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NEAD – Núcleo de Educação a Distância

ROTAS DE APRENDIZAGEM

Pensamento Crítico e AULA

Filosofia
06

Teoria Tradicional e Teoria Crítica

Onde Chegar
• Compreender a formação da Teoria Crítica
• Identificar as diferenças entre a Teoria Tradicional e a Teoria Crítica
• Perceber a aplicabilidade da Teoria Crítica na realidade atual

O que Aprender
• Os conceitos de Teoria Crítica e Teoria Tradicional
• As diferenças e as semelhanças entre essas teorias
• A análise social, que parte da Teoria Crítica
• Os objetivos da Teoria Crítica

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Desenvolvimento
Queridos(as) alunos(as), daremos continuidade as nossas aulas sobre a escola
frankfurtiana, tendo conhecido um pouco sobre a vida e o pensamento dos principais
teóricos desta escola. Vamos nos aprofundar nos pensamentos desenvolvidos pela
Escola, a iniciar pela Teoria Crítica. A Teoria Crítica foi o fundamento e a base da Escola
de Frankfurt e de todos os pensamentos vindouros.

TEORIA TRADICIONAL E TEORIA CRÍTICA

A Teoria Tradicional nasce do avanço das ciências naturais, como a matemática e a física,
todo êxito deste pensamento era modelo para a realidade, para Horkheimer a Teoria
Tradicional está ligada a validade de leis, segundo a égide da causa e efeito, deduzidas a
partir dos fatos observados. Este método chamado de dedutivo abstrai a verdade da
aplicabilidade desta lei, buscando sempre uma resposta consensual ao que foi postulado.

O que constatou foi a importância da prática sobre a teoria, Horkheimer propõe uma
revisão crítica do conceito de teoria, uma vez que a teoria tradicional buscou igualar os
fenômenos naturais ao fenômenos sociais. A crítica estabelecida sobre a Teoria
Tradicional, a denominada Teoria Crítica se embasará na realidade do sujeito e do objeto
da pesquisa, como estas duas realidades são trabalhadas dentro da teoria tradicional.

O teórico se questiona na Teoria Crítica como é possível aplicar as mesmas exatidões


empíricas e formais à realidade das ciências sociais, dando o parecer que a “natureza
viva”, como classifica, se comportasse de forma previsível e seguindo padrões e leis de
costumes. Horkheimer percebe, que este artifício da aplicação da teoria sobre o social se
deve não ao estudo da sociedade, mas sobre a classificação da natureza viva, do objeto
investigado. Ou seja, o teórico irá perceber a capacidade da teoria tradicional em postular
uma classificação social, na qual irá justificar a dominação e exploração por meio dos
meios de produção, de forma a neutralizar as consciências diante desta relação.

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Enquanto a Teoria Tradicional irá fazer uma psicologia social separando indivíduo e
sociedade, colocando a sociedade como objeto almejado do indivíduo; a Teoria Crítica
irá denunciar a realidade meramente descritiva da teoria tradicional, compreendendo
que nas classes se encontra todo potencial emancipatório e libertador. Teoria Crítica não
é um diagnóstico das classes ou do sistema, a Teoria Crítica é comportamento crítico,
reconhecendo a realidade na qual o indivíduo se insere e as buscas nas quais deve
almejar para alcançar a emancipação.

Enquanto a Teoria Tradicional faz do indivíduo receptor submisso as determinações


impostas como modelo natural, encontrando sua satisfação pessoal na aplicação de suas
forças em atividades cotidianas, que visam os meios de produção. A Teoria Crítica elimina
as barreiras da consciência cega, para consciência autêntica da realidade, inserindo no
indivíduo um comportamento crítico.

O indivíduo formado pelo comportamento crítico não se conforma com as divisões


sociais e a formação de pequenos grupos isolados, instrumentalizados e mecanizados
para atender as necessidades de consumo da sociedade. O pensamento crítico vai aos
poucos reconhecendo as categorias dominantes e as denuncia, dizendo ao sujeito crítico
que este mundo não é o dele, mas o mundo do capital.

Se para a Teoria Tradicional a separação indivíduo e sociedade é uma aparência natural,


para a Teoria Crítica esta realidade está longe de qualquer naturalidade, mas é
consequência de um modo de produção particular, uma forma determinada de
sociedade. A realidade aparente é para a Teoria Crítica o resultado das ações e decisões
humanas, e mesmo que o saber e o agir sejam distinto, a Teoria Crítica os concebe
concomitantemente, para que haja possibilidade de comportamento crítico em vista de
emancipação.

A partir desta concepção e distinção entre o pensamento Crítico e a Teoria Tradicional,


Horkheimer amplia os conceitos de teoria crítica marxista, dando a sua teoria um
comportamento crítico especializado, identificando os limites e conseguindo analisar
criticamente a interdisciplinaridade apresentada. Apesar da especialização dificultar o

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entendimento holístico da sociedade, ela contribui para vislumbrar as esperanças de uma


área possível, daqui nasce o materialismo interdisciplinar de Horkheimer.

O diagnóstico do tempo presente de Horkheimer parte desta interdisciplinaridade,


atento sempre às tendências do desenvolvimento histórico; definindo três observações
pertinentes:

• A passagem do capitalismo concorrencial para o monopolista;


• O surgimento de uma diferenciação no interior do próprio proletariado, não
ocorrendo um empobrecimento como fora previsto por Marx, mas uma
pequena ascensão do operário e uma melhoria nas condições de vida deste;
• A ascensão do nazismo e do fascismo corroborada pelos meios de
comunicação em massa;

A Teoria Crítica examina o tempo presente dentro de seu contexto histórico, ou seja, no
decurso do tempo, sem definir uma estaticidade natural como evidenciava a teoria
tradicional. O teórico crítico inserido dentro da realidade social, mesmo fazendo parte
deste processo social, deve por sua autonomia e criticidade possibilitar a interpretação
acessível da realidade. A Teoria Crítica deve revelar que os indivíduos não são meros
resultados de processos históricos, mas agentes deste processo.

Vá mais Longe
Capítulo Norteador: Capítulo 2: Teoria Crítica e Teoria Tradicional. RAMOS, Viviane
Rodrigues; ALMEIDA Darif Saldanhas de. Teoria crítica e Escola de Frankfurt: uma análise
interdisciplinar da sociedade. Curitiba: Editora Intersaberes, 2019. Biblioteca virtual:
https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/177815

Assista: Assista no Youtube “Teoria crítica - Filosofia - Ensino Médio” do Canal Futura.
Disponível: https://www.youtube.com/watch?v=V4uMX_64Zs8&t=2s

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Agora é sua Vez!


Interação

No Fórum da Disciplina, reflitam sobre como é o pensamento crítico em nosso tempo,


tendo como base a leitura, o vídeo e a aula, como você percebe a sociedade atual? Crítica
ou deixa se levar pela realidade? Questionem também as formas possíveis de investigar
a realidade e identificar os aparelhos de dominação e manipulação presentes na
realidade contemporânea.

Questão para simulado

1 – Diferente da Teoria Tradicional a qual postula classificações e conformismos da


realidade social, a Teoria Crítica tenta ir além de um diagnóstico da Sociedade e fornecer
bases para o estudo crítico, porém um elemento é importante dentro da teoria crítica,
para defini-la como tal, este elemento é:

a) Comportamento Histórico
b) Comportamento Dedutivo
c) Comportamento Pragmático
d) Comportamento Analítico
e) Comportamento Crítico

Resposta: Letra E

Comentário: Teoria Crítica não é um diagnóstico das classes ou do sistema, a Teoria


Crítica é comportamento crítico, reconhecendo a realidade na qual o indivíduo se insere
e as buscas nas quais deve almejar para alcançar a emancipação.

Organize-se: Leia durante a semana artigos ou outros livros sobre o pensamento da


Teoria Crítica, tomando nota de tudo o que lhe parecer pertinente.

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REFERÊNCIAS
GHIRALDELLI JR, Paulo. A Aventura da Filosofia: de Heidegger a Danto. Porto Alegre:
Editora Manole, 2011

PONDÉ, Luiz Felipe. Filosofia do Cotidiano: um pequeno tratado sobre questões


menores. Editora Contexto, 2019.

RAMOS, Viviane Rodrigues; ALMEIDA Darif Saldanhas de. Teoria crítica e Escola de
Frankfurt: uma análise interdisciplinar da sociedade. Curitiba: Editora Intersaberes,
2019.

SARDE NETO, Emílio; MALANSKI, Lawrence Mayer. Território, cultura e representação.


Editora Intersaberes, 2016.

TRIGO, Luiz Gonzaga Godoi. Pensamento Filosófico: um enfoque educacional. Editora


Intersaberes, 2012.

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