Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1. Distúrbios epidérmicos
2. Disfunções pigmentares
3. Doenças Bolhosas
4. Distúrbios inflamatórios
5. Distúrbios fotoinduzidos
ASPECTOS DA FISIOPATOLOGIA DO TEGUMENTO
Neste tópico serão abordadas de forma sintetizada somente as principais alterações dermatofisiopatológicas que podem
aparecer em atendimentos nas clínicas estéticas. A maioria é tratada por médicos e devem ser encaminhadas para estes
pelo profissional esteta. Somente algumas das relatadas abaixo podem ser tratadas por profissionais da área de estética
(Biomédicos, Farmacêuticos, Enfermeiros, etc) como é o caso do Melasma. As disfunções estéticas (acne, estrias celulite,
rugas, etc) são os alvos exclusivamente dos tratamentos estéticos e serão tratadas em outros módulos.
1. Distúrbios epidérmicos
• Acantose Nigricans: doença rara associada a diversos distúrbios metabólicos e endócrinos. Caracterizam-se por
espessamento da pele, hiperpigmentação e acentuação das linhas que apresenta excesso de queratina e
hiperpigmentação com lesões de cor cinza e engrossadas, que dão um aspecto verrugoso. É comumente vista na região
posterior e lateral do pescoço, axilas, área de flexão dos membros, região periumbilical, inframamária e mucosa oral. Pode
ser dividida nas formas maligna e benigna. Deverão ser encaminhados ao médico pacientes com suspeita desta doença.
melanócitos secundária à de auto anticorpos) e fatores ambientais (estresse, a Fonte: Ramos et al, 2013.
Manchas Pigmentares ou discrômicas resultam da ausência, diminuição ou aumento de melanina ou ainda depósito de
outros pigmentos ou substâncias na pele. Leucodermias são manchas brancas e compreendem a acromia, de cor branco
marfim, causada pela falta total de melanina ou a hipocromia de cor branco-nácar, causada pela diminuição da melanina.
Abaixo estão descritas as principais manchas pigmentares e leucodermias:
• Melasma: caracterizada pelo surgimento de manchas acastanhadas na pele, mais comumente na face, podendo ocorrer
nos braços e colo. É decorrente de hiperpigmentação melânica induzida, principalmente, pela radiação ultravioleta, sendo,
portanto crônica. Não há uma causa definida, mas na maioria das vezes está relacionada ao uso de anticoncepcionais
femininos, à gravidez e principalmente à exposição solar. Acometem geralmente mulheres em período fértil e de fototipos
intermediários.
Autores relatam que ao procedimento Luz Intensa Pulsada (IPL) que
pessoas com melasma subclínico pode terá lesão agravada ao usar tal procedimento. Dai a importância do uso da luz de
Wood antes do tratamento com o IPL, possibilitando determinar a existência das formas latentes e evitar o seu
agravamento. Para estas formas os tratamentos tópicos realizados por profissionais estetas são os mais indicados.
Figura 9: Melasma visto a olho nu (imagem superior) e através da luz de Wood (imagem
inferior).
Fonte: Handel, Miot e Miot, 2014.
• Hiperpigmentação pós-inflamatória: escurecimento da pele decorrente de um processo inflamatório que afeta a pele
(doenças, feridas ou procedimentos terapêuticos, entre eles: infecções, reações alérgicas, traumas físicos, queimaduras
ou doenças inflamatórias como o lupus ou o liquen plano). O processo inflamatório leva a produção de citocinas que
estimulam a melanogênese alterando a atividade dos melanócitos, os quais aumentam a produção da melanina na derme
e depósito da melanina na epiderme. As manchas decorrentes deste processo são escuras ou acastanhadas com
coloração que varia de marrom claro a negro.
Acomete mais as pessoas de pele escura, mas pode também aparecer nos
outros fototipos. Na área de estética pode ser manifestada após alguns procedimentos como laser, dermoabrasão, peeling
químico, tratamentos com substâncias despigmentantes, em geral ou ainda a associação dos despigmentantes com
determinados ácidos e corticosteróides. A pigmentação mais profunda (nível dérmico) é mais difícil de ser tratada, sendo
que os resultados dos tratamentos são variáveis dependendo da resposta individual de cada pessoa.
Figura 10: Hiperpigmentação pós-inflamatória na região malar decorrente do uso de laser CO2.
Fonte: Costa et al, 2011.
Lentigo Solar: são manchas senis acastanhadas, que usualmente ocorrem no dorso das mão, pescoço e face de pessoas
de mais de 40 anos de idade. São decorrentes da exposição acumulada da pele ao sol durante muitos anos. É fácil notar
que a pele das coxas não é manchada e possui aspecto mais jovem. Podem ter carater benigno ou maligno. Para os
benignos são indicados criocirurgia com nitrogênio líquido, laser, peelings químico e farmacoterapia tópica com
retinóides e agentes depigmentantes. Para os casos malignos pode ser feita a remoção cirurgia acompanhada de
quimioterapia entre outros tratamentos, dependendo de cada caso.
• Epidermólise bolhosa: compreende um grupo de doenças não contagiosas de pele, de caráter genético e hereditário raro.
Sua principal característica é o aparecimento de bolhas, especialmente nas áreas de maior atrito, e nas mucosas. Pode
acometer qualquer parte do corpo na região cutaneomucosa em resposta ao trauma mínimo, ao calor mesmo sem
nenhuma causa aparente. As lesões profundas podem produzir cicatrizes semelhantes às das queimaduras.
As bolhas podem estar presentes em certas áreas do corpo desde o nascimento, ou podem aparecer logo depois em
regiões que sofreram pressão ou trauma. É classificada pela modalidade de herança genética, distribuição anatômica das
lesões e morbidez associada à doença: epidermólise bolhosa simples, juncional e distrófica.
• Parapsoríase em placas: de causa desconhecida, forma lesões cutâneas com pequenas placas e grandes placas.
Acometem principalmente o tronco, coxas e braços. São avermelhadas ou amareladas e com descamação em sua
superfície. Geralmente são assintomáticas, mas pode ocorrer prurido discreto.
• Líquen plano: é uma doença inflamatória de causa desconhecida que acomete a pele, mucosas visíveis, unhas e cabelos.
As lesões são elevadas, planas, de cor violácea e com estrias esbranquiçadas na superfície, acompanhadas de muito
prurido.
• Morfeia: é uma doença rara, caracterizadas pelo endurecimento e/ou espessamento da pele e pela fibrose dos tecidos
envolvidos. Há envolvimento predominantemente cutâneo, mas com possibilidade de acometimento ocasional dos
músculos subjacentes.
• Pitiríase liquenóide: dermatose rara que possui as seguintes formas: Pitiríase líquenóide e varioliforme aguda (PLEVA) e a
Pitiríase líquenóide crônica (PLC). A distinção das formas baseia-se essencialmente nas características clínicas e
histológicas. As lesões cutâneas típicas são geralmente assintomáticas e com aspecto de pápulas eritematosas, com
descamação micácea central, facilmente destacável, revelando uma superfície brilhante (liquenóide). Geralmente, tem uma
resolução espontânea, após um longo período de remissões e recorrências.
Câncer de Pele
Os cânceres de pele são tumores formados por células da pele que sofreram alterações e multiplicaram-se de
maneira desordenada (neoplasia). Existem vários tipos. Abaixo são listados os mais comuns. Caso haja suspeita de algum
destes encaminhar ao médico.
Classificação:
• Carcinoma basocelular: É um dos cânceres mais comum, maligno da pele de crescimento lento e progressivo que acomete
frequentemente áreas expostas ao sol como o rosto. Em pessoas jovens recidivas seguidas podem determinar um mau
prognóstico com o tempo. Os carcinomas basocelulares podem apresentar-se de diversas formas clínicas, dentro destes o
Carcinoma basocelular nodular ou nódulo- ulcerativo é o mais frequente. Manifesta-se como um nódulo de coloração rósea,
bordas arredondadas e brilho perolado característicos. Às vezes também teleangiectasias. Pode ulcerar e quando isto
acontece normalmente não cicatriza.
Apresenta como característica área assimétrica, com bordas irregulares, variação de cor e frequentemente maior que 6
mm de diâmetro. A incidência é prevalente em pessoas de pele clara e sensível. Normalmente, iniciam com uma pinta
escura. É menos comum do que o câncer de células escamosas e o basocelular, mas é mais agressivo. Assim como estes
dois é quase sempre curável quando detectado e tratado em seus estágios iniciais. Pode se disseminar caso não seja
diagnosticado precocemente.
• Carcinoma de células de Merkel: é uma neoplasia cutânea neuroendócrina rara, agressiva e com mau prognóstico. É uma
neoplasia incomum em indivíduos da raça negra e na maioria das vezes acomete as áreas da pele expostas à luz solar
(cabeça, pescoço e extremidades). É caracterizado por elevada incidência de recidiva local, acometimento de linfonodos
locorregionais e metástase à distância.
3.ALMEIDA, M. W. R. et al. Carcinoma de células de Merkel em extremidade inferior. Rev. Col. Bras. Cir., Rio de Janeiro, v. 39,
n. 2, p. 165-167, 2012.
4.AOKI, V et al . Perfil histórico da imunopatogenia do pênfigo foliáceo endêmico (fogo selvagem). An. Bras. Dermatol, Rio de
Janeiro, v. 80, n. 3, p. 287-292, June 2005.
5.ARAUJO, L. M. B. et al. Acanthosis nigricans em mulheres obesas de uma população miscigenada: um marcador de
distúrbios metabólicos. An. Bras. Dermatol, Rio de Janeiro, v. 77, n. 5, p. 537-543, 2002.
6.ARCHONTAKI, Maria et al. Dermatofibrosarcoma Protuberans: A Case Series of 16 Patients Treated in a Single Institution
with Literature Review. Anticancer research. v. 30, p. 3775-3780, 2010.
7.BARBOSA, L. N. et al. Penfigoide de membranas mucosas com estenose esofágica grave. An. Bras. Dermatol, Rio de
Janeiro, v. 86, n. 3, p. 565-568, 2011.
8.CARNEIRO, Coracy et al. Carcinoma de células de Merkel: apresentação clínica, fatores prognósticos, tratamento e
sobrevida de 32 pacientes. Rev Bras Cir Plást. V.28, n. 2, p.196-200, 2013.
9. CARNEIRO, Suzana Célia de Aguiar S. et al. Eritema multiforme: relato de caso clínico. Rev. Cir. Traumatol. Buco-Maxilo-
fac, Camaragibe v.8, n.2, p. 49 - 54, 2008.
10.CORIGLIANO, M; ACHENBACH, RE. Granuloma anular: un desafío diagnóstico y terapéutico. Rev. argent. dermatol., Ciudad
Autónoma de Buenos Aires , v. 93, n. 4, dic. 2012.
11.COSTA, Francine Batista; EL AMMA, Ana Beatriz Palazzo Carpena; CAMPOS, Valeria B; Kalil, VITELLO, Célia Luiza Petersen.
Complicações com o uso de lasers. Parte II: laser ablativo fracionado e não fracionado e laser não ablativo fracionado.
Surgical & Cosmetic Dermatology, v.3, n.2, 2011.
12.COSTA, Mariana Carvalho; BARCAUAI, Carlos. Lentigo maligno tratado com imiquimode tópico: o valor da dermatoscopia
no monitoramento clínico. An Bras Dermatol. v. 86, n. 4, p.792-4, 2011.
13.CRISPIM, C. A. et al. Relação entre sono e obesidade: uma revisão da literatura. Arq Bras Endocrinol Metab, São Paulo, v.
51, n. 7, p. 1041-1049, 2007.
14.DE MAIO, M. Tratado de Medicina Estética. 2.ed. São Paulo: Editora Roca, 2011.
16.FERNANDES, I. C. et al . Pitiríase liquenóide crónica na criança. Nascer e Crescer, Porto, v. 22, n. 3, 2013.
17. FERNANDES, Marcelo D’Ambrosio et al. Epidermólise bolhosa adquirida inflamatória – Relato de caso. Anais Brasileiros de
Dermatologia, v. 84, n.2, p. 181-4. 2009.
18.FERNANDES, N. C; PINA, J. C. Leucodermia punctata após tratamento com Puvasol tópico. An. Bras. Dermatol, Rio de
Janeiro, v. 85, n.4, p.571-572, 2010.
19.FRANZOTTI, Aline Martinez et al . Pityriasis Rubra Pilar and hypothyroidism. An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro , v. 89, n.
3, p. 497-500, June 2014.
20.FRIEDMAN, P. M; FOGELMAN, J. P; NOURI, K; LEVINE, V. J; ASHINOFF, R. Comparative study of the Kundu S, Achar S.
Principles of office anesthesia: part II. Topical anesthesia. Am Fam Physician. v. 66, n.1, p.99-102, 2002.
21.HANDEL, Ana Carolina; MIOT, Luciane Donida Bartoli; MIOT, Hélio Amante. Melasma: a clinical and epidemiological review.
An. Bras. Dermatol., Rio de Janeiro , v. 89, n. 5, p. 771-782, Oct. 2014.
22.HANSEN, J. T.; KOEPPEN, B. M. Atlas de Fisiologia Humana de Netter. São Paulo: Artmed, 2002.
23.LUCENA, E. E. S. et al. Prevalence of lip and perioral Ephelides in beach workers. An. Bras. Dermatol, Rio de Janeiro, v. 88, n.
1, p. 56-63, Feb. 2013.
24.MANSUR, Michelle Alvarenga et al. Achados dermatoscópicos com estrias radiadas, tonalidade azulada e estruturas
vasculares como ferramenta na diferenciação entre nevos duvidosos e melanomas precoces: um estudo comparativo. Surg
Cosmet Dermatol. v. 3, n. 4, 2011.
25. MENDES, F. B. R; HISSA-ELIAN, A; ABREU, M. A. M. M; GONÇALVES, V. S. Review: dermatitis herpetiformis. Anais Brasileiro
de Dermatologia. v. 88, n.4, 2015.
26.MIOT, L. D. B.et al. Fisiopatologia do melasma. An. Bras. Dermatol, Rio de Janeiro, v. 84, n. 6, p. 623-635, 2009.
27.MIRANDA, S. M. B. et al. Pitiríase rósea. An. Bras. Dermatol, Rio de Janeiro, v. 83, n. 5, p. 461-469, Oct. 2008.
28.MOORE, K. L. Anatomia orientada para a clínica. 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1992.
29.NEED A. G; MORRIS, H. A; HOROWITZ, M; CRISTOPHER NORDIN, B.E. Effects of skin thickness, age, body fat, and sunlight
on serum 25- hydroxyvitamin D. Am J Clin Nutr, 58:882, 1993.
31.OLIVEIRA, R.O; MAZOCCO, D.M; STEINER, T.S. Pitiríase Versicolor Pityriasis Versicolor. An bras Dermatol, Rio de Janeiro. v.
77, n.5, 2002.
32.PEARSON, A. M.; DUTSON, T. R. Advances in meat research. Collagen as a food. East Lansing: Avi Book, v.4, p. 1 -16 1987.
33.PEIXOTO NETTO, Luciana Paes et al . Doença de bowen perianal - diagnóstico e tratamento: relato de caso. Rev Bras.
Colo Proctol., Rio de Janeiro , v. 29, n. 1, p. 92-96, Mar. 2009 .
34.PINHEIRO, Francimeire Gomes; FRANCO, Antonia Maria Ramos. Pênfigo foliáceo endêmico (fogo selvagem) em indígena
Yanomami no Município de São Gabriel da Cachoeira, Estado do Amazonas, Brasil. Rev Pan-Amaz Saude, p. 5, n.2, p.53-
56, 2014.
35.PLOTNIKOFF, G.A; QUIGLEY, J.M. Prevalence of severe hypovitaminosis D in patients with persistent, nonspecific
musculoskeletal pain. Mayo Clin Proc. v.78, n.12:1463-70, 2003.
36. PUTZ, R.; PABST, R. Sobotta - Atlas of Human Anatomy. 14.ed. Hannover: Elsevier, 2008.
38.RAWLINGS A. V; HARDING, C. R. Moisturization and skin barrier function. Dermatologic Therapy. v. 17, 2004: 43-8.
39.ROS, Odisa Mildres Cortés et al. Liquen escleroso atrófico genital y extragenital diseminado. Presentación de un caso. v.
11, n. 6, 2013.
40.SANTOS, T. S. et al. A importância do diagnóstico precoce do penfigoide cicatricial: relato de caso. Odontol. Clín.-Cient.
(Online), Recife, v. 9, n. 1, mar. 2010.
41.SKARE, Thelma; BONAN, Rafael. Eritema nodoso e infecção pelo vírus da hepatite C. An bras Dermatol. Rio de Janeiro, v.
79, n.1, p. 107-109, 2004.
43.TEIXEIRA, D. A; ESTROZI, B; IANHEZ, M. Granuloma faciale: a rare disease from a dermoscopy perspective. An. Bras.
Dermatol, Rio de Janeiro, v. 88, n. 6, supl. 1, p. 97-100, 2013.
44.TESSITORE, A; PFELSTICKER, L.N; PASCHOAL, J.R. Aspectos neurofisiológicos da musculatura facial visando à
reabilitação na paralisia facial. Rev. CEFAC, v. 10, n. 1, p. 68-75, Mar, 2008.
45.TORRES, T; VELHO, G. C.; SELORES, M. Poroceratose superficial disseminada num doente com colangiocarcinoma:
manifestação paraneoplásica? An.Bras. Dermatol, Rio de Janeiro , v. 85, n. 2, p. 229- 231, Apr. 2010.
46.TORTORA, G. J; GRABOWSKI, S. R. Corpo humano: fundamentos de anatomia e fisiologia. São Paulo: Artmed, 2007.
47.ZANCANARO, P. C. Q. et al. Esclerodermia localizada na criança: aspectos clínicos, diagnósticos e terapêuticos. An. Bras.
Dermatol, Rio de Janeiro, v. 84, n. 2, p. 161-172, 2009.
48.ZANELLA, R. R. et al. Penfigoide bolhoso no adulto mais jovem: relato de três casos. An. Bras. Dermatol, Rio de Janeiro, v.
86, n. 2, p. 355-358, Apr. 2011.