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AVELAR, Alexandre. (org.) História para quê? Para quem?

Teresina: Cancioneiro,
2024.

A HISTÓRIA FACE AO CINISMO CONTEMPORÂNEO 1

Temístocles Cezar

À Karina Anhezini, Flávia Varela e Arthur


Assis, pela parceria na gestão da SBTHH.

Chaque siècle et le nôtre surtout auraient besoin d’un


Diogène, mais la difficulté est de trouver des hommes
qui aient le courage de l’être, et des hommes qui aient
le courage de le souffrir.
D’Alembert, 17532

Temer também afirmou que “a única vacina contra


essa marcha da insensatez é a verdade”. Concordo.
Leonardo Sakamoto, 30/03/2018 3

O cinismo é uma filosofia antiga. Mais do que uma doutrina, foi um modo de vida.
Diógenes de Sínope, que teria vivido cerca de 90 anos e falecido em Corinto em 323 a.C.,
no mesmo ano e, segundo Diogène Laërte, seu biógrafo, no mesmo dia de Alexandre, o
Grande, é um dos seus representantes mais ilustres (LAËRCE, 1999; NAVIA, 1998).
Considerado pelos contemporâneos e pela posteridade como rebelde, selvagem,
cético, hedonista, escandaloso e solitário, Diógenes foi, ou pensava ser, acima de tudo,
um homem livre, autônomo e sincero. Mendigo errante, reza a lenda que vivia em um
barril rodeado de cães, de onde se origina a alcunha de o Cínico, cuja etimologia remonta
a palavra grega antiga kunos, genitivo de kuôn, que significa cachorro (em latim, canis).

1
Este breve ensaio faz parte de um projeto mais amplo intitulado Historia magistra vitae: ensaio sobre
uma crença, iniciado em 2017 com financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de
Nível Superior (CAPES) e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
2
“Cada século, sobretudo o nosso, teria necessidade de um Diógenes, mas a dificuldade é encontrar homens
que tenham a coragem de sê-lo, e homens que tenham a coragem de sofrer”. D’ALEMBERT. “Essai sur la
société des gens de lettres et des grands, sur la réputation, sur les mécènes, et sur les récompenses littéraire
(1753)”, Œuvres de d’Alembert, T. IV, 2. Paris: A. Belin, Bossange frères, 1822, p. 359-360. (Fonte: Gallica
– BNF). Todas as traduções das citações em língua estrangeira são minhas.
3 SAKAMOTO, Leonardo. O governo Temer, que conspirou para nascer, pode reclamar de conspiração?

30 mar. 2018. Disponível em: https://blogdosakamoto.blogosfera.uol.com.br. Acesso em: 04 abr. 2018.


Da boca desse personagem, que perambulava pelas cidades gregas com uma espécie de
lanterna na mão à procura de um “homem honesto”, não se escutava outra coisa senão
máximas simples e fortes, ironias despudoradas e respostas insolentes. Todas elas
proferidas, de maneira corajosa, em nome do que “há de mais belo no mundo”: falar a
verdade (LAËRCE, 1999, livro VI, parágrafo 69).
Não foi, portanto, por acaso que o cinismo ocupou uma parte significativa de A
coragem da verdade: o governo de si e dos outros, que veio a ser o último curso
ministrado por Michel Foucault no Collège de France, em Paris, em 1984. Inserido no
percurso genealógico dos regimes de verdade e da estética da existência, Diógenes
aparece como um exemplo da enunciação da parrêsia: aquele que diz a verdade
francamente e sem temor (FOUCAULT, 2009, p. 145-162). “Eu sou Alexandre, o grande
rei”, apresentou-se o monarca: “Eu sou Diógenes, o cão!”, teria respondido (LAËRCE,
1999, livro VI, parágrafo 6). Em outra passagem, Alexandre perguntou-lhe o que poderia
fazer por ele, Diógenes, deitado ou sentado sob à luz do dia, respondeu-lhe: “afasta-te do
sol” ou “deixa de fazer sombra, pois não podes me dar o que não possuis” (LAËRCE,
1999, livro VI, parágrafo 38). O desprezo do filósofo teria causado, segundo Plutarco,
uma impressão tão forte ao poderoso soberano, a ponto de ele declarar, em meio às risadas
sarcásticas de seus súditos, que: “se eu não fosse Alexandre, então seria Diógenes”
(PLUTARQUE, 2001, livro XIV, p. 1-5).
Sem pátria ou cidade, sem família ou casa, este “cidadão do mundo” 4 ou este
“Sócrates enlouquecido”, conforme Platão (LAËRCE, 1999, livro VI, parágrafo 54, 63),
era obediente somente às regras da natureza. Ao romper códigos estabelecidos sem temor
de ser incompreendido ou de ser tomado por uma figura ridícula, a aparição
desavergonhada e insubordinada conferiu a Diógenes a condição de autoridade moral
cínica. Um depoimento vindo do século II d.C. parece confirmar esta percepção. Luciano
de Samósata, um crítico veemente dos cínicos, em uma de suas sátiras, narra a história de
um famoso mercado onde os filósofos vendiam fórmulas de vidas. O primeiro a aparecer
é Diógenes, que propunha vender a filosofia cínica, a bom preço, apresentando-se como
o profeta da verdade e da sinceridade (LUCIEN DE SAMOSATE, 2015, p. 347).
Filosofia, modo de vida, arte, cercado por anedotas e lendas, os registros cínicos
atravessam a Antiguidade sob o signo da verdade e de certo ideal de virtude. Seus efeitos

4Diógenes teria sido o inventor da palavra “cosmopolita”. Ver: DESMOND, William. Cynics. Stockfield:
Acumen, 2006, p. 124.

2
são sentidos nas filosofias posteriores, como no estoicismo, ou na religião, como no
ascetismo cristão. No entanto, como doutrina, o cinismo, que jamais fora uma filosofia
dominante, diante de seus detratores, perdeu espaço e força ainda na Antiguidade
(BRANHAM; GOULET CAZÉ, 1996). Certos traços do ideário cínico, contudo,
permaneceram em outra roupagem ou remodelados, mas guardando alguma vinculação
com a sua experiência primeva. Supõe-se, por exemplo, a existência de princípios do
cinismo em autores e em movimentos políticos tão diferentes como em certas passagens
especulativas de Rousseau ou de Diderot, ou em algumas das visões de William Blake e
mesmo no anarquismo (DUDLEY, 1967, p. 211-212).
Foucault, mesmo sem negar a diluição da filosofia cínica, sustenta a hipótese de
que um cinismo trans-histórico, como modo de ser, como atitude, aparentado ao ceticismo
antigo e moderno, acompanha a história do pensamento, da existência e da subjetividade
ocidentais. Essa permanência estaria vinculada às diferentes manifestações da verdade,
do dizer a verdade, das lutas pela verdade, do “escândalo da verdade” (FOUCAULT,
2009, p. 161-166, 169, 173-175). O comportamento cínico não diz a verdade, mas
enuncia a verdade que desconcerta, que afronta, que escandaliza, que, enfim, desestabiliza
regimes de verdade.5



Mais forte, sem embargo, que este movimento descontínuo, foi a mutação
semântica do vocabulário cínico no mundo contemporâneo (DESMOND, 2006, p. VII-
IX). O desenvolvimento e a consolidação do capitalismo como sistema econômico e
político hegemônico, a ascensão do individualismo burguês como ideologia de vida, as
reviravoltas da democracia, as readaptações do cristianismo moderno, as experiências
socialistas, entre tantos outros acontecimentos que formam o grande e nublado cenário
dos últimos dois séculos, contribuíram para a ressurgência de alguns preceitos do cinismo
antigo, porém com o sentido, se não invertido, ao menos alterado em seus fundamentos
originários.

5O exemplo de Foucault é a arte moderna antiplatônica e antiaristotélica. FOUCAULT, Michel. Op. cit.,
2009, p. 174. Peter Sloterdijk relaciona o cinismo antigo ao pensamento moderno aos “anti-teóricos, anti-
dogmáticos e anti-escolásticos” como Montaige, Voltaire, Nietzsche e Feyerabend. William Desmond e
Andreas Huyssen, nesse sentido, relacionaram a modificação de certas ideias cínicas à pós-modernidade.
DESMOND, William. op. cit., 2006; HUYSSEN, Andreas. Postenlightened Cynism. Diogenes as
postmodern intellectual. Twilight Memories: marking time in a culture of amnesia. New York: Routledge,
1995.

3
A crítica cínica, neste amplo contexto, ao controle da palavra e da liberdade de
expressão, à ambição desmedida, à avareza secular, ao poder político instituído, etc. é
percebida como um ataque às convenções e valores sociais e como uma atitude de
suspeição permanente ao progresso da sociedade burguesa. Nessa perspectiva, as virtudes
éticas e morais, supostas ou reais, do cinismo antigo desaparecem diante de seu lado
sombrio: o da verdade que perturba. Se a verdade do cínico não era, de modo algum, no
mundo antigo, consensual, no contemporâneo, então ela é menor ainda: produto de uma
mente maligna, insensível, confusa, ignorante, desajustada, dissidente, revolucionária. O
cínico não é uma pessoa boa e nem se deve ensinar o cinismo às crianças. O modo de
vida do cínico não contribui para a ordem social. Ele deve, portanto, ser desencorajado,
contido, evitado. Entre o pária e o néscio, o cínico está perdido, como um cachorro sem
faro, a meio caminho.
O cinismo contemporâneo pode, igualmente, ser concebido como uma variante da
ironia. Oscar Wilde ilustrou bem esta tendência: “o cínico é um homem que conhece o
preço de tudo e o valor de nada” (apud DESMOND, 2006, p. VII). Figura de linguagem
que joga com a expectativa de o interlocutor compreender que o que se diz, na verdade,
implica em seu oposto, o uso exagerado da ironia pode levar seu enunciador a ser definido
como cínico. Nesse caso, o cinismo serve tanto àquele que garante que todos têm os
mesmo direitos e deveres, mesmo sabendo que a verdade não é fiduciária da afirmação,
quanto àquele que zomba do poder para afrontá-lo.
Outra maneira de se analisar o papel do cínico e do cinismo é, por exemplo, a
conversão do seu individualismo, da sua constante afirmação de si, de sua estranha
singularidade, em um singular coletivo. Foi o que Marx e Engels, no Manifesto
Comunista, fizeram ao definir a dominação burguesa, entre outros adjetivos, como “brutal
e cínica”. Paolo Virno, da mesma forma, não obstante outro contexto, relaciona cinismo,
oportunismo e medo à modernização acelerada do mundo do trabalho e ao desencanto
ambivalente dos anos 1980 (VIRNO, 1991, p. 17-17, 25-27, 38). Sem descartar essas
relações, Peter Sloterdijk, em Crítica da razão cínica, faz a cronologia recuar para os
anos 1960, acrescentando-lhe que o cinismo moderno não é apenas uma medida da
melancolia que atinge a sociedade moderna, mas uma nova ideologia: “o cinismo é a falsa
consciência esclarecida” (SLOTERDIJK, 2000, p. 25-301, 207). No mesmo sentido,
Vladimir Safatle (2008, p. 13) argumenta que “a partir de um certo momento histórico,
os regimes de racionalização das esferas de valores da vida social na modernidade

4
capitalista começaram a realizar-se (ou, ao menos, começaram a ser percebidos) a partir
de uma racionalidade cínica”.
Sintoma da cultura atual, esse “minimalismo da esperança” encontra no cínico e
no cinismo face e argumento (HUYSSEN, 1995, p. 173). Nesse sentido, os dicionários
modernos, embora mantenham, geralmente, um resumo da história etimológica e
filosófica das palavras cínico e cinismo, tendem a enfatizar em suas outras entradas a
conotação negativa das expressões.6 Assim, o dicionário Aurélio registra as seguintes
definições:

Cínico – adj. 1. Pertencente ou relativo ao cinismo. 2. Que é partidário


do cinismo. 3. P. ext. que ostenta princípios e/ou pratica atos imorais;
impudico, obsceno. 4. Que revela cinismo, impudência; (...). 5. Filos.
Partidário do cinismo. 6. Indivíduo cínico. 7. Teatr. Personagem-tipo
que representa o indivíduo sem escrúpulos, hipócrita, sarcástico e
oportunista.
Cinismo – 1. Hist. Filos. Doutrina e modo de vida dos seguidores dos
filósofos socráticos Antístenes de Atenas e Diógenes de Sínope,
fundadores da Escola Cínica, que pregavam a volta à vida em estrita
conformidade com a natureza e, por isso, se opunham radicalmente aos
valores, aos usos e às regras sociais vigentes. 2. P. ext. Impudência,
desvergonha, desfaçatez, descaramento.

A consulta à base de dados do Google Books, por meio da ferramenta Ngram


Viewer, dos dois vocábulos demonstra uma ascensão de seu uso na produção bibliográfica
na Europa e nos EUA nos últimos 100 anos.7 Tudo leva a crer que boa parte destas obras
que tratam do cinismo e do cínico contemporâneos, ainda que não desconheçam ou não
descartem sua historicidade, servem-se deles como figurações do mal-estar social e da
absurdidade do mundo moderno. Se na arte, como pensa Foucault, ainda se preserva parte
do seu conteúdo subversivo por meio da verdade que escandaliza, na política “o cinismo
é uma epidemia” (CAPPELLA; JAMIESON, 1997, p. 17-19) que contamina meio
mundo: no jogo eleitoral, nos poderes públicos, na sociedade civil, na mídia, na educação.

6 Além de dicionários brasileiro (Aurélio, 2004) e português (Dicionário da língua portuguesa


contemporânea. Academia das Ciências de Lisboa, 2001), consultei os verbetes em alemão (Deutsches
Wörterbuch, 2000), espanhol (Diccionario de la lengua española. Real Academia Española, 1992), francês
(Dicionnaire Laurousse, 2017), inglês (Webster’s. Dictionary of the English language, 2004) e italiano (Il
grande dizionario Ganzanti della lingua italiana, 1993).
7
A base, lamentavelmente, não contempla obras em português. Acessei as seguintes palavras (em grafia
minúscula), entre 1800 e 2009: em alemão, zynisch e zynismus; em espanhol, cínico e cinismo; em francês,
cynique e cynisme; em inglês, cynic e cynicism; em italiano, cínico e cinismo. Disponível em:
https://books.google.com/ngrams (Acessos em junho e julho de 2017).

5


Mundo da comunicação por excelência, a política, a matriz definidora dos


princípios orientadores e normatizadores de uma sociedade, tornou-se, sobretudo em
países que se definem como democracias, um espaço privilegiado do discurso cínico
moderno. Se em política “dizer é fazer”, ou, mais exatamente, criar os meios de fazer com
que se acredite que se pode fazer o que se diz que se fará, o uso do passado, distante ou
próximo, tornou-se um componente discursivo quase imprescindível para que a verdade
da promessa ou do prognóstico, dependente da própria viabilidade e factibilidade do que
é enunciado e da autoridade de quem enuncia, se efetive (BOURDIEU, 2001, p. 239-
241).
Nesse contexto, o uso político da história, notadamente de uma história submissa
a uma memória cuja função é a de atualizar no presente, de modo constante e acelerado,
as dimensões temporais extremas da historicidade – o passado e o futuro –, tem sido um
fator decisivo na argumentação cínica contemporânea (ARAÚJO; PEREIRA, 2016,
2018). Ou seja, a matéria histórica, que está longe de ser um monopólio dos historiadores,
tem sido usada no limite das configurações dos regimes de verdade que a compõem, a
ponto de ela ser confundida ou desfigurada, ora como narrativa comparsa e emuladora de
poderosos e opressores, ora como discurso memorial da experiência de grupos sociais os
mais variados, ora como simples epifenômeno de esquecimentos voluntários ou
involuntários.
Uma amostra? O uso memorialístico da história da ditadura civil-militar no Brasil.
Os saudosos da ditadura, enunciadores cínicos ou incautos deste discurso, manipulam a
seu bel-prazer memórias sobre o nefasto período: “naquele tempo era bom!”, “havia
segurança”, “lembram?”, perguntam à revelia de comprovações históricas. Aqui a
memória, ou o excesso de memória, que invade este passado precisa do contraveneno
histórico ou artístico para recompor e compreender os regimes de verdade (como se
constituíram, converteram-se em discursos, formaram códigos enunciativos) que
conviviam sob o clima ditatorial (SCHMIDT, 2015; FERREIRA, 2018).


2020. Anuncia-se uma pandemia de um novo coronavírus. Como governo e


sociedade lidarão com essa situação sanitária que parece atacar os corpos e a economia
dos países atingidos?
6
A figura de Diógenes, o cínico, o maltrapilho, acompanhado de seu cachorro, com
uma lanterna na mão à procura da verdade, me vem à mente ao pensar no espetáculo de
cinismo que as elites brasileiras têm nos proporcionado, maximizado nos últimos quatro
anos, e de como ela e seus acólitos se servem e atacam a história. “Todo século – dizia
D’Alembert – precisa de um Diógenes”, não, no entanto, acredito, para impor verdades,
sejam sobre o passado, sejam sobre o presente, mas simplesmente para desarticular e
denunciar a fabricação da mentira, da fraude narrativa, produtoras de falsas convicções.
Para tanto, mais uma vez, como propunha Foucault, a arte poderia vir ao nosso
encontro, tanto da vida quanto da história. Por meio dela, da engenhosidade estética e dos
gêneros ficcionais, e de suas diversas formas de representação, se poderia atribuir ao
discurso histórico uma “qualidade de autodesnudamento” análoga, por exemplo, à ficção
literária, cuja “função última” seria, consoante Costa Lima (2008, p. 175-176), a de

[...] apresentar a verdadeira face do poder. O que significa dizer: a


ficção tem a vocação crítica de mostrar aquilo que estava nos
seduzindo. Isso, porém não a torna verdade; mas nos diz que ela é o
meio humano para que, através de um discurso que se autoapresenta
como não-verdade, apreenda-se a verdade.8

Talvez assim se possa devolver o passado, com toda sua complexidade e


potencialidade criativa, ao seu tempo: como história.

Porto Alegre, fevereiro de 2020.

Temístocles Cezar
UFRGS/Bolsista do CNPq

Referências bibliográficas:

8 Meu argumento, que conto desenvolver ao longo do projeto do qual este ensaio faz parte, toma como
ponto de partida o pressuposto de que a mentira, que faz parte da própria história, é uma espécie de contrário
constitutivo dela, analogamente como a ficção, que “não se confunde com o puro falso senão que opera
dentro do falso aceitável. [...] Em palavras diretas: a ficção se torna aceitável a partir de um mito
domesticador. [...] O falso aceitável, i.e., o relato ficcional, ao invés, presta tributo à verdade”. LIMA, Luís
Costa. Mímesis: desafio ao pensamento. Florianópolis: Editora UFSC, 2014, p. 269.

7
ALEMBERT, D’. Essai sur la société des gens de lettres et des grands, sur la réputation,
sur les mécènes, et sur les récompenses littéraire. In: Œuvres de d’Alembert, T. IV, 2.
Paris: A. Belin, Bossange frères, 1822, p. 335-373.

ARAUJO, Valdei e PEREIRA, Mateus. Reconfigurações do tempo histórico:


presentismo, atualismo e solidão na modernidade digital. Revista da UFMG, Belo
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ARAUJO, Valdei e PEREIRA, Mateus. Atualismo 1.0. Como a ideia de atualização


mudou o século XXI. Mariana: Editora SBTHH, 2018.

BOURDIEU, Pierre. Langage et pouvoir symbolique. Paris: Fayard, 2001.

BRANHAM, R. Bracht e GOULET-CAZÉ, Marie-Odile. The cynics. The cynic


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CAPPELLA, Joseph N e JAMIESON, Kathleen H. Spiral of cynicism. The press and the
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FERREIRA, Marieta de Moraes. Notas iniciais sobre a história do tempo presente e a


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jan./mar. 2018.

FOUCAULT, Michel. Le courage de la vérité. Le gouvernement de soi et des autres,


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8
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SCHMIDT, Benito Bisso. De quanta memória precisa uma democracia? Uma reflexão
sobre as relações entre práticas memoriais e práticas democráticas no Brasil atual. Anos
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