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Transtornos Específico
de Aprendizagem
Aula 1
Ananaira Goulart
Psicóloga
Neuropsicóloga
Doutora em Ciências pela FMUSP
A nova classe - suportealyne@gmail.com - IP: 138.99.161.43

Licenciado para: Rosineia de Freitas Alves | rosifreitasalves@gmail.com | 12363229754 | Protegido por AlpaClass.com #WSHUISrOaV
Conteúdo Programático
• Aula 1 – Conceito e Informações Relevantes;

• Aula 2 – Dislexia;
• Aula 3 – Disortografia e Discalculia;
• Aula 4 – Avaliação e Tratamento;
• Aula 5 – Dúvidas.

O que é o Transtorno Específico de
Aprendizagem?
• São dificuldades persistentes para aprender habilidades
acadêmicas fundamentais.
• É um transtorno do neurodesenvolvimento com origem
biológica que se expressa a partir de comportamentos.
• Habilidades acadêmicas fundamentais: leitura exata e
fluente de palavras isoladas, compreensão de leitura,
expressão escrita e ortográfica, cálculos aritméticos e
raciocínio matemático.
• São habilidades que precisam ser aprendidas e ensinadas
de forma explícita.

O que é o Transtorno de
Aprendizagem?
• Atualmente é classificado como Transtorno
Específico de Aprendizagem, pois é uma dificuldade
específica nas habilidades acadêmicas fundamentais.
• Uma criança pode ter dificuldades de aprendizagem
nas demais modalidades ou matérias, o que pode,
ou não, ter como base o Transtorno Específico de
Aprendizagem.
• A prevalência deste transtorno é de 5 a 15% em
crianças em idade escolar e de 4% em adultos.

Aprendizagem?
• Prematuridade, muito baixo peso ao nascer e
exposição a nicotina são fatores ambientais que
podem resultar no aparecimento do transtorno.
• Possui também um fator genético, sendo que a
prevalência do transtorno é maior em famílias que já
possuem histórico da presença do Transtorno
Específico de Aprendizagem.
• O aparecimento é maior em meninos, sendo que a
proporção varia de 2:1 à 3:1.

Aprendizagem?
• A negligência em relação a presença do transtorno
pode resultar e maior índice de evasão escolar, baixo
desempenho, baixa estima, ideação suicida,
dificuldade em se colocar na vida adulta,
subempregos e baixa renda.
• Este é um tipo de diagnóstico que precisa excluir
outras dificuldades anteriores, como TDAH, déficit
intelectual, transtornos depressivos/ansiosos e
TEA.

Aprendizagem?

Transtorno x Dificuldades
• São conceitos diferentes e é necessário ter claro para

não classificar as dificuldades como transtorno.
• A dificuldade é quando se demora mais tempo, ou se
necessita de outras técnicas para a aquisição de um
conceito, desde que esse tempo não seja maior de 6
meses, mesmo com estratégias diferenciadas. Neste
caso a criança é capaz de acompanhar o nível de
desenvolvimento para sua idade, apenas com um
atraso.

Transtorno x Dificuldades
• Quando falamos de transtorno é algo biológico, que

não depende da vontade ou esforço do indivíduo, é
uma dificuldades persistente, que causa prejuízos
maiores que um atraso e faz com que a criança fique
aquém do nível esperado para sua idade, mesmo com
o uso de estratégias diferentes.
• Aqui é necessário a intervenção de profissionais além
dos professores, como psicopedagogos, psicólogos,
fonoaudiólogos e as vezes neuropediatras.

Como identificar?
• Para identificar a presença de um Transtorno

Específico de Aprendizagem vamos nos basear nos
critérios diagnósticos do DSM V (Manual de
Diagnósticos e Estatístico de Transtornos Mentais -
5ª edição).
• Este transtorno só pode ser identificado após o início
da educação formal.
• Ele aborda 4 critérios que devem ser observados no
comportamento.

Como identificar?
• São eles:
1. Dificuldades na aprendizagem e no uso de
habilidades acadêmicas com persistência de pelo menos
6 meses apesar de estimulação;
2. As habilidades estão abaixo do nível esperado para a
idade e desenvolvimento de maneira que cause prejuízo
significativo no desempenho acadêmico ou profissional,
confirmado a partir de avaliação quantitativa;

Como identificar?
3. As dificuldades iniciam-se em período escolar ou

quando há um aumento do nível de exigência;
4. As dificuldades não podem ser explicadas por
deficiências intelectuais, acuidade visual ou auditiva não
corrigida, outros transtornos mentais ou neurológicos,
falta de proficiência na língua ou instrução educacional
inadequada.

Como identificar?
• Um diagnóstico de Transtorno Específico de Aprendizagem
pode também ser dado á um adolescente ou adulto.
• Neste caso a investigação do histórico escolar é fundamental,
mas os critérios são os mesmos mencionados anteriormente.
• Para adultos o prejuízo aparece na parte laboral, seja com
dificuldades para se inserir no mercado de trabalho ou para se
manter em um emprego, ou até mesmo na auto-estima da
pessoa.
• Também é comum que uma característica seja a evitação de
atividades que exijam habilidades acadêmicas.

Como identificar?
• Para o diagnóstico não se pode utilizar uma fonte única de
informação, é necessário observação clinica, testes,
histórico escolar, relatórios escolares e relato dos pais e
cuidadores, além do discurso do próprio sujeito sobre suas
dificuldades.
• Um diagnóstico certo pode fazer diferença para a vida
toda de uma criança.
• O Transtorno Específico de Aprendizagem é uma
dificuldade real, trabalhar a conscientização dos pais e
cuidadores para isso é fundamental.

Quem pode atuar?
• Os profissionais envolvidos com o trabalho para este

tipo de transtornos serão os professores, pedagogos,
psicopedagogos, psicólogos e neuropsicólogos. Os
terapeutas ocupacionais também podem atuar aqui,
visando o desenvolvimento da parte motora para os
casos de disortografia.
• Atividades extras como reforço escolar e kumon,
também trazem resultados significativos.

Quem pode atuar?
• Para realizar um disgnóstico você pode ser um

psicopedagogo, psicólogo ou neuropsicólogo.
• Para realizar o tratamento você pode ser um
professor, pedagogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo,
psicólogo, terapeuta ocupacional e neuropsicólogo.
• É importante ter claro que o trabalho alinhado com
outros profissionais será muito importante para o
desenvolvimento da criança e que também o trabalho
juntamente com os pais será muito significativo.

Dúvidas?
Amanhã falaremos sobre a dislexia.
Obrigada!

de Aprendizagem
Aula 2
Ananaira Goulart
Psicóloga
Neuropsicóloga

Dislexia
Aula 2
Ananaira Goulart
Psicóloga
Neuropsicóloga

Transtorno Específico de
Aprendizagem

O que é a Dislexia?
• É uma parte do Transtorno Específico de

Aprendizagem relacionado com dificuldades na
aquisição da leitura.
• Espera-se que o processo de alfabetização de uma
criança a ensine a ler de maneira correta e fluente,
possibilitando a compreensão inicialmente de letras,
depois palavras, frases e textos, que vão de baixa para
alta complexidade de acordo com o desenrolar da
idade e do ensino formal.

O que é a Dislexia?
• Cada criança tem seu tempo e ritmo para a aquisição

do processo de aprendizagem da leitura e esse
processo está relacionado com aquisições anteriores
do desenvolvimento, são elas a função
visuoconstrutiva e visuoperceptiva e o
processamento das informações.
• A compreensão do funcionamento neuropsicológico
facilita a compreensão deste tipo de transtorno.

Lobo Frontal
• Responsável pelo planejamento das ações e

movimento.
• Abriga muitas características de personalidade.
• Área de Broca: responsável pela parte mecânica da
fala.
• Funções Neuropsicológicas: atenção e funções
executivas.

Lobo Parietal
• Possui 2 subdivisões, anterior e posterior.

• A anterior é responsável pela recepção das sensações,
é a parte somatossensorial.
• A posterior processa as informações recebidas pela
parte anterior e nos ajuda na localização
tempo/espaço a partir das sensações.

Lobo Temporal
• Responsável pelo gerenciamento da memória;

• Abriga a área de Wernicke, responsável pela
compreensão da linguagem;
• Funções neuropsicológica: memória e linguagem.

Lobo Occipital
• Responsável pelo processamento visual.

• Funções Neuropsicológicas: visuoconstrução e
visuopercepção.

Dislexia
• No caso da dislexia vamos nos atentar nas funções envolvidas
com o lobo occipital e frontal.
• O lobo occipital é a sede do funcionamento das funções
visuoespaciais, ou seja, ele é o centro de percepção espacial, que
é de extrema relevância para a aquisição da leitura.
• Uma criança que não possui um bom desenvolvimento das
funções de visupercepção e visuoconstrução, pode vir a
desenvolver uma maior dificuldade para aquisição da leitura ou
até mesmo o desenvolvimento do Transtorno Específico de
Aprendizagem com comprometimento na leitura – Dislexia.

Dislexia
• Por esse motivo, nas idades pré-escolares é tão

importante o brincar, o lúdico, a utilização de legos,
formas de encaixe, estimulação com cores e formas e
brincadeiras ao ar livre que promovam o
desenvolvimento do senso de espaço e de formas.
• Essas atividades irão estimular o lobo occipital e
preparar a criança para o aprendizado da leitura, que
envolve formas, inicialmente isoladas (letras) e depois
associadas (palavras e frases).

Dislexia
• O outro lobo envolvido nesta condição é o lobo frontal,

sede da atenção e das funções executivas.
• Estas são duas funções também essenciais para o
desenvolvimento e aquisição da leitura, pois a atenção é a
porta de entrada de todas as informações no cérebro e
dentro das funções executivas está o processamento das
informações, que vai proporcionar o movimento ocular
da leitura e a velocidade para que a criança evolua da
leitura silabada para a leitura corrida.

Dislexia
• Na idade pré-escolar, atividades como ouvir histórias,

seguir comandos auditivos, buscar objetos
determinados entre outros e qualquer tarefa que
envolva sequências é fundamental para o melhor
desenvolvimento destas funções e facilitar a aquisição
da leitura.

Dislexia
• Portanto, alguns sinais que podem ser identificados em idade
pré-escolar são:
• Atraso na aquisição da linguagem;
• Dificuldade na memorização e reconhecimento das letras;
• Palavras pronunciadas incorretamente;
• Dificuldade de nomeação de objetos;
• Dificuldade na compreensão de rimas;
• Lentidão no aprendizado;
• Dificuldades na percepção visual e construção de formas.

Dislexia
• Para que seja possível um diagnóstico de Dislexia

temos que compreender que a pessoa, seja ela criança
ou adulto, precisa apresentar características
condizentes com os critérios diagnósticos para
Transtorno Específico de Aprendizagem com
comprometimento na leitura, de acordo com o DSM
V.
• Os critérios amplos nós já vimos na aula anterior, que
são 4.

Dislexia
• Dificuldades persistentes de aprendizado das

habilidades específicas mesmo com estimulação;
• Não acompanha os níveis esperados para a idade;
• Início das dificuldades ainda na fase do
desenvolvimento;
• As dificuldades não são explicadas por outro
transtorno.

Dislexia
• Se os 4 itens abaixo aparecem e a maior dificuldade

da criança é na leitura ainda temos que identificar se a
dificuldade é:
• Na precisão da leitura das palavras;
• Na velocidade ou fluência da leitura;
• Na compreensão da leitura.

Dislexia
• Exemplo – Dificuldade na precisão da leitura das

palavras;
“EU ADORO IR A PRAIA”

Dislexia
• Exemplo – Dificuldade na velocidade ou fluência da

leitura;

Dislexia
• Exemplo – Dificuldade na compreensão da leitura;

Dislexia
• O que devemos perceber então para identificar que uma

criança tem o transtorno com comprometimento na
leitura?
• Ela está atrasada em relação ao esperado para a idade?
• Qual o contexto familiar e escolar dessa criança? Ela tem a
estimulação adequada para o aprendizado?
• Já fez algum tipo de tratamento ou estimulação?
• Ela possui algum outro transtorno?

Dislexia
• Ela consegue memorizar as letras e palavras ou parece que
todo dia o trabalho precisa ser recomeçado?
• Ela consegue unir as letras formando palavras, ou palavras
formando frases?
• Ela tenta adivinhar a palavra aos invés de ler?
• Mesmo com estimulação ela não consegue ler de forma
fluente?
• Ela lê de forma fluente, mas não compreende o que lê?
• Tem dificuldade na aquisição de outros idiomas?

Dislexia
• Outras características importantes são:

• Se tem dificuldades de noção espacial de maneira geral,
mesmo para reprodução de desenhos ou figuras
geométricas (visuoconstrução e visuopercepção).
• É lento para a aquisição dos conhecimentos de maneira
geral (velocidade do processamento).
• Apresenta dificuldades na automatização da leitura
(memória).

Dúvidas?
Amanhã falaremos sobre a discalculia e a disortografia.
Obrigada!

de Aprendizagem
Aula 3
Ananaira Goulart
Psicóloga
Neuropsicóloga

Discalculia e
Disortografia
Aula 3
Ananaira Goulart
Psicóloga
Neuropsicóloga

Aprendizagem

O que é a Discalculia?
• É uma parte do Transtorno Específico de Aprendizagem

relacionado com dificuldades na matemática.
• Espera-se que o processo de alfabetização de uma criança
a ensine a utilizar os números de maneira que ela seja
capaz de associar quantidades e números e posteriormente
ser capaz de fazer operações matemáticas com esses
números, que vão de baixa para alta complexidade de
acordo com o desenrolar da idade e do ensino formal.

O que é a Discalculia?
• Cada criança tem seu tempo e ritmo para a aquisição

do processo de aprendizagem da matemática e esse
processo está relacionado com aquisições anteriores
do desenvolvimento, são elas a função
visuoconstrutiva e visuoperceptiva, o processamento
das informações, a atenção e a memória operacional.
• A compreensão do funcionamento neuropsicológico
facilita a compreensão deste tipo de transtorno.

Discalculia
• No caso da discalculia vamos nos atentar nas funções

envolvidas com o lobo frontal e temporal.
• O lobo frontal é a sede das funções executivas e da
atenção.
• A atenção é a porta de entrada para todas as
informações no nosso cérebro e possui 3 subdivisões
que são importantes para a compreensão e execução
das operações matemáticas.

Discalculia
• Atenção sustentada: é a concentração, capacidade de

sustentar o foco atencional por um determinado
tempo em um determinado estímulo.
• Atenção alternada: é a capacidade de alternar o foco
atencional de um estímulo para o outro, sendo capaz
de voltar ao estímulo principal.
• Atenção dividida: é a capacidade de dividir a atenção
em 2 ou mais estímulos simultaneamente.

Discalculia
• Dificuldades no processo atencional resultará em

dificuldades na função mais utilizada nas operações
matemáticas que é a memória operacional.
• Esta função é a capacidade de manipular números de
forma concreta e depois mental (de acordo com a
idade). Envolve atenção, memória e solução de
problemas e sem o bom funcionamento dela a
aquisição do raciocínio matemático fica prejudicada.

Discalculia
• Como vimos aqui o lobo temporal, que é a sede da

memória, também será fundamental para a compreensão
da matemática, pois é necessário memorizar os novos
conceitos numéricos (assim como as letras, sons e
palavras) e ser capaz de armazená-las na memória de curto
prazo para o funcionamento da memória operacional.
• Por isso as estimulações em idade pré-escolar destas
funções são importantes para as aquisições posteriores.

Discalculia
• Jogos da memória, memorização de músicas e

estórias, evocar os acontecimentos do fim de semana
são exemplos de tarefas para a estimulação da
memória dos pequenos.
• Brincadeiras de vivo ou morto, comandos auditivos,
seu mestre mandou, músicas com comandos, são
tarefas para estimular a atenção e o processamento da
informação.

Como perceber a Discalculia?
• Essa parte específica do transtorno pode ser a mais
demorada para se perceber no desenvolvimento infantil,
pois a criança pode dar conta do aprendizado dos
primeiros níveis de dificuldade da matemática, como
compreender os números e associá-los a quantidades e até
fazer operações matemáticas simples, e a dificuldade pode
aparecer conforme a complexidade da matemática
aumentar.
• A questão social de “matemática ser difícil” também é um
ponto que prejudica o olhar claro sobre essa dificuldade
específica.

Como perceber a Discalculia?
Pontos que podemos observar nas crianças com discalculia:
• Dificuldade em memorizar os números;
• Dificuldade em associar números a quantidades;
• Dificuldade na compreensão de operações matemáticas;
• Dificuldade em operacionalizar os conceitos matemáticos, exemplo,
decorar a tabuada;
• Dificuldade em transformar um problema em solução matemática;
• Confusão com os símbolos matemáticos;
• Parece não aprender, é como se sempre tivesse que retomar os
aprendizados mais simples para executar uma tarefa.

O que é a Disortografia?
• É uma parte do Transtorno Específico de Aprendizagem

relacionado com dificuldades na expressão escrita.
• É uma dificuldade na estruturação, organização e
produção de textos escritos.
• Espera-se que o processo de alfabetização de uma criança
a ensine a utilizar a escrita como forma de comunicação
de maneira que o outro compreenda tal comunicação,
partindo da expressão simples para mais complexa, de
acordo com o desenrolar da idade e do ensino formal.

O que é a Disortografia?
• Aqui teremos o envolvimento de todos os lobos cerebrais,

o frontal é o primordial, pois envolve a parte motora e
atenção, porém também precisamos das funções de
visuoconstrução e visuopercepção (lobo occipital),
memória (temporal) e da parte sensorial (lobo parietal).
• Portanto todas as tarefas pré-escolares mencionadas até
aqui são válidas para o desenvolvimento dessas funções,
somadas a qualquer tarefa que desenvolva a parte motora
e sensorial. Por exemplo, correr, pular, dançar, exercícios
de coordenação grossa e fina e trabalho com texturas.

Como perceber a Disortografia?
Pontos que podemos observar nas crianças com disortografia:
• Vocabulário pobre;
• Pouca habilidade gráfica já em desenhos;
• Dificuldade na coordenação motora, principalmente fina;
• Compreende as letras e sons, porém a grafia é imprecisa;
• Ao ter aquisição da escrita tem muitos erros ortográficos;
• Confusão com as letras e fonemas;
• Trocas recorrentes e persistência nos mesmos erros;
• Falta de clareza na expressão escrita.

Diagnóstico de
Discalculia/Disortografia
• Para que seja possível um diagnóstico de
Discalculia/Disortografia temos que compreender
que a pessoa, seja ela criança ou adulto, precisa
apresentar características condizentes com os
critérios diagnósticos para Transtorno Específico de
Aprendizagem com comprometimento na leitura, de
acordo com o DSM V.
• Os critérios amplos nós já vimos na aula anterior, que
são 4.

Diagnóstico de
Discalculia/Disortografia
• Dificuldades persistentes de aprendizado das
habilidades específicas mesmo com estimulação;
• Não acompanha os níveis esperados para a idade;
• Início das dificuldades ainda na fase do
desenvolvimento;
• As dificuldades não são explicadas por outro
transtorno.

Diagnóstico de Discalculia
• Para a Discalculia, temos que preencher os 4 itens

anteriores e a maior dificuldade da criança ser na
matemáticas, e ainda, temos que identificar se a
dificuldade é:
• No senso numérico;
• Na memorização de fatos aritméticos;
• Na precisão ou fluência de cálculo;
• Na precisão do raciocínio matemático.

Exemplo da dificuldade no senso numérico:
=5
Exemplo da dificuldade na memorização de fatos

aritméticos:
4 x 6 = 24

Exemplo da dificuldade na precisão ou fluência de
cálculo:
4 x 6 = 20
Exemplo na precisão do raciocínio matemático:

José foi a feira e comprou 4 bananas e 5 maçãs, quantas
frutas ele comprou?
4+5=9

Diagnóstico de Disortografia
• Para a Disortografia, temos que preencher os 4 itens

anteriores e a maior dificuldade da criança ser na
expressão escrita, e ainda, temos que identificar se a
dificuldade é:
• Na precisão da ortografia;
• Na precisão da gramática e da pontuação;
• Na clareza ou organização expressão escrita.

Diagnóstico de Disortografia
Exemplo da dificuldade na precisão da ortografia:
Exemplo da dificuldade na precisão da gramática e da

pontuação:
A vaca corta aviado
Exemplo da dificuldade na clareza ou organização
expressão escrita:
Quando criança era gostava brincar

Aprendizagem
• Uma criança com Transtorno Específico de
Aprendizagem não precisa ter os 3 comprometimentos ao
mesmo tempo.
• Isso pode acontecer, mas também pode ser que ela tenha
comprometimento na leitura, mas não tenha com
números ou com a ortografia. Assim como ela pode não
ter dislexia, mas ter comprometimento com os números.
• Uma criança com dislexia/discalculia/disortografia não é
igual a outra, temos uma base de características que
facilitam a identificação, mas não é possível fechar
padrões rígidos, pois cada um tem suas peculiaridades.

Aprendizagem
• O Transtorno Específico de Aprendizagem é uma
condição neurológica, portanto ela não depende apenas da
estimulação correta e da vontade do aluno/paciente.
• Por isso, com o tratamento, os sintomas do transtorno
irão melhorar significativamente, permitindo que o
processo de aprendizagem das habilidades específicas
aconteça, porém a pessoa sempre terá o transtorno, mas
irá aprender a lidar e achar outras estratégias para superar
as dificuldades que este impõe.

Aprendizagem
• Por esse motivo, a identificação e tratamento são tão
importantes ainda na idade escolar, pois buscar essas
estratégias logo cedo fará toda diferença para uma criança
e a permitirá ter as mesmas possibilidades na vida que
uma pessoa sem o transtorno.
• É nossa responsabilidade como profissionais participar
deste processo de ampliar as possibilidade de uma pessoa
com este ou qualquer outro tipo de transtorno que esteja
na nossa alçada de conhecimento.

Dúvidas?
Amanhã falaremos sobre a avaliação e o tratamento

para o Transtorno Específico de Aprendizagem.
Obrigada!

de Aprendizagem
Aula 4
Ananaira Goulart
Psicóloga
Neuropsicóloga

Avaliação e Tratamento
Aula 4
Ananaira Goulart
Psicóloga
Neuropsicóloga

Avaliação do Transtorno Específico
de Aprendizagem
• A avaliação deste transtorno deve ser baseada nos
critérios diagnósticos do DSM V como já vimos
anteriormente.
• Os profissionais habilitados para fazer a avaliação são
o psicopedagogo, o psicólogo e o neuropsicólogo.
• Na maioria das vezes este paciente virá encaminhado
pela escola, em várias idades diferentes, e pode
também vir já em idade adulta.

de Aprendizagem
• Para cada idade o profissional deverá eleger os testes adequados
para a realização da avaliação, sempre lembrando de:
1. Avaliar o histórico escolar;
2. Colher informações do professores e educadores sobre as
dificuldades;
3. Ouvir as queixas do próprio paciente sobre suas dificuldades;
4. Fazer teste de QI para avaliar o nível intelectual;
5. Descartar outros transtornos;
6. Medir qual o nível das dificuldades específicas de aprendizado
e caracterizá-las.

de Aprendizagem
• Alguns testes comuns para este tipo de avaliação são
TDE (teste de desempenho escolar), PROLEC
(provas de avaliação dos processos de leitura), IAR
(instrumento para avaliação do repertório básico para
alfabetização).
• Testes adicionais podem ser para medir atenção,
memória, visuopercepção e visuconstrução e funções
executivas.

de Aprendizagem
• Para fazer este diagnóstico é importante se apoiar nos
critérios do DSM V, vamos retomar com mais detalhes.
• Devemos preencher os 4 critérios mencionados:
A. Dificuldades na aprendizagem e no uso de habilidades
acadêmicas, conforme indicado pelo presença de pelo
menos um dos sintomas a seguir que tenha persistido
por pelo menos 6 meses, apesar da provisão de
intervenções dirigidas a essas dificuldades:

de Aprendizagem
 Leitura de palavras de forma imprecisa ou lenta e com
esforço (ex.: lê palavras isoladas em voz alta de forma
incorreta ou lenta e hesitante, frequentemente adivinha
palavras, tem dificuldade de soletrá-las).
 Dificuldade de compreender aquilo que é lido (ex.: pode
ler o texto com precisão, mas não compreende as
sequencias, as relações, as interferências ou o sentido mais
profundo do que é lido).
 Dificuldades para ortografar (ex.: pode adicionar, omitir
ou substituir vogais e consoantes).

de Aprendizagem
 Dificuldades com a expressão escrita (ex.: comete múltiplos erros
de gramática ou pontuação nas frases; emprega organização
inadequada de parágrafos, expressão escrita de ideias sem clareza).
 Dificuldades para dominar o senso numérico, fatos numéricos ou
cálculo (ex.: entende números, sua magnitude e relação de forma
insatisfatória, conta os dedos para adicionar números de um dígito
em vez de lembrar o fato aritmético, como fazem os colegas, perde-
se no meio dos cálculos, e pode trocar as operações).
 Dificuldades no raciocínio (ex.: tem grave dificuldade de aplicar
conceitos, fatos ou operações matemáticas para solucionar
problemas quantitativos.

de Aprendizagem
B. As habilidade acadêmicas afetadas estão substancial e
quantitativamente abaixo do esperado para a idade
cronológica do indivíduo, causando interferência
significativa no desempenho acadêmico ou profissional
ou nas atividades cotidianas, confirmado por meio de
medida de desempenho padronizada administrada
individualmente e por avaliação abrangente. Para
indivíduos com 17 anos ou mais, hist.ória documentada
das dificuldades de aprendizagem com prejuízo pode
ser substituída por uma avaliação padronizada.

de Aprendizagem
C. As dificuldades de aprendizagem iniciam-se durante
os anos escolares, mas podem não se manifestar
completamente até que as exigências pelas habilidades
acadêmicas afetadas excedam as capacidades limitadas
do indivíduo (ex.: testes cronometrados, em leitura e
escrita de textos complexos longos e com prazo curto,
em alta sobrecarga de exigências acadêmicas).

de Aprendizagem
D. As dificuldades de aprendizagem não podem ser
explicadas por deficiências intelectuais, acuidade visual
ou auditiva não corrigida, outros transtorno mentais ou
neurológicos, adversidade psicossocial, falta de
proficiência na língua de instrução acadêmica ou
instrução educacional inadequada.

de Aprendizagem
• Devemos especificar os domínios e sub-habilidades
prejudicadas:
(F81.0) Com prejuízo na leitura:
- Precisão de leitura de palavras;
- Velocidade ou fluência da leitura;
- Compreensão da leitura
• Pode ser utilizado o termo dislexia, desde que com as
especificações.

de Aprendizagem
(F81.1) Com prejuízo na expressão escrita:
- Precisão na ortografia;
- Precisão na gramática ou pontuação;
- Clareza ou organização da expressão escrita.
• Pode utilizar o termo disortografia, desde que utilize
as especificações.

de Aprendizagem
(F81.2) Com prejuízo na matemática:
- Senso numérico;
- Memorização de fatos numéricos;
- Precisão ou fluência de cálculo;
- Precisão no raciocínio matemático.
• Pode utilizar o termo discalculia, desde que utilize as
especificações.

de Aprendizagem
• Ainda temos que especificar a gravidade atual da
dificuldade:
Leve: Alguma dificuldade em aprender habilidades em
um ou dois domínios acadêmicos, mas com gravidade
suficientemente leve que permita ao indivíduo ser capaz
de compensar ou funcionar bem quando lhe são
propiciados adaptações ou serviços de apoio
adequados, especialmente durante os anos escolares.

de Aprendizagem
Moderada: Dificuldades acentuadas em aprender
habilidades em um ou mais domínios acadêmicos, de
modo que é improvável que o indivíduo se torne
proficiente sem alguns intervalos de ensino intensivo e
especializado durante os anos escolares. Algumas
adaptações ou serviços de apoio por pelo menos parte
do dia na escola, no trabalho ou em casa podem ser
necessários para completar as atividades de forma
precisa e eficiente.

de Aprendizagem
Grave: Dificuldade intensa em habilidades de um ou
mais domínios acadêmicos, de modo que se torna
necessário reforço no aprendizado e utilização de
serviço especializado contínuo durante a maior parte
dos anos escolares. Mesmo com um conjunto de
adaptações ou serviços de apoio adequados em casa, na
escola ou no trabalho o indivíduo pode não ser capaz
de completar todas as atividades de forma eficiente.

de Aprendizagem
• Desta forma a classificação final para o diagnóstico
se dá da seguinte maneira.
Ex: F81.1 Transtorno Específico de Aprendizagem

com comprometimento moderado na leitura
(velocidade ou fluência da leitura).

Tratamento do Transtorno
Específico de Aprendizagem
• O tratamento irá se basear nas informações dadas pelo
diagnóstico, pois cada especificação irá exigir maior
atenção em um determinado foco.
• Explorar as potencialidades do aluno/paciente também é
um caminho fundamental para a boa evolução do
tratamento.
• Lembrar que cada ser é único e se abrir para a percepção
do outro faz com que sejamos profissionais melhores e
assim poderemos proporcionar um tratamento mais
efetivo ao indivíduo.

• De maneira geral esses serão os pontos que devemos
trabalhar ao receber uma criança/adulto com este
transtorno:
- Atividades que estimulem as funções de percepção
visual (visuconstrução e visuopercepção);
- Atividades que estimulem a atenção;
- Atividades que estimulem a memória;
- Atividades que estimulem a coordenação motora.

• Considerando as dificuldades pontuais do paciente
devemos também trabalhar:
- Atividades de leitura;
- Atividades de matemática;
- Atividades de escrita.

• É sempre importante não ir direto nas dificuldades
específicas, pois é algo que já tem uma carga
emocional relacionada. É algo que o aluno já sabe
que não consegue e isso bloqueia o aprendizado.
• Por isso fazer o caminho da estimulação das funções
envolvidas para depois trabalhar as dificuldades
específicas pode nos levar a resultados melhores,
assim quando chegarmos nesse segundo ponto,
provavelmente já estará um pouco mais fácil.

• Um aluno com este transtorno provavelmente terá
dificuldade de auto estima, pois ele percebe que tem
dificuldades e pode não se sentir capaz, ou tão bom
quantos os amigos, por isso penar na relação que o aluno
tem com a escola e com o processo de aprendizado faz
parte do tratamento deste transtorno.
• De nada adianta melhor a condição neuropsicológica dele
se ele não entender qual a importância deste
conhecimento na vida dele e estabelecer uma relação mais
leve com o processo de aprendizagem.

• Ao elaborar um plano de tratamento com o
paciente/aluno podemos pensar em um modelo.
• Considerando uma sessão de 50 minutos podemos
aplicar tarefas dividindo a sessão em 3 momento:
Parte 1 – primeiros 10 minutos – tarefa fácil
Parte 2 – 30 minutos – tarefa difícil
Parte 3 – 10 minutos finais – tarefa média com
continuidade paras as próximas sessões.

• A fim de treinar a elaboração de um plano de
tratamento peço que montem uma sessão de 50
minutos para um aluno com:
Transtorno Específico de Aprendizagem com

comprometimento moderado da matemática
(memorização de fatos numéricos).

Dúvidas?
Amanhã faramos uma aula de dúvidas.
Obrigada!


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Transtornos Específico

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• Aula 1 – Conceito e Informações Relevantes;

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• São conceitos diferentes e é necessário ter claro para

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• Quando falamos de transtorno é algo biológico, que

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• Para identificar a presença de um Transtorno

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3. As dificuldades iniciam-se em período escolar ou

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• Os profissionais envolvidos com o trabalho para este

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• Para realizar um disgnóstico você pode ser um

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Amanhã falaremos sobre a dislexia.

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• É uma parte do Transtorno Específico de

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• Cada criança tem seu tempo e ritmo para a aquisição

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• Responsável pelo planejamento das ações e

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• Possui 2 subdivisões, anterior e posterior.

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• Responsável pelo gerenciamento da memória;

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• Responsável pelo processamento visual.

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• Por esse motivo, nas idades pré-escolares é tão

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• O outro lobo envolvido nesta condição é o lobo frontal,

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• Na idade pré-escolar, atividades como ouvir histórias,

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• Para que seja possível um diagnóstico de Dislexia

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• Dificuldades persistentes de aprendizado das

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• Se os 4 itens abaixo aparecem e a maior dificuldade

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• Exemplo – Dificuldade na precisão da leitura das

“EU ADORO IR A PRAIA”

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• Exemplo – Dificuldade na velocidade ou fluência da

“EU ADORO IR A PRAIA”

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• Exemplo – Dificuldade na compreensão da leitura;

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