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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

Organização do Trabalho Pedagógico e Gestão II


Instrumento Avaliativo II - Resenha
Karen Simões Silva - RA 771340

O tema que emerge nas duas matérias selecionadas na Revista Nova


Escola, é sobre a Gestão Democrática, escolhido devido a sua grande relevância
nas legislações que regem a educação pública. Conforme mencionado no texto de
Silva, Silva, Santos (2017, p.542), a gestão democrática no Brasil ganhou força
através da LDB/1996, que destaca ações mencionadas na CF/1988, que dizem
respeito a oportunidade a todos envolvidos na instituição, valorizando os sujeitos
sociais envolvidos na educação, com princípios democráticos, inclusivos e
participativos.
Uma das matérias escolhidas é intitulada por: “Grêmio escolar: saiba por que
vale a pena ajudar os alunos organizar um e como apoiá-los”, publicada em 10 de
junho de 2019, escrita por Beatriz Vichessi. Nela é descrita a importância da criação
de grêmios nas escolas para serem e representarem um bom parceiro e canal entre
os alunos e a gestão escolar, com caráter protagonista dos estudantes. É relatado
através da fala de um professor de filosofia de uma escola estadual, que também é
um dos conselheiros do grêmio dessa comunidade, a importância desse exercício
dos alunos, que através disso desenvolvem habilidades fundamentais para viverem
em sociedade como: discutir problemas, defender ideias e propor soluções.
Outra questão enfatizada foi sobre a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e do
Plano Nacional da Educação (PNE), cujo ambos ressaltam em seus dizeres sobre a
gestão democrática, que como já dito por Silva et. al (2017), implica na participação
efetiva e ativa de todos os atores da comunidade escolar: Associação de Pais e
Mestres (APM), conselho de escola e grêmio. No decorrer da matéria é explanado
sobre o que faz e o que não faz um grêmio, o papel da gestão e como montar um
grêmio em 5 passos. Sobre o primeiro item, é reforçado que os alunos têm papéis
protagonistas, dando o exemplo da participação de alunos em parceria com a
gestão para pensarem nas atrações e no cronograma de organização numa festa
junina. Uma fala de uma professora também é mencionada, em que diz que muitos
gestores relatam que o grêmio é a causa de muitos alunos amadurecerem, pois
aprendem a reivindicar, entender as regras e assim por diante, sentindo-se parte
dela.
No item sobre a gestão, é dito que apesar do grêmio não ser um movimento
obrigatório dentro das escolas, é papel dos gestores locais o apoiarem. Quando são
envolvidas questões de recursos financeiros é necessário os alunos o requisitarem
com a gestão ou arrecadarem, de maneira bem administrada e transparente. Uma
professora enfatiza que lidar com valores faz com que os alunos se tornem mais
responsáveis. Vale ressaltar que a rede estadual paulista em 2018, próximo a época
em que a matéria foi publicada, criou o Orçamento Participativo Jovem. Os
estudantes participantes do grêmio receberam cinco mil reais e tinham a tarefa de
olhar para a escola e definir o que seria feito com o dinheiro em relação à sua
infraestrutura. Por último há o tópico de como montar o grêmio, que disse a respeito
da mobilização da comunidade estudantil, definição do funcionamento do grêmio,
estimulação de chapas e propostas, organização de uma eleição e por fim
construção de um plano de trabalho.
A outra matéria escolhida, escrita por Solange Adamoli, intitulada
“Protagonismo infantil: a chave da gestão democrática”, também retrata sobre a
gestão democrática e o protagonismo estudantil, em específico o infantil. Nela
também é relatado sobre legislação e a gestão democrática que pela diretora que
escreve, é encarada como um desafio a ser alcançado nas escolas. Ela discorre
que na escola em que trabalha, conta com um “Conselhinho” composto por
representantes da educação infantil até o ensino fundamental, com objetivos
clássicos e até clichês de formação de cidadãos críticos. Por meio desse
“conselhinho”, os alunos aprendem que não devem falar de si, mas sim sobre o
coletivo a qual estão representando. Os representantes são elegidos através de um
processo eleitoral e com um mandato de duração de um ano. No texto também é
relatado sobre a importância de definir os “combinados” anualmente com as turmas
de tal maneira que as crianças participem do processo e sejam ouvidas, sem
imposições. A autora ainda diz que em sua escola há as Assembleias Escolares que
são instrumento para resolução de problemas coletivos, colocação de propostas e
criação de regras. Se classificando em Assembléia de Classe os
problemas/propostas referentes ao espaço da turma e sala de aula, e/ou se
relacionados aos espaços de uso coletivo, Assembléia Geral mensal. Com isso, as
crianças aperfeiçoam seu senso crítico e se responsabilizam por suas escolhas que
acarretam em consequências sendo vistas como protagonistas do espaço.
No texto de Silva, Silva, Santos (2017, p.542) é relatado bastante sobre a
LDB/1996, dando ênfase ao artigo 14 desta lei que define as normas da gestão
democrática, sendo uma delas a participação da comunidade escolar e local em
conselhos escolares, no qual identificamos que a escola da segunda matéria a
contempla por meio dos “conselhinhos”.
Vale ressaltar que, (Silva; Silva; Santos. 2017, p.541) a partir da LDB/1996 as
instituições públicas obtiveram mais autonomia em relação à organização e às
funções da equipe gestora, nas práticas pedagógicas, administrativas e financeiras,
de tal maneira que pudessem ser vivenciados mecanismos da gestão democrática,
sendo um deles a descentralização do poder, transformando a verticalidade e
horizontalidade. Entretanto, essa autonomia ainda não significa que todos os
gestores automaticamente seguirão essa descentralização de poder, sendo válido
refletirmos conforme disse a autora da segunda matéria aqui discutida, sobre as
práticas necessárias desses sujeitos.

Ser um gestor democrático é permitir que as potencialidades de sua equipe


apareçam, incentivando-os, não tolhendo seus planos, isto traz como
resultado um grupo que se sente pertencente aquele espaço e o
comprometimento vai além do cumprimento de horário e o recebimento do
salário no fim do mês. É permitir que a comunidade escolar se empodere
do seu papel lhe trazendo segurança no exercício de suas funções e cada
vez mais vimos surgir parceiros proativos com um objetivo comum: a
melhoria da qualidade social da educação! (Adamoli, 2018, p.3)
.
Contudo, como previsto em legislação, no art, 206 da Constituição Federal de
1988 que diz: “f) gestão democrática do ensino público, na forma da lei”, é
necessário que esse tema que aqui abordamos deva ser cumprido nos dias atuais,
extinguindo os reflexos de uma política castradora anterior a essa legislação que era
influenciada por preceitos militares, em que os sujeitos que ocupavam o cargo mais
elevado da escola eram conhecidos como “chefes” e “donos da escola” pública
(Prado, 2012).

Referências Bibliográficas

ADAMOLI, Solange. Protagonismo infantil: a chave da gestão democrática. Gestão


Escolar, p.1-3, março, 2018. Disponível em:
https://gestaoescolar.org.br/conteudo/1970/protagonismo-infantil-a-chave-da-gestao-
democratica Acesso em: 12 dez. 2023

PRADO, Edna. Estágio na Licenciatura em Pedagogia: gestão educacional.


Petrópolis, RJ: Vozes; Maceió, AL: Edufal, 2012

SILVA, Givanildo da; SILVA, Alex Vieira da; SANTOS, Inalda Maria dos. Concepções
de gestão escolar pós–LDB: O gerencialismo e a gestão democrática. Retratos da
Escola, v. 10, n. 19, p.533-549, 2017. Disponível
em:https://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/view/673/701.

VICHESSI, Beatriz. Grêmio escolar: saiba por que vale a pena ajudar os alunos
organizar um e como apoiá-los. Gestão Escolar, p. 1-3, junho, 2019. Disponível
em:
https://gestaoescolar.org.br/conteudo/2184/gremio-escolar-saiba-por-que-vale-a-pen
a-ajudar-os-alunos-organizar-um-e-como-apoia-los Acesso em: 11 dez. 2023

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