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AULA 3
TEMA 1 – A FÉ E A RAZÃO
1 Westhpal (2010, p. 80) aduz que existem várias premissas para desenvolver o método
teológico, assim como postura ateia, postura anti-intelectual, de afirmação ou suspeita das
Escrituras, concepção liberal de Jesus Cristo, entre outras.
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verdade só admite duas formas: a demonstrativa, que trabalha com argumentos
necessários e opera na matemática; e a científica, hoje entendida como ciência
empírico-formal.
No entanto, é preciso ampliar a ideia de razão, tendo em vista que ela não
é apenas formal ou empírico-formal. Há também a razão discursiva, que se
explica através de argumentos, raciocínios, entre outros; podemos chamá-la de
razão crítica, que encontra sentido e razão nas coisas. Um importante patamar
da razão seria a intuitiva, que diz respeito ao pensamento, à consciência (Boff,
1998, p. 63).
Há também a razão hermenêutica, que é utilizada nas ciências humanas;
e as razões mais simples, que são utilizadas no cotidiano e que vinculam nossos
atos, ou seja, uma razão do bom senso. E é nessa linha que se dá o uso da
razão em teologia: são razões de conveniência. Assim, destacamos a
importância de alargar o significado de razão para além do racionalismo (Boff,
1998, p. 63).
A fé feita razão, ou melhor, feita razões, é precisamente o que
entendemos por teologia. Quando falamos em inteligência e razão, há uma
importante distinção, e o mesmo ocorre com fé e teologia, fé e razão, ou então,
a inteligência da fé e a razão da teologia. Essa distinção vem para unir, tendo
em vista que estamos falando de momentos diferentes para o mesmo processo
(Boff, 1998, p. 72).
A relação entre fé e razão deve ser entendida de maneira que a fé venha
como uma iluminação da razão; ou seja, a fé está além da razão, ainda que
exista articulação entre elas. Por outro lado, a razão deve ser compreendida
como discurso da fé.
Nesse cenário, devemos entender que a tese fundamental da relação fé-
razão é que a razão está a serviço da fé. Isso porque, de certa forma, a fé
representa a razão divina e não pode, de maneira alguma, ser submetida à razão
humana. Assim, a razão serve a fé a partir de sua autonomia (Boff, 1998, p. 73).
Por último, poderíamos nos perguntar se a fé é ou não racional. Ora, a fé
transcende a racionalidade, isso porque está além da razão humana. No entanto,
a razão pode dar à fé uma base racional e argumentativa, o que é importante e
torna a fé possuidora de uma racionalidade eminente. Sendo assim, a fé não se
submete e nem se reduz à razão; pelo contrário, supera-a e a integra. Ela pode
abraçá-la e ao mesmo tempo ultrapassá-la.
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TEMA 2 – A FÉ-PALAVRA
Boff (1998, p. 110) aduz que a fé-palavra é um princípio formal que traz
especificações para a teologia, nos permitindo verificar a constatação de um
discurso como discurso teológico. Esse princípio tem como base a fé, tendo em
vista que a sabedoria humana pode confiar apenas em si mesma, mas não pode
ir contra a fé.
A fé tem muitas determinações; podemos destacar três delas: a fé-
experiência, a fé-palavra e a fé-prática. Ao longo da aula, iremos estudar cada
uma delas; no entanto, a fé-palavra é a que transmite o conteúdo essencial da
fé, que é o princípio inteligível da teologia (Boff, 1998, p. 111).
O teólogo Boff (1998, p. 111) aponta que a fé é o firme fundamento da
teologia; e necessariamente estamos falando da fé-palavra e não da doutrina. É
sobre o testemunho, tendo em vista que somente após o anúncio e confissão da
fé-palavra é que ela se torna doutrina, e depois, teologia. Dessa forma,
precisamos observar qual é o objetivo dessa fé, que, antes mesmo de ser palavra
humana, é palavra de Deus.
Sendo assim, para a teologia, a revelação é o princípio objetivo de sua
construção, e a fé é o princípio subjetivo; resultando numa fé revelada. O
princípio formal e objetivo da teologia é a Palavra de Deus, e o fazer teologia é
colocar tudo sob a ótica da Palavra. O princípio formal subjetivo da teologia é a
fé-palavra, que teologicamente é a reflexão de Deus sob a luz da fé.
Precisamos esclarecer que estamos falando do discurso de fé e não da
vivência de fé; ou seja, existe a ordem da existência e a ordem da inteligência, e
não podemos confundir as duas coisas. Por exemplo, quando estudamos
gramática, sabemos que as regras existem para se falar bem, no entanto,
quando vamos fazer uma prova, o importante não é falar bem, mas saber as
regras (Boff, 1998, p. 112).
As Escrituras são testemunhas da revelação, ou seja, fazer teologia está
totalmente ligado com confrontar as questões humanas na Bíblia, sendo a fé
revelada o marco inicial da teologia e a doutrina da fé, encontrada nas Escrituras.
Os princípios que estudamos acima têm uma base, que é a Revelação; ela deve
encontrar em nós correspondência, no sentido de que devemos acolher a
Palavra no amor, que é também uma fonte de toda palavra teológica.
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Westphal (2010, p. 90) afirma que a teologia está fundamentada no
testemunho da Palavra, tendo em vista que a revelação de Deus em Jesus está
no Antigo e Novo Testamento. Essa é a teologia autêntica, pois é na Palavra que
Deus se revela.
Por fim, devemos compreender que a fé-palavra é um princípio decisivo
apenas no campo teológico, tendo em vista que no campo da prática cristã o
mais válido é o critério da verdade, do amor autêntico. A fé-palavra deve estar a
serviço do amor; no entanto, para trazer eficácia, tal serviço precisa ser
verdadeiro (Boff, 1998, p. 124).
TEMA 3 – A FÉ-EXPERIÊNCIA
TEMA 4 – A FÉ-PRÁTICA
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Como princípio material: a prática oferece materialmente o que a fé
exerce. Ou seja, é quando a teologia trata da vida, da história, e tudo isso
sendo interpretado à luz da fé;
Como princípio temporal: a prática da fé vem antes da prática teológica;
Como princípio prático: a prática ocupa o primeiro sentido da reflexão, a
partir da realidade;
Como princípio motivacional: a prática move a reflexão teológica.
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Ou seja, é reconhecer por verdadeiro, o que faz confirmar a própria fé aos nossos
olhos.
Westphal (2010, p. 88), afirma que, para que haja compreensão humana,
temos que pensar a fé e a revelação a partir da razão. Ou seja, a fé é o ponto de
partida da teologia, mas Jesus Cristo é o conteúdo, tendo em vista que nEle
temos a autorrevelação de Deus. Ao mesmo tempo, “em Cristo está o ponto de
convergência para o falar teológico de Deus”. Isso porque, quando diferentes
temas da teologia são tratados autonomamente, são colocados como cerne da
teologia, e é aí que Cristo é deixado de lado.
Quando assuntos de ordem eclesiológica, da doutrina da igreja, são
tratados de maneira autônoma, e as preocupações são colocadas de tal forma
que se tornam centrais para si mesmas, temos a perda do centro, do ponto de
partida da teologia (Westphal, 2010, p. 89).
Dessa forma, esquecemos de que todos os temas da teologia deveriam
ser derivados da pessoa de Cristo e das reflexões que partem d’Ele. Um dos
temas que muitas vezes é tratado autonomamente pela teologia
descontextualizada é acerca dos dons do Espírito Santo, tema fundamental para
a fé e também para a vida das pessoas. Quando esse assunto é tratado de forma
autônoma, há um descolamento da pessoa do Espírito Santo como terceira
pessoa da trindade, através de Jesus Cristo.
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Ou seja, a teologia tem como fundamento Deus, que se revela em Jesus.
É através dEle que podemos nos achegar a Deus. E mais, conhecer Deus não
significa nos apropriar dEle, mas sim que O ouvimos e O conhecemos através
do centro fundamental da teologia: Jesus Cristo. E assim, quando O ouvimos,
buscamos na Palavra que foi testemunhada e que deve ser interpretada através
do Espírito Santo, que é quem nos abre os olhos acerca dos mistérios (Westphal,
2010, p. 94).
NA PRÁTICA
FINALIZANDO
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REFERÊNCIAS
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