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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

DIREITO DE FAMÍLIA

RESENHA – Estudo de Caso

Anna Karoline Tavares Marsicano de Brito

Trabalho da disciplina
Ética e Bioética no Direito de Família
Tutora: Prof. Ana Cristina Augusto Pinheiro

João Pessoa - PB
Novembro de 2020

1
O REGISTRO DE NASCIMENTO DOS FILHOS GERADOS POR REPRODUÇÃO
ASSISTIDA APÓS O PROVIMENTO Nº 52/2016 DO CNJ

Mediante a publicação do Provimento nº 52, de 14 de março de 2016, por iniciativa da


Corregedoria Nacional de Justiça, o processo para registro de filhos gerados a partir de reprodução
assistida passou por algumas modificações em todo o território nacional, tema que foi abordado no texto
“Registro de filhos gerados a partir de reprodução assistida será automático em todo o país”, de autoria
da Assessoria de Comunicação Social do IBDFAM no mesmo período das alterações.
As técnicas de reprodução assistida consistem em um conjunto de procedimentos laboratoriais
utilizados por médicos especialistas que possuem como principal objetivo a tentativa de viabilizar a
gestação para casais ou pessoas sem parceiros, independentemente de sua orientação sexual, que tenham
dificuldades em conceber uma criança sem o auxílio científico, podendo ocorrer através de inseminação
artificial ou por meio de fertilização in vitro. Anteriormente ao provimento nº 52/2016, nos casos em que
o emprego de umas das técnicas implicasse no uso de material genético ou útero de uma terceira pessoa,
os envolvidos deveriam pedir autorização judicial para inserirem seus nomes no registro de nascimento
da criança, como se genitores biológicos fossem.
Diante das evoluções sociais e do reconhecimento jurídico de novos arranjos familiares como,
por exemplo, a união de casais homoafetivos ou a constituição de famílias monoparentais, garantindo a
aplicação do princípio isonômico disposto pela Lei Maior, foi necessário que a Corregedoria do CNJ
elaborasse um provimento capaz uniformizar a lavratura do registro de nascimento em todo o território
nacional no caso de filhos advindos de técnicas de reprodução assistida. Após o referido provimento, os
oficiais dos cartórios de registro civil passaram a assentar o termo de nascimento, independentemente de
autorização judicial prévia, adequando os nomes dos responsáveis, sem qualquer distinção quanto à
ascendência paterna ou materna.
Isto posto, conclui-se que o provimento está em consonância com o princípio da primazia da
realidade, haja vista que exalta nas relações familiares a importância dos laços afetivos em detrimento
aos vínculos biológicos, permitindo que os idealizadores da concepção tenham os seus direitos parentais
respaldados, sem que seja primordialmente necessário a propositura de ação para reconhecimento
jurídico do estado de filiação.

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