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Sua Santidade o Dalai Lama pela segunda vez durante essa pandemia, conferiu essa
bodhicitta última. Essa prática é contida no ritual da iniciação do tantra superior. Então, aqueles
que já receberam esse tipo de iniciação de um mestre plenamente qualificado e com uma
linhagem não interrompida, já gerou essa bodhicitta. E recebendo mais uma vez de S.S, esta se
regenera e aprimora. Ontem S.S o Dalai Lama disse que fez uma adivinhação para saber se
conferir essa bodhicitta última mesmo fora do contexto de uma iniciação tântrica superior seria
benéfico para os ouvintes. A adivinhação foi auspiciosa e por isso ele nos conferiu.
Também chamada de dupla bodichita–convencional e última–refere-se a união
inseparável (yoga) dessas duas bodhicitta. [É chamada de "bodhicitta última" porque somente
quando se realiza diretamente a vaziedade é que se compreende o porquê dos sofrimentos dos
seres. E somente quando a união desses dois fatores acontece que se alcança a Iluminação
Suprema. É desse estado que se pode trabalhar de maneira efetiva para o benefício de todos os
incontáveis seres, sem exceção, que estão espalhados pelo universo. Se realizarmos somente a
vaziedade, alcançaremos o nirvana, que não é a Iluminação suprema]. Como é afirmado,
principalmente nesse verso que S.S sempre menciona.
[Por isso que é dito que realizar a bodhcitta trás benefício tanto para si próprio quanto para os
outros, traz benefícios temporários e último etc.]
De Maitreya:
“Me inclino à bodhicitta que,
reverte o caminho para os reinos inferiores.
mostra o caminho para os reinos superiores com precisão
e leva à eliminação do envelhecimento e da morte.”
De Shantideva:
“Cavalgando o cavalo da Bodhichitta,
que elimina todas as angústias,
se prossegue de felicidade a felicidade.
Como alguém inteligente poderia sentir-se desencorajado?”
Sequência da prática:
1.Refúgio e bodhicitta; 2. Meditação sobre as duas bodhicittas como segue abaixo; e
3.Dedicação.
1. Refúgio e bodhicitta
“Até o alcance da minha Iluminação, me refugio
no Buddha, no Dharma e no Sangha.
Pelos méritos criados mediante a prática da generosidade e as outras perfeições,
possa alcançar a Budeidade para beneficiar todos os seres.” (x 3)
2. Meditação
A meditação sobre a bodhicitta última consiste em refletir sobre versos ou idéias válidas
sobre a ausência da e entidade intrínseca tanto dos fenômenos quando do indivíduo (eu) [tais
como: este são vazios de existência ou entidade intrínseca; estes só existem em dependência de
causas e condições; estes são meramentes imputados em base a seus agregados etc.]. Uma vez
que gerarmos a mente da compreensão sobre a vaziedade tanto dos fenômenos quanto do
indivíduo, esta mente se transforma em vajra branco a cinco raios em posição vertical sobre o
disco de lua branca em seu coração.
Nesse ponto imagina que do coração do Lama [Dalai Lama] em forma de Avalokiteshvara, à sua
frente, emana uma réplica idêntica dessas duas bodhicittas e dissolve nas duas bodhicitta no seu
coração. Isso estabiliza a bodhicitta última no seu seu coração [no seu continuum mental].
De Nagarjuna:
“O Tathagata não é os agregados, nem diferentes dos agregados,
Os agregados não estão nele, nem ele está nos agregados, e
O Tathagata não possui os agregados.
O que é o Tathagata?”
Como o Dalai Lama aconselha: aplicar esse verso para refletir sobre si mesmo como segue:
Versos para meditar sobre a ausência de entidade intrínseca dos fenômenos. O Dalai Lama
aconselha usar versos como os de Nagarjuna, Chandrakirti, Tsongkhapa etc.
3.Dedicação
NOTAS ADICIONAIS:
2. Ontem S.S disse que para aqueles que já receberam a iniciação de Avalokiteshvara [sempre de
um mestre plenamente qualificado e com uma linhagem não interrompida], podem visualizar-se
na forma desta deidade. [Isso se faz depois do refúgio e antes de começar a meditação]. Se você
não recebeu uma iniciação de Avalokiteshvara, mas recebeu a bodhicitta do Yoga que Tudo
Abarca do Dalai Lama [pelo fato que ele conferiu esse tipo de bodhicitta ontem publicamente]
significa que você pode fazer essa prática, mas no seu corpo normal, porém tentando vê esse seu
corpo como vazio de existência intrínseca. Mantendo sempre a visão de um corpo puro.
3. Para àqueles que receberam essa bodhicitta, como recomenda S.S o Dalai Lama e outros
grandes mestres, em nossa vida cotidiana é importante sempre lembrarmos da inseparabilidade
dessas duas bodhicitta [ou seja, a união da bodhicitta convencional e da vaziedade] em nosso
coração, aonde quer que estejamos.
Dedico todos os méritos acumulados ao fazer esse trabalho, para a longa vida de Sua
Santidade, o Dalai Lama, e que seu trabalho perdure para sempre beneficiando todos os seres
direta e indiretamente. Dedico também para o benefício de todos os brasileiros sem exceção
nessa época do Kaliyuga e para os milhões de seres de hoje e de sempre.
SARVA MANGALAN