho de agilidade e de eficiência, visto que,
aumenta a agilidade na entrega das mercadorias, além da melhoria nos resultados a
medida em que a empresa adota a gestão logística aumenta o nível de serviços e a
otimização dos custos.
Um dos benefícios do uso da logística dentro de uma empresa é seu uso como
estratégia de negócio. De acordo com PORTER (1992), a essência da estratégia é a
realização de atividades de modo diferente da concorrência para manter vantagens
competitivas, ou seja, criar uma estratégia de mercado significa realizar as atividades do
dia a dia de forma diferenciada com o objetivo de ser mais eficiente em determinado
mercado.
Ainda segundo PORTER(1992), a gestão eficiente da cadeia de suprimento pode
contribuir para que a empresa reduza os custos operacionais e oferecer produtos ou
serviços diferenciados tornando-se mais atraente do que os oferecidos pela concorrência.
Sendo assim, fica claro concluir que a gestão estratégica da cadeia de suprimento deve
ser parte das estratégias gerais da organização, é possível observar ainda que para uma
excursão criativa das estratégias competitivas os gestores precisam analisar as
informações referentes aos ambientes interno e externo para poder assim alinhar a tomada
de decisão em todos os setores da organização.
A tomada de decisão consciente e planejada é fundamental para todas empresas
seja esta do primeiro, segundo ou do terceiro setor e ainda grande, media ou de pequeno
porte. Sendo assim, é indispensável o conhecimento relativo a logística e ao planejamento
mesmo que mínimo por parte dos gestores, para conseguir alcançar os objetivos
organizacionais desejados.
2.2 A IMPORTANCIA DO PLANEJAMENTO LOGÍSTICO

PORTER(1992), diz que o planejamento logístico pode ser analisado nos três
níveis organizacionais, sendo o planejamento no nível estratégico considerado como de
6

longo prazo, no nível tático de tempo intermediário e no nível operacional é a tomada de


decisão de curto prazo. Neste sentido para se obter um planejamento logístico efetivo é
preciso o conhecimento das diversas áreas envolvidas no procedimento organização.
Ainda segundo as ideias de PORTER(1992), o planejamento logístico é considerado
como um problema de projeto e integra as informações de serviços, armazenagens,
transportes, estoque e sistema de informação gerencial, contribuindo para os resultados
da empresa.
Neste sentido, torna-se fundamental o conhecimento do momento certo para o
planejamento, alguns autores, salientam que para a inserção uma nova empresa, existe a
necessidade de planejamento imediato para determinar se há ou não a necessidade de um
planejamento nas diversas áreas como a demanda, serviço ao cliente, características do
produto, custos logísticos, política de precificação etc.
O planejamento visa a tomada de decisões, buscando o cumprimento das metas
organizacionais. Conforme OLIVEIRA (2006), existem três níveis de planejamento
dentro de uma organização, nível institucional, nível intermediário e nível operacional,
cada nível tem um papel essencial para o crescimento e desenvolvimento da empresa. No
nível institucional toma-se as decisões que afetam a empresa como um todo, no nível
intermediário as decisões afetam as áreas funcionais da empresa e no nível operacional
as decisões de programação e execução das tarefas. Por esse víeis, é necessário o
planejamento de todas as áreas da empresa desde a sua implantação independente se esta
será de pequeno, médio ou grande porte independendo também do seu setor de atuação.
Segundo BALLOU (2006), a escolha da estratégia tem grande impacto sobre a
eficiência e a eficácia da cadeia de suprimento podendo afeta o fornecimento sob estoque
e as estratégias de fornecimento sob pedidos. A estratégia mais usual é a mescla do
fornecimento sob o estoque com o fornecimento sob pedido. É fundamental que a
empresa elabore um plano para servir de guia para prevenir ou diminuir a quantidade de
imprevistos em todos os níveis organizacionais.
2.3 O USO DA LOGÍSTICA PARA ANALISE E ESCOLHA DE FORNECEDOR

TESTONI (2010), Afirma que “a cadeia de suprimentos consiste em um conjunto


de atividades destinadas ao suprimento de matérias primas e de componentes vitais para
a operacionalização da produção das empresas”. Neste sentido, pode ser observado que
tal definição engloba todas as empresas a depender do seu porte ou atividade econômica,
ou seja, tais suprimentos podem ser desde a matéria prima como citado pela autora, bem
7

como materiais para reposição de itens com menor valor agregado, como material de
limpeza ou manutenção que servem de apoio as atividades do cotidiano.
É fundamental observar que os gestores devem criar uma relação estável e
procurar reforçar um compromisso sólido com seus fornecedores, pois a parceria entre
cliente- fornecedor é de suma importância para redução do tempo de espera pela busca
de subsídios para beneficiar as operações. Diante do cenário econômico atual onde as
transações econômicas estão cada vez mais voláteis, é essencial a escolha de fornecedores
parceiros e diferenciados, para isso, não se pode levar em conta apenas o preço, mas
também, a competência, a atitude, a busca por informações sobre o mercado de atuação,
e as atualizações sobre os novos produtos. Segundo TESTONI (2010); apud DIAS (2008,
p.300);

Selecionar fornecedor é reunir um grupo, do maior tamanho possível, que


preencha todos os requisitos básicos e suficiente, dentro das normas e padrões
pré-estabelecidos como adequados. O objetivo principal é encontrar
fornecedores que possuam condições de fornecer os materiais necessários
dentro das quantidades dos padrões de qualidade requeridos, no tempo
determinado, com menores preços e/ ou competitivos e nas melhores
condições de pagamento. E que os fornecedores selecionados sejam
confiáveis como uma fonte de suprimento continuo e ininterrupto.

Diante do exposto, podemos observar que certos critérios devem ser considerados
na hora de selecionar um fornecedor, os principais componentes a serem analisados para
uma compra eficiente são os preços, a qualidade, e a pontualidade do fornecedor. Por
isso, fica claro que para selecionar um fornecedor o gestão deve ter conhecimento de
mercado e a capacidade para analisá-lo. O processo de seleção precisa ser minucioso e
começar pela aquisição de informações sobre o departamento de compras e o que precisa
ser comprado, e na sequencia diversas analises levando em conta características como
assistência ao cliente, nível de atendimento, pontualidade, qualidade, saúde financeira,
disponibilidade de estoque, capacidade de inovação, etc.
De acordo com PORTER (1986), “O divisor de águas entre o sucesso e o fracasso
é o resultado obtido por meio da qualidade, cujo diferencial em relação aos concorrentes
gera a chamada vantagem competitiva”. Sendo assim, o relacionamento entre clientes e
fornecedores deve ocorrer por meio de negociações abertas, onde exista confiança mútua
e onde as informações de ambas as partes aconteça sem distorções ou omissões que
possam causar desacordos no futuro. O relacionamento entre cliente e fornecedores é o
elo que aproxima ambos e torna – os interdependentes no mercado.
8

PORTER (1986), relata 10 princípios que norteiam o relacionamento cliente-


fornecedores, esses princípios são enumerados de acordo com o grau de importância, ele
coloca a confiança reciproca, a colaboração, e a responsabilidade como premissas básicas
para um bom relacionamento, uma relação estável e saudável auxilia na identificação de
problemas e na implementação de soluções promovendo a satisfação do consumidor final
e consequentemente o crescimento de todas as empresas integradas tendo em vista a
competitividade que as organizações enfrentam atualmente em seus mercados de atuação.
PORTER (1986) diz que um relacionamento duradouro com os fornecedores pode ser
visto como um diferencial competitivo. Sendo assim, criar um ambiente amistoso com o
fornecedor é uma estratégia que pode ser usada pelos gestores em seu ramos de atuação,
e isso independe do porte da empresa.
TESTONI (2010) apud YOSHINO E RANGAN (1996), dizem que uma aliança
estratégia é o mesmo que uma parceria comercial que busca aumentar a eficiência das
estratégias entre as organizações por meio da troca de informações, tecnologias,
qualificações e produtos, procurando sempre beneficiar compradores e fornecedores. O
exposto até o momento, nos mostra que todas as empresas precisam cuidar da relação
com fornecedor, e que esse relacionamento é o ponto de partida para buscar o crescimento
de uma empresa. É necessário também que a empresa busque a fidelização de seus
clientes para que esse processo de compra seja mais eficiente.

2.4 A IMPORTÂNCIA DA DISTRIBUIÇÃO FÍSICA DOS PRODUTOS PARA UMA


MICRO EMPRESA
Devido as grandes mudanças que vem acorrendo no mercado, a distribuição física
de produtos tornou-se uma atividade estratégica essencial. Isso porque, as características
técnicas dos produtos estão perdendo sua capacidade de atração sobre o consumidor final,
que estar a cada dia menos preocupado com a marca e mais interessado nos benefícios
que a empresa disponibilize um suporte pós-venda, prazo mínimo para entrega e crie
políticas de preço atraente.
TESTONI (2010) diz que os especialistas denominam distribuições físicas como
processo operacionais e de controle que permitem transferir produtos do ponto de
fabricação ao consumidor final, que pode ser lojas de varejo ou a casa do consumidor.
Assim, os gestores responsáveis pela distribuição física dos produtos devem usar meios
específicos para realização eficaz de tal atividade, como depósito, veículos transporte,
estoques, equipamentos de carga e descarga, etc. Entretanto, no caso particular das micro
9

empresas por exercerem uma atividade simples ficam limitadas ao ramo de atividade
econômica é de fundamental importância para o desenvolvimento adequado da mesma.
A maioria dos produtos comercializados no varejo passa por vários intermediários até
chegar ao consumidor. Neste víeis, o canal de distribuição é a sequência de empresas que
vão transferindo a posse do produto, partindo da fábrica, passando pelos intermediários
até chegar ao consumidor final. TESTONI (2010) apud ROLNICK, (1998) apud
NOVAES, (2007). Ou seja, o canal de distribuição pode envolver, por exemplo,
fabricantes, varejo e consumidor final a depender da empresa.
No caso dos pequenos empresários esse canal de distribuição tende a ser o mais
longo, passando o produto por diversos intermediários, que na maioria das vezes encarece
o produto, definir um canal de distribuição requer uma análise criteriosa das
consequências sobre as operações, e podem ter um foco para escolher o melhor canal
distribuição dos produtos, além disso, levar em conta o nível de exigência do consumidor
que tem se elevado nas últimas décadas e o avanço da tecnologia de informação, exigem
da distribuição física dos produtos, realização ágil e confiável da demanda.

2.5 LOGÍSTICA COMO FERRAMENTA PARA MELHORIA DO SERVIÇOS AO


CLIENTE
Toda ação dentro de uma organização deverá ter como finalidade a satisfação dos
clientes, com o sistema logístico não poderia ser diferente, apesar de ainda parecer difícil
de ser compreendido por gerentes envolvidos as atividades diárias de uma empresa. Todas
as pessoas na organização precisam se conscientizar de que, direta ou indiretamente seus
serviços tem por finalidade agradar aos clientes internos e externos. Neste sentido,
TESTONI (2010) diz que:

Em um número crescente de mercados, o poder da marca declinou e os


clientes estão dispostos a aceitar substitutos. Mesmo as diferenças
tecnológicas foram removidas, de modo que ficou mais difícil manter uma
posição competitiva por meio do próprio produto. Em situação como essa, é
o serviços ao cliente que pode proporcionar a diferença entre a oferta de uma
empresa e a de seus concorrentes.

Levando em consideração a colocação da autora, é possível entender que, é o serviço ao


cliente que proporciona a diferença entre um empresa e seus concorrentes. Essa
valorização se faz necessária devido as mudanças constante das expectativas do próprio
cliente. Essa valorização do serviço ao cliente aparece como um diferencial competitivo
muito importante principalmente para o micro empreendedor que usa pouco ou quase
1
0

nenhuma tecnologia. A partir dessas ideias, fica fácil perceber que a logística é vital para
as empresas que pretendem valorizar cada vez mais sua marca independendo do setor ou
porte dessa empresa. Um bom serviço ao cliente tem como consequência a fidelização do
mesmo e a construção de um relacionamento que beneficia o cliente e a empresa, ao usar
o feedback a empresa agrega valor aos serviços prestados.
Para TESTONI (2010), “O serviço ao cliente envolve a satisfação das vendas
desde a entrada do pedido até a entrega do produto ou termino do serviço, inclusive o
pós-venda, quando for o caso. A logística não tem fronteiras na organização passando
desde a gestão interna de apoio a operação interna até a obtenção de matéria-prima, os
serviços prestados, a relação com os clientes e fornecedores. Existem vários fatores que
caracterizam o serviços ao cliente, tais fatores que buscam satisfação do consumidor por
meio da soma da qualidade do produto, do tempo, e do local adequado para o comprador.
Para BALLOU (2006), existem três elementos que compõem o processo de atendimento
ao cliente, e esses elementos podem ser classificados em três etapas que ela descreve
como sendo, pré-transação: Onde o cliente conhece o tipo de serviço de assistência;
transação: Que se configura na entrega do produto em si, pós-transação: Que é o cuidado
após a aquisição, nesse momento, que a empresa presta ou não o suporte necessário para
que o cliente continue satisfeito.

2. RESULTADOS

Como observado na pesquisa in loco, a maioria dos micros empresários da cidade


de Paulo Afonso não tem por habito a busca por conhecimento e estratégias de mercado
através do uso da logística, o que dificulta a sobrevivência dos mesmos, existe uma
pequena parte que busca se atualizar sempre, ainda assim, não usam a logística como uma
ferramenta de crescimento e de estratégias gerenciais. Dos entrevistados, apenas 10%
disseram ter conhecimento da existência da logísticas, e disseram também fazer uso da
mesma como estratégia, entretanto, não foi encontrado vestígios de tal fato, 20% disseram
saber o que significa logística, mas assumiram não fazer uso dessa ferramenta, 70% não
sabem o que significa a logística e assumiram não terem a intenção de buscar
conhecimento ou fazer uso de tal ferramenta. Tendo como base as respostas dos pequenos
empresários entrevistados, fica claro entender que o comercio local é desprovido de
incentivos e de apoio aos pequenos, mesmo sabendo da existência de uma unidade do
SEBRAE – serviço de apoio as micros e pequeno empresas na cidade.
11

Foi observado ainda através da pesquisa que a maioria das micro empresas que
nascem na cidade morrem em menos de dois anos que é o tempo crítico para
estabelecimento da empresa, e isso aparece como um grave problema para o
desenvolvimento da economia local. Essa falta de interesse pelo conhecimento se dar
devido a cultura local onde a teoria é vista como algo que não agrega valor na dinâmica
diária, sendo a teoria é vista de forma erronia como um emaranhado de burocracia que
não serve para enriquecer a pratica. Como pode ser observado, na pesquisa fica claro a
importância da logística para um bom funcionamento das empresas seja qual for sua
definição de porte, entretanto, os micro empresários locais não as utilizam ou utilizam
minimamente e de forma desordenada.
Assim sendo, cabe ressaltar que os empresários deixam de se beneficiar de um
instrumento de desenvolvimento que se utilizado da maneira correta pode leva-los a
crescer e desenvolver proporcionando uma melhor qualidade de vida como a oferta de
mais emprego e consequentemente aumento de renda para a região.
1
2

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O desenvolvimento do presente estudo possibilitou uma análise do mercado local,


além de mostrar a importância das estratégias competitivas como elemento fundamental
para o crescimento das organizações, vimos que a logística é uma ferramenta vital para o
planejamento e aplicação de tais estratégias que auxiliam na tomada de decisão correta o
que irá trazer resultados positivos nos diversos setores organizacionais.
Permitiu também obter informação sobre o funcionamento das micro empresas da
cidade de Paulo Afonso de uma forma mais consistente, e ainda agregou conhecimento
sobre a logística e seu uso como estratégia de negócios entre os pequenos empresários.
Vale ressaltar que é papel do gestão procurar construir um relacionamento solido
com seus fornecedores, essa parceria é de suma importância para que os clientes possam
ser atendidos no menor tempo possível com a maior qualidade, isso só será realidade se
a empresa buscar subsidio para beneficiar as operações logísticas.
Foi possível entender o grau de conhecimento desses empresários sobre o assunto.
Ao realizar a pesquisa, verificou-se que os micro empresários da cidade de Paulo Afonso,
não tem conhecimento teórico sobre a logística e que não usam e nem tem pretensão de
uso de tal ferramenta. Dada à importância do tema, torna-se necessário o desenvolvimento
de um projeto de apoio ao pequenos com o objetivo de orienta-los para que consigam se
manter firmes no mercado em que atuam.
Também ficou evidente no decorrer da pesquisa a falta de planejamento para a
criação de uma nova micro empresa, e que esse tipo de empreendimento tende a nascer
por necessidade e não por oportunidade, isso torna esse tipo de negócio frágil e
inconsistente. Diante do exposto até aqui, conclui-se que as micro empresas da cidade de
Paulo Afonso, tem muito para crescer e se aperfeiçoar no sentido de conhecimento
logístico e práticas que possibilitem as estratégias de mercado.
13

REFERÊNCIAS

ALMEIDA, M. I. R.; ASAI, L. N. Influência da globalização nas pequenas empresas.


In: COSTA, B. K.; ALMEIDA, M. I. R. Estratégia: perspectivas e aplicações. São
Paulo: Atlas, 2002.

BALLOU, Ronald. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos logísticos


empresarial. 5. Ed. Porto Alegre; Booman;2006.

BERTAGLIA, Paulo Roberto. Logística e gerenciamento da cadeia de suprimento.


São Paulo: Saraiva, 2009.

PORTER, Michael. Vantagem Competitiva. 5. Ed. Rio de Janeiro: Campus, 1992.

PORTER, Michel E. Estratégia Competitiva: Técnicas para análise de indústria e da


concorrência. 7. ED. Rio de janeiro; Campus,1986.

TESTONI, Luciana. Logística Integrada: Centro Universitário Leonardo da Vinci –


Indaial: Grupo UNIASSELLVI, 2010.

Você também pode gostar