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Unidade 4

Principais Alterações Dermatofisiológicas

1. Distúrbios epidérmicos

2. Disfunções pigmentares

3. Doenças Bolhosas

4. Distúrbios inflamatórios

5. Distúrbios fotoinduzidos
ASPECTOS DA FISIOPATOLOGIA DO TEGUMENTO

Neste tópico serão abordadas de forma sintetizada somente as principais alterações dermatofisiopatológicas que podem
aparecer em atendimentos nas clínicas estéticas. A maioria é tratada por médicos e devem ser encaminhadas para estes
pelo profissional esteta. Somente algumas das relatadas abaixo podem ser tratadas por profissionais da área de estética
(Biomédicos, Farmacêuticos, Enfermeiros, etc) como é o caso do Melasma. As disfunções estéticas (acne, estrias celulite,
rugas, etc) são os alvos exclusivamente dos tratamentos estéticos e serão tratadas em outros módulos.

1. Distúrbios epidérmicos

• Acantose Nigricans: doença rara associada a diversos distúrbios metabólicos e endócrinos. Caracterizam-se por
espessamento da pele, hiperpigmentação e acentuação das linhas que apresenta excesso de queratina e
hiperpigmentação com lesões de cor cinza e engrossadas, que dão um aspecto verrugoso. É comumente vista na região
posterior e lateral do pescoço, axilas, área de flexão dos membros, região periumbilical, inframamária e mucosa oral. Pode
ser dividida nas formas maligna e benigna. Deverão ser encaminhados ao médico pacientes com suspeita desta doença.

Figura 1: Acantose Nigricans.


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/d/df/Acanthosis-nigricans4.jpg
• Ceratose Actínica: de causa desconhecida é uma enfermidade autolimitada
caracterizada por lesões papulovesiculosas, pruriginosas que possui
evidente associação com calor e sudorese excessivos. O local mais
afetado é o tronco, principalmente na região do tórax anterior e parte
superior do abdômen, porém, em casos mais extensos, as lesões podem
afetar também o pescoço e a raiz dos membros.

Figura 2: Ceratose Actínica.


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/d/da/Actinic_keratosis_on_balding_head.J
PG/280px-

• Ceratose Folicular (Doença de Darier): também conhecida como ceratose folicular,


pilar líquen, ou coloquialmente "pele de galinha", é um distúrbio comum, de origem
genética autossômica dominante. É caracterizada pelo aparecimento de lesões de
aspecto áspero, ligeiramente vermelhas na pele clara e marrons na pele mais
escura. É mais frequente nas costas, lados exteriores do braço superior, rosto,
coxas e nádegas. Também pode ocorrer nas mãos, antebraço pernas ou qualquer
parte do corpo, exceto nas palmas das mãos ou solas dos pés. Muitas vezes as
lesões aparecerem no rosto e podem ser confundidas com acne.

Figura 3: Ceratose Folicular.


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/6/61/Keratosis_pilaris_arm.jpg/800px-
Keratosis_pilaris_arm.jpg
• Pitiríase Rubra Pilar: de causa desconhecida caracteriza-se pela formação de
lesões avermelhadas e descamativas, inicialmente puntiformes com disposição
folicular (pontilhada, uma lesão em cada poro) e que forma placas com o passar do
tempo. É um distúrbio crônico e raro familiar ou adquirido e alguns casos sugere-se
relação com o metabolismo da vitamina A.

Figura 4: Pitiríase Rubra Pilar.


Fonte: Franzotti et al, 2014.

• Pitiríase Versicolor: é uma infecção fúngica superficial, caracterizada por


mudanças de pigmentação da pele devido à colonização do estrato córneo
por um fungo dimórfico e lipofílico da flora normal da pele conhecido como
Malassezia furfur. Apresentam múltiplas lesões claras ou hiperpigmentadas,
eritematosas ou marrom-escuro o que justifica a denominação versicolor no
tronco, com regiões intercaladas de pele normal. Sua distribuição
Figura 5: Pitiríase Versicolor. normalmente é paralela à das glândulas sebáceas, com ocorrência maior no
Fonte: Oliveira, Mazocco & Steiner, 2002.
tórax, dorso e face.
• Poroceratose Actínica Superficial: doença hereditária ou adquirida caracterizadas por
alteração da queratinização epidérmica. Manifesta-se clinicamente por lesões anulares de
bordo hiperqueratósico e centro atrófico e histologicamente pela presença de lamela
coronóide. Quando disseminada está relacionada com estados de imunossupressão, como
transplantes de órgãos, terapêuticas imunossupressoras, infecções e neoplasias
hematopoiéticas.

Figura 6: Poroceratose Actínica Superficial.


Fonte: Torres, Velho e Selores, 2010.

• Vitiligo: doença cutânea que causa a perda gradativa da pigmentação da pele,


levando ao aparecimento de manchas despigmentadas em qualquer parte do corpo,
embora haja uma predileção por regiões dos olhos, narinas, boca, mamilos, umbigo e
genitálias. Não se estabeleceu uma causa única para o seu aparecimento, mas vários
fatores têm sido associados como a herança genética, a autoimunidade (associação
com doenças como tireoidites, diabetes mellitus e alopecia areata com destruição de
Figura 7: Vitiligo.

melanócitos secundária à de auto anticorpos) e fatores ambientais (estresse, a Fonte: Ramos et al, 2013.

exposição solar intensa e a exposição a alguns pesticidas).


• Pitiríase rósea: é doença inflamatória aguda da pele de causa multifatorial com várias hipóteses causais, podendo ser
induzida por antígenos infecciosos, não infecciosos como as drogas, susceptibilidade genética e provável autoimunidade.
Regride espontaneamente, normalmente sem deixar sequelas, em período que varia de quatro a oito semanas. É
caracterizada pelo aparecimento de típicas lesões eritemato-pápulo-escamosas. Apresenta lesões que evoluem de forma
ilimitada peculiares em placa, arredondadas ou ovaladas, eritemato- pápulo-escamosas, distribuídas no tronco e em
extremidades.

Figura 8: Pitiríase rósea.


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/3/33/Pityriasisrosa.png
2. Disfunções pigmentares

As disfunções pigmentares se classificam em dois tipos principais:

Manchas Pigmentares ou discrômicas resultam da ausência, diminuição ou aumento de melanina ou ainda depósito de
outros pigmentos ou substâncias na pele. Leucodermias são manchas brancas e compreendem a acromia, de cor branco
marfim, causada pela falta total de melanina ou a hipocromia de cor branco-nácar, causada pela diminuição da melanina.
Abaixo estão descritas as principais manchas pigmentares e leucodermias:

• Melasma: caracterizada pelo surgimento de manchas acastanhadas na pele, mais comumente na face, podendo ocorrer
nos braços e colo. É decorrente de hiperpigmentação melânica induzida, principalmente, pela radiação ultravioleta, sendo,
portanto crônica. Não há uma causa definida, mas na maioria das vezes está relacionada ao uso de anticoncepcionais
femininos, à gravidez e principalmente à exposição solar. Acometem geralmente mulheres em período fértil e de fototipos
intermediários.
Autores relatam que ao procedimento Luz Intensa Pulsada (IPL) que
pessoas com melasma subclínico pode terá lesão agravada ao usar tal procedimento. Dai a importância do uso da luz de
Wood antes do tratamento com o IPL, possibilitando determinar a existência das formas latentes e evitar o seu
agravamento. Para estas formas os tratamentos tópicos realizados por profissionais estetas são os mais indicados.

Figura 9: Melasma visto a olho nu (imagem superior) e através da luz de Wood (imagem
inferior).
Fonte: Handel, Miot e Miot, 2014.
• Hiperpigmentação pós-inflamatória: escurecimento da pele decorrente de um processo inflamatório que afeta a pele
(doenças, feridas ou procedimentos terapêuticos, entre eles: infecções, reações alérgicas, traumas físicos, queimaduras
ou doenças inflamatórias como o lupus ou o liquen plano). O processo inflamatório leva a produção de citocinas que
estimulam a melanogênese alterando a atividade dos melanócitos, os quais aumentam a produção da melanina na derme
e depósito da melanina na epiderme. As manchas decorrentes deste processo são escuras ou acastanhadas com
coloração que varia de marrom claro a negro.
Acomete mais as pessoas de pele escura, mas pode também aparecer nos
outros fototipos. Na área de estética pode ser manifestada após alguns procedimentos como laser, dermoabrasão, peeling
químico, tratamentos com substâncias despigmentantes, em geral ou ainda a associação dos despigmentantes com
determinados ácidos e corticosteróides. A pigmentação mais profunda (nível dérmico) é mais difícil de ser tratada, sendo
que os resultados dos tratamentos são variáveis dependendo da resposta individual de cada pessoa.

Figura 10: Hiperpigmentação pós-inflamatória na região malar decorrente do uso de laser CO2.
Fonte: Costa et al, 2011.
 Lentigo Solar: são manchas senis acastanhadas, que usualmente ocorrem no dorso das mão, pescoço e face de pessoas
de mais de 40 anos de idade. São decorrentes da exposição acumulada da pele ao sol durante muitos anos. É fácil notar
que a pele das coxas não é manchada e possui aspecto mais jovem. Podem ter carater benigno ou maligno. Para os
benignos são indicados criocirurgia com nitrogênio líquido, laser, peelings químico e farmacoterapia tópica com
retinóides e agentes depigmentantes. Para os casos malignos pode ser feita a remoção cirurgia acompanhada de
quimioterapia entre outros tratamentos, dependendo de cada caso.

Figura 11: Lentigo solar malígno.


Fonte: Costa e Barcauai, 2011.
3. Doenças Bolhosas

• Epidermólise bolhosa: compreende um grupo de doenças não contagiosas de pele, de caráter genético e hereditário raro.
Sua principal característica é o aparecimento de bolhas, especialmente nas áreas de maior atrito, e nas mucosas. Pode
acometer qualquer parte do corpo na região cutaneomucosa em resposta ao trauma mínimo, ao calor mesmo sem
nenhuma causa aparente. As lesões profundas podem produzir cicatrizes semelhantes às das queimaduras.
As bolhas podem estar presentes em certas áreas do corpo desde o nascimento, ou podem aparecer logo depois em
regiões que sofreram pressão ou trauma. É classificada pela modalidade de herança genética, distribuição anatômica das
lesões e morbidez associada à doença: epidermólise bolhosa simples, juncional e distrófica.

Figura 12: Epidermólise bolhosa.


Fonte: Fernandes et al, 2009.
• Pênfigo: são dermatoses bolhosas de etiologia ainda desconhecida embora com caráter
autoimune com a produção de anticorpos IgG dirigidos contra glicoproteínas dos
desmossomos. Clinicamente se manifesta por meio de vesículas ou bolhas presentes na pele
e/ou mucosas. É classificada de três formas: pênfigo vulgar (PV), pênfigo foliáceo (PF) e uma
forma endêmica conhecida como pênfigo foliáceo endêmico (PFE) também chamado fogo
selvagem.
Figura 13: Pênfigo foliáceo endêmico.
Fonte: Pinheiro e Franco, 2014.

• Penfigoide bolhoso: é uma doença autoimune subepidérmica, que acomete geralmente


idosos acima dos 70 anos. Leva ao aparecimento de lesões sobre a pele ou nas mucosas de
preferência nas grandes dobras e abdome, podendo surgir inicialmente lesões urticadas e
pruriginosas e, posteriormente, as bolhas.
É decorrente da produção de autoanticorpos, direcionados contra proteínas
transmembrânicas dos hemidesmossomos, com subsequente ativação do sistema
Figura 14: Penfigoide bolhoso. complemento e recrutamento de células inflamatórias cuja ação levará a formação da bolha
Fonte: Zanella et al, 2011.
subepidérmica.
• Penfigoide cicatricial: conhecido também por penfigóide da membrana mucosa, penfigóide benigno da membrana
mucosa, pênfigo ocular, penfigóide infantil ou pênfigo mucoso. É uma doença vesiculobolhosa autoimune, de caráter
crônico, na qual autoanticorpos unidos ao tecido são direcionados contra um ou mais componentes da membrana basal.
O termo cicatricial deriva da palavra cicatrix, significa cicatriz, observada na mucosa conjuntiva. A causa ainda não está
bem esclarecida.
Acomete mais adultos entre 50 e 60 anos de idade. Podem ser observadas lesões na mucosa bucal, conjuntiva, nasal,
esofágica, laríngea e vaginal. As lesões bucais iniciam como vesículas ou bolhas que se rompem formando áreas ulceradas
muito dolorosas e que persistem durante semanas ou meses, quando não tratadas.

Figura 15: Penfigoide cicatricial.


Fonte: Santos et al, 2010.
4. Distúrbios inflamatórios

• Parapsoríase em placas: de causa desconhecida, forma lesões cutâneas com pequenas placas e grandes placas.
Acometem principalmente o tronco, coxas e braços. São avermelhadas ou amareladas e com descamação em sua
superfície. Geralmente são assintomáticas, mas pode ocorrer prurido discreto.

Figura 16: Parapsoríase em placas.


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/a/ac/Psoriasis2010a.JPG/220px- Psoriasis2010a.JPG

• Líquen plano: é uma doença inflamatória de causa desconhecida que acomete a pele, mucosas visíveis, unhas e cabelos.
As lesões são elevadas, planas, de cor violácea e com estrias esbranquiçadas na superfície, acompanhadas de muito
prurido.

Figura 17: Líquen plano.


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/f/f6/Lichen_Planus_(2).JPG
• Granuloma anular: é uma doença inflamatória granulomatosa benigna frequente, de causa desconhecida, que leva à
degeneração do tecido colágeno. Leva ao aparecimento de lesões geralmente elevadas autolimitadas, da cor da pele ou
levemente rosadas que vão aumentando de tamanho e ganhando aspecto em anel. Essas lesões podem ser únicas ou
múltiplas.

Figura 18: Granuloma anular.


Fonte: Corigliano e Achenbach, 2012.

• Morfeia: é uma doença rara, caracterizadas pelo endurecimento e/ou espessamento da pele e pela fibrose dos tecidos
envolvidos. Há envolvimento predominantemente cutâneo, mas com possibilidade de acometimento ocasional dos
músculos subjacentes.

Figura 19: Morfeia.


Fonte: Zancanaro et al, 2009.
• Dermatoses purpúricas pigmentadas: grupo de doenças crônicas, de causa desconhecida.
Levam a inflamação e hemorragia leve dos vasos da derme papilar superficial, geralmente
capilar. Caracteriza-se pela presença de máculas e pápulas liquenóides castanhas e/ou
douradas, confluentes e assintomáticas.

Figura 20: Dermatoses purpuricas pigmentadas.


Fonte: Fernandes et al, 2012.

• Pitiríase liquenóide: dermatose rara que possui as seguintes formas: Pitiríase líquenóide e varioliforme aguda (PLEVA) e a
Pitiríase líquenóide crônica (PLC). A distinção das formas baseia-se essencialmente nas características clínicas e
histológicas. As lesões cutâneas típicas são geralmente assintomáticas e com aspecto de pápulas eritematosas, com
descamação micácea central, facilmente destacável, revelando uma superfície brilhante (liquenóide). Geralmente, tem uma
resolução espontânea, após um longo período de remissões e recorrências.

Figura 21: Pitiríase liquenóide.


Fonte: Fernandes et al, 2013.
Eritema multiforme: é uma desordem inflamatória mucocutânea, bolhosa e ulcerativa de etiopatogenia incerta. Há relatos do
provável desencadeamento decorrente de um processo imunológico ou ainda associação com processos infecciosos virais e
bacterianos como herpes simples ou Micoplasma pneumoniae, ou a exposição a várias drogas e medicamentos (sulfa,
analgésicos, anti-inflamatórios, antibióticos).
As lesões vesículo-bolhosas aparecem na pele principalmente dos braços, pernas, mãos e pés e, ocasionalmente, nas
mucosas. São lesões podem ser em alvo (bordas elevadas e de contorno avermelhado, com centro deprimido e mais escuro)
e a lesão em íris: placa avermelhada centrada por vesícula ou bolha. Nas mucosas causa vermelhidão e feridas erosadas.

Figura 22: Eritema multiforme.


Fonte: Carneiro et al, 2008.

• Eritema nodoso: é uma erupção cutânea nodular, dolorosa, decorrente de uma


reação inflamatória do tecido subcutâneo subjacente acometendo principalmente a
face extensora dos membros inferiores. A causa é desconhecida.

Figura 23: Eritema nodoso.


Fonte: Share e Bonan, 2004.
 Granuloma facial: é uma doença rara e benigna, de etiologia desconhecida, caracterizada por vasculite leucocitoclástica
crônica. As lesões cutâneas são predominantemente faciais e manifestam-se como pápulas, placas ou nódulos solitários
ou múltiplos, sem ulceração, com cor variando de vermelho para violeta. Podem ser observadas telangiectasias
superficiais e frequentemente acentuação folicular.

Figura 24: Granuloma facial.


Fonte: Teixeira, Estrozi, Ianhez, 2013.
5. Distúrbios fotoinduzidos

Câncer de Pele
Os cânceres de pele são tumores formados por células da pele que sofreram alterações e multiplicaram-se de
maneira desordenada (neoplasia). Existem vários tipos. Abaixo são listados os mais comuns. Caso haja suspeita de algum
destes encaminhar ao médico.

Classificação:

• Carcinoma basocelular: É um dos cânceres mais comum, maligno da pele de crescimento lento e progressivo que acomete
frequentemente áreas expostas ao sol como o rosto. Em pessoas jovens recidivas seguidas podem determinar um mau
prognóstico com o tempo. Os carcinomas basocelulares podem apresentar-se de diversas formas clínicas, dentro destes o
Carcinoma basocelular nodular ou nódulo- ulcerativo é o mais frequente. Manifesta-se como um nódulo de coloração rósea,
bordas arredondadas e brilho perolado característicos. Às vezes também teleangiectasias. Pode ulcerar e quando isto
acontece normalmente não cicatriza.

Figura 25: Carcinoma basocelular.


Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Margem_de_seguran%C3%A7a
• Carcinoma de células escamosas ou espinalioma: também chamado de carcinoma espinocelular, é a segunda forma mais
comum de câncer de pele, perdendo somente para o basocelular. Deriva de queratinócitos da pele e membranas
mucosas. Apresenta-se de diferentes formas e graus de malignidade. Possui como características mais importantes:
anaplasia, o crescimento rápido, a destruição do tecido local e sua capacidade de metástase. Inicia como uma zona
vermelha com superfície crostosa, descamativa, que não sara. Com o passar do tempo o tumor pode tornar-se nodular e
duro ou às vezes apresentar uma superfície verrugosa que pode ulcerar e crescer dentro do tecido subjacente.

Figura 26: Carcinoma de células escamosas ou espinalioma.


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/9/9f/Squamous_Cell_Carcinoma.jpg
• Doença de Bowen: é um carcinoma in situ, ou seja, se localiza na camada mais superficial da pele, a epiderme, sem atingir
as camadas mais profundas de células escamosas cutâneas. Pertence ao grupo dos tumores não queratinizados.
Apresenta formas variadas com lesões em placa de contornos nítidos, irregulares, salientes, eritêmato-escamativas ou
verrucosas, hipo ou hiperpigmentadas e, por ventura até exulceradas. Possui evolução lenta e progressiva, normalmente
sem sintomas, mas raramente pode causar dor local, irritação, prurido e sangramentos. Sua característica histopatológica
principal a integridade da membrana basal da epiderme.

Figura 27: Doença de Bowen.


Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/0/0e/Bowen03.JPG/800px- Bowen03.JPG
• Melanoma: O melanoma é uma neoplasia maligna oriunda da proliferação descontrolada dos melanócitos, portanto se
origina e desenvolve nos melanócitos. Como a maioria das células do melanoma produz melanina, geralmente os tumores
são de cor marrom ou preta. No entanto, alguns melanomas não são pigmentados, podendo ser de cor rosa, bege ou
branco. O melanoma pode se desenvolver em qualquer parte do corpo, mas é mais comum no tronco nos homens nas
pernas nas mulheres.

Apresenta como característica área assimétrica, com bordas irregulares, variação de cor e frequentemente maior que 6
mm de diâmetro. A incidência é prevalente em pessoas de pele clara e sensível. Normalmente, iniciam com uma pinta
escura. É menos comum do que o câncer de células escamosas e o basocelular, mas é mais agressivo. Assim como estes
dois é quase sempre curável quando detectado e tratado em seus estágios iniciais. Pode se disseminar caso não seja
diagnosticado precocemente.

Figura 28: Características do melanoma versus nevo. Na imagem A é visto um Melanoma


em aumento de 10 x exibindo a presença das características principais (assimetria,
bordas irregulares, coloração variável) e em B um Nevo.
Fonte: Mansur et al, 2011.
• Dermatofibrosarcoma protuberante: neoplasia de células fusiformes de etiologia desconhecida, pouco frequente com
incidência de 0,8 a cinco casos por milhões de habitantes/ano. Atinge ambos os gêneros normalmente na faixa etária de
30-50 anos. A localização mais frequente é o tronco, seguido dos membros e de cabeça e pescoço. Manifesta-se sob a
forma de pápula ou placa cor da pele, eritematosa ou amarelada, geralmente assintomática, podendo apresentar áreas de
atrofia, induração ou telangiectasias. Possui crescimentolento, infiltrativo, com frequentes recidivas locais, porém com
baixas taxas de metástases.

Figura 29: Dermatofibrosarcoma protuberante.


Fonte: Archontaki et al, 2010.

• Carcinoma de células de Merkel: é uma neoplasia cutânea neuroendócrina rara, agressiva e com mau prognóstico. É uma
neoplasia incomum em indivíduos da raça negra e na maioria das vezes acomete as áreas da pele expostas à luz solar
(cabeça, pescoço e extremidades). É caracterizado por elevada incidência de recidiva local, acometimento de linfonodos
locorregionais e metástase à distância.

Figura 30: Carcinoma de células de Merkel.


Fonte: Carneiro et al, 2013.
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