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INTRODUÇÃO À TEOLOGIA

AULA 6

Prof.ª Eliane Hubner da Silva Rodrigues


CONVERSA INICIAL

Nesta aula, estudaremos alguns ramos da teologia, que serão objeto de


estudo ao longo do curso. Quando falamos em ramos da teologia, é preciso
entender que há um pluralismo teológico, ou seja, existem diversos tipos
teológicos, que abarcam princípios gerais e se desenvolvem com base em
condições históricas, sociais e políticas, e que podem suscitar, inclusive,
divergências entre as linhas teológicas, justamente por conta das influências que
as geraram. Depois, iremos compreender alguns ramos em específico, como a
teologia da libertação, a teologia feminista, a teologia étnica e, por fim, a teologia
das religiões, que são apenas alguns dos ramos que englobam a teologia
contemporânea. Ou seja, nossa proposta, ao longo da aula, é entender que
existem teologias e não uma só teologia.

TEMA 1 – PLURALISMO TEOLÓGICO

Em um primeiro momento, vamos nos dedicar a compreender as bases


do pluralismo teológico. Para isso, iremos esclarecer o termo pluralismo, que
aqui utilizaremos como uma diversidade legítima; ou seja, não se trata de um
pluralismo no sentido de acolher tudo sem qualquer tipo de diferenciação.
Dada essa diferenciação inicial, podemos dizer que o pluralismo é o traço
comum de todo o saber. Isso porque a realidade sempre extravasa a teoria; ou
seja, a realidade é sempre múltipla, ao passo que a teoria é sempre particular, e
parte de uma perspectiva alterável (Boff, 1998, p. 493).
A teologia é pluralista por dois motivos. Primeiramente, porque a fé é
transcendente, ou seja, supera o entendimento humano e não se esgota a uma
só interpretação. Depois, porque qualquer entendimento teológico é contextual,
quer dizer, está inserido dentro de uma cultura determinada num vasto campo
de variedades (Boff, 1998, p. 494).
Vamos compreender melhor esses motivos. Primeiramente, a razão que
vêm da própria fé, ou seja, a realidade divina está além da razão. O discurso
teológico em si mostra um aspecto determinado sobre o Mistério. Isso quer dizer
que cada teologia adota uma perspectiva que leva em conta uma cultura e um
discurso particular, inerentes e irredutíveis a toda teologia (Boff, 1998, p. 494).
Biblicamente, também podemos falar de pluralismo. Boff (1998, p. 495)
aponta que em Gênesis já podemos enxergar o pluralismo, nos relatos da

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criação do mundo e do ser humano em coexistência; ou quando pensamos num
Evangelho “quadriforme”, que se apresenta em quatro versões distintas.
Ainda, Boff (1998, p. 496) aduz que nem todas as teologias dentro da
Bíblia são harmônicas entre si, e é por essa razão que existem “problemas”
quando falamos de uma “teologia bíblica”. Claro, o que deve unir os contextos é
história da salvação, cujo eixo é a fé em Cristo.
Isso significa que o caráter do pluralismo bíblico é contrastante; ou seja,
não existem apenas diferenças teológicas complementares, mas diversidades
que muitas vezes são difíceis de harmonizar. A harmonia que persiste é, de certa
forma, secreta. Isso porque ela advém do Plano da Salvação em Jesus Cristo.
Assim, a harmonia mais bela é invisível (Boff, 1998, p. 496).
O segundo motivo elencado por Boff (1998, p. 496), e que precisamos
compreender, é a razão que vêm da teologia, pois existem contextos de
produção, isto é, qualquer teologia é contextual, sendo marcada por um lugar
espaçotemporal. Ou seja, estamos fazendo teologia com base em uma
perspectiva humana, e, sendo assim, falamos sempre tomando como base
certos lugares, que podem ser diferenciados:

 Contexto cultural: a fé pode dar origem a diferentes teologias, tendo em


vista os contextos culturais. Ou seja, cada cultura pode ter sua própria
teologia, e isso quer dizer que uma pluralidade de culturas supõe uma
pluralidade de teologias;
 Contexto histórico: cada época tem sua visão de fé. Por exemplo, há
uma teologia do Mundo Antigo, que é a Patrística, e depois da Idade
Média, que é a Escolástica, e outra do Mundo Moderno, como a da
Libertação. Ou seja, a razão precisa de tempo para amadurecer e vir à
verdade mais plena.
 Contexto da missão: a teologia deve adequar sua linguagem aos
destinatários, e assim ela é pluralista no sentido de que a Palavra da Fé
deve ser audível para diferentes culturas.
 Contexto dos novos enfoques: a primeira perspectiva da teologia é a fé,
mas deve ser seguida por uma pluralização da matéria, ou seja, integrar
uma sociologia feminista, étnica, inter-religiosa, entre outras.
 Contexto das singularidades individuais: temos que pensar no
pluralismo a ponto de que ele atinja os teólogos em suas individualidades,
ou seja, que possam refletir e viver na mesma época, porém com gostos
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e tendências diferenciadas. Isso quer dizer que a unidade da fé e a
comunhão não impedem a existência de diferentes vocações e
preferências pessoais.

Por fim, compreendemos que o pluralismo não é só legítimo, mas


necessário e inevitável, na medida em que, se há uma fé, existem muitas
vivências sobre ela. Ou seja, há uma só fé, mas muitas teologias. Uma só
Revelação, mas diferentes formulações sobre ela.

TEMA 2 – TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO

No tema anterior, vimos que a teologia nasce em determinados contextos


sociais e históricos, levando em consideração condições políticas e econômicas.
A teologia da libertação surgiu no contexto pós 2ª Guerra Mundial. Na Europa,
as lutas operárias e as intervenções estatais que regulavam e promoviam
desenvolvimento social escondiam situações advindas do capitalismo. Os
europeus tinham acesso a segurança social, higiene e salário mínimo. Ali nasceu
o Estado do bem-estar social (Libanio; Murad, 2003, p. 162).
No entanto, nos países periféricos, o cenário era diferente, pois o
capitalismo se materializava da forma mais selvagem possível, ou seja, “tardio e
dependente”, nas palavras de Libanio e Murad (2003, p. 162). Isso fez com que
a Europa e a América do Norte se distanciassem dos países mais periféricos,
que acabaram se tornando mais dependentes.
Nesse cenário, dois sociólogos, Fernando H. Cardoso e E. Falleto,
elaboraram a teoria da dependência e libertação, em contraposição à teoria do
desenvolvimento, que estava vigente por conta do crescimento do capitalismo.
Ou seja, segundo Libanio e Murad (2003, p. 163), a Teologia da Libertação
nasceu com o intuito de dar uma resposta aos povos que eram dependentes dos
países centrais. Em outras palavras, a libertação surge como uma pretensão dos
povos oprimidos de se opor às classes opressoras; isso quer dizer que a
libertação aparece como “exigência do desdobramento de todas as dimensões
do homem. De um homem que se vai fazendo ao longo de sua existência e da
história”.
A Teologia da Libertação surgiu com os chamados movimentos de
libertação. Isso porque existiam correntes (uma popular e outra vanguardista)
que estavam em crescimento, uma com organizações populares no campo,

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movimentos de educação de base, entre outros; e nas cidades, os sindicatos,
centros de cultura popular. Assim, segundo Libanio e Murad (2003, p. 166), havia
um crescimento da politização no meio do povo, marcado inclusive pelo método
pedagógico de conscientização adotado por Paulo Freire1.
A presença da igreja teve muita importância nesse momento, tendo em
vista que em outras épocas já existiram momentos de dominação, surtos
revolucionários, e não houve o surgimento de nenhuma Teologia da Libertação,
porque faltavam sujeitos que levantassem a problemática da fé. Aconteceu na
América Latina porque a Igreja sempre esteve nos seios dos movimentos de
libertação (Libanio; Murad, 2003, p. 167).
Libanio e Murad (2003, p. 167) citam diversas razões para que houvesse
a presença da Igreja em meio a esse momento político, uma delas sendo a
sensibilidade social, que captou o momento brasileiro nas suas mais
fundamentais tensões, permitindo que houvesse uma nova teologia. A
Juventude Católica, por exemplo, comprometida com a questão da política
estudantil e nacional, levantou questões importantes para a fé, por exemplo:
Como ser cristão num mundo de transformação social profunda e
revolucionária? Com base nesses novos questionamentos, surge a teologia da
libertação.

Portanto, a confluência desses três vetores – situação de dominação,


movimentos de libertação e presença da igreja – permitiu que
surgissem novas perguntas. E a novas perguntas correspondeu nova
teologia. Recebeu o nome de teologia da libertação, porque abordava
a temática da libertação. Mereceu o nome de teologia porque versava
sobre a fé cristã. Surgiu na América Latina porque aí se encontrou uma
Igreja inserida e em reflexão dento da situação opressora trabalhada
por surtos libertários (Libanio; Murad, 2003, p. 167).

Assim, observamos que as novas teologias nascem de novas perguntas


e de novo contexto sociocultural. Para Libanio e Murad (2003, p. 172), essa nova
teologia não pode se reduzir a uma atividade intelectual individual, mas sim a
uma condição característica da comunidade eclesial.
Ou seja, a teologia da libertação vem da vivência do povo oprimido, que
toma consciência de sua situação empobrecida, e se organiza para que o projeto

1 FREIRE, P. A educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975. FREIRE, P. Educação
e atualidade brasileira, Tese (Concurso) – Cadeira de História e Filosofia da Educação na
Escola de Belas Artes de Pernambuco, Recife, 1959.
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de Deus sobre a realidade seja feito, o que se resume em vivência fraterna,
justiça e dignidade.

TEMA 3 – TEOLOGIA FEMINISTA

Existem diversos ramos e enfoques teológicos, como vimos no primeiro


tema dessa aula. Assim, não conseguiremos abranger todos, mas pontuar os
mais significativos. A teologia feminista se articula com o contexto que lhe deu
origem, assim como a teologia da libertação, que trabalhamos no tema anterior.
Essa teologia propõe uma reflexão acerca do lugar que a mulher assume na
família, na sociedade e nos movimentos feministas que estão em ascendência.

As mulheres se tornam, pela primeira vez, concretamente, sujeito da


vivência de sua própria experiência de fé, bem como da formulação da
mesma e da reflexão sobre ela, e, portanto, da teologização (...). A
teologia feminista é uma teologia crítica da libertação que não se
baseia no caráter particular da mulher como tal, mas em suas
experiências históricas de sofrimento, em sua pressão psíquica e
sexual, em sua infantilização e sua inviabilização estrutural em
consequência do sexismo nas Igrejas e na sociedade. (...) Abrange em
sua reflexão sobre a fé todos os que não têm liberdade e são
considerados objetos, mas estão conscientes de que são as mulheres
que, praticamente sempre e em toda parte estão entre os oprimidos
dos oprimidos. (C. Halkes, 1980, citado por Libanio, p. 111).

Propondo uma análise crítica, de transformação conceitual, a teologia


feminista colabora para uma tradição viva da Igreja. Se propõe como ação
desconstrutiva, de denúncia e superação do sexismo – atitudes, posturas e
ações discriminatórias contra o sexo feminino. As principais sociedades têm uma
visão androcêntrica, que coloca o homem no centro. Não se trata de um
fenômeno pontual, pois a discriminação contra a mulher tem raízes
antropológicas patriarcais, o que significa que o único ser humano ideal é o varão
– ente do sexo masculino (Libanio; Murad, 2003, p. 254).
Libanio e Murad (2003, p. 255) apontam que a teologia feminista propõe
a releitura de dados da Escritura sob uma nova ótica, para dar voz e resgatar um
feminino silenciado. Interpreta a fé cristã sob a ótica da reciprocidade, o que
implica que compreende o ser humano como unidade e diversidade homem-
mulher.
É também importante destacar que a teologia feminista não propõe uma
reflexão voltada exclusivamente às mulheres; pelo contrário, dirige-se a todos,
homens e mulheres; objetivando práticas transformadoras, com uma redefinição
acerca da relação homem-mulher, deslocando o modelo de subordinação para

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o de equivalência; o que se torna plenamente inclusivo para homens e mulheres.
Biblicamente, há uma redescoberta das figuras femininas; na dogmática, há uma
purificação da imagem de Deus e suas conotações masculinas, e um resgate de
características maternas (Libanio; Murad, 2003, p. 256).
Segundo Krob (2014, p. 3632), a teologia feminista compartilha de teorias
e reinvindicações dos movimentos feministas, para que haja uma transformação
da opressão e da dor em libertação e integridade humana, para as mulheres e
consequentemente em todos seus vínculos familiares.
Ivone Gerbara (1994, p. 33) também propõe que a hermenêutica feminista
é uma nova forma para compreender Deus, e isso quer dizer que há aqui uma
proposta de repensar a tradição cristão, que sempre relacionou a imagem de
Deus como Pai. Ou seja, a figura masculina aparecendo como um Ser Supremo.
A análise sob a ótica da teologia feminista diz que esse tipo de configuração
pode trazer algumas consequências para as mulheres, como a conclusão de que
os homens são naturalmente superiores a elas.
Por fim, LIbanio e Murad (2003, p. 258) concluem que, ainda que a
primeira impressão sobre a teologia feminista seja um corpo estranho, aos
poucos o modo feminino de fazer teologia vai encontrando seu lugar.

TEMA 4 – TEOLOGIA ÉTNICA – NEGRA E AMERÍNDIA

Outro enfoque que está em evidência, segundo Libanio e Murad (2003, p.


259), tem raízes práticas e teóricas no etnocentrismo – que é utilizado aqui ao
invés de racismo, porque a raça humana é uma, mesmo que se materialize em
diferentes etnias; esse viés é responsável pela discriminação de povos inteiros
em todo o planeta.
As aspirações do movimento de negritude buscaram articular reflexões
teológicas alternativas, para que fossem desenvolvidas interpretações da
mensagem cristã em termos africanos. A teologia negra surgiu na década de 70,
no cenário do Apartheid, com foco principal na demonstração de que Deus
consentia com a existência negra, como forma legítima de existência humana
(Libanio; Murad, 2003, p. 259).
A teologia negra passou um longo processo, marcado inicialmente pelas
lutas de libertação escravocrata. Ou seja, nasce como teologia libertadora, tendo
em vista todo histórico concreto de opressão do povo negro, como por exemplo:
redução à condição subumana de escravo, criação de quilombos e um racismo
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efetivo que mantém mecanismos discriminatórios. Sendo assim, fica claro que a
luta dos negros inclui elementos de muitas esferas, políticas, econômicas,
sociais e religiosas. Isso porque o racismo deixou que suas raízes penetrassem
no corpo social (Libanio; Murad, 2003, p. 260).
Segundo Libanio e Murad (2003, p. 261), a teologia negra não parte
somente do ponto na perspectiva étnica, mas inclui também as dimensões
cultural e religiosa; assim, a tarefa é árdua. Nos dias de hoje, ela apresenta
exigências importantes, como resgate da memória pela reconstrução da história
negada, participação do povo negro, fé no Deus libertador, e preferência pelos
mais empobrecidos.
Semelhantemente à teologia negra, existem as populações indígenas,
que aos poucos estão elaborando uma teologia ameríndia. Esses povos
constituem uma teologia própria, na medida em que querem dar razão de sua fé
e de sua esperança, e assim podem se tornar um instrumento importante nas
mãos dos próprios povos indígenas, uma vez que ficam fortalecidas suas
identidades, em defesa de suas causas (Libanio; Murad, 2003, p. 264).
No contexto brasileiro, de maioria negra e mestiça, vemos reduzido o
número de índios, tendo em vista o extermínio da colonização que sofreram.
Sendo assim, a teologia negra tem muito mais incidência do que a ameríndia.
Porém, de qualquer modo, a reflexão latino-americana não deve deixar de lado
a interpretação desses grupos étnico-culturais – até porque, por mais que haja
um enfoque teológico distinto, elas se inserem na teologia da cultura (Libanio;
Murad, 2003. p. 264).

TEMA 5 – TEOLOGIA DAS RELIGIÕES

A teologia das religiões é um desafio levantado por meio de manifestações


religiosas atuais. Sua problemática se encontra na compreensão a respeito da
natureza e da função do cristianismo. Isso quer dizer que a teologia das religiões
objetiva trazer uma nova interpretação para as áreas do saber, com base na fé.
Uma questão importante levantada nessa temática é o valor de revelação
e de salvação das religiões não-cristãs, ou seja, até que ponto elas
representariam o Deus vivo e verdadeiro, e em que medida poderiam oferecer
acolhimento e graça divina, de libertação e condução à comunhão com Deus
(Libanio; Murad, 2003, p. 271).

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Segundo Libanio e Murad (2003, p. 271), existem respostas equilibradas
para essas questões: as posições exclusivistas e pluralistas-relativistas. No
primeiro caso, há consideração apenas do cristianismo como religião verdadeira,
ou seja, as outras religiões manifestam mentira e servem à idolatria. No segundo
caso, aceita-se outras religiões como igualmente verdadeiras, pois também
seriam portadoras da graça, de modo que o cristianismo seria apenas
privilegiado quando recebe a revelação do único Deus. São dois extremos.
Há também uma posição que foge desses extremos, que é a inclusivista,
que sustenta que todas as religiões participam, de certa forma, de uma verdade
única de religião. Ou seja, o evangelho seria o filtro para verificar a que está
submetida, inclusive, a religião cristã. Outro critério seria o humanista
suprarreligioso, que tem um valor mais prático, com desvio da questão teológica
propriamente dita, considerando verdadeira a religião que é boa na medida em
que sirva para toda a humanidade, fomentando sensibilidade e valores humanos
(Libanio; Murad, p. 271).
Libanio e Murad (2003, pg. 272) acreditam que existe progresso sobre a
compreensão da revelação, até porque em Jesus Cristo foi concedida a plenitude
da verdade. Porém, não dispomos totalmente dela, por conta da nossa
humanidade pecaminosa. O cristianismo se materializa na pessoa de Jesus
Cristo, e tem muito a aprender com as outras religiões, no contato cordial e
respeitoso; o que não quer dizer que é preciso deixar de lado a autoconsciência
sobre a comunicação com Deus.

NA PRÁTICA

É necessário estabelecer diálogos eficazes com o mundo, pois uma


teologia coerente evita uma tendência de “camaleão”, pois assume uma nova
roupagem cada vez que surge um novo discurso ou uma nova forma de pensar,
na tentativa de se revestir como cristã. A identidade cristã deve ser preservada,
mesmo com os novos enfoques que surgem, não podemos trair a qualidade do
Evangelho. Devemos nos debruçar sobre os enfoques teológicos, de modo a
recriar a experiência da fé cristã; porém, não há como se fazer isso sem riscos.
Por essa razão, devemos reconhecer nossos limites em busca das verdades,
sempre com humildade para reconhecê-los.

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FINALIZANDO

Durante esta aula, apresentamos alguns enfoques teológicos da


atualidade, buscando uma universalidade da teologia no respeito, na
convergência e no diálogo entre as diferentes teologias, nunca no domínio de
uma sobre a outra. Dessa forma, precisamos compreender que as práticas
eclesiais e sociais correspondem a enfoques teológicos diferentes. Também não
podemos confundir o pluralismo teológico com o pluralismo do mundo moderno;
embora o primeiro seja influenciado pelo segundo, o pluralismo da sociedade se
mostra como fruto de uma crise de valores, ao passo que a pluralidade da
teologia se baseia na encarnação do Verbo, no mistério de Deus, que não pode
ser abarcado por formulações humanas.

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REFERÊNCIAS

BOFF, C. Teoria do método teológico. Petrópolis, RJ: Vozes, 1998.

GEBARA, I. Teologia em ritmo de Mulher. São Paulo: Paulinas, 1994. Coleção


mulher: tema atual.

KROB, D. B. Teologia feminista latino-americana, teologia feminista negra e


teologia ecofeminista: partes de um todo. Revista 18º Redor, Pernambuco,
Recife – PE, 2014.

LIBANIO, J. B.; MURAD, A. Introdução à teologia: perfil, enfoques, tarefas. São


Paulo: Edições Loyola, 2003

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