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Plano de aula - Atividade 14/06/2022 (Terça-feira)

Duração/tempo: Síncrono (1 hora e 30 minutos)


Disciplina: História
Ano/turma: 8° ano do Ensino Fundamental
Integrantes: Brenda de Freitas de Figueiredo, Felipe Max Candido Pereira, Gabrielle
Fabrício e Silva, Julia Lopes Coelho Rodrigues, Leonardo Leal Viguera E Silva e Ronnald
Barboza Trindade.

UMA FANTASIA IMPERIAL: O IMPÉRIO ATRAVÉS DAS IMAGENS


Conteúdo: Relação entre História e Imagem; Análise de discurso

OBJETIVOS

● Entender os aspectos sociais, políticos e culturais do Brasil após a chegada da família


real portuguesa em 1808;
● Refletir acerca dos discursos políticos e estratégias, em especial, imagéticas utilizadas
para a estabilização sociopolítica dessa mudança produzidos pelos governantes
durante o século XIX;
● Compreender a análise das iconografias de maneira crítica, para além de uma
ilustração.

METODOLOGIA

1° momento: Antes de iniciarmos a aula, perguntaremos aos alunos o que eles


entendem por discurso, de modo a iniciar um debate em sala de aula sobre o que
caracterizaria um discurso, especialmente como eles compreendem e o enxergam no dia a dia.
Em primeira instância, faremos apontamentos para situar a turma, tais como: expor como a
História era narrada por meio de documentos oficiais, a mudança de pensamento
historiográfico no século XX e a necessidade de desenvolver uma maior criticidade em
relação aos registros.
2° momento: Logo após, iniciaremos a aula introduzindo os debates acerca dos
conceitos a respeito do discurso, expondo uma sequência de discursos díspares - estimulando
maior participação dos alunos - até chegarmos à imagem, de modo a instigar os alunos sobre
a diversidade de documentos históricos.
3° momento: Em sequência, iremos expor como o estudo da iconografia possibilitou
a leitura da produção iconográfica como um discurso, não apenas uma ilustração. Assim,
exporemos aos discentes como a imagem não é a realidade ou a representação do fato,
enfatizando como esta traz consigo símbolos, aspectos, perspectivas, dimensões próprias e
escolhas das quais são necessárias analisar.
4° momento: Explicaremos como, no início do século XIX, havia o projeto do Rio de
Janeiro, a nova casa da Coroa, ser a “Nova Versalhes”. Nesse sentido, apresentaremos aos
discentes a Academia Imperial de Belas Artes - parte do projeto da elite ilustrada - como ela
foi projetada e construída nos moldes, em especial, franceses; mostraremos como sujeitos
históricos europeus – citando, a título de exemplo, Napoleão Bonaparte, serviram de
inspiração e influência para a construção monumentalidade iconográfica na construção das
pinturas. Em seguida, comentaremos como, no contexto de mudanças republicanas,
desenvolveu-se o projeto de tornar a Academia Imperial de Belas Artes em um museu, que,
hodiernamente, é o maior do país com o acervo do século XIX e localiza-se no centro da
cidade do Rio de Janeiro, na região da Cinelândia.
5° momento: A partir desse momento da aula, apresentaremos ao alunado os
principais objetivos da Academia Imperial de Belas Artes. Usaremos para isso os dois
grandes nomes da Academia Imperial de Belas Artes (Pedro Américo e Victor Meirelles)
para ilustrar nossa aula.
6° momento: Explicaremos mais sobre a vida e trajetória do Victor Meirelles para
apresentá-lo aos alunos na discussão da pintura “Primeira Missa No Brasil” (1860). Neste
momento, comentaremos sobre a construção da pintura, como ocorreu sua encomenda e
como esta foi projetada, além de mostrar a importância da peça para a conjuntura política do
país no momento.
MEIRELLES, Victor. Primeira Missa no Brasil. 1861. Pintura, tinta a óleo sobre tela, 268 x 356 cm.

7° momento: Utilizaremos a carta de Pero Vaz de Caminha sobre a primeira missa no


Brasil para ler para os alunos1. Em seguida, destrincharemos a pintura da “Primeira Missa do
Brasil” (1860) de Victor Meirelles, em conjunto com a turma - como iluminação, espaços
geográficos, indumentários, cores, posição dos indígenas incorporados na natureza - para
analisar a obra como discurso, principalmente para compor e validar a narrativa do
Estado-Nação. Neste momento da aula, instigaremos os alunos a exercer a criticidade acerca
das pinturas e como estas são produzidas com um propósito, não de modo inocente.
8° momento: Apresentaremos a trajetória do artista brasileiro Pedro Américo,
destacando sua importância durante o Império e a influência francesa em suas expressões
artísticas e, logo após, exibiremos o quadro Independência ou Morte (1889), de Pedro
Américo, para uma primeira visualização, de modo mais amplo.

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A leitura da carta nesse momento se torna essencial, além do fato de que nem todos os alunos leem o slide por
completo, é compreender como esse documento serviu de inspiração para a composição e confecção do Victor
Meirelles e como foi feita a representação infiel por parte de Pero Vaz em sua carta
AMÉRICO, Pedro. Independência ou Morte. 1888. Pintura, óleo sobre tela, 415 x 760 cm.

9° momento: Em seguida, antes do diálogo sobre a obra, transmitiremos um vídeo da


historiadora Lilia Schwarcz para uma análise mais precisa da pintura, em que são destacados
elementos cuja documentação que os embase são de difícil acesso. Após a transmissão do
vídeo, faremos uma dinâmica em sala em que os alunos devem transmitir suas impressões
acerca da pintura.
10º momento: Após a dinâmica, explicaremos aos discentes os detalhes mais
específicos acerca da ilustração, como as indumentárias, os animais para fazer, em conjunto,
a leitura da pintura.
11° momento: Por fim, finalizaremos enfatizando os eventos políticos de fundo para
que os alunos compreendam que, dentro do contexto de instabilidade do Império, a
manipulação dos discursos iconográficos perante a sociedade brasileira naquele momento
histórico, era utilizado favoravelmente à imagem da Família Real.

Recursos: Retroprojetor; Internet; Plataforma digital “Brasiliana iconografia” (Site); Vídeo


da restauração da pintura de Américo no canal da agência FAPESP (Youtube); Material
explicativo produzido anteriormente sobre os conteúdos a serem trabalhados - Fotos de
algumas estruturas situadas no estado do Rio de Janeiro, para exemplificar como estes ícones
estão presentes no cotidiano dos alunos (Slide).
AVALIAÇÃO

Tendo em vista o bicentenário da Independência do Brasil em 2022, a avaliação


consistirá em um trabalho coletivo com o intuito de analisarmos a criticidade adquirida pelos
alunos durante a aula, além de identificar suas habilidades em reconhecer as características
básicas de documentos históricos - seus autores, momento, local de produção e de
compará-los entre si. Sendo assim, será promovida a divisão da turma em grupos, estes
pesquisarão outras pinturas do período imperial, para além das que foram apresentadas
anteriormente em sala de aula, de modo a exercer por meio da pesquisa uma reflexão sobre
como tais discursos se estabeleciam politicamente, a partir das iconografias.

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