Você está na página 1de 5

Universidade Virtual Moçambicana

Texto Expositivo-Explicativo

Partilhar

Texto Expositivo-Explicativo

O texto expositivo-explicativo dá a conhecer e/ou esclarece determinadas situações ou factos. É um tipo


de texto cujo objectivo se prende essencialmente com o conhecimento da realidade, a respeito da qual
oferece um saber.

Definição

O texto expositivo/explicativo é um tipo de texto cuja intenção de comunicação se prende


essencialmente com conhecimento da realidade, a respeito da qual oferece um saber.

A finalidade de acção da linguagem a atingir é a de informar, isto é, de transmitir conhecimentos ao


destinatário relativo a um referente preciso. Por isso, o texto expositivo/explicativo é um texto
conceptual, visa instruir o estado cognitivo do destinatário.

Características

Quanto à organização textual

A análise de qualquer texto requer o conhecimento das regras do seu funcionamento, da sua
estruturação, isto é, da sua gramática.

Da mesma forma que o campo da linguística desenvolve estudos visando a consciencialização dos
elementos da frase, torna-se imperioso o estudo dos elementos caracterizadores de cada tipo de texto.

Os três momentos do texto expositivo/explicativo em três momentos:


1) A fase de questionar

2) A fase de resolução

3) A fase de conclusão

Estes três momentos (introdução, desenvolvimento e conclusão) podem ou não aparecer explícito na
superfície do texto. Todavia, a fase de questionar não contém necessariamente uma interrogativa
directa ou indirecta; poderá, por exemplo, ser constituída apenas pela explicitação do tema / assunto da
exposição, às vezes, aparece no título do texto.

A ordem de ocorrência destas fases, regra geral, obedece ao seguinte encadeamento: de questão poder-
se-á ir à resolução, ou optar-se pela antecipação da parte conclusiva.

Exemplo 1:

Introdução – uma reflexão sobre influência da droga no rendimento escolar da camada juvenil.

Implicitamente temos uma questão:

A droga influencia? Porquê? Como?

Desenvolvimento – Expor-se-ão as principais ideias sobre a influência da droga no rendimento escolar.

Conclusão – Apresentar-se-ão as principais conclusões sobre o objecto problematizado.

Exemplo 2:
“A droga provoca um fraco rendimento escolar na camada juvenil, o que origina o abandono dos
estudos”.

Desenvolvimentos – Apresentam-se enunciados que fazem compreender a observância do baixo


rendimento nos consumidores de estupefacientes.

Quanto ao tipo de enunciados

O texto expositivo/explicativo tem uma própria textura que o distingue das outras formas de discurso.

Assim, este género textual é composto por três tipos de enunciados:

1. enunciados de exposição, contendo uma sucessão de informações que visam fazer saber.

2. enunciados de explicação que tem como finalidade fazer compreender o saber transmitido.

3. enunciados que marcam as articulações do discurso: anunciar o que vai ser dito; resumir o que se
disse; antecipar o que vai ser dito, através de títulos, subtítulos, numerações, etc., focalizar o que é dito
através de sublinhados e de mudanças tipográficas.

Os discursos de manuais (usados nas escolas) têm a ver com saberes científicos de base de

.uma disciplina, escritos por autores que não são, grosso modo, pesquisadores; jogam, sim, um papel de
intermediários, Beacco, 1990. Este facto leva o autor da compilação a usar estratégias que ajudarão o
estudante a compreender o texto.

Características Linguísticas

O texto expositvo/explicativo é um discurso de verdade, a sua objectividade manifesta-se através de


formas linguísticas próprias. Ele é emitido por um locutor ao qual não são contestados nem o poder nem
o saber. Quando se põe em causa esta autoridade, entra-se no domínio da polémica, perdendo, assim o
estatuto de texto de explicação. É objectivo e isento de ataques.

A análise deste tipo de discurso mostra a existência de uma diversidade de modos de comunicação:
emprego da passiva;

nominalizações;

apagamento do sujeito falante;

emprego de um presente com valor genérico;

uso de expressões que explicam os conteúdos veiculados;

articuladores.

Uma das características do texto expositivo/explicativo consiste na abstracção do sujeito entanto que
membro duma sociedade determinada; deve neutralizar tudo o que se possa resultar de uma apreciação
pessoal, subjectiva. O discurso expositivo deverá, por isso, fazer desaparecer do enunciado toda a
referência a um caso particular, a um momento determinado e situar-se no universal. A forma passiva é
um mecanismo para tornar impessoal o discurso científico; ela é usada como uma estratégia de
objectividade, de afastamento do sujeito enunciador do seu discurso.

Em suma, usam-se procedimentos de invisibilidade, mesmo que em alguns textos apareça um nós, eu,
estarão desprovidos do valor individualizante. Por se tratar de um discurso monológico, observa-se a
ausência de tu.

As nominalizações, processo que consiste na transformação de um sintagma verbal, ou adjectival num


nome, permite, em certos casos, condensar o que foi dito, assegurar uma determinada orientação da
reflexão.

Exemplo:

“Quando os animais e as plantas morrem, os corpos apodrecem (SV) e acabam por desaparecer na terra.
O apodrecimento (N) é provocado por organismos (...) ”.

Quanto aos tempos verbais, a forma essencial é o presente com valor genérico ou estativo que enuncia
as propriedades.
Exemplo:

“O gato é um animal vertebrado”.

A informação contida nesta frase constitui uma verdade que perdura, independentemente da sua
enunciação.

O presente genérico não pode ser oposto a um passado ou um futuro, trata-se de uma forma temporal
“zero”, Mainguenean (1991:65).

Um presente com valor deíctico (actual) reenvia ao momento de exposição.

As expressões explicativas têm um papel importante nos textos expositivos/explicativos, permitindo ao


emissor tornar mais clara a sua comunicação e orientar a compreensão do receptor.

Definidos como elementos que asseguram as relações entre as diversas partes do texto, quer a nível
intrafrásico, interfrásico, quer entre parágrafos, no texto expositivo/explicativo, estes elementos com
frequência são de natureza lógica.

Estes conectores podem marcar laços de adição (também, igualmente) oposições (mas, ao contrário)
laços de consecução ou de causalidade (porque, visto que, dado que).

Você também pode gostar