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Teoria das

Representações Sociais –
RS

Dr. Daniel Vítor Gomes de Sousa


Psicólogo – CRP 16/3168
Especialista em Gestão Estratégica em RH
Mestre em Psicologia
Doutor em Psicologia Social
Roteiro de
Apresentação

1 – Desenvolvimento da Teoria das RS

2 – Conceito de RS

3 – Elementos das RS: Abordagem


Estrutural
1 – Desenvolvimento da Teoria das RS

• O termo Representações Sociais designa


tanto um conjunto de fenômenos quanto
o conceito que os engloba e a teoria
construída para explicá-los, definindo um
vasto campo de estudos
psicossociológicos.
1 – Desenvolvimento da Teoria das RS

• Inaugurado pelo psicólogo social Serge


Moscovici, em 1961 (Moscovici, 1976), como
uma tentativa de renovação temática, teórica e
metodológica da psicologia social, o campo
começou a receber mais atenção na Europa
somente a partir dos anos 70.

• Durante os anos 80, além de transpor as


fronteiras européias, inclusive em direção ao
Brasil, foi confrontado por uma forte oposição
crítica acadêmica.
1 – Desenvolvimento da Teoria das RS

• Moscovici (2005) propõe, com seus estudos, que


as representações que habitam a esfera do senso
comum podem ser analisadas como ciência, pois
tudo o que percebemos do mundo são respostas a
estímulos do ambiente no qual vivemos.

• Sendo assim, para o autor, as RS são modalidades


de conhecimento que circulam em nosso
cotidiano.

• Por meio da interação com os outros, temos a


necessidade de nomear e tornar concreto o que
ainda não se tornou familiar.
1 – Desenvolvimento da Teoria das RS

Para Moscovici as Representações Sociais


(RS) são como “uma modalidade de
conhecimento particular tendo a função
de elaboração dos comportamentos e da
comunicação entre os indivíduos”
(MOSCOVICI, 2012, p. 27).
1 – Desenvolvimento da Teoria das RS

Assim, a TRS está centrada no


funcionamento do pensamento cotidiano,
com raízes tanto na sociologia e
antropologia (Durkheim e Lévy-Bruhl)
quanto na psicologia construtivista, socio-
histórica e cultural (Piaget e Vygotsky),
implicando num entrelaçamento entre o
social e o individual, como afirmam
Almeida e Santos (2011).
1 – Desenvolvimento da Teoria das RS
1 – Desenvolvimento da Teoria das RS

“Para dar conta do conhecimento


cotidiano, Moscovici (1989) retoma e
ressignifica o conceito de representações,
tentando, ao mesmo tempo, colocar em
evidência a especificidade da psicologia
social, na medida em que, com esse
conceito, ele a situará na intersecção do
individual e do social” (ALMEIDA e SANTOS,
2011, p. 290).
2 – Conceito de RS

Definição de Representação Social

• A representação social é uma forma


de conhecimento, socialmente
elaborada e partilhada, com um
objetivo prático, que concorre para
a construção de uma realidade
comum a um determinado grupo
social. (Jodelet, 1989, p.36)
2 – Conceito de RS

Definição de Representação Social

• A representação social é uma forma


de conhecimento, socialmente
elaborada e partilhada, com um
objetivo prático, que concorre para
a construção de uma realidade
comum a um determinado grupo
social.
2 – Conceito de RS

Definição de Representação Social

• A representação social é:

uma forma de conhecimento:


conteúdos cognitivos

“Eu
acredito na
educação”
2 – Conceito de RS

Definição de Representação Social

• A representação social é:

socialmente elaborada e partilhada:


conteúdos cognitivos criados e
compartilhados pelos grupos sociais
2 – Conceito de RS

Definição de Representação Social

• A representação social é:
socialmente elaborada e partilhada
NÃO
acreditamos
na educação

amos
dit
Acre ucação
d
na e
2 – Conceito de RS

Definição de Representação Social

• A representação social possui:

um objetivo prático
2 – Conceito de RS

Definição de Representação Social

• A representação social:

com um objetivo prático: construção


de uma realidade comum a um
determinado grupo social.
2 – Conceito de RS

Funções das RS:

a) Função de saber;

b) Função identitária;

c) Função de orientação;

d) Função justificadora.
2 – Conceito de RS

Funções das RS

a) Função de Saber

• Permite que atores sociais adquiram


conhecimentos e os integrem a um
quadro assimilável e compreensível,
coerentes com o funcionamento
cognitivo e com os valores aos quais
eles aderem.
2 – Conceito de RS

Funções das RS

b) Função Identitária

• Serve para manter uma imagem


positiva do grupo no qual o sujeito está
inserido.
2 – Conceito de RS

Funções das RS:

c) Função de Orientação

Serve como uma espécie de diretriz para


ação.
2 – Conceito de RS

Funções das RS

d) Função Justificadora

• Permite,
posteriormente, que o
indivíduo justifique as
tomadas de posição e
os comportamentos.
2 – Conceito de RS

“Representações Sociais (RS) são formas de


pensamento em movimento, que se espalham pelos
grupos sociais por meio do processo de
comunicação. As pessoas compartilham a realidade
construída socialmente porque compartilham RS. É
esse compartilhamento que possibilita que possam
criar um mundo coerente e que possam
compartilhar esse mundo através das palavras. As
RS são formas de pensamento compartilhadas por
grupos sociais” (Jodelet, 2001).
1 – Conceito de RS

“Representações Sociais (RS) são formas de


pensamento em movimento, que se espalham pelos
grupos sociais por meio do processo de
comunicação. As pessoas compartilham a realidade
construída socialmente porque compartilham RS. É
esse compartilhamento que possibilita que possam
criar um mundo coerente e que possam
compartilhar esse mundo através das palavras. As
RS são formas de pensamento compartilhadas por
grupos sociais” (Jodelet, 2001).
2 – Conceito de RS

• Moscovici adverte que as RS não são criadas por


um indivíduo isoladamente e, como
consequência disso, para explicar ou se
compreender uma representação, é necessário
começar com aquela, ou aquelas das quais ela
nasceu.

• Para tanto, é preciso buscar, na história, em que


momento esta representação torna-se “familiar”
para um determinado grupo.

• Em outras palavras, é preciso compreender os


processos de “objetivação” e “ancoragem”.
2 – Conceito de RS

Objetivação

• É descobrir a qualidade icônica de uma ideia, ou


ser impreciso, e reproduzir um conceito em uma
imagem.

• Implica três movimentos:

a) seleção e descontextualização;
b) formação do núcleo figurativo;
c) naturalização dos elementos.
2 – Conceito de RS

Objetivação

a) Seleção e Descontextualização

• Do conjunto total de informações, os sujeitos


retiram algumas a partir de conhecimentos
anteriores, valores culturais ou religiosos,
tradição cultural ou experiência prévia.
2 – Conceito de RS

Objetivação

b) Formação do Núcleo Figurativo

• Construção de um modelo figurativo, um núcleo


imaginante a partir da transformação do conceito.
2 – Conceito de RS

Objetivação

c) Naturalização dos Elementos

• Elementos que foram construídos passam a ser


identificados como elementos da realidade do
objeto.
2 – Conceito de RS
Ancoragem

• Ancorar é classificar e dar nome a alguma coisa.

• Processo que transforma algo estranho e


perturbador, que nos intriga, em nosso sistema
particular de categorias e o compara com um
paradigma de uma categoria que nós pensamos
ser apropriada.

• Implica em três movimentos:


a) atribuição de sentido;
b) instrumentalização do saber;
c) enraizamento no sistema de pensamento.
2 – Conceito de RS
Ancoragem

a) Atribuição de Sentido

• Enraizamento de uma representação em uma


rede de significados articulados e hierarquizados
a partir de conhecimentos existentes.

• Um sentido e um nome são atribuídos ao novo


objeto.
2 – Conceito de RS

Ancoragem

b) Instrumentalização do Saber

• Possibilita um valor funcional à representação, na


medida em que se torna uma teoria de referência,
possibilitando a tradução e compreensão do
mundo social.
2 – Conceito de RS

Ancoragem

c) Enraizamento no Sistema de Pensamento

• As novas representações se inscrevem em um


sistema de representações preexistentes, tornam-
se familiares, ao mesmo tempo em que
transformam o conhecimento anterior.
2 – Conceito de RS

Ancoragem

c) Enraizamento no Sistema de Pensamento

• As novas representações se inscrevem em um


sistema de representações preexistentes, tornam-
se familiares, ao mesmo tempo em que
transformam o conhecimento anterior.
2 – Conceito de RS

• A partir das ideias de Moscovici outros


pesquisadores desenvolveram aspectos da
Teoria das Representações Sociais.
1 – Desenvolvimento da Teoria das RS

Abordagens em RS:

1 - Abordagem cultural/processual
• Denise Jodelet

2 - Abordagem societal
• Willen Doise

3 - Abordagem estrutural
• Jean-Claude Abric
3 – Elemento das RS –
Abordagem Estrutural

• Ao afirmar que “uma representação é


constituída de um conjunto de informações, de
crenças, de opiniões e de atitudes a propósito
de um dado objeto social”, Abric postula que
toda representação está organizada em torno de
um núcleo central que é seu elemento
fundamental e é ele quem determina sua
significação e sua organização.
3 – Elemento das RS –
Abordagem Estrutural

a) Núcleo Central

b) Elementos Periféricos
1ª periferia
2ª periferia
3 – Elemento das RS –
Abordagem Estrutural

a) Núcleo Central

• Em torno do núcleo central organizam-


se os elementos periféricos que são
seus componentes mais acessíveis, mais
vivos e mais concretos.

• Três funções primordiais: concretização,


regulação e defesa.
3 – Elemento das RS –
Abordagem Estrutural

b) Elementos Periféricos
1ª periferia
2ª periferia

• Constituem seu aspecto móvel e evolutivo (regulação) e


onde poderão aparecer e ser toleradas as contradições
(defesa), uma vez que o núcleo central é resistente à
mudança, posto que sua transformação provocaria uma
completa alteração.
3 – Elemento das RS –
Abordagem Estrutural
3 – Elemento das RS –
Abordagem Estrutural

b) Elementos Periféricos
1ª periferia
2ª periferia

• Constituem seu aspecto móvel e evolutivo (regulação) e


onde poderão aparecer e ser toleradas as contradições
(defesa), uma vez que o núcleo central é resistente à
mudança, posto que sua transformação provocaria uma
completa alteração.

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