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DE DIREITO E
FORMAÇÃO
HUMANÍSTICA
Ciência Política: As Bases do Estado de
Direito
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
NOÇÕES GERAIS DE DIREITO E FORMAÇÃO HUMANÍSTICA
Ciência Política: As Bases do Estado de Direito
Leonardo Dlugokenski
Sumário
Apresentação......................................................................................................................................................................3
Ciência Política: As Bases do Estado de Direito. ............................................................................................4
A Sociedade e o Estado: a Terminologia Científica.......................................................................................4
Resumo.................................................................................................................................................................................21
Exercícios............................................................................................................................................................................22
Gabarito...............................................................................................................................................................................29
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................30
Referências........................................................................................................................................................................42
Anexo I..................................................................................................................................................................................43
Anexo II.................................................................................................................................................................................48
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Ciência Política: As Bases do Estado de Direito
Leonardo Dlugokenski
Apresentação
Olá, senhores, senhoras e senhoritas!
Quero nesse momento te congratular por ter adquirido este material. Posso afirmar que
nossos materiais já foram decisivos na vida de muitas pessoas, de pessoas que traçaram um
objetivo e nós auxiliamos na efetivação deste.
Está preparado(a)? Quero ver você vencer, mas, para isso, preciso que venha comigo, que
confie no nosso método e, mais do que isso, confie em si mesmo(a)! Seja obstinado(a) e “res-
pire” concurso nos próximos dias! Acredite! Você pode mudar o seu mundo e o mundo de
quem está à sua volta.
Eu sou o professor Leonardo Dlugokenski, graduado em Filosofia, especialista em Socio-
logia, especialista em Educação e mestre em História, com uma década de experiência no
ensino superior inclusive no curso de Direito.
Caso queiram entrar em contato, ou me seguir, meu Instagram é @professorleonardoled e
meu e-mail é leoled@gmail.com.
Vamos pra cima!
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quero combinar com você uma coisa, pode ser?
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tunidade de avaliar nosso trabalho, nos dar um feedback.
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Se quiser, deixe suas opiniões, sugestões, críticas ou elogios!
Levará poucos segundos e não lhe custará absolutamente nada.
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Suporte
Se no decorrer do caminho surgirem dúvidas sobre a aula, fique à vontade para manda-las-
para o nosso FÓRUM DE DÚVIDAS, disponível no portal, que eu terei todo o prazer de respon-
dê-las com a maior brevidade possível.
Vamos ao estudo!
Seja imparável!
#SouGran!
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Segundo Sanchez Agesta não existe uma sociedade, mas sociedades que são uma plura-
lidade de grupos da mais diversa espécie e coesão, já para Toennies a Sociedade é o grupo
derivado de um acordo de vontades, de membros que buscam, mediante um vínculo comum
associativo, um interesse comum impossível de se obter pelos esforços isolados do indivíduo
Bem, meu caro discente, existem duas teorias, a teoria oganizacionista e a teoria mecani-
cista. A teoria organizaconista consiste:
• São teorias descendentes dos filósofos gregos Platão e Aristóteles.
• Para Aristóteles o homem é um ser político por natureza, fora dos laços da sociabilidade
ele é um “bárbaro”.
• O ser humano tem vocação inata para a vida social.
• Esse é um princípio para o organizacionismo, porém é necessário ordem para o todo.
• Para Del Veccio a teoria organicista é: “Reunião de várias partes, que preenchem fun-
ções distintas e que por sua ação combinada, concorrem para manter a vida do todo”
• A sociedade funciona como um corpo humano.
• O positivismo é uma consequência direta dessa teoria.
• Alguns autores dizem que esta teoria está predisposta a governos autoritários.
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Segundo Toennies, sociedade supõe a ação conjunta e racional dos indivíduos no seio
da ordem jurídica e econômica, nela “os homens, a despeito de todos os laços, permanecem
separados”.
Para Rousseau, sociedade é o conjunto daqueles grupos fragmentários, daquelas “socieda-
des” parciais, onde, do conflito de interesses reinantes só se pode recolher a vontade de todos.
Segundo Norberto Bobbio, é o conjunto de relações humanas intersubjetivas, anterior, exte-
rior e contrário ao estado ou sujeitas a este que formam a sociedade.
Já a comunidade é dotada de caráter irracional, primitivo, munida e fortalecida de solidarie-
dade inconsciente, feita de afetos, simpatias, emoções, confiança, laços de dependência direta
e mutua do “individual” e do “social”.
Meu caro Frodo, o estado pode ser constituído de duas formas, ou unitário ou federado.
Das formas de estado a unitária é a mais simples, mais lógica e a mais homogênea. O Esta-
do Unitário é a concretização daquele princípio de homogeneização das antigas coletividades
sociais governantes, essa é a principal característica dos estados modernos surgidos ao fim
do século XII, não se constitui de estados-membros: é um estado só, uno, ainda que se possa
subdividir em regiões (como a Itália), ou em províncias (como o Brasil na época do Império), ou
em departamentos (como a França). Pelo que, no estado unitário, apenas há uma constituição:
a constituição nacional.
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Já vimos os tipos de estado, mas quais as formas de governo desse estado, professor?
Existe uma diferenciação entre formas de governo e formas de estado. Formas de Estado:
os ordenamentos estatais, a forma plural e a forma singular dos estados, a sociedade de esta-
dos (estado federal, confederado), Estado simples ou unitário.
Já as formas de governo temos a organização e o funcionamento do poder estatal.
O filósofo da antiguidade Aristóteles de Estagira (384-322 a.C.) estudou profundamente as
formas de governo do seu tempo, ou seja, a Monarquia, Aristocracia e Democracia.
Para ele, a Monarquia representa o governo de um só. Atende o sistema monárquico à
exigência unitária da organização do poder, exprimindo uma forma de governo qual se faz
necessário o respeito as leis, já a Aristocracia significa o governo de alguns, dos melhores. A
exigência de todo o governo aristocrático deve ser a seleção dos melhores.
Segundo o filósofo estagirita a Democracia é o governo que deve atender na sociedade aos
reclamos da conservação e observância dos princípios de liberdade e igualdade. A democracia
decaída se transfaz em demagogia, governo das multidões grosseiras, estúpidas e arbitrárias.
O filósofo moderno Nicolau Maquiavel (1469-1527) acreditava que as formas de governo
ou eram monarquias (poder singular) ou repúblicas (poder plural).
Para ele a República abrange a Aristocracia e a Democracia. A República consiste na sobe-
rania estar nas mãos do povo. Tem como princípio a virtude que se traduz no amor a pátria, na
igualdade, na compreensão dos deveres cívicos. A Monarquia decorre de ser o governo de um
só e tem como princípio o sentimento de honra, no amor das distinções, no culto das prerroga-
tivas. O Despotismo é o governo da ignorância ou transgressão da lei e tem como princípio o
medo, onde há insegurança, onde as relações entre governante e governados se fazem a base
do temor recíproco.
Bluntschl, um jurista alemão distinguiu as formas elementares ou primárias e as formas
secundárias, as formas primárias dizem respeito a participação do governante no governo e a
secundária dos governados no governo. Este teórico segue as formas de governo aristotélicas,
incluindo a forma teocrática.
Segundo Bluntschl existem governos que não se baseiam na figura do governante ou do
povo, mas em uma figura atemporal, divina. A teocracia, como forma de governo degenera na
idolocracia: veneração dos ídolos, as práticas de baixos princípios religiosos extensivos à or-
dem política, que conseqüentemente se perverte.
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O estado de direito não se apresenta apenas sob uma forma jurídica calcada na hierarquia
das leis, ou seja, ele não está limitado apenas a uma concepção de ordem jurídica, mas, tam-
bém, a um conjunto de direitos fundamentais próprios de uma determinada tradição, assim
o estado de direito apresenta-se ora como liberal, ora como social e, por fim, democrático. O
direito aparece no estado liberal como um limitador das ações do estado, ou seja, submetendo
a soberania estatal a lei. Pode-se apontar como características do estado de direito:
1. Separação entre estado e sociedade civil mediada pelo direito;
2. Garantia das liberdades individuais;
3. Estado essencialmente democrático, controlado por instituições legislativas.
4. Estado mínimo, assegurando a liberdade de ação dos indivíduos.
O estado de direito liberal aqui se entende como mero mediador das relações entre estado
e cidadãos, esse não é um estado que produz nada de material. É um modelo que apoia o indi-
vidualismo liberal e a ação empreendedora do cidadão.
O estado social de direito tenta corrigir o individualismo do estado liberal, atuando além de
garantir a liberdade do indivíduo com a promoção do bem-estar social da coletividade, ou seja,
apesar de ser um estado capitalista, este é um estado intervencionista. É um estado que tenta
criar a uma situação de bem estar geral que garanta o desenvolvimento da pessoa.
O estado democrático de direito é a tentativa de conciliar no estado de direito as conquis-
tas democráticas, as garantias jurídico legais e a preocupação social, a lei aparece como um
instrumento na busca pela igualdade. O estado democrático aparece como um fomentador
para a participação pública do cidadão.
Os princípios do estado democrático de direito são:
1. Constitucionalidade;
2. Organização democrática da sociedade;
3. Sistema de direitos fundamentais individuais e coletivos;
4. Justiça social;
5. Divisão de poderes;
6. Legalidade;
7. Segurança e certeza jurídica.
Diferentemente dos outros modelos de estado, o democrático não trabalha apenas com a
coisa dada, ele é também transformador, proporcionando a participação do povo nas decisões
como também nas conquistas do mesmo.
Beleza! Vimos até agora sobre o que é a sociedade e como funciona. Também vimos o
que é o estado e como funciona, porém, qual é o objetivo do estado? Por que ele existe,
professor?
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Essa questão foi exaustivamente discutida na Idade Média e a resposta sempre era a mes-
ma, porque Deus quis. Deus criou o mundo, os seres e organizou-os em estados, escolhendo
uma linhagem para governá-los. Esses estadistas deveriam proporcionar que o povo cumpris-
se todas as regras das sagradas escrituras e das bulas papais para ter acesso a salvação no
dia do juízo fiunal, ou seja, o rei era como um pastor escolhido por Deus para levar o seu reba-
nho a boa aventurança e essa teoria ficou conhceida como Direito Divino.
O Direito Divino começou a ruir com a Reforma Protestante de 1517, onde o monge Mar-
tinho Lutero (1483-1546) questionou as ordens da Igreja e parte da sua doutrina, dividindo-a
entre católicos e Protestantes e afastando os monarcas da religião. Com a reforma a igreja
afastou-se do poder temporal e da política deixando um vácuo teórico, surgindo assim a ne-
cessidade de fundamentar a existência do estado em outras bases. Nesse contexto surgiu a
teoria do Jusnaturalismo.
Os jusnaturalistas defendiam que o direito era independente da vontade humana, para es-
tes teóricos o direito existe antes mesmo do homem e acima das leis do homem, para os
jusnaturalistas o direito era algo natural e tinha como pressupostos os valores do ser humano,
e busca sempre uma ideal de justiça. Sendo este um Direito Universal, imutável e inviolável.
Eles acreditavam que o surgimento do estado vinha da necessidade de uma liderança que era
escolhida a partir de um sufrágio em algum tempo imemorial que dividiu o estado de natureza
(primitivo) e o estado de direito (racional e burocrático).
Os teóricos clássicos dessa corrente são John Locke (16321704), Jean Jacques Rousseau
(1712–1778), Jean Bodin (1530–1596) e Thomas Hobbes (1588–1679). Também são teóricos
utilizados para a compreensão dos objetivos do estado Nicolau Maquiavel (1469–1527) e o
Barão de Montesquieu (1689–1755).
Para melhor compreensão meu caro estudante, veremos um autor por vez começando
com Thomas Hobbes.
A chave para entender o pensamento de Hobbes é apreender o que é o “estado de nature-
za”, para ele, a natureza humana é a mesma em todos os tempos. Isso significa que o homem
em estado de natureza não é necessariamente um selvagem, mas o mesmo homem que vive
em sociedade. Hobbes crê que os homens são iguais o suficiente para que nenhum possa
triunfar de maneira total sobre o outro.
Para Hobbes, da igualdade dos homens surge uma guerra geral e constante, já que os ho-
mens não sabem quais são as intenções dos outros tem de supor qual será a atitude desses
últimos. O mais razoável para cada um acaba sendo atacar o outro para vencê-lo ou, simples-
mente, evitar um ataque possível, atingindo assim seu fim último, que é o de preservar a própria
vida e, as vezes seu deleite.
Há três causas principais de discórdia:
1. a competição, que leva os homens a atacarem os outros visando lucro;
2. desconfiança, que os leva a fazer guerra visando segurança;
3. glória, visando reconhecimento.
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Dessas premissas, Hobbes deduz que no estado de natureza o homem tem direito a tudo
– o direito de natureza – para preservar a si mesmo.
(...) um preceito ou regra geral estabelecido pela razão, mediante o qual se proíbe a um homem fa-
zer tudo o que possa destruir sua vida ou privá-lo dos meios necessários para preservá-la, ou omitir
aquilo que pense contribuir melhor para preservá-la. (Leviatã, cap. XIII, p.74)
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Dessa maneira, Jean Bodin não aceitava a possibilidade de uma forma de governo pautada
na ausência de soberania. Caso não haja um setor politicamente soberano, seja minoritário ou
majoritário, qualquer governo acaba se transformando em um verdadeiro regime de natureza
anárquica. Por isso esse teórico francês vai conceber um “estado” em que a soberania assume
em diferentes contextos políticos, para assim, julgar qual a classificação mais adequada ao
seu tipo de governo.
No momento em que a hegemonia é assumida pela figura do príncipe, temos a instalação
de uma monarquia. Em experiências onde a soberania é assumida pela grande maioria da po-
pulação, acredita o pensador que o estado é popular. Por fim, caso haja um grupo minoritário
controlando as instituições políticas, haveria a formação de um regime aristocrático. Além dis-
so, Bodin também vai admitir que cada tipo de estado assuma diferentes formas de governo.
Por fim, sua obra se sustenta veementemente na ideia de que seria impossível conceber
um governo pautado em grupos igualitariamente favorecidos. Ao naturalizar as desigualdades,
Bodin começou a levantar argumentos onde indicou que a desigualdade e a presença de um
indivíduo soberano não se tratavam de um costume socialmente constituído, mas uma forma
claramente perceptível em diferentes manifestações de ordenação da natureza.
Dessa forma, Jean Bodin também utilizava uma argumentação de traço fortemente reli-
gioso para defender o regime monárquico. Segundo o próprio autor, “todas as leis da natureza
nos guiam para a monarquia; seja observando esse pequeno mundo que é nosso corpo, seja
observando esse grande mundo, que tem um soberano Deus; seja observando o céu, que tem
um só Sol”. Por isso era considerado um dos defensores do “direito divino dos reis”.
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O homem era naturalmente livre e proprietário de sua pessoa e de seu trabalho. Como a
terra fora dada por Deus em comum a todos os homens, ao incorporar seu trabalho à matéria
bruta que se encontrava em estado natural o homem tornava-a sua propriedade privada, esta-
belecendo sobre ela um direito próprio do qual estavam excluídos todos os outros homens. O
trabalho era, pois, na concepção de Locke, o fundamento originário da propriedade.
A concepção de Locke, segundo a qual “é na realidade o trabalho que provoca a diferença
de valor em tudo quanto existe”, pode ser considerada, em certa medida, como precursora da
teoria do valor-trabalho, desenvolvida por Smith e Ricardo, economistas do liberalismo clássico.
Em Locke, o contrato social é um pacto de consentimento em que os homens concordam
livremente em formar a sociedade civil para preservar e consolidar ainda mais os direitos que
possuíam originalmente no estado de natureza.
No estado civil os direitos naturais inalienáveis do ser humano à vida à liberdade e aos
bens estão melhor protegidos sob o amparo da lei, do árbitro e da força comum de um corpo
político unitário.
Assim, a Passagem do estado de natureza para a sociedade Política ou civil (Locke não
distingue entre ambas) se opera quando, através do contrato social, os indivíduos singulares
dão seu consentimento unânime para a entrada no estado civil.
Estabelecido o estado civil, o passo seguinte é a escolha pela comunidade de uma deter-
minada forma de governo. Na escolha do governo, a unanimidade do contrato originário cede
lugar ao princípio da maioria, segundo o qual prevalece a decisão majoritária e, simultanea-
mente, são respeitados os direitos da minoria.
No que diz respeito às relações entre o governo e a sociedade, Locke afirma que, quando o
executivo ou o legislativo violam a lei estabelecida e atentam contra a propriedade, o governo
deixa de cumprir o fim a que fora destinado, tornando-se ilegal e degenerando em tirania. O que
define a tirania é o exercício do poder para além do direito, visa não o interesse próprio e não o
bem público ou comum.
Segundo Locke, a doutrina da legitimidade da resistência ao exercício ilegal do poder re-
conhece ao povo, quando este não tem outro recurso ou a quem apelar para sua proteção, o
direito de recorrer a força para a deposição do governo rebelde. O direito do povo à resistência
é legítimo tanto para defender-se da opressão de um governo tirânico como para libertar-se do
domínio de uma nação estrangeira.
Jean Jacques Rousseau em linhas gerais acreditava que o homem em Estado de natureza
era bom, era puro, porém alguns espertos resolveram aproveitar-se dessa situação e foram
tomando conta das terras, cercando-as e dizendo ser suas por direito divino, logo, os bons de
coração perderam todas as suas terras e tiveram que obedecer às ordens dos espertos. Assim
que começou segundo Rousseau o governo déspota dos reis europeus.
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Rousseau propôs realizar uma nova divisão das terras, dado que o mal estava feito e não
era possível voltar no tempo para desfazê-lo, ou seja, o modelo Robin Hood de estado tirando
dos ricos e dando para os pobres. Esse modelo foi aplicado de forma genérica após a Revolu-
ção Francesa de 1789.
Desde que o homem passou a viver em sociedade foram criados dois espaços, o público
e o privado:
• Espaço público: para os gregos era o espaço onde o cidadão se expressava por meio de
ideias e de seu corpo, campo dos iguais, dos cidadãos, portanto, da cidadania.
• Espaço privado: espaço dos não cidadãos: mulheres, estrangeiros e escravos.
A norma depende da sociedade e do contexto histórico e social que esta sociedade está
passando, ou seja, não é fixa e pauta o que chamamos de normal. O que é normal hoje pode ser
considerado anormal amanhã, a norma surge como um organismo que visa coagir o indivíduo
para que esse realize ações corretas conforma o que é considerado válido segundo os acordos
realizados.
O direito surge como aparelho ideológico a partir do momento que normatiza a conduta
dos indivíduos. As regras legais são resultado da ação dos legisladores, que a partir de vota-
ções criam as regras que deverão ser seguidas pela sociedade, os legisladores dependem do
sistema de governo, ou seja, o direito surge como um aparelho repressivo do estado.
O estado possui também aparelhos ideológicos que tem como objetivo a formação do ci-
dadão ideal. Os aparelhos ideológicos são representados por instituições como:
• Família;
• Instituições educativas;
• Igreja;
• Mídia;
• Sistema judiciário.
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Quando falamos em Estado de Controle Social estamos falando de um estado que tem
como objetivo moldar às ações do cidadão em benefício da coletividade e torná-lo um ente útil
a coletividade.
Segundo Marx (1818-1883) classe social é um grupo de indivíduos que, por ocuparem uma
posição semelhante na divisão do trabalho, compartilham recursos econômicos comuns. Para
ele as principais classes sociais são os burgueses (donos dos meios de produção) e os pro-
letários (donos da força individual de trabalho). Nessa perspectiva, o conflito por recursos (e
poder) é característica fundamental da sociedade, e a relação de classes é necessariamente
uma relação de exploração. O resultado dessa relação é a desigualdade econômica que o sis-
tema capitalista produz.
Max Weber (1864-1920) compartilhava a ideia de Marx de que a noção de classe social
teria um determinante econômico fundamental. No entanto, considerava também que o con-
ceito de classe deriva de outros elementos que não tem vínculo direto com a riqueza. Fatores
como o Prestígio hereditário, a participação na sociedade, a autoidentificação com o grupo, o
reconhecimento dos outros como semelhantes, o estilo de vida semelhante, a educação, as
atitudes e valores que os indivíduos possuem são também condicionantes para o pretenci-
mento ou não à uma classe.
Para Weber a posição do indivíduo na sociedade influencia as suas oportunidades de vida,
e essa possibilidade de opções – que resulta da diferença entre grupos sociais em matéria de
privilégio social, prestígio, autoridade, poder e de diversos graus de habilidade – chama-se sta-
tus. Saberes diferenciados e qualificações específicas, como diplomas e graus acadêmicos,
produzem um número considerável de posições na sociedade e influenciam no tipo de trabalho
que a pessoa pode ter.
O enfoque weberiano concebe um número de classes sociais que não é fixo, como também
não são fixas as fronteiras de status que as separam.
Perfeito!!!!! Mas ouvi falar em uma tal estratificação social, o que é? O senhor pode me
explicar, professor?
Sim, sim sim!!!!!! Por “estratificação social” entendemos a distribuição de indivíduos e gru-
pos em camadas hierarquicamente superpostas dentro de uma sociedade. Essa distribuição
se dá pela posição social dos indivíduos, das atividades que eles exercem e dos papéis que
desempenham na estrutura social.
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Quanta coisa, Mestre! Mas para compreender de vez essa “coisa” toda de estado e socie-
dade você poderia me explicar o que são os movimentos sóciais?
Ainda no século XVIII caro gafanhoto, porém tenho que explanar de forma mais aprofun-
dada para entederes o porquê, dado que é necessário uma perspectiva ampla é necessária
para abordar os movimentos sociais brasileiros, de vez que suas características são muito
variáveis. Algumas rebeliões ficaram somente da fase conspiratória. Em alguns casos, foi mí-
nimo, quase insignificante, o grau de participação das classes populares. Em outros, não houve
razões de ordem política ou econômica para o movimento, que foi impulsionado somente por
razões religiosas.
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E o que são os direitos humanos, professor? Tem alguma coisa ligada a tudo que vimos
até agora?
É claro que sim! Muitos falam sobre o tema direitos humanos, porém poucos entendem a
dimensão benéfica que esse compêndio de princípios legais possui frente a um universo de
sete bilhões de setecentos milhões de pessoas que habitam o planeta terra.
Para que possamos entender os direitos humanos e sua eficácia, sem preconceitos, tere-
mos que analisá-los por partes. Primeiramente aviso ao leitor que divagaremos sobre o que
é o direito e sua principal expressão, a lei. O direito é a tentativa de organizar a sociedade em
prol de objetivos coletivos, sendo o mais nobre a preservação da espécie humana. A partir das
regras e das sanções previstas nos códigos legais que são confeccionados pelo povo ou seus
representantes é que o indivíduo agirá conforme a lei, ou seja, visando o bem coletivo em detri-
mento ao bem pessoal. Mas o caro leitor pode se perguntar, por que criamos regras para inibir
a nossa vontade, o nosso bem pessoal?
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O filósofo Aristóteles de Estagira (384-322 a.C.) em sua obra Ética a Nicômaco tentou
compreender a razão humana e para isso dividiu essa faculdade em duas partes, o corpo (lado
irracional) e a alma (lado irracional). Para esse filósofo estagirita o corpo é responsável pelos
desejos, ou seja, todo aquele sentimento que não possuímos controle sobre o seu surgimento
como a fome, a sede, a paixão. E o lado racional seria a porção que criaria regras para que
esses desejos não se tornassem desmedidos e prejudicassem outras pessoas. Logo, o ofício
de criar regras vem da razão humana visando cercear os desejos egoístas desmedidos que
podem prejudicar outras pessoas e a lei é resultado da razão e o estado surge como o guardião
da lei, apenas o estado (república, monarquia, aristocracia...) pode julgar os indivíduos e aplicar
as punições previstas visando o bem coletivo. Ok, porém, o que fazer quando o estado não visar
o bem coletivo? Temos exemplos históricos claros desse fenômeno como a Alemanha nazista
de Adolf Hitler, a Itália facista de Benito Mussolini.
Quando o estado não visa o bem coletivo e age de forma despótica os direitos humanos
entram em ação. Os direitos humanos têm sua gênese ainda na antiguidade quando o homem
se questionava como defender-se de estados despóticos, porém só foi efetivado como uma
declaração a partir de 1948, visando não permitir que absurdos como a eliminação de pelo me-
nos seis milhões de judeus pelo regime Nacional Socialista alemão. Os princípios dos direitos
humanos estão ligados a proteção da vida, do direito a igualdade, a liberdade, toda a vez que
um estado transgredir algum desses princípios os Direitos Humanos são invocados. Logo os
direitos humanos não são apenas os direitos para os manos!
Nossa! Esses direitos são muito importantes! Mas pode aprofundar um pouco mais a
questão histórica, professor?
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Criada após a Primeira Guerra Mundial, a Liga das Nações tinha como finalidade promover
a cooperação, paz e segurança internacional, condenando agressões externas contra a integri-
dade territorial e a independência política dos seus membros.
A convenção da Liga das Nações, de 1920, continha previsões genéricas relativas aos direi-
tos humanos, destacando-se as voltadas aos direitos das minorias e aos parâmentros interna-
cionais do direito do trabalho – pelo qual os estados se comprometiam a assegurar condições
justas e dignas de trabalho para homens, mulheres e crianças.
Outro ente jurídico que positivou algumas regras genéricas de Direitos Humanos no início
do século XX foi a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Criada após o final da primeira guerra mundial, a Organização Internacional do Trabalho
tem por finalidade promover padrões internacionais de condições de trabalho e de bem-estar.
É importante ressaltar que ela é parte do tratado de Versalhes.
A OIT possui quetro valores fundamentais:
• o trabalho deve ser fonte de dignidade;
• o trabalho não é uma mercadoria;
• a pobreza, em qualquer lugar, é uma ameaça à prosperidade de todos;
• todos os seres humanos têm o direito de perseguir o seu bem-estar material em condi-
ções de liberdade e dignidade, segurança econômica e igualdade de oportunidades.
A Segunda Guerra Mundial foi decisiva para a dissolução da liga das nações e o seu fim
proporcinou a gênese da Organização das nações Unidas que se tornou a depositária do direito
internacional humanitário.
Em anexo enviarei para você a carta da declaração Universal dos Direitos humanos com o
objetivo de tornar mais completa a sua experiência com o nosso material.
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Os direitos humanos funcionam a partir de convenções que calcam as novas regras a se-
rem seguidas pelos países que tornarem-se signatários dos tratados propostos. Veremos al-
guns tratados:
• A Convenção internacional sobre a eliminação de todas as formas de discriminação
racial (ICERD, do inglês International Convention on the Elimination of All Forms of Racial
Discrimination) é um dos principais tratados internacionais em matéria de Direitos Hu-
manos. Foi adotada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, em 21 de dezembro de
1965, entrando em vigor em 4 de janeiro de 1969.
• O Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial (CERD) é um corpo de peritos de
Direitos Humanos incumbido de monitorar a implementação da Convenção. Compõe-se
de 18 membros, eleitos para um período de quatro anos. Todos os países que aderirem
à Convenção devem submeter relatórios regulares ao Comitê, que os analisa e sugere as
medidas legislativas, judiciais e de política aplicáveis a cada caso. O primeiro relatório
é devido no prazo de um ano após a adesão. Os seguintes são devidos bianualmente.O
Comitê se reúne nos meses de março e agosto, em Genebra (Suiça).
• Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres
é um tratado internacional aprovado em 1979 pela Assembleia Geral das Nações Uni-
das. Descrito como uma declaração internacional de direitos das mulheres, que entrou
em vigor em 3 de setembro de 1981 e foi ratificada por 188 Estados. Mais de cinquenta
países que ratificaram a convenção, o fizeram sujeito a certas declarações, reservas e
objeções, incluindo 38 países que rejeitaram o artigo aplicação 29, que trata de meios de
resolução de litígios relativos à interpretação ou aplicação da convenção
• A Convenção contra tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degra-
dantes surgiu após os nefastos episódios da Segunda Guerra Mundial, bem como das
opressões sofridas pelos cidadãos de países sob regimes ditatoriais, a ONU foi forçada
a tratar especificamente da tortura, vez que a vedação desta pelo artigo 5º da Declara-
ção Universal dos Direitos Humanos mostrou-se insuficiente para a erradicação de tal
prática. Neste contexto a criação da Convenção Contra Tortura e Outros Tratamentos
ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, outorga aos Estados signatários desta a
atuação contundente em seu território sobre a questão. A Convenção das Nações Uni-
das contra a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes
(Resolução 39/46 da Assembleia Geral das Nações Unidas) foi estabelecida em 10 de
dezembro de 1984. A Convenção foi ratificada pelo Brasil em 28 de setembro de 1989. A
Convenção da ONU sobre a Tortura e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos
ou Degradantes determina a vedação de qualquer ação tomada por um representante do
Esta dono exercício de suas funções, ou ainda com o consentimento ou omissão deste,
portanto crime próprio no limite da definição desta Convenção, que tenha por finalidade
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Bom, meu caro discente, a partir de todas essas informações acredito que já estejas pronto
para a prova e para aprovação, abaixo te deixo algumas questões de concurso para resolveres
e alguns anexos com um conteúdo muito pertinente aos teus esrtudos!
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RESUMO
• Sociedade e comunidade e estado são conceitos complementares, porém não signifi-
cam a mesma coisa;
• Uma sociedade é uma pluralidade de grupos da mais diversa espécie e coesão também
um grupo derivado de um acordo de vontades, de membros que buscam, mediante um
vínculo comum associativo, um interesse comum impossível de se obter pelos esforços
isolados do indivíduo
• A comunidade é dotada de caráter irracional, primitivo, munida e fortalecida de solidarie-
dade inconsciente, feita de afetos, simpatias, emoções, confiança, laços de dependência
direta e mutua do “individual” e do “social”.
• O estado é reunião de uma multidão de homens vivendo sob as leis do direito, é o laço
jurídico e político ao passo que a sociedade é uma pluralidade de laços. O estado é a
generalização da sujeição do poder ao direito: por certa personalização.
• As formas de governo estão ligadas a organização e o funcionamento do poder estatal.
• O estado de direito não se apresenta apenas sob uma forma jurídica calcada na hierar-
quia das leis, ou seja, ele não está limitado apenas a uma concepção de ordem jurídica,
mas, também, a um conjunto de direitos fundamentais próprios de uma determinada
tradição, assim o estado de direito apresenta-se ora como liberal, ora como social e, por
fim, democrático.
• O Estado de Controle Social tem como objetivo moldar às ações do cidadão em benefí-
cio da coletividade e torná-lo um ente útil a coletividade.
• Classe Social é um grupo de indivíduos que, por ocuparem uma posição semelhante na
divisão do trabalho, compartilham recursos econômicos comuns.
• Estratificação social está ligada a grupos em camadas hierarquicamente superpostas
dentro de uma sociedade. Essa distribuição se dá pela posição social dos indivíduos,
das atividades que eles exercem e dos papéis que desempenham na estrutura social.
• Movimentos Sociais são ações coletivas de caráter sociopolítico e cultural, construídas
por atores de diferentes estratos sociais, também são ações coletivas que possuem
uma identidade, têm um opositor e articulam ou fundamentam um projeto de vida e de
sociedade.
• Os direitos humanos objetivam proteger o indivíduo das ações do estado de direito que
nem sempre é pautado pela ética e pelo benefício da coletividade
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EXERCÍCIOS
001. (CESPE/INSS/2016) Com relação ao Estado moderno e à dominação racional legal, jul-
gue os itens a seguir. A racionalidade da tarefa burocrática pode estimular, na sociedade, a
luta por transformações estruturais, especialmente quando ações de setores da burocracia se
identificam com os fins do Estado.
002. (CESPE/INSS/2016) Com relação ao Estado moderno e à dominação racional legal, jul-
gue os itens a seguir. Quanto ao exercício do poder político, o Estado pode ser considerado
garantidor dos direitos individuais e de ações que visem ao bem comum ou considerado um
instrumento de dominação de classe, que não está acima dos conflitos, mas profundamente
envolvido neles.
003. (CESPE/INSS/2016) Com relação ao Estado moderno e à dominação racional legal, jul-
gue os itens a seguir. Estado e governo se confundem, pois as instituições em uma sociedade
territorialmente definida são ocupadas por dirigentes que governam em nome do Estado.
005. (CESPE/INSS/2016) Com relação ao Estado moderno e à dominação racional legal, jul-
gue os itens a seguir. Na perspectiva da dominação racional legal, funcionários que compõem
o quadro administrativo burocrático do Estado são livres e devem obedecer às obrigações obje-
tivas de seu cargo, são nomeados por hierarquia, têm competências funcionais fixas, são con-
tratados de acordo com a qualificação profissional e exercem o cargo como profissão única.
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011. (INÉDITA/2022) Rousseau defendia o direito a igualdade e foi uma influência teórica para
a Revolução Francesa de 1789.
013. (INÉDITA/2022) Thomas Hobbes compreendia que o objetivo principal do estado de di-
reito era a proteção ao direito de propriedade, dado que esta é que era necessária para pro-
ver a vida.
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018. (INÉDITA/2022) No que se refere ao conceito de ideologia, julgue os itens a seguir. O en-
tendimento de ideologia como falsa representação está associado ao nexo entre a concepção
marxista de falsidade ou de falsa consciência e a função social da ideologia.
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030. (INÉDITA/2022) Thomas Hobbes acreditava que o homem em estado de natureza era
violento, atentando contra vida do próximo de forma irracional e decabida e por esse motivo
que um agrupamento humano se e criou uniu regras e guardiões das regras assim surgindo o
estado de direito.
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A ideia de vontade geral, apresentada por Rousseau em seu livro Do Contrato Social, foi funda-
mental para o amadurecimento do conceito moderno de lei e de democracia. Assinale a opção
que melhor expressa essa ideia conforme concebida por Rousseau no livro citado.
a) A soma das vontades particulares.
b) A vontade de todos.
c) O interesse particular do soberano, após o contrato social.
d) O interesse em comum ou o substrato em comum das diferenças.
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GABARITO
1. C
2. C
3. E
4. C
5. C
6. C
7. E
8. C
9. E
10. E
11. C
12. E
13. E
14. E
15. C
16. C
17. E
18. C
19. C
20. E
21. E
22. E
23. d
24. A
25. C
26. E
27. E
28. C
29. C
30. C
31. a
32. b
33. d
34. c
35. c
36. d
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GABARITO COMENTADO
001. (CESPE/INSS/2016) Com relação ao Estado moderno e à dominação racional legal, jul-
gue os itens a seguir. A racionalidade da tarefa burocrática pode estimular, na sociedade, a
luta por transformações estruturais, especialmente quando ações de setores da burocracia se
identificam com os fins do Estado.
Quando o estado não cumpre com o próprio dever descrito em sua carta máxima (constitui-
ção), a sociedade tende a se organizar em movimentos reinvindicatórios.
Certo.
002. (CESPE/INSS/2016) Com relação ao Estado moderno e à dominação racional legal, jul-
gue os itens a seguir. Quanto ao exercício do poder político, o Estado pode ser considerado
garantidor dos direitos individuais e de ações que visem ao bem comum ou considerado um
instrumento de dominação de classe, que não está acima dos conflitos, mas profundamente
envolvido neles.
O estado é a instância principal de mando em meio à grande massa mundial, o único ente que
tem a legitimidade de criar e aplicar leis, garantindo direito ou revogando-os.
Certo.
003. (CESPE/INSS/2016) Com relação ao Estado moderno e à dominação racional legal, jul-
gue os itens a seguir. Estado e governo se confundem, pois as instituições em uma sociedade
territorialmente definida são ocupadas por dirigentes que governam em nome do Estado.
Lembre-se de que Estado e governo têm diferenças claras, veja em nosso material!
Errado.
Art. 16. A decisão em processo de tomada ou prestação de contas pode ser preliminar, definitiva ou
terminativa.
Certo.
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005. (CESPE/INSS/2016) Com relação ao Estado moderno e à dominação racional legal, jul-
gue os itens a seguir. Na perspectiva da dominação racional legal, funcionários que compõem
o quadro administrativo burocrático do Estado são livres e devem obedecer às obrigações obje-
tivas de seu cargo, são nomeados por hierarquia, têm competências funcionais fixas, são con-
tratados de acordo com a qualificação profissional e exercem o cargo como profissão única.
Os entes políticos que estão no estado moderno ali chegaram pelo sufrágio universal, logo os
entes técnicos chegam por competência demonstrada em concurso público para um cargo
específico.
Certo.
Nunca se esqueça, mesmo que com travas constitucionais o estado é a visão do seu gover-
nante, ou seja, do povo, dado que foi a população que o elegeu através do sufrágio universal.
Certo.
Para Weber o estado é o suprassumo da vontade do povo, logo vem do povo e está acima do
povo com suas instituições jurídicas regradores e coercitivas.
Certo.
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Para Bobbio, o poder está ligado no conhecimento e na informação, logo, a informação realiza
a fundamentação de determinado ente que chega ao poder legitimando-o.
Errado.
011. (INÉDITA/2022) Rousseau defendia o direito a igualdade e foi uma influência teórica para
a Revolução Francesa de 1789.
Em sua teoria sempre afirmou que a propriedade era o que proporcionava que o ser humano
entrasse em conflito, porém como era impossível voltar ao estado de natureza era necessário
proporcionar a igualdade de condições entre as pessoas no estado moderno.
Certo.
Cada partido possui uma ideologia econômica e política que norteia seus associados e atraí
mais filiados.
Errado.
013. (INÉDITA/2022) Thomas Hobbes compreendia que o objetivo principal do estado de di-
reito era a proteção ao direito de propriedade, dado que esta é que era necessária para pro-
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Quem afirmou isso foi John Locke, que é um teórico posterior a Thomas Hobbes.
Errado.
Sempre é bom lembrar Weber, o estado é o único ente que tem a legitimidade para utilizar a
violência.
Certo.
Essa é uma das questões clássicas que os conhecimentos gerais auxiliam muito, intra é dentro
e inter é fora, como por exemplo, quando falamos em internacional falamos de fora da nação.
Certo.
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018. (INÉDITA/2022) No que se refere ao conceito de ideologia, julgue os itens a seguir. O en-
tendimento de ideologia como falsa representação está associado ao nexo entre a concepção
marxista de falsidade ou de falsa consciência e a função social da ideologia.
Marx, quando trabalha o termo, faz referência à ideologia burguesa que existe para controlar o
proletariado e fazê-los acreditar que sua pobreza é natural.
Certo.
A legitimidade nos estados se deu de forma diferente através dos tempos, porém a partir do
estado moderno o sufrágio universal dá uma carta branca ao governante e coloca toda a con-
fiança do povo em suas ações.
Certo.
O contrato leva ao estado de direito, o estado de natureza segundo Hobbes, Locke e Rousseau
era o momento em que o ser humano vivia de forma primitiva, sem a existência de um estado
ou governante.
Errado.
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Locke era contrário ao absolutismo, quase sendo um liberal ao ponto que defende o direito a
propriedade.
Errado.
Entre a idade média e o renascimento os estados eram mantidos pela força da espada dos reis
que eram legitimados pelo direito divino.
Errado.
a) Errada. A Declaração foi firmada alguns anos após o fim da Segunda Guerra Mundial, em 1948.
b) Errada. A Declaração não tem força vinculante, representando diretriz a ser seguida pe-
los países.
c) Errada. Na verdade, a Declaração não é uma Convenção. Convenções são documentos inter-
nacionais com força vinculante. A Declaração é uma Resolução.
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d) Certa. São 4 princípios dos direitos humanos a universalidade, o que significa que todos
os seres humanos são dotados desses direitos, indivisibilidade, que significa que todos os
direitos humanos são reconhecidos do mesmo modo, interdependência, o que significa que a
realização de cada um dos direitos humanos depende da realização dos outros, e inter-relação,
o que significa que a violação de um deles implicada a dos outros igualmente.
e) Errada. A Rede de Proteção Social é um programa do governo brasileiro posterior de 1995,
posterior à Convenção da ONU de 1989.
Letra d.
Um dos princípios dos Direitos Humanos é a imprescritibilidade, ou seja, nunca prescreve inde-
pendentemente do que o indivíduo faça.
Certo.
Os direitos humanos, segundo alguns teóricos vem da afirmação dos direitos fundamentais e
passam pela carta de Direitos do Homems e do Cidadão da revolução francesa como também
pela declaração de Independencia dos Estados Unidos da América.
Errado.
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Quando os civis passam a agir com hostilidade, perdem a proteção garantida pela convenção
de genebra, ou seja, tornam-se verdadeiros soldados, os quais passam a ser alvos de uma das
partes em conflito.
Errado.
O art. 37 do Pacto de São José diz que cada Estado poderá ter, no máximo, um membro nacio-
nal entre os integrantes da Comissão.
Certo.
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A busca por assegurar a dignidade da pessoa humana a toda a população tem sido o mais
poderoso instrumento na ampliação dos direitos humanos. Isto porque os direitos e garantias
fundamentais expressos na Constituição não são estáticos, justamente graças ao fato de se-
rem construídos sob elementos principiológicos muito fortes. Ou seja, a dignidade da pessoa
humana tem servido de lastro para ampliar a incidência dos direitos e garantias individuais em
face a diversas situações concretas em que isto se demanda, o que fortalece a luta por uma
sociedade mais justa como um todo.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
III – a dignidade da pessoa humana;
Certo.
030. (INÉDITA/2022) Thomas Hobbes acreditava que o homem em estado de natureza era
violento, atentando contra vida do próximo de forma irracional e decabida e por esse motivo
que um agrupamento humano se e criou uniu regras e guardiões das regras assim surgindo o
estado de direito.
Para Hobbes, o estado foi criado justamente por essa incapacidade natural do ser humano de
viver em grupo.
Certo.
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Quando falamos em escravismo temos que ter em mente o conceito de propriedade, ser escra-
vo é ser considerado uma coisa, uma propriedade.
Letra a.
Essa é a legitima questão que pega o concurseiro pela desatenção, para descobrir a alternativa
correta é só vislumbrar a que possui mais elementos.
Letra b.
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a) É permitida apenas nos casos mais graves de extrema violência contra a pessoa, desde que
respeitado o devido processo legal.
b) É proibida em qualquer hipótese, pois o direito à vida é inerente à pessoa humana e tal direi-
to deve ser respeitado e protegido pela lei.
c) É permitida apenas para os países que já haviam adotado a pena de morte antes de ratifica-
rem o Protocolo, desde que reservada para os crimes mais graves e que a sentença tenha sido
proferida pelo Tribunal competente.
d) É proibida de forma geral, admitindo, como exceção, apenas para o caso de infração penal
grave de natureza militar e cometida em tempo de guerra, desde que o Estado Parte tenha for-
mulado tal reserva no ato da ratificação do Protocolo.
Sempre é importante compreender que os estados desde o século XIX reservam parte de suas
legislações para regramentos de guerra, ou seja, momentos de excessão o que proporciona a
legitimidade da execução em caso de crime contra a pátria.
Letra d.
Todo indivíduo possui direito fundamentais que devem ser positivados pelo estado e esses
direitos são inalienáveis, ou seja, não existe a possiblidade de se desvincular deles indepen-
dentemente da infração que tenha cometido.
Letra c.
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Leonardo Dlugokenski
Esse tipo de política tem como objetivo reduzir as disparidades cometidas pelo sistema capi-
talista através da ação do estado, ou seja, quem tem mais contribui mais, quem tem menos
contribui menos.
Letra c.
A ideia de vontade geral, apresentada por Rousseau em seu livro Do Contrato Social, foi funda-
mental para o amadurecimento do conceito moderno de lei e de democracia. Assinale a opção
que melhor expressa essa ideia conforme concebida por Rousseau no livro citado.
a) A soma das vontades particulares.
b) A vontade de todos.
c) O interesse particular do soberano, após o contrato social.
d) O interesse em comum ou o substrato em comum das diferenças.
Nessa questão temos que compreender que o ser humano é um poço de vontades inalcan-
çáveis, logo, na ótica roussauniana apenas o que era de interesse coletivo deveria estar no
contrato, os interesses individuais desde que não fossem contrários aos preceitos acordados
eram válidos.
Letra d.
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REFERÊNCIAS
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HAMBY, Alonzo L. Esboço da história americana. [S. l.]: [s. n.], 2012.
HAURIOU, Maurice. Droit Constitutionnel et Institutions Politiques. Paris: [s. n], 1966.
HOBSBAWN, Eric J. A era das revoluções: Europa 1789-1848. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004.
JUNQUEIRA, Mary Anne. Estados Unidos: a consolidação de uma nação. São Paulo: Contex-
to, 2001.
LASSALE, Ferdinand. O que é uma constituição? São Paulo: Edições e Publicações Brasil, 1933.
MICHELET, Jules. A história da Revolução Francesa. São Paulo: Companhia das Letras/Círculo
do Livro, 1989.
RAMOS, Carlos Roberto. Origem, conceito, tipos de constituição, poder constituinte e história
das constituições brasileiras. Revista Informe Legislativo, Brasília, DF, ano 24, n. 23, 1987.
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ANEXO I
Declaração Universal dos Direitos Humanos
Adotada e proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (resolução 217 A III) em
10 de dezembro 1948.
Preâmbulo
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família
humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e da
paz no mundo,
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos
bárbaros que ultrajaram a consciência da humanidade e que o advento de um mundo em que
mulheres e homens gozem de liberdade de palavra, de crença e da liberdade de viverem a salvo
do temor e da necessidade foi proclamado como a mais alta aspiração do ser humano comum,
Considerando ser essencial que os direitos humanos sejam protegidos pelo império da lei,
para que o ser humano não seja compelido, como último recurso, à rebelião contra a tirania e
a opressão,
Considerando ser essencial promover o desenvolvimento de relações amistosas entre
as nações,
Considerando que os povos das Nações Unidas reafirmaram, na Carta, sua fé nos direitos
fundamentais do ser humano, na dignidade e no valor da pessoa humana e na igualdade de
direitos do homem e da mulher e que decidiram promover o progresso social e melhores con-
dições de vida em uma liberdade mais ampla,
Considerando que os Países-Membros se comprometeram a promover, em cooperação
com as Nações Unidas, o respeito universal aos direitos e liberdades fundamentais do ser hu-
mano e a observância desses direitos e liberdades,
Considerando que uma compreensão comum desses direitos e liberdades é da mais alta
importância para o pleno cumprimento desse compromisso,
Agora portanto a Assembleia Geral proclama a presente Declaração Universal dos Direitos
Humanos como o ideal comum a ser atingido por todos os povos e todas as nações, com o
objetivo de que cada indivíduo e cada órgão da sociedade tendo sempre em mente esta Decla-
ração, esforce-se, por meio do ensino e da educação, por promover o respeito a esses direitos
e liberdades, e, pela adoção de medidas progressivas de caráter nacional e internacional, por
assegurar o seu reconhecimento e a sua observância universais e efetivos, tanto entre os po-
vos dos próprios Países-Membros quanto entre os povos dos territórios sob sua jurisdição.
Artigo 1
Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de
razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.
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Artigo 2
1. Todo ser humano tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos
nesta Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião,
opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou qual-
quer outra condição.
2. Não será também feita nenhuma distinção fundada na condição política, jurídica ou in-
ternacional do país ou território a que pertença uma pessoa, quer se trate de um território inde-
pendente, sob tutela, sem governo próprio, quer sujeito a qualquer outra limitação de soberania.
Artigo 3
Todo ser humano tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo 4
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos
serão proibidos em todas as suas formas.
Artigo 5
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou
degradante.
Artigo 6
Todo ser humano tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecido como pessoa
perante a lei.
Artigo 7
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da lei.
Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente Declara-
ção e contra qualquer incitamento a tal discriminação.
Artigo 8
Todo ser humano tem direito a receber dos tribunais nacionais competentes remédio efe-
tivo para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela cons-
tituição ou pela lei.
Artigo 9
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo 10
Todo ser humano tem direito, em plena igualdade, a uma justa e pública audiência por parte
de um tribunal independente e imparcial, para decidir seus direitos e deveres ou fundamento de
qualquer acusação criminal contra ele.
Artigo 11
1. Todo ser humano acusado de um ato delituoso tem o direito de ser presumido inocente
até que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público no
qual lhe tenham sido asseguradas todas as garantias necessárias à sua defesa.
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2. Ninguém poderá ser culpado por qualquer ação ou omissão que, no momento, não cons-
tituíam delito perante o direito nacional ou internacional. Também não será imposta pena mais
forte de que aquela que, no momento da prática, era aplicável ao ato delituoso.
Artigo 12
Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua família, no seu lar ou na
sua correspondência, nem a ataque à sua honra e reputação. Todo ser humano tem direito à
proteção da lei contra tais interferências ou ataques.
Artigo 13
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de locomoção e residência dentro das frontei-
ras de cada Estado.
2. Todo ser humano tem o direito de deixar qualquer país, inclusive o próprio e a esse
regressar.
Artigo 14
1. Todo ser humano, vítima de perseguição, tem o direito de procurar e de gozar asilo em
outros países.
2. Esse direito não pode ser invocado em caso de perseguição legitimamente motivada por
crimes de direito comum ou por atos contrários aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
Artigo 15
1. Todo ser humano tem direito a uma nacionalidade.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de
nacionalidade.
Artigo 16
1. Os homens e mulheres de maior idade, sem qualquer restrição de raça, nacionalidade ou
religião, têm o direito de contrair matrimônio e fundar uma família. Gozam de iguais direitos em
relação ao casamento, sua duração e sua dissolução.
2. O casamento não será válido senão com o livre e pleno consentimento dos nubentes
3. A família é o núcleo natural e fundamental da sociedade e tem direito à proteção da so-
ciedade e do Estado.
Artigo 17
1. Todo ser humano tem direito à propriedade, só ou em sociedade com outros.
2. Ninguém será arbitrariamente privado de sua propriedade.
Artigo 18
Todo ser humano tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; esse direi-
to inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou
crença pelo ensino, pela prática, pelo culto em público ou em particular.
Artigo 19
Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; esse direito inclui a liber-
dade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias
por quaisquer meios e independentemente de fronteiras.
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Artigo 20
1. Todo ser humano tem direito à liberdade de reunião e associação pacífica.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação.
Artigo 21
1. Todo ser humano tem o direito de tomar parte no governo de seu país diretamente ou por
intermédio de representantes livremente escolhidos.
2. Todo ser humano tem igual direito de acesso ao serviço público do seu país.
3. A vontade do povo será a base da autoridade do governo; essa vontade será expressa
em eleições periódicas e legítimas, por sufrágio universal, por voto secreto ou processo equi-
valente que assegure a liberdade de voto.
Artigo 22
Todo ser humano, como membro da sociedade, tem direito à segurança social, à realiza-
ção pelo esforço nacional, pela cooperação internacional e de acordo com a organização e
recursos de cada Estado, dos direitos econômicos, sociais e culturais indispensáveis à sua
dignidade e ao livre desenvolvimento da sua personalidade.
Artigo 23
1. Todo ser humano tem direito ao trabalho, à livre escolha de emprego, a condições justas
e favoráveis de trabalho e à proteção contra o desemprego.
2. Todo ser humano, sem qualquer distinção, tem direito a igual remuneração por
igual trabalho.
3. Todo ser humano que trabalha tem direito a uma remuneração justa e satisfatória que
lhe assegure, assim como à sua família, uma existência compatível com a dignidade humana
e a que se acrescentarão, se necessário, outros meios de proteção social.
4. Todo ser humano tem direito a organizar sindicatos e a neles ingressar para proteção de
seus interesses.
Artigo 24
Todo ser humano tem direito a repouso e lazer, inclusive a limitação razoável das horas de
trabalho e a férias remuneradas periódicas.
Artigo 25
1. Todo ser humano tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e à sua família
saúde, bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços
sociais indispensáveis e direito à segurança em caso de desemprego, doença invalidez, viu-
vez, velhice ou outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de
seu controle.
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as
crianças, nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social.
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Artigo 26
1. Todo ser humano tem direito à instrução. A instrução será gratuita, pelo menos nos
graus elementares e fundamentais. A instrução elementar será obrigatória. A instrução técni-
co-profissional será acessível a todos, bem como a instrução superior, esta baseada no mérito.
2. A instrução será orientada no sentido do pleno desenvolvimento da personalidade hu-
mana e do fortalecimento do respeito pelos direitos do ser humano e pelas liberdades fun-
damentais. A instrução promoverá a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as
nações e grupos raciais ou religiosos e coadjuvará as atividades das Nações Unidas em prol
da manutenção da paz.
3. Os pais têm prioridade de direito na escolha do gênero de instrução que será ministrada
a seus filhos.
Artigo 27
1. Todo ser humano tem o direito de participar livremente da vida cultural da comunidade,
de fruir as artes e de participar do progresso científico e de seus benefícios.
2. Todo ser humano tem direito à proteção dos interesses morais e materiais decorrentes
de qualquer produção científica literária ou artística da qual seja autor.
Artigo 28
Todo ser humano tem direito a uma ordem social e internacional em que os direitos e liber-
dades estabelecidos na presente Declaração possam ser plenamente realizados.
Artigo 29
1. Todo ser humano tem deveres para com a comunidade, na qual o livre e pleno desenvol-
vimento de sua personalidade é possível.
2. No exercício de seus direitos e liberdades, todo ser humano estará sujeito apenas às
limitações determinadas pela lei, exclusivamente com o fim de assegurar o devido reconheci-
mento e respeito dos direitos e liberdades de outrem e de satisfazer as justas exigências da
moral, da ordem pública e do bem-estar de uma sociedade democrática.
3. Esses direitos e liberdades não podem, em hipótese alguma, ser exercidos contrariamen-
te aos objetivos e princípios das Nações Unidas.
Artigo 30
Nenhuma disposição da presente Declaração poder ser interpretada como o reconheci-
mento a qualquer Estado, grupo ou pessoa, do direito de exercer qualquer atividade ou praticar
qualquer ato destinado à destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos.
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ANEXO II
A ORIGEM DAS CONSTITUIÇÕES: OS CASOS DA REPÚBLICA DOS ESTADOS UNIDOS DA
AMÉRICA E DA FRANÇA
THE ORIGIN OF THE CONSTITUTIONS: THE CASES OF THE UNITED STATES OF AMERICA’S
AND FRANCE’S REPUBLICS
Leonardo Dlugokenski*
Resumo: O princípio constitucional surge ainda na Idade Média com o objetivo de ser uma
carta de princípios para todas as leis estatais e de ser superior a qualquer instância, até ao
monarca. À luz da modernidade, esta se populariza principalmente pela sua adoção durante
a Revolução Americana e pela Revolução Francesa que a torna um pré-requisito para todo o
Estado soberano e justo.
Palavras-chave: Constituição. Estado. Lei. Nação.
Abstract: The constitutional principle also arises in Middle Age in order to be a charter of
principles for all state laws and to be superior at any instance, until the monarch. At the light of
modernity, it becomes popular mainly for its adoption during the American Revolution and the
French Revolution that makes pre requisite for any sovereign and fair State.
Keywords: Constitution. State. Law. Nation.
1. INTRODUÇÃO
O presente artigo pretende esclarecer os fatos históricos que proporcionaram à consti-
tuição se tornar o principal instrumento de fixação de princípios jurídicos do direito público,
sendo o mais utilizado nos estados nacionais a partir da modernidade, ligado ao contexto do
surgimento do conceito de nação e do fim da Idade Média.
Também enfoca o contexto do surgimento das primeiras constituições escritas e a sua
relevância diante da organização jurídica e a efetivação enquanto territórios independentes e
autônomos dos Estados Unidos da América e da França após a Revolução de 1789.
2. A FORMAÇÃO DO ESTADO NACIONAL E A CONSTITUIÇÃO
2.1 A FORMAÇÃO DE UMA NAÇÃO
A discussão sobre a formação de uma nação em caráter federativo, estados unidos ou es-
tado absoluto advém de tempos remotos; remonta ainda aos filósofos gregos da antiguidade,
mais em específico ao pré-socrático, Tales de Mileto, que foi o primeiro político grego a teorizar a união
das cidades-estados em uma única federação, segundo Spinelli (2003).
A palavra nação leva-nos à conceituação de Hauriou (1966, p. 90), o qual assinala que ela
é “[...] um grupo humano no qual os indivíduos se sentem mutuamente unidos, por laços tan-
to materiais como espirituais, bem como consciente daquilo que os distingue dos indivíduos
componentes de outros grupos nacionais”, ou seja, podemos dizer que um único governo não
caracteriza uma nação, assim como impérios aos moldes dos romanos, dos helênicos e dos
egípcios não formavam nações, mas possuíam inúmeros grupos nacionais em seu interior.
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Por esse motivo, acredita-se que a formação das primeiras nações advém da alta Idade
Média, mais em específico com as invasões bárbaras, nas quais inúmeros agrupamentos aden-
traram no Império Romano do Ocidente, findando o domínio daquela organização jurídica e ini-
ciando reinados que, ao findar da renascença, tornar-se-iam nações, como é o caso da França.
O reino franco (Regnum Francorum) – mais exactamente o reino dos reis francos, e não
só do povo franco – desempenha um papel crescente no Ocidente entre os séculos V e IX. Os
reis Merovíngios, sobretudo Clovis (cerca de 481-511), submetem a maior parte da Gália à sua
autoridade; os Carolíngios, sobretudo Carlos Magno (imperador em 800) estenderão seu poder
[...] A unidade, aliás relativa deste império contribuiu para a formação dum direito ocidental
mais ou menos uniforme. Não obstante dez séculos em evolução em sentidos diversos, o direi-
to dos países procedentes do Império Carolíngio conservou a unidade suficiente para poder ser
distinguido ainda do direito dos países eslavos e do direito dos países saxônicos. (GILISSEN,
2011, p. 166).
Com o passar da idade média, as grandes nações dividiram-se em principados e foram
sendo unificadas aos poucos por reis que se utilizaram da espada e dos seus exércitos criando
um movimento de eterno retorno às nações como conhecemos na contemporaneidade.
2.2. A ADOÇÃO DAS CONSTITUIÇÕES
A discussão sobre a adoção de uma constituição é recente, leva-nos à Revolução Ameri-
cana que iniciou em 1776, remontando à fixação dos “[...] princípios do direito público numa
constituição escrita [...], inicialmente em onze dos treze estados que tinham se declarado in-
dependentes.” (GILISSEN, 2011, p. 419). A redação final que concedeu unidade total aos 13
estados americanos e os tornou uma República dos Estados Unidos data de 1787.
Em consequência imediata da Revolução Americana, a França, após a queda da monarquia
do Rei Luís XVI, também adotou uma constituição como carta-base em 1791, a Espanha em
1808 e o Brasil em 1823.
É notável que no final do século XVIII e meados do XIX, inúmeros países adotaram a cons-
tituição como a base legal dos seus governos.
2.3 O QUE É CONSTITUIÇÃO?
O termo constituição, como a maioria das palavras, advém da união de dois termos da
Língua Latina, cum + statuere, com o significado de constituir conjuntamente, ou seja, compor
algo em conjunto com outros indivíduos.
O economista Lassale (1993, p. 10), em sua obra denominada O que é uma constituição?,
acreditava que é a lei fundamental de uma nação, entendendo lei fundamental como lei que
constitui o fundamento de todas as outras.
O teórico belga Gilissen (2011), em sua obra denominada Introdução histórica ao direito,
segue no mesmo caminho, entendendo que o termo em questão significa o ato legislativo que
fixa os princípios do direito público, ou seja, o ato que serve como um princípio norteador para
os códigos que são dotados de leis positivadas, objetivando a organização da sociedade.
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artesãos. Os historiadores destacam entre essas colônias a da Pensilvânia, que foi povoada
por quakers, grupo protestante que defendia a tolerância religiosa. Além disso, as colônias do
meio caracterizavam-se por suas cidades populosas, como Filadélfia e Nova York. (JUNQUEI-
RA, 2001, p. 18).
A heterogeneidade na formação colonial dos Estados Unidos da América proporcionou
uma diferenciação dessa ocupação territorial frente às colônias hispânicas e portuguesas,
ademais, essa heterogeneidade influenciou diretamente o processo de independência em de-
corrência da preferência que a Inglaterra demonstrava diante das colônias do Sul, deixando o
Norte e o Centro quase abandonados à própria sorte, ocasionando uma organização indepen-
dente e um desejo de manter essa independência frente à metrópole.
3.4. A INDEPENDÊNCIA DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
A Inglaterra, durante a sua história, envolveu-se em diversos conflitos para manter a sua so-
berania e principalmente para expandir territórios. No século XVIII, o contexto não era diferente
e a Inglaterra encampou uma guerra contra os franceses, que ficou conhecida como “Guerra
dos Sete Anos”, vencida pela Inglaterra, mas com um amargo prejuízo em vidas e principal-
mente financeiro.
A coroa, com o objetivo de equilibrar a economia, resolveu aumentar de forma exorbitante
os impostos coloniais ocasionando um sentimento de revolta nos colonos, visto que estes
somente eram conclamados quando a Inglaterra passava por dificuldades.
Em 1756 explodiu a Guerra dos Sete Anos, conhecida, no Novo Mundo, como Guerra Fran-
co-Índia, pois os franceses se uniram a alguns grupos indígenas insatisfeitos por terem as
suas terras tomadas pelos ingleses. Ingleses e franceses, que tinham disputas acirradas na
Europa por hegemonia econômica, deslocaram as hostilidades para as regiões do Novo Mun-
do, onde disputavam territórios e a posse de novas colônias. A Guerra acabou em 1763 com a
vitória da Inglaterra e, em especial, dos colonos ingleses.
Embora vencedora, a Inglaterra saiu com uma enorme dívida contraída durante o conflito.
Não era possível manter uma guerra do outro lado do Atlântico sem mobilizar um contingente
militar e um esforço financeiro considerável. A solução encontrada para a crise foi aumentar os
impostos das suas colônias além-mar, fato que criou um profundo descontentamento nos co-
lonos, fazendo-os insurgirem-se inicialmente contra as pressões da Coroa e, depois, pegarem
em armas pela independência. (JUNQUEIRA, 2001 p. 18).
Esse descontentamento fez com que os colonos ingleses solicitassem a diminuição de
impostos à metrópole. Não sendo atendidos, iniciaram uma insurreição que os levaria à inde-
pendência em 1776.
Os primeiros tiros da Revolução Americana aconteceram em 19 de abril de 1775, em Lexing-
ton Massachussets, quando tropas inglesas invadiram a cidade em busca de munição e armas.
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(2011, p. 431), porque “[...] por um lado se defrontou com inúmeras dificuldades políticas, por
outro lado porque elaborou muitas leis administrativas, nomeadamente as de 1790 sobre a
organização dos departamentos e municípios [...]”
Paralelamente à formação da Assembleia, os motins em Paris aconteceram em 14 de julho
com a tomada da prisão da Bastilha, símbolo do poder real e depósito de armas; a França está
em meio ao processo revolucionário. Pouco depois se aprovava a solene “Declaração dos di-
reitos do Homem e do Cidadão”, e em 03 de setembro de 1791 a primeira constituição escrita
da França, que segundo Hobsbawn (2004):
A constituição de 1791 rechaçou a democracia excessiva através de um sistema de mo-
narquia constitucional baseado num direito de voto censitário dos “cidadãos ativos” reconheci-
damente bastante amplo. Esperava-se que os passivos honrassem sua denominação. (HOBS-
BAWN, 2004, p. 98).
Com a promulgação da Constituição de 1791, implantando uma monarquia constitucional
na França, o rei perdeu os plenos poderes; também foi realizada a separação efetiva dos Po-
deres Executivo, Legislativo e Judiciário e o povo ganhou direitos civis plenos. Essa mesma 23
A origem das constituições...
Constituição aboliu o feudalismo e nacionalizou os bens eclesiásticos, ocasionando uma
ruptura com a Igreja Católica.
5. CONCLUSÃO
O presente trabalho clarificou sob à luz da modernidade a conceituação do termo consti-
tuição, o qual entendemos como a carta de princípios-base para todas as leis de um estado
nacional, ou seja, o ponto que norteia toda a ação jurídica de um país.
Também este artigo demonstrou a relação entre a Revolução Americana e a Revolução
Francesa, como também a popularização do modelo constitucional após a sua adoção pelo
Governo de George Washington na República dos Estado Unidos da América, onde esse mo-
delo jurídico se espalhou pelos novos estados americanos como também na reinvenção dos
estados europeus.
Ademais, é possível ver que os séculos XVIII e XIX são imprescindíveis quando se fala da
modernização das instituições jurídicas, pois desde o Império Romano não existia inovação na
forma de legislar de um Estado ou nação.
Leonardo Dlugokenski
Possui graduação em Filosofia (2005). Especialista na área de Sociologia pela Universidade de Passo Fundo
(2009), bem como em Formação de Professores e Tutores para Atuar no Ensino – Modalidade a Distância
(2020). Mestre na área de História pela Universidade de Passo Fundo (2012). É professor do ensino básico
e superior, membro do Instituto Histórico e Geográfico Oeste Catarinense – IHGO, coordenador do Núcleo
de Pesquisa em Direitos Fundamentais e Constitucional da UNOESC e membro do grupo de Pesquisas
em Inovação, Tecnologias em Engenharias, Arquitetura e Urbanismo – ITEAU – UNOESC. Professor das
disciplinas ligadas às ciências humanas nos cursos de Direito e Arquitetura e Urbanismo da UNOESC e do
curso de Direito da UNOPAR.
O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para Joice Gomes Ferreira - 03075840114, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
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