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Alunas: Melissa Ferreira de Almeida Matrícula: 21104552

Jennifer Lopes de Oliveira Matrícula: 21203671


Victória Contino de Oliveira Matrícula: 21103958
Diana Mendonça Bomfim Matrícula: 21103739

Faculdade: Unisuam
Turno: Noite

Invalidade de testamento:

Exemplo de um caso prático com jurisprudência sobre a invalidade de um testamento:

No caso julgado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no REsp 1.703.376, a Terceira
Turma manteve o acórdão do Tribunal de Justiça da Paraíba (TJPB) que negou o pedido de
abertura, registro e cumprimento de um testamento público apresentado por uma irmã da
falecida. No documento, a titular teria deixado todos os seus bens para as suas irmãs.

O tribunal concluiu que a ausência de uma das formalidades exigidas para a confecção do
testamento poderia e deveria ser relativizada a fim de preservar a última vontade do testador,
porquanto o conjunto procedimental não comprometeu o restante do ato jurídico.

A jurisprudência desta Corte se consolidou no sentido de que, “para preservar a vontade do


testador, são admissíveis determinadas flexibilizações nas formalidades legais exigidas para a
validade do testamento particular, a depender da gravidade do vício de que padece o ato de
disposição” REsp 1583314/MG, Rel. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, julgado em
21/08/2018, DJe 23/08/2018).

Este caso é um exemplo prático da aplicação da jurisprudência sobre a invalidade de um


testamento. A decisão do tribunal reflete o princípio jurídico de que a vontade do testador
deve ser preservada sempre que possível. Isso significa que se um testamento contém um
vício ou defeito em uma das formalidades exigidas para sua validação, o tribunal pode optar
por flexibilizar essa formalidade se isso não comprometer a integridade geral do ato jurídico.
No entanto, é importante notar que essa flexibilização não é automática. O tribunal irá
considerar a gravidade do vício antes de decidir se deve ou não aplicar essa flexibilização. Se
o vício for considerado muito grave ou se comprometer seriamente a integridade do ato
jurídico, o tribunal pode optar por declarar o testamento inválido.

Portanto, embora este caso tenha resultado na manutenção da validade do testamento apesar
da ausência de uma formalidade, isso não significa que todos os testamentos com vícios
semelhantes serão automaticamente validados.

Caducidade

O testamento é um documento legal no qual expressa a última vontade em vida do testador


em relação aos direitos do seu patrimônio, para depois de sua morte. Devendo dessa forma
respeitar algumas regras, evitando assim a ilegalidade do documento, determinando os
quinhões (a fração ou quota da herança a que tem direito o herdeiro) ou afastando os
herdeiros.

A caducidade de um testamento pode ocorrer por diferentes razões, como a revogação


voluntária pelo testador, alterações nas circunstâncias que invalidem disposições específicas,
quando o herdeiro morre antes do testador, antes do cumprimento da condição imposta no
testamento ou em caso de destruição da coisa a ser transmitida. Alguns outros fatores comuns
incluem a criação de um novo testamento, casamento subsequente (em algumas jurisdições.

O significado de caducar é prescrever, perder a eficácia. No âmbito da área sucessória, a


caducidade significa que não é possível cumprir com o testamento por questões que anulam
seu efeito, conforme os fundamentos já supramencionados. Decretado a caducidade, perde a
eficácia as cláusulas.

Essa situação surge quando, além da vontade do testador, ocorre um evento fortuito a essa
pessoa, o que faz com que os herdeiros não recebam efetivamente o que está testado em seus
rendimentos, como as hipóteses elencadas no artigo. Conforme, o artigo 1.971 do o Código
Civil prevê que o herdeiro designado seja excluído, incapacitado ou abandonado.

As leis variam dependendo dos locais, devendo seguir a orientação de consultar um advogado
especializado em direito sucessório que poderá fornecer informações mais precisas sobre as
condições específicas que podem levar à caducidade de um testamento.

JURISPRUDÊNCIA :

SENTENÇA Processo Digital nº: XXXXX-81.2021.8.26.0291 -


Controle n. 2021/001028. Classe - Assunto Abertura, Registro e
Cumprimento de Testamento - Tutela de Evidência Requerente:
Elizabeth de Fatima Iughetti Requerido: Sonia Maria Macri Rossi
Juiz (a) de Direito: Dr (a). Carmen Silvia Alves Vistos. Trata-se de
procedimento visando à declaração de caducidade do testamento
público deixado por SÔNIA MARIA MACRI ROSSI, proposta por
ELISABETH DE FÁTIMA IUGHETTI (fls. 16), VERA LÚCIA MACRI
FONSECA (viúva, fls. 21), CLAUDINEI APARECIDO MACRI
(casado com ROSA CLARICE CORREIA MACRI, fls. 29),
ALESSANDRA HELENA MACRI CASIMIRO (casada com ADILSON
DA COSTA CASEMIRO, fls. 33/37), e KARINA CRISTHIANE MACRI
(fls. 40).

Os requerentes aduzem que SÔNIA foi casada com


AGOSTINHO ROSSI, que faleceu em 23 de abril de 2006
(certidão de óbito às fls. 44/45) e que, portanto, Sônia teria
falecido na condição de viúva. A falecida não deixou
ascendentes nem descendentes, e faleceu em 27 de novembro de
2020 (certidão de óbito às fls. 46/47). Assim, os únicos
herdeiros de SÔNIA são os colaterais, quais sejam: os irmãos
Elisabeth, Vera e Claudinei, e as sobrinhas, que herdam por
representação ao irmão pré-morto Luis Roberto Macri
(Alessandra, Karina e Gisele). Segundo a parte autora, SÔNIA
fez, em vida, testamento público, lavrado aos 21 de março de
1994, deixando a parte disponível de seu patrimônio para o
marido pré-morto AGOSTINHO ROSSI (à época, ainda tinha
ascendentes vivos, e SÔNIA desejava deixar a totalidade da
herança para o falecido marido). Cópia da Escritura Pública
do testamento às fls. 48/49. Ainda segundo a parte autora, o
único bem a ser inventariado é o imóvel sob matrícula nº
21.830 do CRI local (fls. 53/56). Certidão do Colégio Notarial
do Brasil confirmado a existência deste único testamento às fls.
62/63. A única herdeira que não compunha o polo ativo na
inicial, Gisele Macri, habilitou-se em causa própria às fls.
66/72. XXXXX-81.2021.8.26.0291 - lauda 1

Neste caso, a jurisprudência decidiu sobre uma situação em que Sônia que faleceu com o
estado civil de viúva e sem deixar ascendentes e descendentes, deixando os herdeiros
colaterais, as sobrinhas filha de seu irmão já falecido. Ocorre que antes de falecer, Sônia
lavrou o testamento deixando seus bens ao esposo, que anos depois faleceu e a mesma não
alterou o testamento.

Por fim, o entendimento foi que reconheceu a caducidade do legado e assim autorizando o
inventario extrajudicial, visto que já havia preparado o testamento passando os bens para o
esposo e ocorrendo o falecimento dele, e dito isso decretando a caducidade do testamento. E
com isso, a herança é transferida aos herdeiros necessários.

CASO PRÁTICO:

Claúdio, filho e herdeiro único de Rosa, faleceu antes de sua mãe. Ela que já se encontrava na
faixa etária dos 60 anos e com problemas sérios de saúde, por receio de algo mais grave
acontecer com ela, já havia preparado o testamento passando os bens para o filho. Ocorrendo
o falecimento de Claúdio, com o acontecido desse evento fortuito, ocorre a caducidade do
testamento. Conforme o atendimento do artigo 1.788 do CC, que traz consigo quando há
situação de testamento caduco a herança se transfere aos herdeiros necessários.
O caso apresenta uma disputa envolvendo a validade de um testamento (n.º 0000728-
41.2015.8.16.0019) que foi julgado extinto sem resolução do mérito. A decisão inicial indicou
que as provas produzidas durante o processo poderiam ser aproveitadas nos autos de
inventário, onde a validade do testamento seria discutida. O entendimento foi de que a
questão relativa à aplicação das regras do testamento inoficioso seria analisada durante o
procedimento de inventário.

Os requeridos foram condenados ao pagamento das custas e despesas processuais, bem como
honorários advocatícios. Posteriormente, embargos de declaração foram apresentados e
parcialmente providos, reconhecendo uma omissão sobre a necessidade de revogação de uma
liminar e determinando a expedição de ofícios para o levantamento do registro de protesto.

Os apelantes (ITALIA MARIA DE PAULA QUADROS, DEOVANA LUCY MENON e


CLODOALDO JOSÉ MENON) alegam que as alegações da autora não têm amparo jurídico,
defendem a validade do testamento, e contestam a aplicação das regras do testamento
inoficioso. Eles buscam o provimento do recurso para reformar a sentença.

A apelante (LIZIANNE MAYARA MENON), por outro lado, argumenta que o testamento não
observou as formalidades legais, incidindo em vícios previstos no Código Civil. Ela defende
que a nulidade do testamento deve ser decretada diretamente no presente processo, não sendo
necessário aguardar o inventário. Além disso, alega que foram colhidas provas sobre o valor
dos bens a serem partilhados.

NULIDADE DE TESTAMENTO. SENTENÇA DE EXTINÇÃO DO


PROCESSO SEM RESOLUÇÃO DE MÉRITO, ENTENDENDO QUE
A QUESTÃO SOBRE EVENTUAL NECESSIDADE DE REDUÇÃO
DO TESTAMENTO DEVERÁ SER APRECIADA NO
PROCEDIMENTO DE INVENTÁRIO. RECURSO DE APELAÇÃO
01 INTERPOSTO PELOS REQUERIDOS (TRÊS FILHOS DO).DE
CUJUS RECURSO DE APELAÇÃO 02 INTERPOSTO PELA
AUTORA (NETA DO E FILHA DO QUARTO FILHO, DE CUJUS
PRÉ-MORTO). APELAÇÃO CÍVEL 02. RECURSO APRESENTADO
PELA AUTORA. NETA DO. FILHA DO HERDEIRODE CUJUS
PRÉ-MORTO NÃO CONTEMPLADO PELAS DISPOSIÇÕES
TESTAMENTÁRIAS. PRETENSÃO DE JULGAMENTO DO MÉRITO
DA DEMANDA. ACOLHIMENTO. IMPOSSIBILIDADE DE
REMESSA DA DISCUSSÃO PARA O PROCEDIMENTO DE
INVENTÁRIO. PROCEDIMENTO QUE NÃO CONTEMPLA AMPLA
INSTRUÇÃO PROBATÓRIA. MÉRITO. PRETENSÃO DE
PROCEDÊNCIA DA DEMANDA. ANÁLISE PREJUDICADA. 1. 2.
IMPOSSIBILIDADE.NECESSIDADE DE AVALIAÇÃO DE TODOS
OS BENS DO ESPÓLIO NA ÉPOCA DA ABERTURA DA
SUCESSÃO, INCLUSIVE DO BEM DADO EM ANTECIPAÇÃO DE
LEGÍTIMA EM FAVOR DO PAI DA AUTORA. RECURSO
CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. RECURSO
PREJUDICADO NOS DEMAIS PONTOS. A anulação do testamento
deve ser discutida em ação própria, instaurada mediante a
contraditória e ampla defesa. Impossibilidade de remessa da questão
para o procedimento de inventário. Recurso conhecido e
parcialmente provido, para reconhecer a necessidade de análise do
mérito da demanda, e, de ofício, determinar que os autos retornem ao
primeiro grau para regular avaliação dos bens do espólio, restando
prejudicados os demais itens desse recurso. APELAÇÃO CÍVEL 01.
RECURSO APRESENTADO PELOS REQUERIDOS. 03 (TRÊS)
FILHOS VIVOS DO .DE CUJUS PRETENSÃO DE ANÁLISE DO
MÉRITO DO RECURSO. ACOLHIMENTO. PRETENSÃO DE
DECRETAÇÃO DA REGULARIDADE DO TESTAMENTO.
IMPOSSIBILIDADE. NECESSIDADE DE AVALIAÇÃO DOS BENS
DO ESPÓLIO NA ÉPOCA DA ABERTURA DA SUCESSÃO.
ANÁLISE DO RECURSO DE APELAÇÃO CÍVEL 01
PREJUDICADA, DIANTE DA DECRETAÇÃO DA NULIDADE DA
SENTENÇA APELADA. Recurso prejudicado.

A decisão do AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL
2016/0018170-6 destaca a necessidade de uma ação própria para invalidar a partilha amigável
realizada por meio de escritura pública de inventário extrajudicial. A ênfase na inadequação
da abertura de um inventário judicial para tal pretensão é clara, fundamentando-se no art.
1.029 do CPC/73 (art. 657 do CPC/2015).

Além disso, a decisão esclarece que a falecida não deixou descendentes ou ascendentes vivos,
nem testamento, tendo sua herança sido adjudicada ao cônjuge e único herdeiro legítimo por
meio de escritura pública. Isso sugere uma consideração cuidadosa das circunstâncias
específicas do caso.

A conclusão é expressa de maneira inequívoca ao negar provimento ao agravo interno. No


entanto, reconhecer a complexidade do caso e fornece uma breve explicação sobre as
possíveis etapas subsequentes do processo teria sido útil para uma audiência menos
familiarizada com termos jurídicos.

AGRAVO INTERNO NOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NOS


EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO EM RECURSO
ESPECIAL. PROCESSO CIVIL. INVENTÁRIO. EXTINÇÃO SEM
JULGAMENTO DE MÉRITO. ANTERIOR LAVRATURA DE
ESCRITURA PÚBLICA DE INVENTÁRIO E
ADJUDICAÇÃO DOS BENS DEIXADOS PELA AUTORA DA
HERANÇA.
VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC/73. INEXISTÊNCIA. AUSÊNCIA
DE INDICAÇÃO DE DISPOSITIVO LEGAL. SÚMULA 284/STF.
PRETENSÃO DE INVALIDAÇÃO DA ADJUDICAÇÃO DE IMÓVEL.
INADEQUAÇÃO. NECESSIDADE DE AÇÃO PRÓPRIA. AGRAVO
NÃO PROVIDO.
1. Não se verifica a alegada violação ao art. 535 do CPC/73, na
medida em que a eg. Corte Estadual dirimiu, fundamentadamente, os
pontos essenciais ao deslinde da controvérsia.
2. A falta de indicação do dispositivo de lei federal supostamente
violado, pertinente à temática abordada no recurso especial, impede
a abertura da instância especial, nos termos da Súmula 284 do STF.
3. Consoante o art. 1.029 do CPC/73 (art. 657 do CPC/2015), a
partilha amigável lavrada em instrumento público somente pode ser
anulada por meio de ação própria (art. 486 do CPC/73).
4. No caso dos autos, o acórdão estadual consignou expressamente
que a falecida não deixou descendentes ou ascendentes vivos,
ou testamento, tendo sua herança sido adjudicada ao seu cônjuge e
único herdeiro legítimo por meio de escritura pública de inventário
extrajudicial, razão pela qual a pretensão da autora, sobrinha da
falecida, de desconstituir a escritura pública para fazer valer
instrumento de doação de imóvel adjudicado deve ser veiculada em
ação própria, anulatória, não sendo a abertura de inventário judicial
a via adequada para tanto.
5. Agravo interno a que se nega provimento.

Trata -se de um AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL


2017/0317316-0 interposto por Denice Viel contra uma decisão que conheceu do agravo para
negar provimento ao recurso especial, alegando a incidência da Súmula 83/STJ. A parte
agravante argumenta a inexistência de jurisprudência pacificada sobre a questão, contestando
a aplicação da Súmula 83 com base em duas ementas que, segundo ela, tratam de questões
fáticas diferentes e não podem ser diretamente aplicadas ao caso concreto.

Além disso, a agravante sustenta que a existência do direito aos honorários depende, em
última análise, de uma decisão na via judicial própria entre os interessados. Argumenta que
não pode resultar de uma simples decisão de cumprimento de cláusula testamentária,
ressaltando a impossibilidade de o testador, se estivesse vivo, cobrar os honorários nos autos
do respectivo processo, o que se estenderia aos seus herdeiros.

Nesse contexto, Denice V busca contestar a decisão anterior e reverter a negativa de


provimento ao recurso especial, destacando a falta de consenso jurisprudencial e questionando
a aplicação direta da Súmula 83/STJ com base em ementas que, segundo ela, não se adequam
à situação específica do caso em análise

AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


TESTAMENTO PÚBLICO. CLÁUSULA QUE ESTABELECE
RESERVA DE VALOR DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS EM
FAVOR DOS FILHOS DO
TESTADOR. CADUCIDADE. POSTERIOR
SUBSTABELECIMENTO DOS PODERES DE REPRESENTAÇÃO,
SEM RESERVAS, EM FAVOR DA VIÚVA, SÓCIA DO TESTADOR.
RENÚNCIA APENAS DO PODER DE REPRESENTAÇÃO, NÃO DO
DIREITO A HONORÁRIOS PROPORCIONAIS. AGRAVO
DESPROVIDO.
1. Nos termos da jurisprudência do STJ, o substabelecimento, sem
reserva de poderes, caracteriza renúncia ao poder de representação
em juízo, e não aos honorários advocatícios proporcionais à
participação do advogado substabelecente no processo. Apenas não
se mostra possível executar diretamente, nos próprios autos, os
honorários fixados na sentença, mas mediante ação autônoma.
Precedentes.
2. Nesses termos, o substabelecimento dos poderes de representação,
sem reserva de poderes, em favor da viúva, não resulta
na caducidade da cláusula testamentária que, anteriormente,
reservara às filhas do testador valor relativo aos honorários
advocatícios originados de sua atuação na demanda.
3. Agravo interno a que se nega provimento.

Trata-se AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL


2012/0190055-9 interposto por Marcina Maria de Fátima de Almeida Borsari e Outro contra a
decisão de um relator que negou provimento ao agravo em recurso especial. A base para a
negativa foi que o entendimento do Tribunal local estaria alinhado com a jurisprudência do
Superior Tribunal de Justiça (STJ), argumentando que o nascimento de outro herdeiro após a
realização de um ato de disposição patrimonial não rompe esse ato, e o artigo 1.973 do
Código Civil seria inaplicável.

A parte agravante discorda, argumentando que a jurisprudência consolidada pressupõe


decisões de órgãos superiores do mesmo tribunal, não de turmas isoladas. Eles alegam a falta
de similitude fática entre o caso em questão e os precedentes citados pelo relator. Em
particular, destacam que o julgado do Ministro Sidnei Beneti trata do advento de um filho fora
do casamento, enquanto o precedente do Ministro Hélio Quaglia Barbosa discute o
nascimento de um novo neto em disputa com os tios. Além disso, afirmam que o precedente
do relator também trata de herdeiro superveniente proveniente de um relacionamento
extraconjugal.

Os agravantes sustentam que o caso em questão envolve um pai que fez um testamento para
evitar a interferência prejudicial da mãe da primeira filha em seus negócios, mas que se
esqueceu dele ao longo de mais de três décadas, durante as quais nasceu um novo filho. Eles
enfatizam a necessidade de aplicar o princípio da igualdade entre os filhos, citando o
julgamento do Ministro Castro Filho no REsp 539605/SP.

O agravo regimental parece centrar-se na argumentação de que a jurisprudência citada não é


diretamente aplicável ao caso em questão, e os agravantes defendem a aplicação do princípio
da igualdade entre os filhos como base para reavaliar a decisão anterior.

AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.


DIREITO DAS SUCESSÕES. TESTAMENTO. SUPERVENIÊNCIA
DE DESCENDENTE. ROMPIMENTO. NÃO OCORRÊNCIA.
PRESUNÇÃO DE QUE O FALECIDO TESTARIA DE FORMA
DIVERSA INEXISTENTE NO CASO CONCRETO.
1. O art. 1.973 do Código Civil de 2002 trata do rompimento do
testamento por disposição legal, espécie de revogação tácita pela
superveniência de fato que retira a eficácia da disposição
patrimonial. Encampa a lei uma presunção de que se o fato fosse de
conhecimento do testador - ao tempo em que testou -, não teria ele
testado ou o agiria de forma diversa.
2. Nesse passo, o mencionado artigo somente tem incidência se, à
época da disposição testamentária, o falecido não tivesse prole ou
não a conhecesse, mostrando-se inaplicável na hipótese de o falecido
já possuir descendente e sobrevier outro(s) depois da lavratura do
testamento. Precedentes desta Corte Superior.
3. Agravo regimental a que se nega provimento.
Revogação testamentária e rompimento:

A revogação testamentária é um dos meios da extinção do Testamento prevista no artigo 1969


do CC/2022, podendo ser te forma total ou parcial ( art 1970 cc/2002), ela também pode
ocorrer de duas formas: Revogação Expressa ou Revogação Tácita.

A revogação expressa ocorre quando estador é manifestada, tornando sem efeito todas ou
algumas cláusulas do testamento que se deseja revogar. Já a revogação Tácita é quando não
houver declaração do testador revogando o testamento anterior. Neste caso faz-se necessário
que hajam discordâncias entre as disposições do testamento revogado e o recente.

Uma vez o revogado, o testamento terá efeitos mesmo que ele venha a caducar por exclusão,
incapacidade ou renúncia do herdeiro conforme artigo 1971 cc/2022.

Um exemplo é o caso visto nos autos do processo . 0170419-89.2016.8.19.0001 em que foi


interposto uma apelação civil em face da decisão que manteve os efeitos da revogação no
testamento que retirou a apelante Edilene Rosa Pereira, que alegava ter sido legalmente
adotada pela falecida e que se surpreendeu com a existência de um novo testamento que
revogava o anterior da qual fazia parte.

APELAÇÃO CÍVEL. Rejeição da preliminar de não conhecimento.


Observância da dialeticidade. Vício de julgamento citra petita
configurado. Ausência do exame da cláusula de deserdação contida
no testamento. Não decretação da nulidade em face da primazia do
mérito e do disposto no art. 1.013, caput e §1º, do CPC. CIVIL.
REVOGAÇÃO DE TESTAMENTO. Pretensão de anulação do ato
revocatório, fundada na incapacidade civil da testadora. Prova
pericial médica demonstrativa da capacidade da testadora na ocasião
da prática do ato. Ausência de comprometimento da capacidade
intelecto-volitiva da testadora. Possibilidade de manifestação livre e
consciente da vontade. Perícia grafotécnica comprovadora da
autenticidade da assinatura aposta no documento. Reconhecimento
da validade do ato. Cláusula de deserdação. Indicação da causa.
Atendimento ao art. 1.964, do Código Civil Questões restantes a
serem dirimidas no processo de inventário. Recurso desprovido.
Verba honorária majorada, observada a gratuidade deferida

Referências bibliográficas:

https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/tj-sp/1419552534/inteiro-teor-1419552537?
utm_medium=social&utm_campaign=link_share&utm_source=WhatsApp

https://www.normaslegais.com.br/guia/clientes/caducidade-dos-legados.htm

https://www.jusbrasil.com.br/artigos/testamentos-invalidados-e-ineficazes-revogacao-rompimento-
caducidade-anulabilidade-e-nulidade/759470990

https://www.jusbrasil.com.br/artigos/revogacao-nulidade-caducidade-e-rompimento-no-
testamento/654930355

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