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Docente: Dinair Barbosa

Discente: Marcleynne da Silva Gomes

RESUMO DO TEXTO 3
A semiótica greimasiana é fundamentada na ideia de captação de sensações,
contudo, é acrescentado o caráter inteligível. A semiótica está caracterizada por duas
ultrapassagens: a da semântica (que se interessa não apenas pelas significações de
palavras ou frases, mas que enfatiza a significação da totalidade discursiva
manifestada por textos) e a das línguas naturais (que vê a significação como um objeto
comum às diferentes linguagens). A semiótica “inspira-se na fenomenologia,
interessa-se pelo “parecer do sentido”, que se aprende por meio de várias formas de
linguagem, mais especificamente, dos discursos que o manifestam” (MATTE; LARA,
2009).
A semiótica de Greimas é uma ciência geral dos signos que se dedica a estudar
além da língua materna e vai atuar além destes signos. Ela vai buscar o que está além
de um texto ou de uma fala, procura dizer o que o texto faz para dizer além do que ele
diz. Por meio do percurso gerativo do sentido se estuda o sistema de acontecimento
do discurso, o qual necessita detectar invariantes e sua variabilidade histórica. O
percurso gerativo trata, desde o mais simples e abstrato até o mais complexo e
concreto por meio de um processo.
A metodologia de análise, que é uma configuração prévia determinada para
analisar um texto, proposta pela semiótica greimasiana se dar em três níveis: nível
fundamental, nível narrativo e nível discursivo. Apesar de ser dividido em conjunto de
níveis, não se pode afirmar que o falante, na produção de um texto, passe de patamar
ao outro num processo de complexificação semântica.
O nível fundamental, que se trata do texto em si, como ele está estruturado,
aborda as oposições de valores colocadas no texto valendo-se dos traços em comum.
O texto que define se os valores são positivos (chamados de atraentes ou eufóricos)
ou negativos (chamados de repulsivos ou disfóricos).
Exemplo: Sol X Chuva.
O nível narrativo estrutura-se na narração, na narrativa do ponto de vista de um
sujeito, como este sujeito aparece no texto, as mudanças e transformações que ele é
submetido. O nível narrativo não vai necessariamente contar uma história, ele poderá
ser descritivo. A narratividade é uma mudança que se situa entre dois estados
constantes e distintos (sujeito de estado e sujeito de fazer). No sujeito de estado
encontra-se as ações de estado (disjunção e conjunção) e no sujeito de fazer
encontra-se as mudanças de um estado para outro. Em uma narrativa complexa, se
faz presente uma sucessão com quatro fases: 1) manipulação, 2) competência; 3)
performance e 4) sanção.
A manipulação consiste em uma indução para fazer alguma coisa. O
manipulador pode valer-se de métodos para induzir um sujeito a agir: um pedido, uma
ordem que pode ser por:
a) Tentação – se você fizer a atividade, irá ao parque.
b) Intimidação – se você não fizer a atividade, não irá brincar.
c) Sedução – a sua atividade é extremamente fácil se resolver.
d) Provocação – duvido que consigas fazer esta atividade em 15 minutos.
Na competência, o manipulado deve ter a competência de para fazer algo, ou
seja, o sujeito que realizará a ação central se qualifica para realizá-la. Essa
qualificação pode ser o saber, poder ou querer fazer. Um aluno, cumprir sua atividade
precisa necessariamente, ter estudado para ter competência para desempenhá-la.
A performance indica quando se dá a transformação central da narrativa, ou
seja, quando o sujeito realiza a ação que foi manipulado e qualificado para fazer,
sinalizando a mudança do estado de disjunção para o de conjunção, ou vice-versa. É
o momento em que o aluno decidirá se irá resolver a atividade ou não.
E por último, a sanção será consequência da performance e consequentemente
o reconhecimento do sujeito que executou a transformação, que poderá receber
prêmios ou castigo, ou seja, recompensa ou castigo. O aluno irá ao parque ou ficará
sem brincar.
O terceiro nível, que é o discursivo, trata-se do nível mais superficial, abstrato
e complexo do percurso gerativo, contudo, devemos lembrar que:
As formas abstratas do nível narrativo são revestidas de termos que lhe dão
concretude [...] produz as variações de conteúdos narrativos invariantes
(FIORIN, 2008a, p. 41).
Este nível está mais próximo da manifestação textual, onde é perceptível a
concepção do autor, a temática abordada e ainda, está dividido em: Tematização e
Figurativização. A tematização é um procedimento onde o sujeito da existência tem
algum percurso dentro da narrativa, ele ganha, ele perde, eles amam, deixam de amar
e avançam na narrativa, e é percebida por trações semânticos. A figurativização é
quando há investimento semântico no percurso da narrativa, a qual separa-se em
figuração e iconização. Quando se dar nome ao sujeito, quando se contextualiza, se
caracteriza, tem-se a figuração. Por exemplo, ao referir-se a uma profissão, a uma
classe social, a uma raça etc. A iconização são todos os demais elementos sensitivos,
visuais, sensórias, conceituais, audível, que causam efeito, sejam de realidade, sejam
de ilusão, sejam de legitimidade, jurídico etc.
A semiótica greimasiana analisa a significação veiculada por qualquer
expressão, logo dedica-se a todas as formas de linguagens, contudo dar ênfase à fala
e a escrita, buscando o sentido além do significado.

REFERÊNCIAS
FIORIN, J. L. Elementos de Análise do Discurso. 14.ª ed. São Paulo: Editora
Contexto, 2008.

MATTE, Ana Cristina; LARA, Glaucia (2009). Um panorama da semiótica


greimasiana. Alfa, São Paulo, 53 (2): 339-350, maio de 2009.

PEREIRA, Josias (org.). A semiótica greimasiana no audiovisual da teoria à


prática. Revisão do texto. Gisele S. Vigiarelli.

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