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ALERGIA ALIMENTAR - Processamento de alimentos: atualmente, os alimentos - Ovomucóide é alérgeno mais importante do ovo -> 10 %

Dra. Lia Bastos são hiper-processados, o que pode mudar a conformação conteúdo protéico da clara ALIMENTAR MISTA
molecular e aumentar reações de corpo estranho. - Todo processo alérgico deve ter reprodutibilidade; - sintomas rápidos e lentos com mistura de rações IgE e
ALERGIA - Curiosidade: A fração que gera alergia na APLV é a não IgE em mosaico;
Reação do corpo de ataque a complexos proteicos típi- FISIOPATOLOGIA betalactoglobulina -> exclusiva do leite da vaca - sintomas de pele [dermatite atópica], TGI [eosinofílica] res-
cos do leite da vaca, fazendo com que ocorre recruta- piratório [asma e rinite alérgica];
mento de células inflamatórias e ataque ao alimento. - alérgenos: APLV, trigo, soja, amendoim, ovo
- doenças Eosinofílicas:
Costuma formar déficit pôndero-estatural e diarreia crônica IgE mediada - na esofagite: vômitos, dor abdominal, disfagia, déficit
sem caráter osmótico, não se associa com fezes explosivas crescimento, sintomas refluxo;
COMO ACONTECE:
nem com dermatite perianal. - na gastrite: pode haver sangramento digestivo;
1. Previamente, o paciente já teve o contato de sensibi-
- na enterocolite: sintomas de má absorção intestinal,
lização inicial, o que fez com que fosse desregulada a
Determinada por mecanismos imunológicos diarreia
tolerância imune.
- Lembrando das placas de Peyer do intestino -> GALT; 2. Nova exposição ao alérgeno, o que pode sensibilizar
Costuma ser mais precoce - O epitélio intestinal tem as chamadas Tyte Juntions -> me- DIFERENCIANDO...
o paciente e fazê-lo produzir IgE;
canismos e absorção, mas sem contato com o sangue para IgE mediada IgE não medi- Mista
3. Ligação com os receptores basofílicos e mastocitá-
O mais comum é que se nasça com e regrida até que haja não estimular reação imune; ada
rios.
cura automática com o avançar da idade e dos mecanis- - Papel da flora intestinal no auxílio à tolerância imunoló- Padrão de pri- Padrão de de- Padrão intima-
4. Liberação de mediadores de histamina, prostaglandi-
mos de tolerância imunológica. gica. meiro contato de mora maior para mente associado
nas e leucotrienos;
- IgA secretora reforçando a importância da amamenta- exposição com quadro, mais as- com IgE, mistura
INTOLERÂNCIA reação ao se- sociado com re- manifestações len-
ção na prevenção desses quadros de hipersensibilidade. CARACTERISTICAS
Enterócitos não possuem a lactase íntegra, o que faz com - Em RNs e neonatos -> a barreira intestinal é imatura e mais gundo contato. É crutamento celu- tas e rápidas.
- Surgimento imediato ou rápido;
que a lactose não seja quebrada e se mantenha no lúmen, permeável [se resolve com o passar do tempo, gerando um rápido e recruta lar e com prosta-
- Se associa com sintomas de pele, TGI, repiratório e
reabsorvendo água e sendo quebrada por bactérias que quadro de retorno de integridade imune e cura do pro- mastócitos e his- glandinas. Pode
acidificam e gaseificam o bolo fecal. sistêmica;
cesso alérgico]. tamina. Pode ter se associar com
- Risco de morte é importante, o que se faz com que seja
- Maioria dos alérgenos são glicoproteínas solúveis; anafilaxia fezes sanguino-
Pelo acúmulo de gás, pode formar distensão abdominal. essencial a investigação sugestiva de anafilaxia o quanto
lentas e derma-
Além de ter fezes explosivas e dolorosas com potencial em antes
tite.
causar dermatite perianal. Alergia a frutos APLV Esofagite eosinofí-
Anafilaxia: bastam duas manifestações de órgãos di-
do mar lica
Não tem determinação imune ferentes!!
DIAGNÓSTICO
Costuma ser tardia - coleta de histórico minucioso, contemplando o ciclo de
vida desde o nascimento.
A forma congênita é a mais rara, pode ser da prematuri- - recordatório alimentar desde introdução e histórico de
dade, déficit primário de lactase com o passar dos anos e sintomas[temporalidade especialmente em IgE não-medi-
déficit secundário por lesão mucoide (com essa clínica du- FATORES DE RISCO ada];
rando 1-2 semanas). - histórico pessoal e familiar de atopia;
- Padrão genético (aumentando o risco de 40-80%):
- história familiar de qualquer atopia; - exame físico com dermatite atópica, dermografismo e
- Dieta: maior risco com menor aleitamento materno exclu- NÃO IgE mediada avaliação nutricional;
TEORIAS DA ALERGIA ALIMENTAR
sivo e alimentação inadequada da nutriz; - eliminar o alimento suspeito é ESSENCIAL.
- Teoria da Higiene: se associa com o fato de haver me- - quadros lentos que surgem de forma tardia e tem maior - analisar comportamento do organismo com essa elimi-
- não se tira o leite do inocente!! participação de células e citocinas.
nor exposição aos agentes infecciosos na infância, o que nação por 2-4 semanas. Como a melhora clínica pode
- Microbiota intestinal desregulada: essa integralidade - Se associam com sintomas:
faz com que o sistema imune não seja devidamente ama- ser coincidência, iremos seguir a investigação;
atua no processamento de antígenos alimentares, redu-
durecido e que tenhamos imunidade exacerbada para - enteropatia induzida por proteína alimentar: diarréia - caso não melhore, pode procurar outra causa;
zindo a alergenicidade;
coisas mínimas (por isso, a criança deve ter contato com o persistente ou crônica, vômitos, má absorção, déficit
- Vitamina D em excesso ou falta;
chão e botar elementos na boca sim, em certo grau). pondero-estatural. DOSAGEM IgE
EPIDEMIOLOGIA - proctocolite: diarréia com muco e sangue nos primei- - teste para IgE específica -> EXCLUSIVA PRAS ALERGIAS
- Teoria de depleção do microbioma: indica mudanças ros meses de vida [mantem bom estado geral e aspecto IgE MEDIADAS;
- Mais comum em crianças (6% em <3 anos e 3,5% em
no ecossistema do corpo humano com perda de alguma saudável]. Lesão restrita ao “colón distal”. - cada antígeno é um teste, assim, tenho que ter hipótese
adultos);
espécie de bactérias moradoras, o que causou essa des- - enterocolite: diarréia persistente ou crônica, vômitos diagnóstica para o direcionamento propedêutica;
- Alérgenos mais comuns: leite de vaca, ovo, soja, amen-
regulação da tolerância imunológica. incoercíveis, podendo causar desidratação e hipoten- - indicada especialmente quando a testagem de provo-
doim, trigo e milho;
são. Exposição continuada pode ocasionar fezes san- cação [seguindo o teste de retirada] não for possível por
- Alergia a leite de vaca, ovo, trigo e soja -> transitórias;
- Vitamina D seja pelo excesso ou por deficiência, sendo guinolentas, anemia, distensão, déficit crescimento. risco de anafilaxia;
- Alergia amendoim, nozes, frutos do mar -> permanentes
algo não bem elucidado. - também pode ser visto de modo longitudinal para anali-
- Fração protéica betalactoglobulina (ausente no
leite materno), é a que mais induz sensibilização no sar histórico e curso clínico.
leite;
OUTRAS MODALIDADES DE TESTAGEM ATENÇÃO!!
- testes cutâneos de hipersensibilidade –> prick- test [IgE O medicamento com potencial de modificar a morta-
mediadas]; lidade na anafilaxia é a adrenalina injetável, especi-
- teste de provocação oral almente em via IM que absorve mais.
- avaliação funcional e marfologica digestiva: endosco-
pia, bx, pHmetria, etc [solicitados em caso selecionado Devemos ter pressa em manipular drogas vasoativa!!
para dx diferencial]
CHOQUE ANAFILÁTICO
- permeabilidade vias aéreas, respiração, circulação, nível
consciência;
- adrenalina intramuscular [a cada 5 minutos até controle
dos sintomas];
- considerar O2; reposição volêmica
- antihistamínico -> difenidramina;
- nebulização de beta 2; vasopressor se necessário; corti-
costeróide
- risco de choque distributivo por vasodilatação generali-
zada;

ORIENTAÇÃO NUTRIOCONAL
base do tratamento é: excluir alérgeno [tempo mínimo 6-
HISTÓRIA NATURAL 12 meses] e utilizar dietas hipoalergênicas.
Muitas crianças desenvolvem tolerância ao alimento - na dúvida do alimento responsável, dieta restrita pelo me-
após primeiro ano do diagnóstico (ou seja, curso de nos 6 semanas.
“cura”) - educação nutricional da família [leitura de rótulos];
- alergia a leite de vaca, ovo, trigo e soja costumam ser - aleitamento materno exclusivo até 6º mês de vida;
transitórias -> não IgE; - 60% pcts com APLV tem sensibilização simultânea a soja;
- alergia a amendoim, nozes, castanhas e frutos do mar cos- - uso de dieta com proteína extensamente hidrolisada na
tumam ser permanentes -> IgE mediada APLV.
- quadros não-IgE são derivados de tolerância imune em - cuidado com “alimentos escondidos”
idade mais precoce; - temperos: leite, mostarda, pimenta, gergelim
- crianças sensibilizadas via leite materno e crianças - castanhas: Amendoim Suplementos protéicos: caseína,
com dx após 3 anos tem maior chance de persistência; caseinatos;
- alergia a proteína do leite de vaca: perda da sensi- - instrumentos de cozinha;
bilidade progressiva; - vacinas: ovo
- 50% em 1 ano, 70% em 2 anos, 85% em 3 anos;
- alergia a ovo: 44% remissão até a idade escolar. Inicial-
mente podem deixar de reagir o ovo cozida para depois
desenvolver tolerância ao alimento cru;

Ou seja...
APLV a maioria melhora.

Psiu...
A exposição do ovo é interessante que comece com ovo
inserido em outros alimentos e submetido ao calor
TRATAMENTO
- interrupção alimentos envolvidos;
- identificação de casos graves
- edema de glote/ choque anafilática -> adrenalina intra-
muscular;
- urticaria/angioedema -> anti-histaminico oral [em casos
graves -> corticoide associado];
- sintomas respiratórios -> broncodilatador;
- deve ser sempre traçado um plano de ação, tendo
consciência que corticoide não deve ser base terapêu-
tica desses casos.

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