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O PLANTÃO PSICOLÓGICO PRATICADO NA ESCOLA SOB A PERSPECTIVA DA

ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA: UMA REVISÃO NARRATIVA

Lirani Firmo da Costa Souza 1


Mayara Cristina da Silva Lima 2
Sandra Patrícia Lamenha Peixoto 3
RESUMO
O Plantão Psicológico consiste num serviço de acolhimento que visa responder a uma demanda de
ajuda psicológica, podendo também ser realizado na escola. Quando fundamentado na Abordagem
Centrada na Pessoa de Rogers, terá três pressupostos básicos: a disponibilidade incondicional; a
escuta esclarecedora e facilitadora e as possibilidades de desdobramentos que o encontro poderá
tomar. Diante disso, o presente artigo objetiva discutir como o Plantão Psicológico pode ser
praticado dentro da escola na perspectiva da Abordagem Centrada na Pessoa, utilizando a
metodologia de revisão narrativa em bases de dados. Este serviço poderá ser utilizado para auxiliar
a escola a lidar com as mais variadas problemáticas, como: a falta de motivação dos alunos; os
problemas emocionais; a violência, o bullying, a autolesão e o suicídio, as questões de gênero,
preconceito e práticas discriminatórias. Portanto, o Plantão Psicológico constitui-se numa das
formas de atuação que o psicólogo escolar e educacional pode desenvolver dentro da escola,
ofertando um espaço de acolhimento e de escuta, proporcionando espaços dialógicos onde os
sujeitos compartilham suas angústias e sofrimentos e promovam o autoconhecimento e a inclusão.

PALAVRAS-CHAVE: Plantão. Psicologia. Psicologia Educacional. Abordagem Centrada na


Pessoa.

ABSTRACT
The Psychological Plan consists of a reception service that aims to respond to a demand for
psychological help, and can be carried out at school. When based on the Rogers Person-Centered
Approach, it will have three basic assumptions: unconditional availability; the enlightening and
facilitating listening and the possibilities of unfolding that the meeting can take. Therefore, the
present article aims to discuss how the Psychological Plan can be practiced within the school from
the perspective of the Person Centered Approach, using the methodology of narrative revision in
databases. Then, this service can be used to help the school deal with the most varied problems,
such as: the lack of motivation of the students; emotional problems; violence, bullying, self-harm
and suicide, issues of gender, prejudice and discriminatory practices. Therefore, the Psychological
Plan is one of the forms of action that the school and educational psychologist can develop within
the school, offering a space of reception and listening, providing dialog spaces where subjects
share their anguish and suffering and promote self-knowledge and the inclusion.
KEYWORDS: Home Psychology. Educational Psychology. Person-Centered Approach.
1. INTRODUÇÃO

1
Acadêmica do curso de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes- UNIT/ AL. Contato:
liranisouza@hotmail.com
2
Acadêmica do curso de Psicologia do Centro Universitário Tiradentes- UNIT/ AL. Contato:
may__crys@hotmail.com
3
Mestre em Linguística pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL). Docente do Centro Universitário Tiradentes
(UNIT). Contato: sandra.lamenha@gmail.com
1
O Plantão Psicológico consiste num serviço de acolhimento em situações emergenciais que
objetiva atender a uma demanda de ajuda psicológica, disponibilizando para uma clientela um
tempo e uma escuta abertos à diversidade e à pluralidade dessas demandas, sendo um serviço
abrangente, podendo ser aplicado em vários contextos, dentre eles o escolar. Isso faz com que seja
muito grande a demanda pelo mesmo, sendo diversificadas as possibilidades de encaminhamento
e continuidade que poderão ser feitos, seja interna ou externamente à instituição no qual ele é
ofertado. Além disso, mesmo sabendo que existem várias abordagens que podem ser utilizadas
para embasar este serviço, optou-se pela Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) de Carl Rogers,
uma vez que, foi a partir dela que o mesmo surgiu.
Destarte, são muitas as problemáticas enfrentadas pela escola na atualidade e que se
constituem também num desafio para a Psicologia Escolar e Educacional. Dentre elas destacam-
se: a falta de motivação dos alunos, os problemas emocionais, que incluem: atos antissociais,
agressão, desobediência, rebeldia, oposição, violação de regras, roubos, atividade sexual precoce;
vandalismo; transtornos de ansiedade (como fobia social, transtorno de ansiedade de separação),
fobia a escola; a depressão e o uso de e abuso de substâncias. Por último, outra problemática comum
é a violência, que possui várias facetas, entre elas, o bullying, a autolesão e o suicídio; como
também as questões de gênero, o preconceito e as práticas discriminatórias.
Apesar de ainda serem muito escassas as pesquisas que abordem a temática do Plantão
Psicológico praticado na escola, é possível perceber que ele pode ser utilizado como um dos
serviços que o psicólogo escolar e educacional poderá fazer uso diante das inúmeras problemáticas
da escola. O plantonista, a partir do embasamento da ACP de Rogers, irá fazer o acolhimento e
escuta clínica das queixas escolares e ofertando espaços dialógicos que possibilitam o
compartilhamento de dores e aflições e, consequentemente o autoconhecimento e a inclusão.
Finalmente, o interesse pela temática surgiu no período em que as autoras cursavam as
disciplinas de Psicologia Escolar e Aconselhamento Psicológico, fazendo com que surgisse uma
afinidade e curiosidade sobre o assunto supracitado e o desejo de publicar sobre o mesmo. Espera-
se, ainda, que a compilação de informações produzidas nesta pesquisa auxilie no preenchimento
de lacunas existentes na literatura sobre este assunto e também fomente novas pesquisas sobre a
temática.

2
Diante disso, o presente artigo tem como objetivo discutir como o Plantão Psicológico pode
ser praticado dentro da escola na perspectiva da Abordagem Centrada na Pessoa.

2. METODOLOGIA

O presente artigo consiste numa revisão de literatura do tipo narrativa em bases de dados,
visando trazer o estado da arte em torno desta temática, fazendo uso de uma análise qualitativa da
literatura produzida, seguida da interpretação e análise crítica pessoal por parte dos pesquisadores.
Então, o intuito não foi trazer dados quantitativos, mas sim fomentar a aquisição e atualização do
conhecimento sobre este assunto (COZBY, 2003; APPOLINÁRIO, 2009; MEDEIROS, 2009;
CRESWELL, 2010; BOTELHO; CUNHA; MACEDO, 2011). Então, inicialmente foi feita uma
pesquisa assistemática a respeito do assunto a partir da leitura de livros, periódicos e internet, em
redes informais e em buscas livres no Google. O objetivo foi ter um entendimento sobre o assunto
e também fazer uma aproximação inicial e o mapeamento dos cenários da produção de
conhecimento para uma maior clareza deste interesse de pesquisa para então empreender uma
busca sistemática (RIBEIRO; MARTINS; LIMA, 2015).
Em seguida, foi realizada uma busca sistemática em algumas bases de dados. Para isso,
foram selecionadas as seguintes bases: Scielo; Google Acadêmico e Biblioteca Digital Brasileira
de Teses e Dissertações (BDOT). As mesmas foram selecionadas devido à facilidade de acesso as
suas publicações, cuja consulta acontece gratuitamente. Depois de selecionadas as bases de dados,
foram escolhidos os descritores utilizados na busca dos textos. Para isso, foi feita a consulta em um
banco de descritores denominado: Descritores em Ciências da Saúde – DeCS (Disponível no site:
http://decs.bvs.br), tendo sido selecionados: Plantão; Psicologia; Psicologia Educacional e
Abordagem Centrada na Pessoa. Foi realizada uma investigação nas fontes e feitos refinamentos
na busca, visando obter um número de publicações que possibilitasse a leitura, análise e construção
do corpus desta pesquisa (COZBY, 2003; CRESWELL, 2010; RIBEIRO; MARTINS; LIMA,
2015; KAMLER; THOMSON, 2017).
Finalmente, não foi feito nenhum recorte temporal, tendo em vista ser ainda muito reduzido
o número de publicações sobre esta temática e por procurar aproveitar o maior número possível
delas nesta pesquisa, tendo sido utilizadas 59 referências no total.

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3. O PLANTÃO PSICOLÓGICO

O Plantão Psicológico surgiu no Brasil no final da década de 1970, a partir do Serviço de


Aconselhamento Psicológico (SAP), do Instituto de Psicologia (IP) da Universidade de São Paulo
(SAP-IP-USP), através da iniciativa da doutora Rachel Lea Rosenberg, fundamentado na
Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) de Carl Rogers. O mesmo consistia numa recepção
diferenciada para os clientes que buscavam Aconselhamento, visando dar conta da imensa fila de
espera. Foi então que tiveram a iniciativa de instituir o Plantão, se disponibilizando para acolher os
clientes em dias e horários previamente definidos (SCHMÍDT, 1987; OLIVEIRA, 2005;
TASSINARI; DURANGE, 2011; ROSENTHAL, 2012; TASSINARI, 2012).
O Plantão Psicológico consiste num serviço de acolhimento que visa responder a uma
demanda de ajuda psicológica, colocando à disposição da clientela um tempo e um espaço de escuta
abertos à diversidade e à pluralidade dessas demandas (SCHMÍDT, 2004). O mesmo configura-se
como uma prática muito útil nos dias atuais, contribuindo para facilitar o processo de compreensão
do momento de vida em que o indivíduo se encontra, possibilitando o seu autocuidado, ao mesmo
tempo em que permite ao plantonista um contato direto com a comunidade que recorre ao serviço
(ROCHA, 2011; MAHFOUD, 2012; MARAVIESKI; SERRALTA, 2010; AMORIM;
ANDRADE; BRANCO, 2015).
Apesar de haver uma aproximação entre os serviços de Aconselhamento e Plantão
Psicológico, chegando-se algumas vezes a serem apresentados como se fossem sinônimos, ambos
consistem em serviços distintos. O Aconselhamento Psicológico é um encontro face a face entre
dois indivíduos onde um deles é auxiliado a dirimir suas dificuldades, sejam elas de ordem pessoal,
profissional, educacional ou vital, a fim de que possa fazer um melhor uso de seus recursos pessoais
(SCHEEFFER, 1983; MAY, 2013; PATTERSON; EISENBERG, 2013; FORGHIERI, 2016);
sendo um serviço abrangente, podendo ser aplicado em outras áreas além da clínica, como: gestão
de carreiras, educação e saúde (SCORSOLINI-COMIN, 2015; SCHMÍDT, 2015). Em outras
palavras, o Aconselhamento Psicológico é:

[...] uma área interessada nas relações interpessoais estabelecidas entre um


psicólogo-conselheiro e uma pessoa em busca de ajuda que, por meio da escuta e
do diálogo, não apenas trocam informações e orientações e discutem sobre
direções e procedimentos, mas compartilham modos de ser e fortalecem os
aspectos positivos daquele que busca o aconselhamento, a fim de que este alcance
maior autonomia e liberdade. Pode ser compreendido como uma tecnologia de
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ajuda e cuidado utilizada em situações diversas que envolvem o manejo de crises
em que buscam a adaptação, a autonomia, a maior capacidade de se tomar
decisões e também o crescimento pessoal (SCORSOLINI-COMIN, 2015, p. 13).

Já o Plantão, segundo Mahfoud (2012) é considerado uma dentre as várias modalidades de


prática do Aconselhamento. Seu foco é o atendimento emergencial do cliente, acolhendo a sua
demanda no exato momento de sua expressão, podendo ser prestado por profissionais da Psicologia
(ou estudantes em estágio supervisionado), que se disponibilizam para atender a todos aqueles que
buscam, espontaneamente, atendimento em local, dias e horários previamente informados
(TASSINARI, 2003; MAHFOUD et al., 2012;), podendo ser implementado em diversos contextos
como: clínicas-escola de Psicologia de universidades (ROSENTHAL, 2012); junto à Polícia
Militar (OLIVEIRA; MORATO, 2015); em instituições para menores infratores (AUN;
MORATO, 2015); em instituições religiosas (SCORSOLINI-COMIN, 2004); em hospital geral
(CAUTELLA JUNIOR, 2012); na escola (TASSINARI, 1999; MAHFOULD, 2012; BEZERRA,
2014), dentre outros.
Finalmente, a abordagem rogeriana teve uma grande influência nas primeiras reflexões
sobre as potencialidades do Plantão no Brasil. Isso porque elas giravam em torno de oferecer uma
escuta atenciosa, não diretiva, centrada no cliente, confiante na tendência ao aprimoramento das
potencialidades inerentes ao indivíduo e na possibilidade dessa tendência ser estimulada, mesmo
que por meio de um único encontro com o plantonista (desde que este último oferte a sua presença
por completo, por meio das atitudes de congruência, aceitação incondicional do outro e capacidade
de empatia) (SCHEEFFER, 1976; HALL; LINDZEY; CAMPBELL, 2000; FEIST; FEIST;
ROBERTS, 2015).

3.1. Plantão Psicológico: contribuições da Abordagem Centrada na Pessoa (ACP)

Os teóricos Carl Ransom Rogers e Abraham Maslow são considerados os mais


proeminentes arquitetos da abordagem humanista. Ambos defendiam que, para compreender de
forma completa o comportamento humano é necessário levar em conta a orientação básica das
pessoas para o seu desenvolvimento pessoal, numa visão otimista da natureza humana. Ou seja, ele
possui a necessidade básica de evoluir como ser humano para concretizar seus potenciais
(WEITEN, 2010; SCHULTZ; SCHULTZ, 2015).

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A ACP de Rogers tem como principal pressuposto o fato de que o ser humano é um
organismo vivo, global, com capacidade de crescimento e desenvolvimento em direção às suas
potencialidades intrínsecas, tendência do desenvolvimento pleno que reverbera em maturidade
psicológica. Consequentemente, a teoria rogeriana focaliza em três atitudes que devem ser tomadas
por parte do terapeuta como indispensáveis e suficientes para que ocorra uma atenção psicológica
eficaz. São elas: a congruência, a empatia e a capacidade de aceitação positiva incondicional.
Então, as mesmas são recursos necessários para auxiliar o cliente a desenvolver sua autonomia e
solucionar suas questões (ZANONI, 2008; SCHULTZ; SCHULTZ, 2014).
Rogers (1983) também afirmou que o ser humano possui duas tendências potenciais em
relação ao seu crescimento psicológico que se constituem como o núcleo da ACP. São elas: a
tendência à atualização e a tendência formativa. A primeira se refere a uma característica da vida
biológica que gerencia o desenvolvimento psíquico. Já a segunda determina o desenvolvimento do
ambiente como um todo. Segundo Scorsolini-Comin (2015) a Abordagem Centrada na Pessoa
(ACP), concebida na década de 1950 por Rogers, faz parte da Psicologia Humanista. Este
movimento surgiu na década de 1940, sendo considerada como a “terceira força” dentro da
Psicologia, em oposição as duas forças predoominant5es na Psicologia da época: a Psicanálise e o
Behaviorismo.
Dessa forma, a abordagem humanista propõe um rompimento com as perspectivas
deterministas que vigoravam até então. Consequentemente, os sujeitos deixam de ser resultados ou
efeito de causas anteriores e tornam-se livres e causa de suas ações. Também são vistos como
possuidores de autonomia e de capacidade de direcionar a sua própria vida de forma positiva para
si mesmos a para a coletividade. Concebe-os ainda como seres que estão a todo o momento
buscando a sua própria realização e construção de si mesmos, precisando utilizar seus recursos para
que consiga desenvolver de forma plena o seu potencial. Propunha ainda uma mudança social e
cultural a fim de que nascesse uma sociedade mais humana, que atendesse as demandas intrínsecas
de autorrealização, considerada a meta mais elevada do ser humano (FADIMAN; FRAGER, 1986;
SCORSOLINI-COMIN, 2015).
Além disso, Rogers e Kinget (1977) propõem a terminologia “cliente” ao invés de paciente,
tendo em vista que a terapia deve levar a pessoa a clarear as nuances de seus sofrimentos e o
terapeuta deverá se posicionar de forma não-diretiva, como se fosse um espelho (metaforicamente
falando). Dessa forma, Rogers (1997) substitui a figura do paciente pela do cliente uma vez que
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não visualizava os sujeitos que buscavam terapia como seres que reagiam passivamente às
recomendações diretivas de um “especialista sabe tudo”. Ele os via como possuidores da
capacidade de entender a intervir em suas próprias questões. Entretanto, por terem as habilidades
para fazer isso sozinhos, tornava-se importante a presença do psicoterapeuta.
Zanoni (2008) afirma que, de um modo geral os estudiosos da teoria de Rogers dividem-
na em quatro fases. A primeira estava fundamentada nas respostas reiterativas e reflexos de
sentimentos, ficando conhecida como etapa não-diretiva. Teve como marco principal a obra
Aconselhamento e Psicoterapia, no ano de 1942. A segunda fase estava balizada na compreensão
empática, aceitação e autenticidade, sendo denominada de etapa das atitudes terapêuticas. A
principal publicação dessa fase foi Terapia Centrada no Cliente, em 1951.
A terceira caracterizou-se por uma aproximação ao Existencialismo, ficando conhecida
como etapa da investigação do processo terapêutico. O principal texto dessa fase foi Tornar-se
Pessoa, de 1961. Finalmente, a quarta e última etapa caracterizou-se como Psicoterapia Centrada
na Pessoa, quando Rogers passou a fazer uso de um modo mais fenomenológico de refletir a
respeito da Psicoterapia. Ele retira então o foco do cliente e amplia a Terapia Centrada no Cliente
para a Abordagem Centrada na Pessoa. O resultado disso foi um maior respeito pela filosofia da
autodeterminação; uma compreensão mais abrangente do processo psicoterápico e a melhora da
prática e aplicações na área educacional e na resolução de conflitos grupais e sociais (ZANONI,
2008).
Dessa forma, conceber o Plantão Psicológico na perspectiva da ACP é seguir um método
não-diretivo, como afirma Scheeffer (1983). Esta autora concebe o método não-diretivo como
sinônimo da própria ACP, tendo como principais características:

1) A maior responsabilidade da direção da entrevista cabe ao orientando - por isso


é denominado “client centered” 4 – isto é, entrevista centralizada na pessoa do
orientando. 2) Visa á pessoa, mais do que o problema apresentado. 3) Proporciona
a oportunidade de um amadurecimento pessoal 4) Não se dá grande importância
ao conteúdo factual e intelectual – dá-se maior ênfase ao conteúdo emocional
(SCHEEFFER, 1983, p. 24).

Então, no método não-diretivo o plantonista exercerá o papel de clarificar e aceitar os


conteúdos de natureza emocional trazidos pelo cliente. Também irá ofertar uma atmosfera

4
Centrado no Cliente. Tradução nossa.
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emocional propícia para que o cliente relaxe as suas defesas, não se preocupando em realizar
diagnósticos, nem de lhe inculcar a autocompreensão. Todavia, se preocupará em proporcionar, no
decorrer da entrevista, uma atmosfera favorável para que ele possa atingir, por si mesmo, o
autoconhecimento e a elaboração de seus planos de ação (SCHEEFFER, 1983); sendo esse método
comumente utilizado no serviço do Plantão Psicológico que, como já foi falado anteriormente,
pode ser implantado em vários contextos e instituições.
Além disso, a importância do Plantão também se estende a outros contextos, como é o caso
da escola, onde o mesmo é igualmente importante, onde poderá auxiliar a escola a lidar com as
mais variadas problemáticas pelas quais ela vem enfrentando na atualidade.

4. PRINCIPAIS PROBLEMÁTICAS ENFRENTADAS PELA ESCOLA NA ATUALIDADE

Atualmente a escola tem enfrentado as mais variadas problemáticas que, na opinião de


Bock, Furtado e Teixeira (2008) têm convocado os profissionais das mais diversas áreas do saber,
incluindo os da Psicologia, a contribuir com para a sua solução. De acordo com os autores, uma
das mais citadas é a falta de motivação: os discentes não se mostram envolvidos com o aprendizado
e o saber. Tal questão é muito complexa, pois envolve além de questões metodológicas da escola,
abrangendo a família, relações interpessoais, entre outras.
Outra demanda comum na escola são os problemas emocionais dos alunos, sendo os mais
frequentes os comportamentos disruptivos, que incluem atos antissociais, agressão, desobediência,
rebeldia, oposição, violação de regras, roubos, atividade sexual precoce (FRIEDBERG;
McCLURE, 2004); vandalismo (ROAZZI; LOUREIRO; MONTEIRO, 2011); transtornos de
ansiedade (como fobia social, transtorno de ansiedade de separação), fobia a escola (caracterizada
pelo medo exacerbado de ir à escola), a depressão (um transtorno de humor caracterizado por
desesperança e uma tristeza intensa e persistente) (PAPALIA; FELDMAN, 2013); como também
o uso de drogas (CARLINI-COTRIM, 1998), etc.
A violência é uma problemática cuja manifestação tem se mostrado cada vez mais
frequente, se manifestando das mais variadas formas, sendo as principais: 1) o bullying; 2) a
autolesão; e o 3) suicídio. Então, antes vista como um lugar que oferecia proteção, hoje a escola
tem sido alvo de violência nas relações sociais daqueles que a compõem. Isso acontece porque
atualmente tem havido um esvaziamento da importância e da necessidade da escola: por um lado,
a comunidade carente não tem mais recebido com facilidade o retorno que esperava da
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escolarização e por outro, aqueles que possuem um maior poder aquisitivo parecem não sentir mais
tanto prazer em aprender (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008).
Para Papalia e Feldman (2013) o bullying é muito comum nas escolas: caracterizando-se
por ser um tipo de intimidação deliberada e persistente que é direcionada contra um alvo específico,
que no caso é a vítima. Este inclui agressão física, como: bater, chutar, socar, danificar ou apossar-
se de pertences pessoais e a agressão psicológica, como: isolar e fazer intriga, frequentemente sem
a vítima saber. A intimidação pode ser também: proativa, quando que utilizada pelo agressor para
mostrar dominância, ganhar admiração ou sustentar poder; ou reativa, quando ocorre em resposta
a algum ataque real ou até mesmo imaginário.
A autolesão e o suicídio também costumam acontecer na escola. Apesar de ser comumente
associados, ambos são fenômenos distintos. Enquanto que a pessoa que pratica o suicídio tem o
intuito de colocar um fim em sua própria vida, já na autolesão o objetivo é aliviar sofrimentos;
tentar sentir-se melhor de uma forma imediata, até alcançar o alívio. Entretanto, quando a autolesão
se torna repetitiva, o risco de suicídio é elevado, pois essa forma não acertada de lidar com as
próprias questões pode fazer com que os cortes vão tornando-se mais profundos e podem acabar
levando a morte, mesmo que não haja a intenção consciente de morrer. Então, a autolesão e o
suicídio são estratégias de enfrentamento pouco efetivas para a resolução de problemas, sendo
praticados principalmente por adolescentes (ALMEIDA et al., 2018).
As questões de gênero também estão presentes dentro da escola. De acordo com Maia,
Navarro e Maia (2011) o termo gênero refere-se a aspectos culturais que atuam por meio de
relações de poder, construindo padrões hegemônicos a partir de corpos sexuados. Além disso, não
se pode esquecer que existem diversos processos socioculturais que fazem uso da anatomia para
justificar diferenças, desigualdades e subordinações entre os indivíduos e isso acaba
frequentemente sendo reproduzido pela escola. De acordo com os autores, o sistema educacional
brasileiro tem corroborado para a manutenção de ideias racistas, sexistas, classistas e
discriminatórias que circulam na sociedade e que a escola também produz.
É notório também o preconceito e as práticas discriminatórias no ambiente escolar. Segundo
Barros (2012), na escola são frequentes conflitos entre seus atores sociais com relação às questões
de classes sociais, de gênero ou de orientação sexual. Na opinião da autora, tais diferenças ainda
ocasionam conflitos, porém, frequentemente se apresentado na forma de preconceitos e estigmas.
Tais preconceitos e estigmas apresentam-se sutilmente nas relações cotidianas, tendo como base as
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relações de poder presentes na cultura, abrangendo as dimensões coletivas tanto no nível
“macrossocial”, quanto no nível interpsicológico.
Isso acontece, por exemplo, quando a escola faz a formação do currículo, ao selecionar os
currículos e materiais a serem trabalhados, no estabelecimento das relações interpessoais entre os
membros da escola e os métodos utilizados no ensino, instituindo identidades e ditando não apenas
comportamentos, concepções e atitudes aos discentes, e também classificando e punindo aqueles
desviantes do que é considerado “normal”, ou seja, que segue uma determinada norma. Isso acaba
reverberando numa educação com valores sexistas, levando os alunos ao sofrimento pessoal em
decorrência da não aceitação social das diferenças individuais, contribuindo para o fracasso escolar.
Apesar disso, as ações sexistas e discriminatórias que ocorrem não podem ser atribuídas somente
aos docentes, uma vez que frequentemente eles não tiveram uma formação adequada a respeito da
sexualidade humana, principalmente no que se refere às individualidades e diferenças em sua
vivência (MAIA; NAVARRO; MAIA, 2011).
De acordo com a autora supracitada, que está embasada na perspectiva histórico-cultural de
Lev Vygotsky, o preconceito é produto de uma construção histórica e cultural, sendo de caráter
relacional. Para ela, é preciso estar atento a como os fatores desencadeadores de preconceitos e
práticas discriminatórias têm sido difundidos a fim de se refletir sobre qual a responsabilidade da
escola a fim de que sejam pensadas estratégias de prevenção e de enfrentamento dessas práticas.
Então, torna-se necessário conscientizar os sujeitos no seu espaço e em suas relações, a fim de que
sejam feitas intervenções nos espaços que perpassam a escola, assim como na forma de as pessoas
estarem no mundo (BARROS, 2012).
Torna-se então urgente a promoção de uma educação cada vê mais inclusiva, a fim de
poder valorizar as diferenças entre os indivíduos e proporcionar uma educação com mais qualidade
para todos. Além disso, a

Educação inclusiva exige uma mudança radical na escola. Não se deve pensar que
o aluno é incluído em algo que já estava em seu caminho e funcionamento. A
escola deve ser pensada diferentemente. Deve se reorganizar; repensar suas
práticas pedagógicas; atualizar seu material e seus conteúdos. Devemos criar uma
nova escola, onde caibam todos, cada um com suas dificuldades e facilidades, com
suas necessidades e facilidades e dificuldades; com suas necessidades que não
devem ser mais vistas como especiais. Devemos trabalhar pra superar a ideia de
uma educação inclusiva, para pensá-la como a educação necessária que inclui
todos, sem distinções (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2008, p. 277).

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A escola, como uma instituição social, tem refletido as problemáticas de uma sociedade que
massifica os sujeitos (JERUSALINSKY; FENDRIK, 2011), podendo ser resumida nas palavras de
Cassorla (2013), que afirma que estamos vivendo

[...] numa sociedade tendendo à globalização, e impregnada de fenômenos que


desumanizam, coisificam o ser humano. O pensamento hegemônico, quase que
único, faz com que se privilegie o individualismo, a descrença em valores éticos,
o dogmatismo, o fanatismo, o consumismo, a ausência de solidariedade, a
valorização do ter em relação ao ser, a competitividade destrutiva. A oposição a
esta cultura do narcisismo, instrumentalizada pela mídia todo-poderosa, é
praticamente nula (CASSORLA, 203, p. 19).

Diante de tantas problemáticas que a escola enfrenta, faz-se necessário que seja ofertado
um espaço de acolhimento a fim de auxiliar os sujeitos, como o acontece no Plantão Psicológico.

5. O PLANTÃO PSICOLÓGICO PRATICADO NA ESCOLA: CONTRIBUIÇÕES DA


ABORDAGEM CENTRADA NA PESSOA

Segundo Mahfoud (2012), o Plantão Psicológico constitui-se numa técnica de atendimento


imediato, breve e emergencial que pode auxiliar a escola a lidar com as mais variadas demandas,
constituindo-se numa contribuição propriamente psicológica no âmbito escolar. Este serviço,
fundamentado na Abordagem Centrada na Pessoa (ACP) de Rogers, ao ser realizado na escola, irá
contribuir constituindo-se como um espaço para o indivíduo como pessoa. Esse espaço terá como
finalidade a formação da pessoa, com todos os seus recursos e limites, promovendo o valor e a
potência criadora e inovadora do sujeito que cresce com consciência de si e da sua realidade.
O Plantão Psicológico é então considerado um dos modos de atuação do psicólogo escolar
e educacional, sendo um tipo de atendimento individual que ocorre espontaneamente dentro do
contexto escolar (BEZERRA, 2014). Szymanski (2004) acrescenta que este serviço surgiu como
uma inovação na prática da Psicologia Escolar e Educacional. Ao seguir os pressupostos
rogerianos, parte do respeito á dignidade dos educadores e a confiança em sua capacidade de
manejo construtivo daquelas questões da sua vida trazidas á consciência por meio da reflexão, pela
livre expressão daquilo que lhes traz sofrimento, apesar de ser um serviço que se dá num curto
espaço de tempo.
Segundo Tassinari (2003) aos poucos o Plantão vem se consolidando na atualidade,
começando a produzir resultados profícuos, tendo em vista que a escola é um dos locais mais
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propícios para o desenvolvimento da saúde mental e da cidadania e integrando-se aos objetivos
básicos da educação uma vez que promove a formação integral do aluno com vistas á sociabilidade.
Além disso, apesar de a literatura trazer o Plantão praticado na escola direcionado a instituição, aos
professores e aos alunos, o presente artigo terá como foco estes últimos, onde o mesmo visa
oferecer:

[...] um espaço onde o aluno possa buscar ajuda para rever, repensar e refletir suas
questões. O objetivo é possibilitar aos alunos a oportunidade de se cuidar, de
estarem atentos ao que é realmente importante para eles naquele momento, e então
de se posicionarem diante disso. O psicólogo neste tipo de serviço não está ali
atento a solucionar algum problema, mas procura estar presente acolhendo a
pessoa e escutando-a ativamente, possibilitando com isso que ela se mobilize
frente á sua situação; procura estar centrado na pessoa mais do que no problema
(MAHFOUD et al., 2012, p. 69).

Bezerra (2014), corroborando com os autores acima acrescenta três premissas da ACP que
fundamentam a prática do Plantão Psicológico: 1) a disponibilidade incondicional para aqueles que
buscam atendimento. Tal posicionamento está longe de ser um comportamento preestabelecido ou
uma técnica, se aproximando da consideração positiva incondicional rogeriana. A 2) escuta
esclarecedora e facilitadora da demanda apresentada pela pessoa, o que significa dizer que não é
só compreender a lógica do problema trazido, mas também junto com a pessoa encontrar a solução
para o mesmo. Refere-se ao modo como a demanda é compreendida pela pessoa atendida. E 3) os
desdobramentos do processo de encontro. Isso significa dizer que a clareza da delimitação do
encontro para os seus participantes proporciona uma maior exploração mútua no decorrer deste
processo, podendo ser feitos, espontaneamente, encaminhamentos para uma Psicoterapia,
Orientação Profissional, etc.
O autor também ressalta que quando forem feitos encaminhamentos, é necessário que o
psicólogo leve em consideração a complexa diversidade da cultura escolar envolvida e ao mesmo
tempo não abdicar da escuta ativa e interessada diante da pessoa que busca atendimento e a forma
como ele percebe a queixa apresentada. Também é importante não confundir o fato de haver uma
demanda de escuta clínica na escola com um atendimento psicoterápico, uma vez que o trabalho
do psicólogo na escola consiste numa escuta clínica pontual e também não faz obrigatoriamente
encaminhamentos para atendimento psicoterápico (BEZERRA, 2014).
Para Mahfoud (2012), o plantonista, ao atuar na escola embasado na ACP, irá ofertar um
espaço de escuta focado nas pessoas e não nos problemas. Então, sua atuação não se restringirá aos
12
comportamentos dos alunos, suas notas, etc. O que não quer dizer que se o aluno trouxer essas
questões elas não possam ser acolhidas e discutidas; entretanto, a pessoa sempre estará no centro e
a respostas as suas questões caberá sempre a ela própria, tendo na figura do psicólogo alguém para
se apoiar, com quem se avaliar e a quem se referir. Este serviço também irá proporcionar
disponibilidade e cumplicidade para que o aluno viva de forma cuidadosa e realista consigo mesmo.
Tal postura tem a ver com a chamada tendência atualizante proposta por Rogers (1883), segundo a
qual:

Os indivíduos possuem dentro de si vastos recursos para a autocompreensão e


para a modificação de seus autoconceitos, de suas atitudes e comportamento
autônomo. Esses recursos podem ser ativados se houver um clima, passível de
definição, de atitudes psicológicas facilitadoras (ROGERS, 1983, p. 38).

Vendramel, Pocaia e Santos (2017) afirmam que o Plantão Psicológico é necessário na


escola porque compreender que o discurso proferido e as escutas são imprescindíveis para que a
educação alcance resultados satisfatórios, onde o psicólogo irá ofertar um espaço para a circulação
de discursos, uma vez que a ausência dessa circulação acaba comprometendo a concretização dos
objetivos institucionais.
Já Tassinari (2003) diz que o fato de o Plantão ser um serviço terceirizado, uma vez que a
equipe de plantonistas não faz parte do quadro de funcionários da escola, proporciona uma maior
liberdade para que os alunos possam trazer temáticas mais particulares e\ou críticas sem
constrangimento, colaborando para o aumento da auto-compreensão e dos fatores ambientais,
desmistificando o papel do psicólogo escolar e educacional e, consequentemente, levando as
pessoas a transcenderem as contingências, explorando sua capacidade de escolher livremente e
colocar em prática sua cidadania. Isso é possível porque esse serviço focaliza o aluno de forma
holística e não somente como sujeito aprendiz. Isso se justifica, pois, na opinião de Rogers (1983):

Existe uma tendência direcional formativa no universo, que pode ser rastreada e
observada no espaço escolar, nos cristais, nos micro-organismos, na vida orgânica
mais complexa e nos seres humanos. Trata-se de uma tendência evolutiva para
uma maior ordem, uma maior complexidade, uma maior inter-relação (ROGERS,
1983, p. 50).

Além disso, neste serviço a busca de ajuda ocorre de forma livre, sem qualquer imposição
ou limitação de horários por parte da escola. Isso significa que o aluno pode procurar o Plantão no
momento que fizer mais sentido para ele, da forma que achar melhor e para falar sobre os assuntos
13
de sua preferência. Consequentemente, o plantonista está sempre aberto ao inesperado,
acompanhando um processo sem nenhum tipo de planejamento, estando disponível em termos de
tempo e escuta (MAHFOUD et al., 2012). A escuta clínica na escola também

(res-) significa os atores sociais de maneira adversa a estereótipos preconcebidos


ou como meros depositários de conteúdos programáticos escolares. Logo, o
plantão atuará perpassando os atores sociais de modo holístico, na busca de
compreender o sujeito, não somente na condição de aprendiz, mas também em seu
todo (FERRO; ANTUNES, 2015, p. 76).

O Plantão Psicológico na escola também precisa disponibilizar plantonistas em todos os


turnos e horários para os discentes, para que não seja necessária a marcação de horários com
antecedência, como também não há a obrigatoriedade de continuidade do atendimento. Isso porque
o que direciona o percurso desse serviço é a necessidade da pessoa (MAHFOUD et al., 2012).
No Plantão a escuta clínica do plantonista se dá de forma ativa e este depois devolve para a
pessoa aquilo que ele refletiu a partir desse acolhimento. O intuito é possibilitar que o outro se
escute a si mesmo, numa escuta livre de interpretações, preconcepções ou generalizações, onde lhe
será disponibilizada a escuta e a atenção as suas queixas e falas quase invisíveis e também lhe
ofertar a possibilidade de construir um jeito próprio de lidar com suas questões em um contexto
social cada vez mais caótico e ansiógeno (MAHFOUD et al., 2012; FERRO; ANTUNES, 2015).
Então, Mahfoud et al. (2012) orientam que o plantonista esteja preparado e disponível para
receber a vivência trazida pelo aluno, auxiliando-o a perceber as várias facetas de sua experiência,
além de estar atento a perspectiva que ele escolhe, respeitando as escolhas que o mesmo optar, uma
vez que cada um é responsável por suas próprias escolhas. Consiste então num serviço que é
direcionado a qualquer aluno que queira “se cuidar”, consistindo numa postura facilitadora de um
processo que é do cliente, o que implica no fato de que a postura do psicólogo não é conduzi-lo,
mas sim acompanhá-lo.
Isso é possível porque os atendimentos do Plantão Psicológico são conduzidos a partir do
acompanhamento da própria história dos alunos, centrando-se nas experiências deles. Ou seja, a
literatura mostra que a atenção ao movimento que eles fazem ao buscar esse serviço é o
direcionador que sinaliza como o plantonista pode responder a esse processo. Isso faz com que o
número dos que procuram uma sessão, a duração desta, a marcação de uma nova, o agendamento
de uma nova e o andamento de cada sessão sejam norteados a partir da necessidade do momento e
não por uma norma pré-determinada (MAHFOUD et al., 2012).
14
Ferro e Antunes (2015) chamam a atenção para o fato de o psicólogo escolar e educacional
poder fazer uso do Plantão Psicológico como um instrumento de ação para a quebra da estereotipia
em torno da Psicologia na escola, uma vez que ainda é frequente a visão de que a mesma irá focar
nos alunos-problema, desajustados, malucos e problemáticos. Para estes autores, ao contrário disso,
é preciso mostrar que o papel da Psicologia Escolar e Educacional está, dentre outras coisas, em
ofertar espaços dialógicos onde os sujeitos possam externalizar suas angústias e sofrimentos,
proporcionando o manejo das vicissitudes humanas em uma sociedade caracterizada pela inovação
tecnológica, apatia social, hierarquia do ter e, conforme complementa Anache (2007), que clama
pela inclusão, mas que se organiza pela exclusão social. Já Vendramel, Pocaia e Santos (2017)
salientam que os atendimentos não devem ter fins classificatórios e\ou excludentes e Correia e
Rodrigues (2015) alertam pra que se tome cuidado para não adotar uma postura embasada no
modelo clínico-terapêutico. Além disso:

[...] a práxis psicológica no âmbito educacional requer dos profissionais dessa área
um posicionamento de conscientização constante sobre a sua atuação para
responder ás seguintes questões: a que veio a Psicologia e a que ela serve?
(FERRO; ANTUNES, 2015, p. 79).

Já Passos (2007), afirma que o psicólogo escolar e educacional precisa estar atento as
contradições que se alinham no seio da escola e da sociedade e fim de encarar os discursos que
aparentemente buscam a igualdade, mas que na verdade promovem a desigualdade. Ele também
deverá atuar desfazendo os conceitos e preconceitos em torno da sua atuação, deixando bem clara
a sua função, combatendo a falsa inclusão escolar e social, na medida em que irá colocar a sua
teoria, técnica e princípios contra a marginalização e a exclusão.
Por possuir tantas características como as que foram elencadas ao longo deste texto, o
Plantão Psicológico é considerado por alguns autores, como Ferro e Antunes (2015), como um
instrumento de promoção de saúde e prevenção de doenças, na medida em que promove o bem
estar biopsicossocial e a diminuição do sofrimento dos sujeitos, (por exemplo, proporcionando o
alívio da ansiedade). Quando implantado na escola, este serviço atua promovendo a saúde psíquica
deste ambiente, uma vez que contempla a dimensão psicológica dos atores sociais que compõem a
instituição escolar.
Também é importante estar atento a um fenômeno muito corriqueiro no Plantão Psicológico
que se dá em qualquer instituição em que ele é implantado, e na escola não sendo diferente: a visita

15
de alunos curiosos querendo saber o que é o serviço. O que a literatura aponta é que tais situações
na maioria das vezes acabam funcionando como uma via de acesso á ajuda, pois ao chegar “como
quem não quer nada” eles comumente vão se familiarizando com o ambiente e passam a falarem
sobre si próprios e trazer as suas questões (ALMEIDA et al., s\d; MAHFOUD et al., 2012).
Mahfoud et al. (2012) ressaltam que o plantonista também precisa ficar atento para as
repercussões de sua presença na escola, pois isso também faz parte da proposta desse serviço. A
razão disso é que ao escutar os alunos o psicólogo também está intervindo na instituição, auxiliando
estes a se dar conta de suas necessidades e frente á escola, o que, na opinião destes autores, pode
mobilizá-los para atuar nela para transformá-la.
Assim, é inegável que a escola se constitui como um local de promoção do desenvolvimento
humano, mas a mesma também se apresenta como um lócus de convergência de inúmeras
problemáticas humanas que podem trazer sofrimento e angústia para os sujeitos. Similarmente, o
processo de ensino-aprendizagem envolve questões interpessoais, existenciais e emocionais,
fazendo com que seja urgente a necessidade de um serviço de escuta clínica não-diretiva, como
ocorre no Plantão Psicológico, objetivando acolher as demandas afetivas e emocionais de todos
aqueles que compõem a escola (ALMEIDA et al., s/d), contribuindo com o caráter transformador
da escola, transformando os seres humanos por meio do processo de autoconhecimento, que
decorre da exposição, a partir do discurso, da angústia do ser (FERRO; ANTUNES, 2015).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Portanto, o Plantão Psicológico constitui-se numa das formas de atuação que o psicólogo
escolar/ educacional pode desenvolver dentro da escola, diante da diversidade de problemáticas
que ela enfrenta na atualidade, ofertando um espaço de acolhimento e de escuta do indivíduo
enquanto pessoa onde, a partir da livre expressão das questões que o incomodam visa promover a
reflexão e o manejo construtivo das mesmas. O mesmo consiste num serviço prestado dentro da
escola onde a busca ocorre de forma espontânea, não havendo a obrigatoriedade de uma próxima
sessão.
Torna-se necessário então que a Psicologia venha auxiliar a escola a lidar com as inúmeras
problemáticas que vêm atingindo a escola na atualidade, onde as mais frequentes têm sido a falta
de motivação, os problemas emocionais, a violência e suas várias facetas, que incluem o bullying,

16
os comportamentos autolesivos e o suicídio, bem como as questões de gênero, preconceito e
práticas discriminatórias. Tais problemáticas são o reflexo de uma sociedade que massifica os
sujeitos, globalizada e impregnada pela cultura do narcisismo, que desumanizam, coisificam as
pessoas. Diante disso, plantão pode ser um importante instrumento de trabalho do psicólogo escolar
e educacional diante dessas e de outras problemáticas enfrentadas pela escola.
Então, este serviço, quando fundamentado na Abordagem Centrada na Pessoa de Rogers,
terá três pressupostos básicos: a disponibilidade incondicional para os que buscam ajuda; a escuta
esclarecedora e facilitadora da demanda trazida e as possibilidades de desdobramentos que o
encontro poderá tomar, cujos encaminhamentos podem ser realizados, sempre que houver
necessidade, podem ser feitos de diversas formas, pois o que norteia o percurso dos atendimentos
é a necessidade da pessoa. O plantonista irá fomentar o valor e a potência criadora e inovadora do
indivíduo, pois o seu foco estará na pessoa e não no problema, corroborando para a promoção da
saúde e da cidadania dentro da escola, proporcionando a formação integral do discente.
Todavia, é importante que o plantonista procure desmistificar o papel do psicólogo escolar
e educacional, quebrando a estereotipia ainda existente em torno do seu fazer na escola, a fim de
que não se confunda a escuta clínica na escola com atendimento psicoterápico. Isso porque esta
área de atuação da Psicologia não faz a transposição do modelo clínico curativista para a sua
prática, postura essa que já vem sendo muito problematizada no âmbito da Psicologia Escolar e
Educacional. Ao contrário disso, ele irá proporcionar um espaço para a circulação de discursos,
numa escuta ativa e livre de interpretações e preconceitos, cujo intuito é fazer o outro escutar a si
mesmo, numa postura facilitadora do processo do cliente, ao invés de conduzir e acompanhar.
Finalmente, o Plantão ainda proporciona espaços dialógicos na escola onde os sujeitos
podem compartilhar suas angústias e sofrimentos e possibilitar o manejo de suas vicissitudes
humanas, como também promover o autoconhecimento e a inclusão de todos em uma sociedade
que, como bem colocou Anache (2007), clama pela inclusão, mas que se organiza pela exclusão.
Assim, percebeu-se que ainda é muito reduzido o número de publicações que apresentam o Plantão
Psicológico como uma modalidade de atendimento que pode ser implementada na escola, o que
torna urgente a necessidade de que mais pesquisas sejam produzidas e de que este assunto seja
mais discutido na academia, especialmente dentro dos cursos de Psicologia. Além disso, o presente
artigo abordou o Plantão Psicológico na escola direcionado aos alunos. Todavia, faz-se necessário

17
que sejam feitas publicações que abordem outros públicos que também compõem a escola, como
funcionários da escola e pais de alunos, a fim de observar o quão profícuo este serviço pode ser.

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