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mM UNIDADE 2- CIPA - COMISSÃO INTERNA DE PRE-

VENÇÃO DE ACIDENTES. ENA


Em conformidade com o instituído nas Nor-
mas Regulamentadoras, as empresas privadas e
públicas, dependendo do grau de risco da ativida-
de principal e do número de empregados, deverão:
organizar, registrar na DRT e manter em funciona-
mento uma Comissão Interna de Prevenção de Aci-
dentes — CIPA.
Devem constituir a CIPA, por estabelecimento,
e mantê-la em regular funcionamento as empresas
privadas, públicas, sociedades de economia mista,
órgãos da administração direta e indireta, institui-
ções beneficentes, associações recreativas, coope-
rativas, bem como outras instituições que admitam
trabalhadores como empregados.
O objetivo da CIPA é garantir a representação dos
trabalhadores nas questões de melhoria da segurança
e saúde ocupacional. Observar e relatar condições de
risco nos ambientes de trabalho e solicitar medidas para
reduzir até eliminar os tiscos existentes e/ou neutrali-
zar os mestnos, discutir os acidentes ocorridos, enca-
minhando aos SESMT e ao empregador o resultado da
discussão, solicitando medidas que previnam acidentes
semelhantes e, ainda, orientar os demais trabalhadores
quanto à prevenção de acidentes.
A CIPA é uma comissão paritária, formada por
representantes do empregador e dos empregados de
acordo com a Norma Regulamentadora, e observan-
do, dentre outros fatores, os seguintes.
A composição da CIPA deve obedecer a crité-
rios que permitam estar representada a maior parte
do setor do estabelecimento, não devendo faltar em
qualquer hipótese a representação dos setores que
representam maior grau de risco de acidentes.
Os representantes, titulares e suplentes, do em-
pregador, são indicados livremente por estes, proi-
bida a recondução de titulares para mais de dois
mandatos consecutivos. Oportuno ressaltar que no
inciso II do Ato das Disposições Constitucionais
Transitórias assegurou a estabilidade do cipeiro, des-
de o registro de sua candidatura, e, se eleito, até um
ano após o término do seu mandato.
Os representantes e titulares dos empregados
são escolhidos por estes, mediante eleição direta e
secreta, promovida pelo empregador, em horário de
expediente normal da empresa, respeitados os tur-
nos, e será obrigatória, devendo ter a participação
de, no mínimo, a metade mais um do número de
empregados de cada setor.
Serão eleitos titulares, os candidatos mais votados
representantes dos empregados e escolherão dentre si,
o Vice-Presidente da CIPA. Será inelegível o membro
titular representante dos empregados que já tenha sido
eleito como tal, por dois mandatos consecutivos.
Os membros da CIPA representantes do em-
pregador e dos empregados, ou seja, os cipeiros esco-
lherão quaisquer dois empregados como Secretário e
Suplente de Secretário aos quais competirão manter
atualizada toda documentação da CIPA, incluindo a
ATA das reuniões no livro de Atas da CIPA.
Organizada a CIPA e definidos todos os seus
membros componentes, e efetuada a posse dos mes-
mos por ato do empregador, deverá a CIPA, em dez
dias após a eleição, ser registrada na DRT.
A eleição para o novo mandato da CIPA deverá
ser convocada pelo empregador, com prazo mínimo
de 45 (quarenta e cinco) dias antes do término do
mandato em vigor, e realizada com antecedência mí-
nima de 30 (trinta) dias do seu término; ocorrendo a
nova posse no dia útil seguinte ao término do man-
dato anterior. Para cada eleição deverá ficar uma fo-
Ilha de votação que ficará arquivada na empresa por
um período de 3 (três) anos, para fins de fiscalização,
podendo o Delegado Regional do Trabalho, anular a
eleição quando constatar irregularidades insanáveis.
Para cada novo mandato, deverá o empregador
encaminhar à DRT: a Ata de Eleição dos represen-
tantes dos empregados, assim como a Cópia da ata
de eleição, cópia da ata de instalação e posse, calen-
dário das reuniões ordinárias, onde deve constar dia,
mês, hora e local de realização das reuniões.
O empregador deverá promover para todos os
membros da CIPA, Titular, Suplente, Presidente,
Vice-Presidente, Secretário e Suplente de Secretário,
em horário de expediente normal da empresa, um
curso básico em prevenção de acidentes, com carga
horária de no mínimo 18 (dezoito) horas/aula, po-
dendo ser realizado pelo SESMT da empresa ou por
entidade especializada e credenciada junto à DRT
(Ex.: SENAI e SENÃO).
É importante verificar que a NR 5 fala, algumas
vezes, em trabalhadores e algumas vezes em emprega-
dos. Quando a norma diz empregados refere-se àqueles
com vínculo de emprego com a empresa determinada.
Quando se refere a trabalhadores, engloba todos
os que trabalham no estabelecimento de determinada
empresa, ainda que sejam contratados por outras.
Deve ser considerado empregado, para fins de
constituição da CIPA, a pessoa física, que preste ser-
viço de natureza não eventual ao empregador, sob
dependência desse e mediante salário.

MODELO DE REQUERIMENTO DO
REGISTRO DA CIPA NA DRT
Timo. Sr, Delegado Regional do Trabalho no Estado de ..............11202——.

A Empresa: situada na vem, mui

requerer a Vossa Senhoria, o registro da comissão internade prevenção de acidentes


- CIPA,
de seu ão situado na com ati principalde
de idae com o disposto
no artigo 163, da CLT e na NROS:
CIPA, da Portaria do SSMI/MTb n.º 033/83.
Anexando, para tanto, os seguintes documentos:
Ata de eleição do representante dos empregados:
Ata de Instalação e Posse de todos os membros;
Calendário anual de reuniões ordinárias;
Livro de Atas da CIPA.
Nestes termos,

Pede Deferimento.
Local
e data,

(Assinatura do Empregador ou Preposto)


2.1. CONCEITO DE INSALUBRIDADE

Trabalho insalubre é aquele realizado em con-


dições que expõem o trabalhador a agentes nocivos
à saúde acima dos limites de tolerados, seja por sua
natureza, intensidade ou tempo de exposição.
Adicional salarial: trabalhar em condições de
insalubridade assegura ao trabalhador um adicional
sobre o salário mínimo da região e, se houver previ-
são convencional, este adicional poderá ser sobre o
salário nominal. Este adicional varia de acordo com
o grau de insalubridade e é de:
- 40%, para o grau máximo;
- 20%, para o grau médio;
- 10%, para o grau mínimo.

Como funciona: os limites de tolerância das


condições insalubres são determinados pelo Minis-
tério do Trabalho e a caracterização da atividade in-
salubre, perigosa ou penosa depende da realização
de perícia.
O trabalhador terá direito a este adicional, en-
quanto estiver exercendo atividades em ambientes
de condições adversas, identificadas pela perícia.
Caso as condições insalubres sejam eliminadas ou
reduzidas pela adoção de medidas de segurança com
o fornecimento de Equipamentos de Proteção Indi-
vidual (EPTD, por exemplo, pode resultar na suspen-
são do adicional de insalubridade ou na redução do
percentual concedido.
A trabalhadora gestante ou em período de
amamentação, será, obrigatoriamente, afastada do
exercício da atividade tida como insalubre, perigosa
ou penosa e deixará de receber o adicional de insa-
lubridade, enquanto durar o afastamento. Além das
gestantes, todos os trabalhadores que se afastarem,
independentemente dos motivos, perderão o direito
ao adicional no período do afastamento.
O exercício de atividades em locais insalubres,
com ou sem o recebimento do adicional, não reduz
o tempo de serviço para a aposentadoria e, caso re-
ceba adicional de insalubridade, ele não será incor-
porado à aposentadoria.

O artigo 7.º da CF/88 dispõe:

“adicional de remuneração para as atividades peno-


sas, insalubres ou perigosas, na forma da lei.”

Pela CLT, temos regulamentado os trabalhos


perigosos e os insalubres, enquanto a penosidade,
até o momento, não foi em definitivo elaborado ne-
nhuma norma de conceituação, os critérios de carac-
terização, o valor do adicional dentre a Lei 8.112/90.
“Tnsalubre”, deriva do latim e significa tudo
aquilo que origina doença, e a insalubridade é a qua-
lidade de insalubre.
Já, o conceito legal de insalubridade é dado pelo
artigo 189 da CLT, nos seguintes termos:

“Art. 189. Serão consideradas atividades ou operações


insalubres aquelas que, por sua natureza, condições
ou métodos de trabalho, exponham os empregados
a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tole-
rância fixados em razão da natureza e da intensidade
do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.”

Fazendo uma breve análise do conceito acima,


verifica-se que ele é tecnicamente correto dentro dos
princípios da Higiene Ocupacional.

2.2. CARACTERIZAÇÃO DA INSALUBRIDADE

Para documentar e para fins de pagamento de


adicional de insalubridade ou periculosidade, deve-
mos fazer uso do Laudo de Insalubridade/Pericu-
losidade, esse, com ligação entre a NR 15 ou 16 do
Ministério do Trabalho e Emprego.
Para fins de caracterização de necessidade de apo-
sentadoria especial, vejamos o que a legislação prevê:

“Lei 8213/91 $ 1.º À comprovação da efetiva


exposição do segurado aos agentes nocivos será fei-
ta mediante formulário, na forma estabelecida pelo
Instituto Nacional do Seguro Social — TNSS, emi-
tido pela empresa ou seu preposto, com base em
laudo técnico de condições ambientais do trabalho
(FLTCAT) expedido por médico do trabalho ou en-
genheiro de segurança do trabalho nos termos da
legislação trabalhista.”

2.2.1. LISTA DE ATIVIDADES INSA-


LUBRES CONFORME NR15

- Anexo 1 — Limites de Tolerância para Ruído


Contínuo ou Intermitente. Exemplo: trabalhadores
que atuam nas proximidades de máquinas, equipa-
mentos e outros geradores de ruído.
- Anexo 2 — Limites de Tolerância para Ruídos
de Impacto. Exemplo: trabalhadores nas proximida-
des de bate estaca.
- Anexo 3 — Limites de Tolerância para Exposi-
ção ao Calor. Exemplo: trabalhadores que trabalham
com caldeiras, cerâmicas, fornos etc.
- Anexo 4 — Iluminação — REVOGADO.
- Anexo — Radiações Ionizantes. Exemplo: Téc-
nicos em Radiologia e outros trabalhadores que la-
boram nas proximidades.
- Anexo 6 — Trabalho sob Condições Hiperbá-
ticas. Exemplo: mergulhadores.
- Anexo 7 — Radiações Não-Ionizantes.
- Anexo 8 — Vibrações. Exemplo: trabalhadores
que operam máquinas e equipamentos geradores de
vibração etc.
- Anexo 9 — Frio. Exemplo: trabalho em frigo-
tíficos, supermercados etc.
- Anexo 10 — Umidade. Exemplo: todo trabalho em
que o empregado exerce a função estando encharcado.
- Anexo 11 — Agentes Químicos cuja Insalu-
bridade é caracterizada por Limite de Tolerância e
Inspeção no Local de Trabalho.
- Anexo 12 — Limites de "Tolerância para Poeiras
Minerais. Exemplo: trabalhadores expostos ao amianto.
- Anexo 13 — Agentes Químicos.
- Anexo 13 A — Benzeno. Exemplo: trabalhado-
tes expostos ao benzeno.
- Anexo 14 — Agentes Biológicos.

2.2.2. A ELIMINAÇÃO DA INSALUBRIDADE

Artigo 191 da CLT — À eliminação ou a neutra-


lização da insalubridade ocorrerá:

>

Apesar de estar previsto na CLT que o EPI


é capaz de eliminar a insalubridade, há polêmicas so-
bre esse assunto, uma vez que a implantação do EPI
na empresa como forma eficaz de eliminar o risco
não é uma tarefa simples. Uma coisa é fornecer EPI,
outra é usar e outra é usar da forma correta a ponto
de “eliminar o risco”.
Não é incomum quando vemos trabalhador
deixando de usar o EPI, colocando-o apenas quan-
do vê chefe ou o SESMT, ou seja, não existe, muitas
vezes, a preocupação do próprio trabalhador quanto
ao risco, preocupando-se apenas com o “ser chama-
do atenção”, e ter que assinar uma advertência.
É consenso ter que adotar medidas de proteção
coletiva dentro de uma empresa, pois é a única for-
ma legal, real e 100% aceita como forma de eliminar
O fisco, e consequentemente o pagamento de adicio-
nal de insalubridade.

2.2.3. A ELIMINAÇÃO DA INSALU-


BRIDADE X TRABALHADOR

Muitas vezes, o trabalhador prefere receber o


adicional a eliminar o risco, quando de trata de in-
salubridade. À empresa tem o direito de cortar o
adicional, uma vez que se eliminando o risco, não
existirá mais a necessidade de pagamento.
Deparamo-nos, muitas vezes, claramente com
isso, tornando-se um comércio. Um comércio onde
o trabalhador preferindo o adicional nos vencimen-
tos, vende junto com a mão de obra a sua saúde. E
não percebe que está comercializando o seu maior
bem, esse invólucro chamado de corpo, com o qual,
sem saúde, não vale muito.
Para eliminar o risco e o consequente pagamen-
to de adicional de insalubridade precisa-se ser feito
uma análise com muita cautela e responsabilidade,
pois mesmo quando a empresa tem razão, o traba-
lhador pode se sentir tentado a “buscar seus direi-
tos na justiça” e se ficar um vácuo na aplicação da
norma pertinente a respeito da eliminação do tisco,
conseguirá provar judicialmente.
QUESTÕES - UNIDADE 1

1. Quais as instituições que estão obrigadas a


manter os Serviços Especializados em Segurança e
Medicina do Trabalho (SESMT)?

2. Quem são os profissionais dos SESMT?

3. O que é Ergonomia?

4. Qual documento legal estabelece as disposi-


ções relativas aos Equipamentos de Proteção Indivi-
dual (EPIs)?

5. Quais são as responsabilidades do emprega-


do com relação ao EPI?

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