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Ministério da Educação

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ


Câmpus Londrina
Departamento Acadêmico de Engenharia Mecânica - DAMEC

Análise da Exergia - Parte II

Prof. Ismael de Marchi Neto


E-mail: ismaelneto@utfpr.edu.br

2022/01
Sumário

§ Balanço da taxa de exergia para sistemas fechados;

§ Balanço da taxa de exergia para volumes de controle;

§ Comparação entre energia e exergia para volumes de controle em regime permanente;

§ Eficiência exergética;

§ Eficiência exergética de componentes usuais;

§ Exercícios;

§ Referências Bibliográficas.
Balanço da taxa de exergia para sistemas fechados

§ RELEMBRANDO: Balanço da taxa de exergia para sistemas fechados

�� �0 ��
= 1− � � − � − �0 − �0 �
�� �� ��

Taxa de Taxa de Taxa de Taxa de


variação de transferência transferência destruição
exergia de exergia de exergia de exergia
associada ao associada ao
calor trabalho

��
�� ��
Balanço da taxa de exergia para volumes de controle

���� �0 ����
= 1− �� − ��� − �0 + �� ��� − �� ��� − �0 �
�� �� �� � �

Taxa de Taxa de Taxa de Taxa de Taxa de Taxa de


variação de transferência transferência transferência transferência destruição
exergia de exergia de exergia de exergia de de exergia de de exergia
associada ao associada ao fluxo fluxo
calor trabalho associada a associada a
massa massa saindo
entrando no do V. C. ��
V. C.
�� ��
���
���
§ Mas a exergia específica (�)
para um sistema é dada por: φa  (u  u0 )  p0 (v  v0 )  T0 ( s  s0 )  V 2 2  gz
Balanço da taxa de exergia para volumes de controle

§ Taxa de transferência de exergia associada ao trabalho de fluxo:

Sistema Ambiente: p0
aberto: p
s
ms , v s

���� �������� �� ����������� �� �������


= � �� − �0 �
��������� �� ������ℎ� �� �����
Balanço da taxa de exergia para volumes de controle

§ Portanto a exergia específica de fluxo:

�2
�� = � − �0 + �0 � − �0 + �� − �0 � − �0 � − �0 + + ��
2

�2
�� = � − �0 + �0 � − �0 �0 + �� − �0 � − �0 � − �0 + + ��
2

�2
�� = � + �� − �0 + �0 �0 − �0 � − �0 + + ��
2

�2
�� = ℎ − ℎ 0 − � 0 � − � 0 + + ��
2
Balanço da taxa de exergia para volumes de controle

§ Balanço da taxa de exergia em regime permanente com uma única entrada (1) e saída (2):
0 0
���� �0 ����
= 1− �� − ��� − �0 + �� ��� − �� ��� − �0 �
�� �� �� � �

�0
0 = 1− �� − ��� + � ��1 − ��2 − �0 �
��

�21
��1 = ℎ1 − ℎ0 − �0 �1 − �0 + + ��1
2
§ Onde:
�22
��2 = ℎ2 − ℎ0 − �0 �2 − �0 + + ��2
2

�21 − �22
§ Portanto: ��1 − ��2 = ℎ1 − ℎ2 − �0 �1 − �2 + + � �1 − �2
2
Comparação entre energia e exergia

Ø Considerando um volume de controle em regime permanente:

(a) Análise de energia (b) Análise de exergia


Comparação entre energia e exergia

Ø Considerando um volume de controle em regime permanente:

§ Em regime permanente a taxa de tranferência de exergia associada ao trabalho (��� ) é


simplesmente a potência:
0 0
���� �0 ����
= 1− �� − ��� − �0 + �� ��� − �� ��� − �0 �
�� �� �� � �

§ A energia se conserva: a taxa total de energia na entrada do volume de controle é igual a


taxa total de saída;

§ A exergia é destruída: a taxa total de exergia que entra no volume de controle excede a taxa
a qual a exergia sai;

§ A exergia expressa todas as transferências de energia em uma base comum e considera


de forma explícita os efeitos das irreversibilidades (destruição da exergia).
Eficiência Exergética (Eficiência da Segunda Lei)

§ Considere que o sistema abaixo em regime permanente:

��

Tf

§ Quando se usa mais energia do que o necessário está ocorrendo desperdício;

§ Diz-se que o uso final não está ajustado à fonte (uso ineficiente do combustível queimado).
Eficiência Exergética (Eficiência da Segunda Lei)

§ Considere que o sistema abaixo em regime permanente:

��

Tf

§ Balanço de energia: 0 0
��
= �� − �� − �1 − �
��
§ Balanço de exergia:
0 0 0
���� �0 �0 �0 ����
= 1− �� − 1 − �� − 1 − �1 − ��� − �0 − �0 �
�� �� �� �1 ��
Eficiência Exergética (Eficiência da Segunda Lei)

§ Considere que o sistema abaixo em regime permanente:

��

Tf

§ Balanço de energia:

�� = �� + �1
§ Balanço de exergia:

�0 �0 �0
1− �� = 1 − �� + 1 − �1 + �0 �
�� �� �1
Eficiência Exergética (Eficiência da Segunda Lei)

§ Considere que o sistema abaixo em regime permanente:

��

Tf

§ Eficiência em termos de taxas de energia: ��


� =
��
§ Eficiência em termos de taxas de exergia (eficiência exergética):

1 − �0 /�� �� 1 − �0 /�� ������� ����������


�= ⇒�=� ⇒�=
1 − �0 /�� �� 1 − �0 /�� ������� ���������
Eficiência Exergética (Eficiência da Segunda Lei)

§ Efeito da temperatura de uso (Tu), sobre a eficiência exergética (�):

§ Considerando:
Tf = 2200 K Tf
� = 100%

§ Eficiência exergética:

1 − �0 /��
�=�
1 − �0 /��

§ A exergia melhora a medida que a temperatura de uso (Tu) se aproxima da temperatura da


fonte (Tf).
Eficiência exergética de componentes usuais

Ø Os casos considerados envolve um volume de controle em regime permanente e que não


ocorre transferência de calor entre o componente e a vizinhança.

§ Turbinas:
0 0 0
���� �0 ����
= 1− �� − ��� − �0 + � ��1 − ��2 − �0 �
�� �� ��

��� �0 �
��1 − ��2 = +
� �

§ Portanto a eficiência exergética (efetividade da turbina):

��� /�
�=
��1 − ��2
Eficiência exergética de componentes usuais

Ø Os casos considerados envolve um volume de controle em regime permanente e que não


ocorre transferência de calor entre o componente e a vizinhança.

§ Compressores e bombas:
0 0 0
���� �0 ����
= 1− �� − ��� − �0 + � ��1 − ��2 − �0 �
�� �� ��

��� �0 �
− = ��2 − ��1 +
� �

§ Portanto a eficiência exergética:


��2 − ��1
�=
− ��� /�
Eficiência exergética de componentes usuais

Ø Os casos considerados envolve um volume de controle em regime permanente e que não


ocorre transferência de calor entre o componente e a vizinhança.

§ Trocador de calor sem mistura:


0 0 0 0
���� �0 ����
= 1− � − ��� − �0 + �ℎ ��1 − �� ��3 − �ℎ ��2 − �� ��4 − �0 �
�� �� � ��

�ℎ ��1 − ��2 = �� ��4 − ��3 + �0 �

§ Portanto a eficiência exergética:

�� ��4 − ��3
�=
�ℎ ��1 − ��2
Eficiência exergética de componentes usuais

Ø Os casos considerados envolve um volume de controle em regime permanente e que não


ocorre transferência de calor entre o componente e a vizinhança.

§ Trocador de calor de contato direto:


0 0 0 0
���� �0 ����
= 1− �� − ��� − �0 + �1 ��1 + �2 ��2 − �3 ��3 − �0 �
�� �� ��

§ Como m3 = m2 + m1, obtém-se:

�1 ��1 − ��3 = �2 ��3 − ��2 + �0 �

§ Portanto a eficiência exergética:

�2 ��3 − ��2
�=
�1 ��1 − ��3
Lista de exercícios

Ø MORAN, Michael J.; SHAPIRO, Howard N. Princípios de termodinâmica para


engenharia. 6. ed. (ou 8. ed.). Rio de Janeiro, RJ: LTC, 2009. xi, 800 p. ISBN 8521613407..

§ 7.3 - 7.11 - 7.15 - 7.19 - 7.23 - 7.29 - 7.33 - 7.37 - 7.46 - 7.52 - 7.59 - 7.61 - 7.63 - 7.67 - 7.73 -
7.77 - 7.81 - 7.84 - 7.87 - 7.98 - 7.100 - 7.103 - 7.106 - 7.120 - 7.124.
Exercício 1

§ Em um trocador de calor em contracorrente, operando em regime permanente, ar comprimido


entra a 610 K e 10 bar e sai a 860 K e 9,7 bar. Gás de combustão entra com um fluxo
separado a 1020 K e 1,1 bar e sai a 1 bar. Cada fuxo tem vazão mássica de 90 kg/s. A
transferência de calor entre a superfície exterior do trocador de calor e a vizinhança pode ser
ignorada. Os efeitos de movimento e gravidade são desprezíveis. Admitindo que o fluxo do
gás de combustão tem as propriedades do ar e utilizando o modelo de gás ideal para ambos
os fluxos, determine:
(a) a temperatura de saída do gás de combustão, em K;
(b) a variação líquida da taxa de exergia de fluxo entre a entrada e saída de cada fluxo, em MW;
(c) a taxa de exergia destruída, em MW.

Admita T0 = 300 K e p0 = 1,0 bar.


Exercício 2

§ Em uma turbina, vapor de água é admitido com uma pressão de 30 bar, temperatura de
400°C e velocidade de 160 m/s. O vapor sai como vapor saturado a 100°C e com
velocidade de 100 m/s. A turbina desenvolve trabalho a uma taxa de 540 kJ/kg em regime
permanente. A transferência de calor entre a turbina e sua vizinhança ocorre a uma
temperatura média da superfície externa de 350 K. Desenvolva um balancete completo da
exergia líquida associada ao escoamento de entrada,em kJ/kg. Adote T0 = 25°C e p0 = 1,0
atm.
Exercício 3

§ Em uma determinada turbina vapor d´água entra a 3 MPa e 450°C a uma vazão de 8 kg/s e
sai a 0,2 MPa e 150 °C. O vapor perde calor para o ar da vizinhança a 100 kPa e 25°C a
uma taxa de 300 kW. As variações de energia cinética e potencial são desprezíveis.
Determine:
§ (a) a produção real de potência;
§ (b) a máxima potência possível;
§ (c) a eficiência de Segunda Lei.
Exercício para entrega na próxima aula (24/03)

§ Em um determinado processo industrial produtos da combustão são descarregados a uma


vazão de 94,4 m/s, temperatura de 204,4°C e 1 atm na entrada de um gerador de vapor,
conforme ilustrado na figura. Esse sistema consiste na combinação de um gerador de vapor
juntamente com uma turbina para a recuperação do calor dos produtos da combustão. Em
regime permanente, os produtos de combustão saem do gerador de vapor a 126,7°C e 1
atm, e um fluxo de água distinto entra a 275,8 kPa e 38,9°C, com uma vazão mássica de
2,1 kg/s. Na saída da turbina a pressão é 6,9 kPa e o título é 93%. A trasnsferência de calor
das superfícies externas do gerador de vapor e da turbina pode ser ignorada juntamente
com as variações da energia cinética e potencial das correntes em escoamento. Não há
perdas de carga significativa da água que escoa no gerador de vapor. Os produtos de
combustão podem ser modelados como ar em comportamento de gás ideal.
(a) determine a potência desenvolvida pela turbina;
(b) determine a temperatura de entrada da turbina;
(c) desenvolva um balancete completo da exergia líquida trazida pelos produtos da combustão;
(d) discutas os resultados obtidos no item anterior.
Exercício para entrega na próxima aula (24/03)

1
Referências Bibliográficas

Básicas:

[1] MORAN, Michael J. et al. Princípios de termodinâmica para engenharia. 7. ed. Rio de Janeiro, RJ:
LTC, 2013. xvi, 819 p. ISBN 9788521622123.

[2] SONNTAG, Richard Edwin; BORGNAKKE, C. Introdução à termodinâmica para engenharia. Rio
de Janeiro, RJ: LTC, 2003. 381 p. ISBN 9788521613442.

[3] BORGNAKKE, C.; SONNTAG, Richard Edwin. Fundamentos da termodinâmica. São Paulo, SP:
Blucher, 2013. 728 p. (Série Van Wylen). ISBN 9788521207924.
Referências Bibliográficas

Comlementares:

[1] SANTOS, Nelson Oliveira dos. Termodinâmica aplicada às termelétricas: teoria e prática. 2. ed.
Rio de Janeiro, RJ: Interciência, 2006. 150 p. ISBN 8571931496.

[2] KONDEPUDI, Dilip. Introduction to modern thermodynamics. Chichester, ENG: John Wiley & Sons,
c2008. 500 p. ISBN 9780470015988.

[3] IENO, Gilberto; NEGRO, Luiz. Termodinâmica. São Paulo, SP: Prentice-Hall, c2004. xviii, 227 p.
ISBN 8587918753.

[4] LEVENSPIEL, Octave. Termodinâmica amistosa para engenheiros. São Paulo, SP: Edgard Blücher,
2002. 323 p. ISBN 85-212-0309-8.

[5] ÇENGEL, Yunus A.; BOLES, Michael A. Termodinâmica. 7. ed. Porto Alegre, RS: AMGH, 2013. 1018
p. ISBN 9788580552003.

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