Você está na página 1de 7

FICHA INFORMATIVA

TEXTO EXPOSITIVO/EXPLICATIVO

Definição

O texto expositivo/explicativo é um tipo de


texto cujo objectivo se prende essen-
cialmente com o conhecimento da realidade, a
respeito da qual oferece um
saber.

A sua finaldade é a de informar, isto é, de


transmitir conhecimentos ao desti- natário relativos
a um referente preciso. Por isso, o texto
expositivo/explicativo é um texto conceptual, visa
instruir, transformar o estado cognitivo do destinatário.

13
Digitalizada com CamScanner

Em suma, o objectivo do texto expositivo/explicativo é o de


comunicar de for- ma clara e pormenorizada, a um leitor
determinado, que se supõe detentor de um saber insatisfatório,
o que deve saber de um facto, assunto ou problema.

Organização do texto

[A análise de qualquer texto requer o conhecimento das


regras do seu funciona-
mento, da sua estruturação.
As fases de construção do texto expositivo/explicativo
resumem-se em três
momentos:

• a fase de questionar
• a fase de resolução
• a fase de conclusão

Estes três momentos (introdução, desenvolvimento e


conclusão) podem ou não aparecer explícitos na superfície
do texto. Todavia, a fase de questionar não [contém
necessariamente uma interrogativa directa ou
indirecta; poderá, por exemplo, ser constituida apenas
pela explicitação do tema assunto da exposição. Às vezes,
aparece no título do texto.
Exemplo:
"Comunicação humana através da fala, da escrita ou de ambos. As
diferentes nacionalidades ou grupos étnicos têm, tipicamente, linguas
diferentes...
A ordem de ocorrência destas fases, regra geral, obedece ao seguinte
encadeamento: da questão poder-se-á ir à resolução, ou optar-se
pela anteci- pação da parte conclusiva.

Características Discursivas e Linguísticas

O texto expositivo/explicativo tem uma textura própria que o distingue das outras
formas de discurso.

14
Assim, este género textual é composto por três tipos de
enunciados:
a) Enunciados de exposição, contendo uma sucessão de
informações que
visam fazer saber.
b) Enunciados de explicação, que têm como finalidade fazer
compreender
o saber transmitido.
c) Enunciados que marcam as articulações do discurso: anunciar o que vai
ser dito; resumir o que se disse; antecipar o que vai ser dito, através de
títulos, subtítulos, numerações, etc, focalizar o que é dito através de
sublinhados e de mudanças tipográficas.
O texto expositivo/explicativo é um discurso de verdade. É objectivo e isento
de ataques. A sua objectividade manifesta-se através de formas
linguísticas próprias. Ele é emitido por um locutor detentor de
um co- nhecimento e de um domínio sobre o assunto. Quando se
põem em

Digitalizada com CamScanner

causa esta autoridade, entra-se na polémica,


perdendo-se, assim, o estatuto de texto de explicação.
A análise deste tipo de discurso mostra a existência de uma
diversidade de modos de comunicação:
a) emprego da passiva;
b) nominalizações;
c) apagamento do sujeito
falante;
d) emprego de um presente com valor
genérico;
e) uso de expressões que explicitam os
conteúdos veiculados;
f) articuladores [conectores (conjunções, locuções,
preposições)].
Uma das características do texto expositivo/explicativo consiste
na abstracção do sujeito entanto que membro duma sociedade
determinada; deve- se neutralizar tudo o que possa resultar de uma
apreciação pessoal, subjectiva. O discurso expositivo deverá, por
isso, fazer desaparecer do enunciado toda a referência a um caso
particular, a um momento determinado, e situar-se no uni- versal.
A forma passiva é um mecanismo para tornar impessoal o
discurso científico; ela é usada como uma estratégia de
objectividade, de afastamento do sujeito enunciador do seu discurso.
Em suma, usam-se procedimentos de invisibilidade; mesmo que,
em alguns textos, apareça um nós/eu, estarão desprovidos do valor
individualizante. Por se tratar de um discurso monológico, observa-se a
ausência de tu.
As nominalizações, processo que consiste na transformação de um
sintagma verbal ou adjectival num-nome, permitem, em certos casos,
condensar o que foi dito, assegurar uma determinada orientação da
reflexão.
Por exemplo:
"Quando os estudiosos chegam a conclusão de que certas línguas são
cog- natas (...) concluem que elas pertencem à mesma família. A pertença
a uma família ... " (4° §)
Quanto aos tempos verbais, a forma essencial é o presente com valor genérico
ou estativo que enuncia as propriedades.
Exemplo:
"A linguagem humana natural tem uma base neurológica centrada no
hemis- fério esquerdo do cérebro."
A informação contida nesta frase constitui uma verdade que perdura, inde-
pendentemente do momento em que ela é dita.
O presente genérico não pode ser oposto a um passado ou a um futuro;
tra- ta-se de uma forma temporal "zero". (Maingueneam, 1991: 65)
As expressões explicativas têm um papel importante nos textos
expositivos/explicativos, permitindo ao emissor tornar mais clara a sua
comuni- cação e orientar a compreensão do receptor.

Digitalizada com CamScanner

15

Conectores

Definidos como elementos que asseguram as relações


entre as diversas partes do texto, quer a nível intrafrásico,
interfrásico, quer entre parágrafos, no texto
expositivo/explicativo, estes elementos são, com frequência, de
natureza lógica. Estes conectores podem marcar laços de
adição (também, igualmente), oposições (mas, ao
contrário), laços de consecução ou de causalidade (porque,
visto que, dado que).
Exemplos:
(...) O termo também é utilizado
...
(...) O inglês é a língua mais difundida do mundo, mas tem
tantas variantes ... |(...) O número (de falantes) é incerto
porque...
Cecília Mavale
(Adaptado)

FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA

Relações de Coordenação e de
Subordinação
1.1. Observa as frases:

1.1.1 Quando os estudiosos chegam a conclusão (...) agrupam as línguas


numa
família.

1.1.2 Algumas línguas são facilmente enquadradas enquanto decorrem as


investigações.

1.1.3 Há línguas conhecidas como "isoladas" porque não apresentam par-


entesco com nenhuma outra.

1.1.4 Como o Francês, o Espanhol e o Italiano partilham de um "antepassado"


comum, estão no mesmo grupo de famílias
1.1.5 O texto expositivo traz um saber, por isso não se caracteriza pela
necessi-
dade de modificar as crenças.
1.1.6... O inglês e o flamengo são dialectos de uma língua
comum...

Digitalizada com CamScanner

Você também pode gostar