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Texto para Avaliacao - Introducao A Teologia - Aula6
Texto para Avaliacao - Introducao A Teologia - Aula6
AULA 6
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criação do mundo e do ser humano em coexistência; ou quando pensamos num
Evangelho “quadriforme”, que se apresenta em quatro versões distintas.
Ainda, Boff (1998, p. 496) aduz que nem todas as teologias dentro da
Bíblia são harmônicas entre si, e é por essa razão que existem “problemas”
quando falamos de uma “teologia bíblica”. Claro, o que deve unir os contextos é
história da salvação, cujo eixo é a fé em Cristo.
Isso significa que o caráter do pluralismo bíblico é contrastante; ou seja,
não existem apenas diferenças teológicas complementares, mas diversidades
que muitas vezes são difíceis de harmonizar. A harmonia que persiste é, de certa
forma, secreta. Isso porque ela advém do Plano da Salvação em Jesus Cristo.
Assim, a harmonia mais bela é invisível (Boff, 1998, p. 496).
O segundo motivo elencado por Boff (1998, p. 496), e que precisamos
compreender, é a razão que vêm da teologia, pois existem contextos de
produção, isto é, qualquer teologia é contextual, sendo marcada por um lugar
espaçotemporal. Ou seja, estamos fazendo teologia com base em uma
perspectiva humana, e, sendo assim, falamos sempre tomando como base
certos lugares, que podem ser diferenciados:
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movimentos de educação de base, entre outros; e nas cidades, os sindicatos,
centros de cultura popular. Assim, segundo Libanio e Murad (2003, p. 166), havia
um crescimento da politização no meio do povo, marcado inclusive pelo método
pedagógico de conscientização adotado por Paulo Freire1.
A presença da igreja teve muita importância nesse momento, tendo em
vista que em outras épocas já existiram momentos de dominação, surtos
revolucionários, e não houve o surgimento de nenhuma Teologia da Libertação,
porque faltavam sujeitos que levantassem a problemática da fé. Aconteceu na
América Latina porque a Igreja sempre esteve nos seios dos movimentos de
libertação (Libanio; Murad, 2003, p. 167).
Libanio e Murad (2003, p. 167) citam diversas razões para que houvesse
a presença da Igreja em meio a esse momento político, uma delas sendo a
sensibilidade social, que captou o momento brasileiro nas suas mais
fundamentais tensões, permitindo que houvesse uma nova teologia. A
Juventude Católica, por exemplo, comprometida com a questão da política
estudantil e nacional, levantou questões importantes para a fé, por exemplo:
Como ser cristão num mundo de transformação social profunda e
revolucionária? Com base nesses novos questionamentos, surge a teologia da
libertação.
1 FREIRE, P. A educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
FREIRE, P. Pedagogia do Oprimido, Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1975. FREIRE, P. Educação
e atualidade brasileira, Tese (Concurso) – Cadeira de História e Filosofia da Educação na
Escola de Belas Artes de Pernambuco, Recife, 1959.
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de Deus sobre a realidade seja feito, o que se resume em vivência fraterna,
justiça e dignidade.
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o de equivalência; o que se torna plenamente inclusivo para homens e mulheres.
Biblicamente, há uma redescoberta das figuras femininas; na dogmática, há uma
purificação da imagem de Deus e suas conotações masculinas, e um resgate de
características maternas (Libanio; Murad, 2003, p. 256).
Segundo Krob (2014, p. 3632), a teologia feminista compartilha de teorias
e reinvindicações dos movimentos feministas, para que haja uma transformação
da opressão e da dor em libertação e integridade humana, para as mulheres e
consequentemente em todos seus vínculos familiares.
Ivone Gerbara (1994, p. 33) também propõe que a hermenêutica feminista
é uma nova forma para compreender Deus, e isso quer dizer que há aqui uma
proposta de repensar a tradição cristão, que sempre relacionou a imagem de
Deus como Pai. Ou seja, a figura masculina aparecendo como um Ser Supremo.
A análise sob a ótica da teologia feminista diz que esse tipo de configuração
pode trazer algumas consequências para as mulheres, como a conclusão de que
os homens são naturalmente superiores a elas.
Por fim, LIbanio e Murad (2003, p. 258) concluem que, ainda que a
primeira impressão sobre a teologia feminista seja um corpo estranho, aos
poucos o modo feminino de fazer teologia vai encontrando seu lugar.
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Segundo Libanio e Murad (2003, p. 271), existem respostas equilibradas
para essas questões: as posições exclusivistas e pluralistas-relativistas. No
primeiro caso, há consideração apenas do cristianismo como religião verdadeira,
ou seja, as outras religiões manifestam mentira e servem à idolatria. No segundo
caso, aceita-se outras religiões como igualmente verdadeiras, pois também
seriam portadoras da graça, de modo que o cristianismo seria apenas
privilegiado quando recebe a revelação do único Deus. São dois extremos.
Há também uma posição que foge desses extremos, que é a inclusivista,
que sustenta que todas as religiões participam, de certa forma, de uma verdade
única de religião. Ou seja, o evangelho seria o filtro para verificar a que está
submetida, inclusive, a religião cristã. Outro critério seria o humanista
suprarreligioso, que tem um valor mais prático, com desvio da questão teológica
propriamente dita, considerando verdadeira a religião que é boa na medida em
que sirva para toda a humanidade, fomentando sensibilidade e valores humanos
(Libanio; Murad, p. 271).
Libanio e Murad (2003, pg. 272) acreditam que existe progresso sobre a
compreensão da revelação, até porque em Jesus Cristo foi concedida a plenitude
da verdade. Porém, não dispomos totalmente dela, por conta da nossa
humanidade pecaminosa. O cristianismo se materializa na pessoa de Jesus
Cristo, e tem muito a aprender com as outras religiões, no contato cordial e
respeitoso; o que não quer dizer que é preciso deixar de lado a autoconsciência
sobre a comunicação com Deus.
NA PRÁTICA
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FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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