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OESTECONSULT – Consultadoria de Gestão, Lda.

Tipologia de Intervenção: 24 – Formação de ativos para a empregabilidade


Tipologia de Operação: 1.08 – Formação modular para empregados e desempregados
Operação n.º POISE-01-3524-FSE-003742

MANUAL

UFCD-2863 Pragas, doenças, infestantes, acidentes,


nutrição e exigências das culturas

Mod.102.01
OESTECONSULT – Consultadoria de Gestão, Lda.
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FICHA TÉCNICA

Tipologia de Recurso: Manual do Módulo


Curso: 2863 Pragas, doenças, infestantes, acidentes, nutrição e exigências das culturas
Formador(es): Nuno Vaz
Data: 01/06/2022
OESTECONSULT – Consultadoria de Gestão, Lda.
Tipologia de Intervenção: 24 – Formação de ativos para a empregabilidade
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ÍNDICE

-Ídice........................................................................................................................................................1
Introdução................................................................................................................................................2
- As plantas e as suas necessidades...........................................................................................................5

- Processo de nutrição das plantas......................................................................................................................7


– Rotações culturais 16
– Inimigos das culturas ....................................................................................................................................17
– Proteção das plantas......................................................................................................................................20
-Bibliografia e Fontes........................................................................................................................................23

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INTRODUÇÃO

Ao longo do seu ciclo de vida, as plantas estão sujeitas a diversos fatores e condicionantes que podem
colocar em causa a sua saúde, afetando assim as suas produções e em casos extremos a sua morte. Deste
modo os prejuízos, para o agricultor, podem ser elevados.
Neste sentido é importante que todos aqueles que, mais diretamente, trabalham no setor agrícola possam
identificar os fatores ou situações que direta ou indiretamente podem provocar desequilíbrios nas plantas e
deste modo identificar as estratégias mais adequadas para a proteção das plantas.
A UFCD 2863 – pragas, doenças, infestantes, acidentes, nutrição e exigências das culturas, tem por objetivo
geral a tomada de consciência e reconhecimento dos vários fatores que influenciam a saúde das plantas,
bem como a identificação de diferentes estratégias de prevenção como forma de evitar / minimizar os
prejuízos.
A UFCD tem por objetivos específicos:

 Identificar as exigências culturais e as necessidades nutritivas e hídricas das plantas e


culturas.
 Caracterizar as práticas de fertilização.

 Reconhecer os principais riscos e inimigos das plantas e culturas.

 Caracterizar os vários processos de controlo, as estratégias e as medidas de prevenção,


segundo os princípios da proteção e da produção integrada.
 Identificar os princípios determinantes para o estabelecimento de uma rotação cultural.

A monitorização da UFCD será efetuada tendo por base casos reais e a reflexão da experiência, no campo,
de cada um dos formandos. A avaliação será efetuada de uma forma contínua, através da ponderação de
fatores no domínio cognitivo.

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AS PLANTAS E AS SUAS NECESSIDADES

As plantas são elementos fundamentais à vida na TERRA. Para completarem as suas funções (desde a
produção de alimentos e fibras, à libertação de oxigénio, embelezamento de espaços, entre outros) as
plantas, enquanto seres vivos possuem um conjunto de exigências que necessitam ser satisfeitas, de modo
a completarem o seu ciclo de vida com sucesso:
• Edafoclimáticas (necessidades de solo e clima);
• Nutritivas
• Hídricas
• Culturais (práticas culturais)

Ao longo do seu ciclo de vida, as plantas podem sofrer desequilíbrios que podem afetar as populações
humanas e os ecossistemas onde se inserem. Esses desequilíbrios podem ser originados por vários fatores,
a referir:´

• Influência de seres vivos (inimigos das culturas):


Pragas
Doenças
Infestantes

• Fatores do meio:
Alterações do clima (temperaturas elevadas ou baixas; ocorrência de geadas, granizo; precipitações
elevadas;…)
Solo (não adequado ao desenvolvimento de uma determinada espécie vegetal – ex: muito argiloso
– acumulação de água – originando asfixia radicular;…)
Água (falta ou excesso de água)
Nutrição (carência ou excesso de nutrientes)
Práticas culturais inadequadas
Presença de resíduos (ex: produtos fitofarmacêuticos)

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De uma forma geral, as plantas quando possuem um estado de saúde saudável


apresentam um bom desenvolvimento e uma coloração vibrante (tradicionalmente, o agricultor costuma
dizer: ”esta planta está negra – associada a uma coloração verde vibrante).Na ausência desse estado de
saúde desejado, as plantas começam a manifestar sintomas, através de alterações morfológicas e
fisiológicas, para alertar que algo não está bem:

• Mudança de cor (descoloração)


• Alteração dos órgãos das plantas
• Desfolha
• Problemas de crescimento
• Murchidão
• Produção anormal de substâncias
• Morte de plantas.

Apesar de os sintomas se poderem manifestar em qualquer órgão da planta, as folhas são os órgãos mais
representativo (figura 1).

Figura 1 – Exemplos de folhas de plantas: sã e com sintomatologia.

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A ocorrência de sintomas a nível das plantas pode, tal como já referido, ser devido a vários fatores
(desenvolvimento de pragas ou doenças, carência ou excesso de nutrientes,…), os quais é necessário
identificar para se poder decidir sobre a estratégia de proteção a utilizar.

A título de exemplo, de uma forma generalista, a oliveira pode apresentar sintomas de folha amarelada
devido a vários fatores:
 Excesso de azoto
 Carência de azoto
 Carência de potássio
 Carência de boro
 Desenvolvimento de olho de pavão (doença)
 Desenvolvimento de cercosporiose (doença)
 Queda natural da folha
 Presença de euzophera ou caruncho (pragas

RESUMO
Ao longo do seu ciclo de vida as plantas podem manifestar alterações (sintomas) no seu normal
desenvolvimento / crescimento, que em casos extremos podem originar a morte das plantas.

Essas alterações podem ser originadas por:


 Inimigos das culturas
 Carência ou excesso de nutrientes Acidentes fisiológicos

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2 – Processo de nutrição das plantas

Como já referimos, a carência ou excesso de nutrientes é um dos fatores que podem originar desequilíbrios
no estado de saúde das plantas. Assim, de forma a se minimizar / evitar que as plantas adquiram quer
excessos e carências por nutrientes é importante reconhecer e compreender:
o Quais os nutrientes essenciais para as plantas;
o Qual o papel dos principais nutrientes para as plantas;
o Como os nutrientes se comportam a nível do solo;
o Importância da fertilidade do solo;
o Noções básicas sobre fertilização: tipos de adubos; leitura de adubos; épocas de aplicação;
o Princípios da fertilização racional.

Está demonstrado pela ciência que as plantas para se manterem vivas e completarem o seu ciclo biológico
necessitam de ter disponíveis no meio em que se desenvolvem pelo menos dezasseis elementos
nutrientes:

 Carbono, oxigénio e hidrogénio


 Macronutrientes: azoto, fósforo, potássio, cálcio, magnésio e enxofre
 Micronutrientes: ferro, manganés, boro, zinco, cobre, molibdénio e cloro

Os macronutrientes correspondem a nutrientes que as plantas utilizam em maior quantidade, enquanto os


micro a nutrientes utilizados em quantidades pequenas. Quando as plantas absorvem mais micronutrientes
do que necessitam, podem desenvolver fitotoxicidade.
Estes nutrientes, as plantas podem adquiri-los através da água, do ar, do solo e dos fertilizantes aplicados
ao solo ou à planta.

O AZOTO:
• Nutriente responsável pela cor verde das folhas (fundamental para a fotossíntese) e pelo crescimento
normal dos rebentos.
• O azoto é o nutriente que, quando aplicado, tem o efeito mais visível na vegetação.
• A sua deficiência manifesta-se por colorações amarelas que se iniciam nas folhas mais velhas e se
estendem progressivamente a toda a planta, conduzindo a queda prematura de folhas.
• O excesso de azoto (consumo de luxo): causa desequilíbrios no metabolismo da planta; promove um
excesso de área foliar; aumenta a

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sensibilidade das plantas ao ataque de pragas e doenças.

O FÓSFORO:
• É importante para o desenvolvimento de raízes, flores, frutos e sementes, sendo, por isso, um nutriente
determinante em todo o ciclo vegetativo das espécies.
• A falta de fósforo pode manifestar-se pelo aparecimento de colorações avermelhadas, azuladas ou verde-
escuro de chumbo, fenómeno que se inicia nas folhas mais velhas.
•Trata-se de um elemento cuja disponibilidade no solo não depende
apenas da quantidade existente mas também do pH.
• A maior parte dos solos possui teores baixos neste nutriente, sendo frequentemente necessária a sua
aplicação.

O POTÁSSIO:
• É importante para a fotossíntese. Parece ter um papel importante na vivacidade da cor das flores. Ajuda
as plantas a manterem-se hidratadas, tornando-as mais resistentes à falta de água no solo.
• A deficiência em potássio manifesta-se pela morte dos tecidos nos rebordos das folhas, com enrolamento
das mesmas para a página superior.

Quando existe falta ou carência


de um dos elementos essenciais (figura
2), as plantas desenvolvem um conjunto
de sintomas que vão desde o
amarelecimento ou descoloração das
folhas à quebra de crescimento e
produção.
Figura 2 – Carência de nutrientes

(hortasbiológicas.pt).

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REGIBIO - FORM AÇÃO E CONSULTADORI A, LDA.


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O meio (solo, água e atmosfera) fornece grande parte destes elementos em quantidades adequadas às
plantas, não sendo motivo de preocupação na prática da fertilização.

Outros, porém, não estão disponíveis em quantidades que permitam às plantas desenvolver-se
adequadamente e expressarem as produtividades que os agricultores desejam obter. Nestes casos, é
necessário recorrer à aplicação de fertilizantes (adubos e corretivos).

Fertilizante - qualquer substância utilizada com o objetivo de manter ou melhorar a nutrição das plantas.

Neste sentido, é importante compreender o significado de fertilidade do solo, pois o solo é o local onde as
plantas vão absorver a grande maioria dos nutrientes indispensáveis ao seu crescimento. Além deste
aspeto, é fundamental garantir que o solo mantenha uma fertilidade sustentável a longo prazo, de modo a
garantir a sua utilização pelas gerações futuras.

Fertilidade do solo - capacidade do solo em fornecer às plantas os nutrientes essenciais e a água nas
quantidades e proporções adequadas ao seu crescimento e
desenvolvimento, na ausência de substâncias tóxicas que as possam inibir (FAO).

É importante não esquecer que:


 Os solos agrícolas são muito diferentes entre si variando nas suas propriedades físicas, químicas e
biológicas;
 Cada solo apresenta limitações particulares ao desenvolvimento das plantas;
 Os nutrientes que fornecem variam em função do material originário, do seu percurso pedológico e
do uso agrícola;
 Durante o ciclo de produção, as culturas exportam do solo - nutrientes;

Assim, na prática, cada solo necessita de uma estratégia de adubação (com base nos resultados das análises
de solo e foliares) própria para suportar o desenvolvimento adequado de uma dada cultura.

Para que se possa estabelecer uma estratégia de adubação e realizar uma fertilização racional é necessário:
 Conhecer o estado de fertilidade do solo;
 Conhecer os contributos em nutrientes do solo e da água de rega;
 Conhecer as necessidades da cultura a fertilizar em nutrientes;
 Conhecer o comportamento dos fertilizantes no solo;
 Conhecer as épocas e as técnicas mais apropriadas à aplicação dos fertilizantes de acordo com a
época do ano e as condições de solo e clima.

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Num solo agrícola, existe necessidade de equilibrar o ciclo de nutrientes, pois cada vez que uma cultura sai
do solo e é retirada do terreno automaticamente também estão a ser removidos nutrientes. De modo a
manter a fertilidade do solo é importante recorrer à entrada de nutrientes, ocorrendo através da aplicação
de fertilizantes.
É também muito importante, ter noções sobre o comportamento dos nutrientes no solo (figuras 3 e 4),
para que se possa compreender se os mesmos estão disponíveis para as plantas, se ainda existirão no solo,
definir épocas e frequência de aplicação. De salientar o caso particular do nutriente azoto, que ao ser um
elemento muito solúvel em água e não ficar retido no complexo do solo, necessita de ser aplicado
anualmente e de preferência de forma repartida ao longo do ciclo anual de desenvolvimento em
conjugação com a época das chuvas.

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Figura3- Quadro resumo de comportamento dos macronutrientes principais.

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Figura 4- Quadro resumo dos macronutrientes secundários.

Quando falamos de fertilizantes, estes são classificados em:

o Adubos (figura 5)
o Corretivos (figura 6)

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Figura 5 – Classificação do tipo de adubos.

Considerando os seguintes adubos comerciais:


 Adubo simples: Nitromagnésio 26,5% (NO3- = 16.5%; NH4+ = 10%)- significa que 100 kg de
adubo nitrolusal fornecem 26,5 kg de azoto, sendo 16,5 kg na forma nítrica e 10 kg na
forma amoniacal.

 Adubo composto: 12-24-12 – significa que 100 kg de adubo 12-24-12 fornecem 12 kg de


azoto, 24 kg de fósforo e 12 kg de potássio.

Figura 6 – Tipos de corretivos

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A matéria orgânica é um dos fertilizantes mais universais e de maior importância para o solo. Regra
geral, os solos em Transmontanos e em Portugal são pobres em matéria-orgânica. Sempre que possível,
recomenda-se a sua aplicação.

A matéria orgânica, embora não entre diretamente na alimentação das plantas, apresenta um contributo
decisivo para a manutenção e melhoria da sua fertilidade nomeadamente por:

• Melhoria da estrutura do solo


• Defesa contra a erosão
• Regularização dos movimentos da água e do ar
• Aumento do poder tampão do solo
• Aumento da retenção de água e nutrientes
• Fonte de energia e nutrição de microrganismos e plantas
• Diminuição de:  Fitotoxicidade de micronutrientes
 Toxicidade de metais pesados para microrganismos úteis
 Salinização por uso de fertilizantes

RESUMO:

 As plantas para se desenvolverem adequadamente, necessitam de nutrientes: azoto, fosforo,


potássio, cálcio, magnésio, enxofre, boro, ferro,… (as quantidades de nutrientes depende do tipo
de planta);
 A fertilização tem por objetivo:

Repor os nutrientes no solo (que são retirados pelas culturas os perdidos);


Satisfazer as necessidades nutritivas das culturas (as doses da fertilização de formação é diferente da
fertilização de produção e em regime de sequeiro – regadio);
Minimizar o impacto ambiental;
Obter uma colheita e um produto final de qualidade.

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 É importante avaliar o teor de nutrientes no solo e o pH do solo e se necessário corrigi-lo, para que
os nutrientes essenciais fiquem disponíveis para as plantas;
Solos ácidos - calcário
 Os adubos podem ser simples (fornecem 1 nutriente) ou compostos (fornecem 2 ou mais
nutrientes):
 Os números ou percentagens nas embalagens, referem-se à quantidade de nutriente / 100 kg de
adubo.
 Um adubo composto do tipo 111 (NPK) - fornece azoto, fosforo, potássio
 As recomendações de adubação estão, geralmente, referenciadas em quantidade de nutriente/ha
(ex: 60kg N / ha).

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3 – Rotações cultural

A rotação de culturas é uma técnica cultural, alternativa à monocultura:


o Consiste no cultivo alternado de plantas, na mesma área de terreno, ao longo dos anos;
o Técnica de conservação do solo;
o Ajuda a melhorar as características físicas e químicas do solo;
o Impede o esgotamento contínuo dos mesmos nutrientes;
o Técnica de diminuição da incidência de ataque de inimigos das culturas.

Além das vantagens referidas, esta técnica pode trazer vantagens acrescidas quando ao longo dos
afolhamentos utiliza plantas leguminosas – as quais devido à consociação que fazem com a bactéria
rizobium, faz a captura de azoto atmosférico, enriquecendo, desta forma, o solo com azoto de forma
natural. A utilização de leguminosas e posterior incorporação no solo é denominada de adubo verde.

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4 – Inimigos das culturas

A atividade agrícola é afetada por diversos inimigos das culturas, que não são mais do que organismos
que em determinada altura do seu ciclo de vida, nos ecossistemas agrários, podem contribuir para a
redução quantitativa ou qualitativa da produção de uma cultura agrícola, com inconvenientes
consequências para a agricultura
Os inimigos das culturas podem ser agrupados em:
o Pragas - São todos os organismo animais nocivos para as plantas, como por exemplo: insetos,
ácaros, roedores, aves, moluscos,…
o Doenças - São perturbações da fisiologia da planta provocada por microrganismos parasitários
(agentes patogénicos) - fungos, bactérias, vírus, etc.- que causam uma ação desfavorável na
atividade geral das plantas.
o Infestantes - são plantas que se desenvolvem onde não é desejável segundo o interesse do
Homem.

De forma a se proteger uma cultura dos seus inimigos, é importante:


 Conhecer os inimigos
 Saber como e quando se desenvolvem
 Identificar os fatores que influenciam o seu desenvolvimento
 Reconhecer os sintomas de ataque
 Ter noção da intensidade de ataque
 Conhecer os seus inimigos naturais
 Saber como se previne o seu ataque, ou se elimina

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1) Cada cultura possui inimigos específicos, que se vão desenvolvendo ao longo do seu ciclo de
desenvolvimento
2) Todos os órgãos de uma planta (raízes, caule, folhas, flores, fruto) podem ser atacados;
3) Cada inimigo possui épocas específicas para se desenvolver, bem como sintomas de presença /
desenvolvimento que o caracterizam;
4) A intensidade de ataque de um inimigo (praga ou doença) depende, em muito, dos fatores do clima
(temperatura e humidade), da presença de organismos auxiliares (predadores e parasitoides) e do estado
da própria planta;
5) A presença de uma determinada praga, não indica de imediato, que estamos perante um inimigo
que vai causar grandes prejuízos – as condições do meio é que vão determinar o grau de infestação;
6) É importante compreender a forma de reprodução dos insetos, de modo a que, em caso de
necessidade de tratamento fitossanitário identificar a melhor altura de realizar os tratamentos;
a.Os insetos podem apresentar um ciclo de vida (figura 7) completo: ovo
– larva – pupa (casulo)– adulto (ex: borboletas, moscas, escaravelhos,…), ou
b.Incompleto: ovo – larva – adulto (percevejos, cochonilhas,…).

7) O desenvolvimento de doenças, vai depender da suscetibilidade da planta, da abundância do


agente que causa a doença e das condições do ambiente (temperaturas amenas e humidade relativa
elevada).
Considerando a freguesia de Castro Vicente, as suas principais culturas são: olival, amendoal e culturas
hortícolas. Apresenta-se de seguida a tabela 1, que possui o nome das principais pragas ou doenças que
podem afetar essa culturas.

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Tabela 1 – Principais pragas e doenças das, principais, culturas cultivadas na freguesia de Castro Vicente.

Cultura Pragas Doenças


Olival Traça da oliveira; mosca da Tuberculose; olho de
azeitona; cochonilha negra; pavão; fumagina; gafa.
algodão da
oliveira; euzofera; caruncho.
Amendoal Monasteira; ácaros; afídeos; zeuzera Cancro da amendoeira;
moniliose.
Culturas hortíco- Escaravelho da batateira; afídeos Míldio; potra da
las (pulgões); nóctuas (roscas); mosca couve; ferrugem; po-
branca da couve; lagarta da couve; dridão,…
gorgulho do feijão.

RESUMO:
As plantas ao longo do seu ciclo de vida são atacadas por inimigos que provocam prejuízos:

Pragas – insetos, moluscos, roedores


Doenças – fungos, bactérias e vírus
Infestantes – ervas

É importante conhecer os inimigos das nossa culturas: Como se estão a desenvolver;


Que parte da planta podem atacar;

Em que época / altura se podem desenvolver;


Prever o seu desenvolvimento em função das condições da planta e condições climáticas;
Em que quantidades estão presentes;
Como podemos prevenir o seu desenvolvimento ou combate-las;
Como se desenvolvem, normalmente ao longo dos anos e nas diferentes parcelas.

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5 – Proteção das plantas

Nos dias de hoje, quando falamos em proteção de plantas contra os seus inimigos, uma das estratégias a
utilizar é a PROTEÇÃO INTEGRADA, cujo objetivo é:
 Limitar os estragos causados pelos inimigos das culturas, a níveis economicamente aceites, com
recurso a todos os meios disponíveis com destaque para os meios de luta cultural, biológica e
biotécnica.
 Recorrer à luta química apenas quando nenhum outro meio de luta, ou outros em conjunto,
resultaram eficazes na limitação das populações.

A proteção integrada (PI) procura combater os inimigos das culturas de forma económica, eficaz e com
menores inconvenientes para o Homem e o ambiente. Deste modo, recorre-se à utilização racional,
equilibrada e integrada de todos os meios de luta disponíveis (genéticos, culturais, biológicos, biotécnicos e
químicos) com o objetivo de manter as populações dos inimigos das culturas a níveis tais que não causem
prejuízos. Torna-se necessário efetuar a estimativa do risco, isto e, a observação atenta e contínua da
cultura, de modo a detetar os seus potenciais inimigos e a avaliar, através da intensidade do seu ataque, os
possíveis estragos ou prejuízos que possam causar.
Processo de luta contra os organismos nocivos utilizando um conjunto de métodos que satisfaçam as
exigências económicas, ecológicas e toxicológicas e dando carácter prioritário às ações fomentando a
limitação natural dos inimigos das culturas e respeitando os níveis económicos de ataque” (OILB, 1982).

Como princípios básicos desta estratégia ou modalidade de proteção das plantas


destacam-se os seguintes (Félix & Cavaco, 2004):
 Prevenir ou evitar o desenvolvimento dos inimigos das culturas através de medidas visando a sua
limitação natural;
 Reduzir ao mínimo as intervenções fitossanitárias nos ecossistemas agrícolas;
 Utilizar todos os meios de luta disponíveis, integrando-os de forma harmoniosa e privilegiando,
sempre que possível, as medidas indiretas (Praticas culturais: Sementeira; manutenção da
superfície do solo; densidade de plantação; escolha das espécies; Plano de fertilização; Plano de
rega; Intervenções em verde: poda, cortes, desbastes,…
 Recorrer aos meios de luta diretos, nomeadamente uso de produtos fitofarmacêuticos, quando não
houver alternativa;
 Selecionar os produtos fitofarmacêuticos em função da sua eficácia, persistência, custo e efeitos
secundários em relação ao Homem, aos auxiliares e ao ambiente.

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Figura 8 – Tomada de decisão da proteção integrada

NOTA: de acordo com a Lei n° 26/2013, de 1 1 de abril, a partir de 01 de janeiro de 2014, e obrigatória a
aplicação dos princípios gerais do proteção integrada por todos os utilizadores profissionais

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Operação n.º POISE-01-3524-FSE-003742

RESUMO:

A proteção das plantas contra os seus inimigos (combate das pragas, doenças e infestantes) deve em
primeiro lugar tentar recorrer a meios de luta indiretos, como:
o Poda
o Mobilização do solo
o Consociação de culturas
o Rotação de culturas
o Densidade de plantação
o Equilíbrio nas adubações e rega
o Desfolha
o Promover o desenvolvimento dos insetos auxiliares (joaninhas, crisopas, …)
Só em último recurso é que deve combate-los com pesticidas. Nesta situação:
o Usar os pesticidas menos perigosos para o homem e ambiente;
o Usar pesticidas homologados em Portugal;
o Utilizar as doses corretas;

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Tipologia de Intervenção: 24 – Formação de ativos para a empregabilidade
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Operação n.º POISE-01-3524-FSE-003742

Bibliografia e Fontes

Amaro, P. (2003). A proteção Integrada. ISA. 458pp


Oliveira, A.; Barata, A. & Cavaco, M. (2014). Proteção integrada das culturas: conceitos e princípios gerais –
volume I. Lisboa. 73 pp.
www.hortasbiologicas.pt https://eraizes.ipsantarem.pt/moodle/pluginfile.php/21837/mod_resource/
content/1/ Unidade%20II%20-%20Fertilidade.pdf

Websites para mais informações:


www.dgadr.pt (Direção geral de agricultura e desenvolvimento rural)
http://www.drapn.min-agricultura.pt (Direção regional de agricultura e pescas do Norte)
http://www.dgv.minagricultura.pt/portal (Direção geral de veterinária)
https://eraizes.ipsantarem.pt/moodle/pluginfile.php/21837/mod_resource/content/1/
Unidade%20II%20-%20Fertilidade.pdf

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