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Direito Internacional Público

Teórico-Prático (Sumário)*
06 Dezembro 2022

* Este material não substitui a consulta e o estudo das referências bibliográficas presentes no Programa da UC
Responsabilidade do Estado por
factos ilícitos (cont.)
Pressupostos da Responsabilidade por Fatos Ilícitos
▪ Definição: a responsabilidade por fatos ilícitos traduz-se na obrigação imposta ao autor do fato ilícito de, à sua custa,
reparar os prejuízos causados a terceiros pela prática de tal fato

Fato voluntário: Comportamento / conduta (ação ou omissão) – artigo 2º do Projeto

Elementos Ilicitude: prática de ato que constitui uma violação de uma obrigação internacional
(costumeira ou convencional) – artigos 2º e 3º do Projeto
Fato ilícito
Imputação do fato ao lesante: atribuição dessa conduta ao Estado, ou seja, estabelecimento de um
nexo entre o ato praticado e o Estado a responsabilizar (artigos 4º a 11º do Projeto)

Dano: prejuízo sofrido pelo lesado, ocorrência de prejuízo material ou não material
Nexo de causalidade entre o fato e o dano: facto seja considerado causa adequada de um dano, ou
seja, se estabelece um nexo entre os prejuízo verificados e o ato imputado ao Estado a responsabilizar
Pressupostos da Responsabilidade por Fatos Ilícitos
▪ Definição: a responsabilidade por fatos ilícitos traduz-se na obrigação imposta ao autor do fato ilícito de, à sua custa,
reparar os prejuízos causados a terceiros pela prática de tal fato
Fato voluntário: Comportamento / conduta (ação ou omissão) – artigo 2º do Projeto

Elementos
Fato ilícito Ilicitude: prática de ato que constitui uma violação de uma obrigação internacional (costumeira ou convencional) – artigos 2º e 3º do Projeto

Imputação do fato ao lesante: atribuição dessa conduta ao Estado, ou seja, estabelecimento de um nexo entre o
ato praticado e o Estado a responsabilizar (artigos 4º a 11º do Projeto)
ao Estado são imputados os actos de todos os seus órgãos,
funcionários ou agentes, desde que atuem no exercício das suas
→ Pode ainda ser imputado ao Estado: funções
▪ actos praticados por quem não esteja integrado na estrutura orgânica do Estado, mas atue sob a direção e controlo do Estado (artigo
8º do Projeto)
▪ existe uma carência de autoridades oficiais (artigo 9º do Projeto)
▪ um órgão/entidade que integre a estrutura de um Estado mas é posto à disposição de outro Estado
▪ caso de movimentos insurrectos
▪ o Estado decida adotar ou reconhecer o acto como seu
Pressupostos da Responsabilidade por Fatos Ilícitos
▪ Definição: a responsabilidade por fatos ilícitos traduz-se na obrigação imposta ao autor do fato ilícito de, à sua custa,
reparar os prejuízos causados a terceiros pela prática de tal fato
Fato voluntário: Comportamento / conduta (ação ou omissão) – artigo 2º do Projeto

Elementos Ilicitude: prática de ato que constitui uma violação de uma obrigação internacional – artigos
Fato ilícito
2º e 3º do Projeto
▪ tradicionalmente a ilicitude foi entendida como a desconformidade da conduta do Estado
(ação/omissão) em relação ao DI
▪ irrelevante a sua conformidade com o respectivo direito interno

❖ Exemplo de atos ilícitos:


— Violada uma obrigação internacional contida numa das duas fontes (costume ou convenção)
— Violação e os atos institucionais como resoluções do CS ou decisões dos tribunais internacionais
— Violação de uma obrigação de comportamento (o Estado tem o dever de adotar certas condutas ou usar determinados meios
de ação especificamente indicados pela norma, sendo irrelevante o resultado que produz)
— Violação de uma obrigação de resultado (existe a imposição de que a conduta (ação/omissão) seja de forma a produzir certo
resultado)
Pressupostos da Responsabilidade por Fatos Ilícitos
▪ Definição: a responsabilidade por fatos ilícitos traduz-se na obrigação imposta ao autor do fato ilícito de, à sua custa,
reparar os prejuízos causados a terceiros pela prática de tal fato

Fato voluntário: Comportamento / conduta (ação ou omissão) – artigo 2º do Projeto

Elementos Ilicitude: prática de ato que constitui uma violação de uma obrigação internacional (costumeira ou convencional) –
Fato ilícito artigos 2º e 3º do Projeto

Imputação do fato ao lesante: atribuição dessa conduta ao Estado, ou seja, estabelecimento de um nexo entre o ato praticado e
o Estado a responsabilizar (artigos 4º a 11º do Projeto)
CDI: o Estado deve ser
responsabilizado por ter
desrespeitado as obrigações
internacionais que sobre ele
Dano: prejuízo sofrido pelo lesado, ocorrência de prejuízo material ou não material
pendem, independente de
surgir um dano da atuação Nexo de causalidade entre o fato e o dano: facto seja considerado causa adequada de um dano, ou seja, se estabelece
do Estado um nexo entre os prejuízo verificados e o ato imputado ao Estado a responsabilizar
Causas de exclusão da ilicitude
▪ Se faltar algum dos elementos previstos no artigo 2º do Projeto (fato voluntário, a imputação dessa conduta ao
Estado e a ilicitude da conduta) não se aplica o regime da responsabilidade do Estado por factos ilícitos

▪ Projeto de Artigos prevê-se um conjunto de circunstâncias em que a ilicitude é afastada

Consentimento
Legítima defesa
Artigos 20º a 25º do Projeto
Contra-medidas
Força maior
Perigo extremo
Estado de necessidade
Causas de exclusão da ilicitude
▪ Se faltar algum dos elementos previstos no artigo 2º do Projeto (fato voluntário, a imputação dessa conduta ao
Estado e a ilicitude da conduta) não se aplica o regime da responsabilidade do Estado por factos ilícitos

▪ Projeto de Artigos prevê-se um conjunto de circunstâncias em que a ilicitude é afastada

Artigo 26º do Projeto


Consentimento (regra geral)
Legítima defesa Diante de uma regra de ius
Artigos 20º a 25º do Projeto
Contra-medidas cogens (artigo 53º da CVDT) as
Força maior causas de exclusão de ilicitude
Perigo extremo não se aplicam
Estado de necessidade
Causas de exclusão da ilicitude
CONSENTIMENTO
▪ Artigo 20º do Projeto

▪ O consentimento consiste:
− na situação de um Estado concordar com a prática ou a omissão de um ato (caso não houvesse esse
consentimento o ato seria ilícito)
− Em situações em que o Estado dispensa outro do cumprimento de uma obrigação que lhe é devida

➢ Exemplo: quando um avião estrangeiro transita pelo espaço aéreo de um Estado


Causas de exclusão da ilicitude
CONSENTIMENTO
▪ O consentimento está sujeito a condições:

i) Condição temporal: para ser válido o consentimento deve ser prestado antes da adoção do comportamento ilícito,
no máximo até ao momento em que o comportamento é desencadeado.
ii) Tem de ser validamente prestado: é necessário determinar as condições de validade

✓ será inválido o consentimento prestado que contrarie normas de ius cogens, sendo o consentimento nulo
✓ o consentimento tem de ser expresso por quem tenha autoridade para o fazer em nome do Estado (não se pode
presumir e nem haver dúvidas sobre a existência do consentimento)

iii) O consentimento pode estar viciado por erro, dolo, coação ou corrupção: o consentimento prestado nestas
circunstância é inválido.
iv) Se o comportamento exceder o consentimento a ilicitude se mantém.
v) O consentimento deve ser dado pelo Estado que tem o direito de exigir a reparação pelo prejuízo causado pelo
ilícito
Causas de exclusão da ilicitude
LEGÍTIMA DEFESA
▪ Artigo 21º do Projeto
▪ remissão para o artigo 51º da CNU
requisitos da legítima defesa:
a) Ameaça deve ser atual e iminente: deve se estar diante de uma ameaça que seja séria, uma
ação que visa causar uma agressão a um Estado, à ordem internacional ou a segurança
humana, não podendo ser confundida com a mera posse de armas ou o exercício militar.
b) Notificação ao CS
c) Impossibilidade de recurso atempado e eficaz por parte das N.U.
• Princípio da proporcionalidade
Adequação: ação militar visa evitar que a ameaça se torne uma agressão efetiva
Necessidade: todas as opções não militares foram exploradas
Limites ao uso da legítima defesa Proporcionalidade em sentido restrito: a duração e a intensidade da ação militar são razoáveis para fazer
face à ameaça
• necessidade de se cessar o uso da força, em legítima defesa, quando o CS
tome as medidas necessárias a manutenção da paz
Causas de exclusão da ilicitude
CONTRA-MEDIDA
▪ Artigo 22º do Projeto de Artigos
▪ Reação de um Estado face à prática de factos ilícitos por outro, com o objetivo de assegurar a aplicação de normas
internacionais.
▪ A reação pode consistir numa medida de autotutela ou na aplicação de sanções internacionalmente impostas ao
Estado infrator
▪ Os requisitos da contramedida são:
i) Devem ter por objeto induzir o Estado infrator ao cumprimento da obrigação internacional (artigo 49º, nº 1 Projeto)
ii) Devem ser, tanto quanto possível, de natureza reversível (artigo 49º, nº 3 do Projeto)
iii) Devem ser proporcionais à violação a que reagem (artigo 51º do Projeto)
iv) Devem vir acompanhadas de prévio requerimento ao Estado infrator para que cumpra as obrigações primárias que lhe
incumbem (artigo 52º, nº 1, al. a) )
v) Devem vir acompanhadas de prévia notificação oficial ao Estado infrator, especificando as medias que serão tomadas e
oferecendo a negociação internacional (artigo 52º, n.º 1, al. b) )
Causas de exclusão da ilicitude
FORÇA MAIOR
▪ Artigo 23º do Projeto
▪ Doutrina: como um “obstáculo invencível, resultante de circunstâncias exteriores que impedem a execução de
uma obrigação ou o cumprimento de uma norma de Direito Internacional”
✓ acontecimento imprevisível
✓ alheio ao controlo do Estado
✓ que torna materialmente impossível o cumprimento da obrigação internacional
✓ ilícito é involuntário ou pelo menos não envolve nenhum elemento de livre escolha

➢ Pode decorrer: de acontecimentos naturais (ex. terremotos, inundações, secas, etc) ou de acontecimentos humanos (ex.
se o Estado deixa de ter controlo efetivo sobre uma parte do seu território em virtude de uma insurreição; devastação
de uma região por operação militar levada a cabo por outro Estado

▪ A exclusão da ilicitude não se verifica se o Estado tiver contribuído para a criação da situação de impossibilidade
material
Causas de exclusão da ilicitude
PERIGO EXTREMO
▪ Artigo 24º do Projeto
▪ Corresponde a decisão voluntária de um Estado que, perante um perigo extremo, decide, para o afastar, violar uma
obrigação internacional.

➢ A violação dessa obrigação surge como o único meio razoável para salvar a vida do autor do acto ou de
pessoas que estavam ao seu cuidado
▪ A diferença do perigo extremo para a força maior corresponde a possibilidade de escolha

➢ Exemplo: o caso de navios ou aeronaves que entram no território de um Estado, em virtude do mau tempo ou de
falha mecânica ou de navegação
Causas de exclusão da ilicitude
PERIGO EXTREMO
▪ Artigo 24º do Projeto

i. Tem que se verificar um perigo muito grave para a vida de quem pratica o acto ou de quem ele tenha por
dever proteger
ii. A única via razoável de afastar esse perigo obriga à violação de obrigações do Estado
iii. O comportamento em causa só pode criar uma situação de perigo inferior à que se quer evitar, ou seja, o
perigo que se pretende afastar deve ser superior ao que se produz com a ação violadora da obrigação
internacional
iv. O Estado que viola a obrigação não deve ter contribuído para a criação da situação de perigo
Causas de exclusão da ilicitude
ESTADO DE NECESSIDADE
▪ Artigo 25º do Projeto
▪ Abrange as situações em que o único meio à disposição de um Estado, para salvaguardar um interesse essencial
ameaçado por um perigo grave e iminente, é não cumprir outra obrigação internacional de menor importância ou
urgência
▪ Pressupõe um conflito de interesses legítimo e juridicamente reconhecidos, mas que, diante das especialíssimas
circunstâncias, a conservação de um interesse implicará o justificado sacrifício do outro
Causas de exclusão da ilicitude
ESTADO DE NECESSIDADE
▪ Artigo 25º do Projeto
▪ Requisitos do estado de necessidade:
− A violação da obrigação internacional deve ser o único meio utilizável para salvaguardar o interesse essencial em
perigo (artigo 25º, nº 1, al. a) )

− A violação não deve afetar gravemente outro interesse também essencial do Estado ou da comunidade
internacional (artigo 25º, nº 1, al. b) )

− A obrigação internacional vulnerada não deve excluir a possibilidade de sua alegação, seja em razão de sua
natureza intrínseca (por ex. decorrente de norma de ius cogens), seja em face de uma previsão convencional
específica (artigo 25º, nº 2, al. a)

− Não deve o Estado haver contribuído para a sua causa (artigo 25º, nº 2, b) )
Consequência da invocação de uma causa de exclusão de ilicitude
▪ Artigo 27º do Projeto

➢ A exclusão da ilicitude não afetam a obrigação, o que significa que quando as circunstâncias deixam de
existir a obrigação de cumprir recupera força, bem como existe a possibilidade de indemnizar.

➢ Deve ser analisado caso a caso


Consequências do facto ilícito

1. Dever de cumprimento continuado

2. Dever de cessação do facto ilícito e de oferecer garantias de não


repetição

3. Dever de reparação
Consequências do facto ilícito
1. Dever de cumprimento continuado
▪ Artigo 29º do Projeto

• Significa que as consequências jurídicas de um facto internacionalmente ilícito não afetam o dever continuado
do Estado de cumprir a obrigação violada.
➢ A obrigação não se extingue em consequência da sua violação, pelo que o Estado se mantém por ela
vinculado
Consequências do facto ilícito
2. Dever de cessação do facto ilícito e de oferecer garantias de não
repetição
▪ Artigo 30º do Projeto

▪ Dever de cessação só existe se o facto é contínuo (se se prolonga no tempo)

▪ Dever de não repetição deriva do restabelecimento da confiança, a partir da ideia de se oferecer segurança e
garantia adequada de que a situação não irá se repetir (forma verbal)
Consequências do facto ilícito
3. Dever de reparação
▪ Artigo 31º c/c Capítulo II da Parte II do Projeto

▪ Para que a responsabilidade se efetive, é necessário que da conduta do Estado resulte uma lesão de um direito
titulado por outro Estado
▪ A lesão deve ser consequência direta e necessária da conduta, existindo entre a lesão e a conduta uma relação
de causa e efeito

▪ O dano pode ser material ou moral:


✓ o dano material: compreende o prejuízo a bens ou interesses do Estado ou dos seus nacionais, que se
possa quantificar em termos financeiros
✓ o dano moral: compreende fatos tais como a dor e o sofrimento individuais

➢ A reparação tem natureza compensatória e não punitiva, visando colmatar um prejuízo e pode ser das
seguintes formas: restituição, indemnização e satisfação (artigo 34º do Projeto)
Consequências do facto ilícito
3. Dever de reparação
❑ RESTITUIÇÃO EM ESPÉCIE (artigo 35º do Projeto)

— Reposição da situação existente nas relações entre o Estado violador e o Estado vítima antes da prática
— A restituição pode ter de ser completada por uma indemnização a fim de assegurar a reparação integral do dano
causado (artigo 36º do Projeto).
— Se o ilícito for um acto jurídico a restituição consistirá na anulação do ato
— Se o ilícito for um acto material a reparação consistirá em repor a situação material anterior ao ilícito (por
exemplo: a desocupação do território do Estado vítima ilicitamente ocupado pelo Estado violador)
Consequências do facto ilícito
3. Dever de reparação
❑ INDEMNIZAÇÃO (artigo 36º do Projeto)

▪ Reparação pecuniária de um prejuízo ou dano de que é vítima um Estado e cuja reparação em espécie não é conseguida
▪ Limites:
a) indemnização não deve ser inferior ao prejuízo
b) não deve exceder o prejuízo (impede que haja enriquecimento sem causa do Estado com a indemnização)

➢ Para avaliar o prejuízo causado por um acto ilícito é necessário ter exclusivamente em conta o valor dos bens,
direito e interesses que foram lesados e cujo titular é a pessoa em proveito da qual a indemnização é reclamada.

− A vítima do acto recebe um juros a título de indemnização (artigo 38º do Projeto)


Consequências do facto ilícito
3. Dever de reparação
❑ SATISFAÇÃO (artigo 37º do Projeto)

▪ Actos simbólicos como: saudação à bandeira do Estado vítima pelo Estado responsável; a aplicação de sanções
internas, de natureza administrativa ou disciplinar, ao agente que praticou o acto ilícito.

▪ Artigo 39º do Projeto: para a determinação da reparação é preciso ter em conta a contribuição para o
dano resultante da ação ou omissão do Estado lesado

▪ Artigo 43º, nº 2, al. b) do Projeto: cabe ao Estado lesado escolher a forma que a reparação deve assumir
em cada caso
Consequências em caso de violação grave de norma de ius cogens

▪ Capítulo III da Parte II (artigos 40º e 41º) do Projeto

• artigo 40º, nº 2 uma violação de norma de ius cogens é séria se envolve, por parte do Estado responsável,
um incumprimento grave e sistemático no cumprimento da obrigação
• Artigo 41º: verificada a ocorrência de violação grave de normas de ius cogens, todos os Estados devem
empreender esforços conjunto e coordenado com vistas a conter seus efeitos
• os Estados terceiros não devem reconhecer situações de facto decorrente de um acto ilícito e não auxiliar a
manutenção da mesma
• o artigo 41º, nº 3 do Projeto refere que essas obrigações não afastam as obrigações decorrentes da norma
violada, da cessação do facto ilícito, da garantia de não repetição e da reparação, não prejudicando também
qualquer outra consequência definida pelo DI, como as consequências previstas na CNU para situações em
que se verifiquem uma agressão.
Exercício 1
Em 27 de março de 2022, um navio militar de bandeira do “Estado A” embateu violentamente contra rochas escondidas não
muito longe da costa do “Estado E”. O navio transportava principalmente óleo e querosene para um dos porta-aviões do “Estado A”.
Após o incidente, muito óleo e querosene do navio derramam no mar, enquanto a tripulação foi resgatada. Todavia, os ventos e
as correntes marítimas fizeram com que o óleo escoasse na direção da costa do “Estado E”, sendo que ao largo da costa de “E” existe uma
pequena ilha habitada por uma espécie rara de pinguins. De facto, a colónia de pinguins localizada nesta ilha representa 80 por cento da
população mundial destes pinguins, que figuram na lista de espécies em perigo de extinção. Além disso, as águas ao redor da ilha são
importantes para a indústria pesqueira local do “Estado E”.
O óleo do navio de guerra encalhado continuou a ser derramado sem impedimentos existindo também o perigo de que o navio
se quebrasse em dois, liberando ainda mais óleo no oceano. Em razão deste perigo e da poluição são necessárias medidas urgentes. Uma
reunião de especialistas de emergência chegou à conclusão de que a única possibilidade de interromper imediatamente o escoamento de
óleo seria fechar o buraco no navio violentamente e prender o óleo debaixo d'água, por exemplo, causando explosões no navio
Algumas horas depois deste anúncio público do grupo de especialistas, o “Estado A” não tomou nenhuma posição ou
providência. Assim, três aviões militares do “Estado E” voaram e bombardearam o navio encalhado. Como os especialistas previram, o
escoamento de óleo parou imediatamente.
Enquanto todos parecem aliviados com esta operação bem-sucedida, o “Estado A” protestou violentamente, afirmando que tal
configurava num ataque armado a uma de suas naves militares, e portanto, deveria ser visto como um ataque ao próprio “Estado A”. O
“Estado A” insistiu que o “Estado E” fosse inteiramente responsável por este ato ilícito e exigiu desculpas, bem como compensação
financeira.
Aprecie a situação.

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