Você está na página 1de 10

Beatriz Guimarães Junqueira – 2019.

2 – ASE09P04
Objetivos oxidativo, principalmente intensificando sua
atividade intracelular.
1. Descrever fatores antioxidantes endógenos e
exógenos que ajudam na homeostasia, saúde VITAMINA A
mental e retardo no processo de envelhe-
Seu uso, seja na forma pré-formada ou de
cimento (exercício físico e alimentação).
carotenoides ainda é duvidosa. Os resultados dos
estudos divergem, mas sabe-se que doses
Antioxidantes moderadas de vitamina A reduzem a densidade
mineral óssea e altas doses podem ser
hepatotóxicas ou teratogênicas. O questionamento
São substâncias que, em baixas concentrações em
de hoje é se fatores genéticos influenciariam o
relação a um substrato, atrasam ou impedem sua
benefício ou não da suplementação vitamínica, o
oxidação. Pode ocorrer por dois mecanismos:
que explicaria a variabilidade de resultados.
 Interrupção das reações em cadeia dos VITAMINA C
radicais livres por meio da doação de um íon
hidrogênio a outras substâncias sem perder Seus estudos são inconclusivos, pois, ela
estabilidade; demonstrou, além de ação antioxidante, in vitro,
 Reação direta com radicais livres, transpor- atividades pró-oxidantes. Os estudos feitos, de
tando posteriormente o resíduo da reação. forma geral, não encontraram relação entre
suplementação de vitamina C e eventos do
Existem dois sistemas interconectados de envelhecimento.
antioxidantes, são eles:
VITAMINA D
 Sistema Não Enzimático de micronutrientes:
constituído de substâncias de baixo peso Foi encontrada uma associação de baixos níveis de
molecular como glutationa, ubiquinona, 25 (OH) vitamina D e risco de fraturas, doença
carnosina, ácido úrico, bilirrubina e vitaminas cardiovascular, câncer colorretal, diabetes melito
E, C, A e provitamina A. tipo 2, humor deprimido, declínio cognitivo e
 Sistema Enzimático: formado pela glutationa mortalidade. Estudos clínicos randomizados não
peroxidase (GPx), catalase (CAT) e superóxido demonstraram que a suplementação de vitamina D
dismutase (SOD). melhoraria a condição de saúde, exceto em pessoas
com alto risco de quedas.
No envelhecimento, são observadas alterações
biológicas e funcionais que interferem na Os resultados das pesquisas são conflitantes: em
alimentação e nutrição do idoso. Ocorre um estudo duplo-cego controlado com 2256
comprometimento da mastigação e deglutição, mulheres com mais de 70 anos que receberam
aumento do tecido adiposo, redução da massa doses de vitamina D observou-se aumento de
muscular, da água corporal total, perda de olfato e quedas e fraturas.
paladar, diminuição da produção de pepsina e VITAMINA E
ácido clorídrico com redução da digestão de
alimentos e deficiência de absorção de diversos Em um dos estudos feitos, mulheres que
nutrientes. consumiram por mais de 2 anos suplementos de
vitamina E apresentaram menor risco de doença
Existem duas vias básicas para explicar o impacto coronária, feitos ajustes para idade, tabagismo,
das ERO no envelhecimento, são elas: outros fatores de risco cardiovasculares e
 Via que afeta a quantidade de ERO em todo nutrientes com propriedades antioxidantes.
organismo ou tecidos estratégicos, podendo ser Porém, é importante observar que em alguns
a via de produção de ERO e a via de limpeza estudos ocorreram malefícios, incluindo aumento
de ERO. da morte por AVE, risco para câncer de pulmão em
 Via que repara ou promove turnover de populações suscetíveis e risco de câncer de
estruturas que sofrem danos por ERO, como próstata em homens previamente saudáveis.
DNA, lipídios e proteínas.
OLIGOELEMENTOS
O foco das terapias antioxidantes é reduzir a
formação de espécies reativas de oxigênio ou de Atuam como cofatores e não antioxidantes em si.
aperfeiçoar o sistema de defesa contra o estresse Estudos utilizando zinco demonstraram redução dos
Beatriz Guimarães Junqueira – 2019.2 – ASE09P04
marcadores de estresse oxidativo e inflamação nos No coração do idoso ocorre perda progressiva dos
indivíduos suplementados, além de apresentar miócitos, devido a um declínio progressivo da
relação inversa com o desenvolvimento de doenças habilidade de duplicação das células-tronco
cardiometabólicas. cardíacas. Entretanto, observa-se aumento de seu
volume celular. A diminuição da capacidade
Em relação ao selênio, a faixa terapêutica é muito
contrátil causa aumento do coração que esconde a
estreita, o que impõe cuidado na suplementação
atrofia das células contráteis. As câmaras
pelo risco de toxicidade, mas não foram observados
cardíacas dilatas e o coração senil são
efeitos cardiovasculares nem na mortalidade por
hipertróficos e há redução progressiva do número
todas as causas.
de células do nódulo sinusal, além de perdas de
AMINOÁCIDOS E OUTRAS SUBSTÂNCIAS fibras na bifurcação do feixe de His. Daí a maior
chance de arritmias.
A glutaiona peroxidase (maior antioxidante
endógeno) tem como substrato a glutationa (GSH) ESTRUTURAS CARDIOVASCULARES
e a síntese endógena de GSH depende dos estoques
ALTERADAS
de glutamina, cisteína, ornitina, prolina e
glutamato presentes em fígado, músculos,  Contração prolongada;  Diminuição do VO2 ;
pulmões, rins, células do sistema imunológico,  Diminuição da resposta  Diminuição dos
glóbulos vermelhos e do TGI. beta-adrenérgica; barorreflexos
arteriais;
A suplementação de glutamina na recuperação de  Aumento da rigidez  Aumento do fluxo
doenças pode ser decorrente do suporte à mucosa miocárdica e vascular; simpático;
intestinal, ao sistema imunológico, à biossíntese de  Controle do Sistema  Diminuição do fluxo
glutationa e a um possível efeito na resposta Nervoso Autônomo; vagal.
inflamatória endógena. MANTIDAS
Esses mecanismos devem-se provavelmente à  Contratilidade Miocárdica;
atenuação da produção de mediadores pró-  Fluxo Sanguíneo coronariano;
inflamatórios e/ou à regulação de fatores  Vasoconstrição alfa-adrenérgica mediada;
inflamatórios e seu papel na liberação de insulina  Controle do Sistema Nervoso Autônomo;
pelo pâncreas. Devido a essas razões, a glutamina  Barorreflexos cardiopulmonares.
tem sido considerada um agente coadjuvante
importante no tratamento de enfermidades que ESTRUTURA CARDÍACA
levam a estados hipermetabólicos. Ademais, os
 Hipertrofia do Ventrículo Esquerdo;
efeitos da glutamina no sistema imune e na
 Aumento da PA dependente da idade;
barreira intestinal são importantes para a
prevenção da septicemia.  Aumento no Número e Na espessura das fibras
colágenas;
Na população idosa, poucos estudos foram  Diminuição da massa ventricular esquerda (nos
realizados com suplementação oral de glutamina, muito velhos);
nos que foram feitos, não se observou melhora na  Acúmulo de Proteína Amiloide;
capacidade antioxidante e ocorreu ainda discreta  Endocárdio e Valvas: Aumento de Lipofuscina,
alteração da função renal com 14 dias de Fibrose, Lipídios e Calcificação;
suplementação.  Miocárdio: Aumento de Lipofuscina, Fibrose,
Em relação ao ômega-3 os estudos não são Amiloidose, Apoptose, Miosina isoenzima beta,
conclusivos, pois apesar da sua atenuação na Mutações Genéticas e Redução de Tecido
prevenção de doenças cardiovasculares, eles Conjuntivo.
oxidam mais prontamente podendo aumentar o ESTRUTURA ARTERIAL
estresse oxidativo.
 Aumento da rigidez da parede arterial,
2. Descrever as principais alterações fisiológicas principalmente na camada média, onde perde-
no envelhecimento dos sistemas respiratório se elasticidade (Diferente da aterosclerose,
e cardiovascular (arteriosclerose). onde compromete-se a túnica íntima);
 Aumento de Diâmetro e Espessura da parede
Sistema Cardiovascular arterial.
 Dilatação da aorta e grandes artérias;
Beatriz Guimarães Junqueira – 2019.2 – ASE09P04
 ↑ do Nº de fibras  ↑ da tensão da duração da sobrevivência da espécie em termos de
colágenas na parede parede arterial; disfunção imunológica programada.
arterial;
 ↓ do conteúdo de  ↑ da resistência Teoria neuroendócrina: em combinação com a
glicoproteína; periférica; teoria ligada ao cruzamento, forneceria
 ↑ da mineralização  ↑ da pressão explicações para muitas alterações cardíacas
da elastina; sistólica do pulso; próprias do envelhecimento.
 ↑ da rigidez arterial;  ↑ da PA média; O sistema cardiovascular sofre significativa
redução de sua capacidade funcional com o
PARÂMETROS FUNCIONAIS envelhecimento. Em repouso, contudo, o idoso não
A sensibilidade ao Sistema Nervoso Autônomo não apresenta redução importante do débito cardíaco,
é uniforme, podendo estar preservada em um local mas em situações de maior demanda, tanto
e comprometida em outro. fisiológicas (exercício) como patológicas, os
mecanismos para a sua manutenção podem falhar,
Existe marcante diminuição na resposta do sistema resultando em processos isquêmicos.
cardiovascular a estimulação beta-adrenérgica com
consequente diminuição da frequência cardíaca Com o avanço da idade, o coração e os vasos
máxima. sanguíneos apresentam alterações morfológicas e
teciduais, mesmo na ausência de qualquer doença,
A fração de ejeção ventricular esquerda, em caracterizando o coração senil ou presbicárdia.
repouso, não está alterada no idoso saudável,
porém em resposta ao exercício ela está diminuída ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS
em relação ao adulto jovem. PERICÁRDIO
Apesar de vários estudos terem demonstrado que Modificações discretas, decorrentes do desgaste
fatores genéticos, dislipidemias, diabetes e vida
progressivo, sob forma de espessamento difuso,
sedentária são os principais fatores de risco para
particularmente nas cavidades esquerdas do
doença coronária, hipertensão arterial,
coração, sendo comum o aumento da taxa de
insuficiência cardíaca e AVE, a idade se configura
gordura epicárdica.
como principal fator de risco cardiovascular.
ENDOCÁRDIO
Apesar de muitos idosos não apresentarem doenças
evidentes, frequentemente apresentam Espessamento e opacidade no coração esquerdo,
comorbidades, doenças subclínicas, alterações com proliferação das fibras colágenas e elásticas,
funcionais e anatômicas que agem modificando a fragmentação e desorganização destas com perda
estrutura cardiovascular, facilitando a atuação dos da disposição uniforme habitual, devido à
mecanismos fisiopatológicos das doenças. hiperplasia irritativa resultante da longa
turbulência sanguínea.
TEORIAS DO ENVELHECIMENTO
CARDIOVASCULAR MIOCÁRDIO

TEORIAS FISIOLÓGICAS Onde ocorrem mudanças mais expressivas.

Mostram a importância das alterações da matriz Mudanças na matriz incluem: aumento do


proteica extracelular relacionadas com o tempo, colágeno, do diâmetro fibroso e cruzamento de
principalmente do colágeno e da substância ligações de colágeno, com aumento na proporção
fundamental. Essas alterações são a base para de colágenos dos tipos I e III, diminuição de elastina
explicação do aumento da rigidez pericárdica, e fibronectina aumentada, podendo ocorrer
valvular e talvez miocárdica e dos tecidos aumento na produção de matriz.
vasculares associados à idade.
Proliferação de Fibroblastos: induzida por fatores
TEORIAS ORGÂNICAS de crescimento, em particular angiotensinas, fator
alfa de necrose tumoral e fator de crescimento
Contém duas teorias mais importantes, a derivado de plaquetas; acompanhadas de perda
imunológica e a neurológica. celular e alterações nas funções celulares.
Teoria Imunológica: oferece pouca explicação às Acúmulo de gordura principalmente nos átrios e no
alterações de seleção específica no sistema
septo interventricular, mas pode também ocupar as
cardiovascular, explicando as características de
paredes dos ventrículos.
Beatriz Guimarães Junqueira – 2019.2 – ASE09P04
Degeneração muscular com substituição das O processo mais importante é a calcificação, com
células miocárdicas por tecido fibroso, sem alterações pouco significativas sob a forma de
correlação com lesões de artérias coronárias. acúmulo de lipídios, fibrose e degeneração
colágena que podem estender-se ao feixe de His,
Depósitos de lipofuscina: chamado de pigmento
com a presença de áreas fibróticas nas bordas das
senil, têm sido admitidos como real manifestação
cúspides, constituindo as excrecências de lambia.
biológica do envelhecimento, sendo encontrados
na velhice precoce e descritos como um estado A estenose aórtica pode ser dividida em 2 fases
chamado de atrofia fosca ou parda, caracterizado distintas: uma fase inicial precoce dominada por
por atrofia miocárdica associada a grande acúmulo deposição valvar de lipídios, lesão e inflamação
de lipofuscina, comum em idosos que apresentam apresentando muita semelhança com a
doenças consumptivas. aterosclerose e uma fase de evolução tardia, em
que os fatores pró-calcificantes e pró-osteogênicos
O aumento da resistência vascular periférica
em última análise causam a progressão da doença.
pode ocasionar moderada hipertrofia miocárdica
Uma vez que a fase de propagação foi estabelecida
concêntrica, principalmente da câmara ventricular
o progresso da doença é feita pela
esquerda.
autoperpetuação na formação de cálcio e lesão
Amiloidose Senil: presença de depósitos amiloides valvar e acúmulo de cálcio nos folhetos da válvula.
relacionados à maior incidência de insuficiência
ALTERAÇÕES DO SISTEMA DE CONDUÇÃO
cardíaca, ou, se ocupar áreas do nódulo sinoatrial
e/ou nódulo de Tawara (atrioventricular), pode O envelhecimento é acompanhado de acentuada
acarretar arritmias atriais, disfunção atrial e até redução das células do nó sinusal, podendo
bloqueio atrioventricular. comprometer o nó atrioventricular e o feixe de His.
ALTERAÇÕES DAS VALVAS A infiltração gordurosa separando o nó da
musculatura subjacente contribui ao aparecimento
O tecido valvar é composto predominantemente
de arritmia sinusal, sendo a mais frequente nessa
por colágeno, com o envelhecimento, observam-se
faixa etária a fibrilação atrial.
degeneração e espessamento dessas estruturas,
porém uma pequena proporção de idosos tem ALTERAÇÕES DA AORTA
anormalidades em grau suficiente para
Sem considerar a arteriosclerose (processo de
desencadear manifestações clínicas que são mais
endurecimento, perda de elasticidade e
comuns nas valvas aórtica e bicúspide (mitral).
espessamento progressivo das paredes das artérias
ALTERAÇÕES DA VALVA MITRAL que acompanha o processo natural do
envelhecimento), a principal modificação é a
Calcificação e degeneração mucoide atingem não
alteração na textura do tecido elástico e o aumento
apenas a valva mitral como também a aórtica. As
do colágeno.
alterações podem começar na parte média do
folheto posterior e estendem-se para a base de De forma geral, temos aumento do calibre, do
implantação, podendo levar a deformação ou volume e da extensão; maior espessura e rigidez da
deslocamentos da cúspide, sendo caracterizadas parede; alterações na túnica elástica como
por espessamento, depósito de lipídios, desorganização e perda de fibras; hiperplasia
calcificação e degeneração mucoide. subendotelial com redução e modificações
químicas da elastina.
Na maioria das vezes não provoca manifestações
clínicas, mas em alguns casos observa-se um sopro Na camada média, ocorrem processos de atrofia,
sistólico nítido em área mitral apresentando: descontinuidade e desorganização das fibras
disfunção valvar sob a forma de insuficiência e/ou elásticas, aumento de fibras colágenas (maiores
estenose, alterações na condução do estímulo, pela responsáveis pela redução da elasticidade, maior
vizinhança do tecido específico, endocardite rigidez da parede e aumento do calibre) e eventual
infecciosa e condições que levam à formação de deposição de cálcio.
insuficiência cardíaca.
Implicações Clínicas: ocasionalmente, aumento da
A degeneração mucoide ou mixomatosa torna o pressão sistólica e da pressão de pulso, com
tecido valvar frouxo e, com isso, poderemos ter moderadas repercussões sobre o trabalho cardíaco.
prolapso e insuficiência mitral.
ALTERAÇÕES ARTERIRAIS
ALTERAÇÕES DA VALVA AÓRTICA
Beatriz Guimarães Junqueira – 2019.2 – ASE09P04
Aumento da rigidez arterial: provoca aumento da mesmo que os níveis de catecolaminas estejam
pós-carga, diretamente, pela diminuição da aumentados, principalmente durante o esforço.
complacência arterial e, indiretamente, acelera a
Acredita-se que haja uma falha nos receptores
velocidade de propagação da onda de pulso pelo
beta-adrenérgicos, ocasionada pelo aumento dos
sistema vascular, promovendo um retorno precoce
níveis de catecolaminas, principalmente a
ainda no período sistólico na parede da raiz da
noraepinefrina (aumentada em idosos).
aorta, ocorrendo um pico tardio da pressão sistólica
com aumento desta, bem como da pressão de As consequências funcionais da diminuição da
pulso, aumento da pós-carga e diminuição da influência simpática sobre o coração e vasos do
pressão diastólica. idoso são observadas principalmente durante o
exercício. À medida que o idoso envelhece, o
Há fragmentação e calcificação das fibras elásticas,
aumento do débito cardíaco durante o esforço se
aumento da deposição de colágeno, deposição
obtém com dilatação cardíaca, aumentando o
amiloide na camada média e migração e
volume sistólico para compensar a resposta
proliferação de células vasculares do músculo liso.
atenuada da frequência cardíaca.
O efeito vasodilatador dos agonistas beta-
adrenérgicos sobre a aorta e os grandes vasos
também diminui com a idade, bem como a
resposta inotrópica do miocárdio às
catecolaminas e a capacidade de resposta dos
barorreceptores às mudanças de posição.
FUNÇÃO CARDIOVASCULAR

 ↓ da resposta de elevação da frequência


cardíaca ao esforço ou outro estímulo.
 ↓ da complacência do ventrículo esquerdo
ALTERAÇÕES DAS ARTÉRIAS CORONÁRIAS mesmo na ausência de hipertrofia miocárdica,
com retardo no relaxamento do ventrículo, com
Quando não é considerada a arteriosclerose ↑ da pressão diastólica desta cavidade,
vascular, as alterações não são expressivas. Há levando à disfunção diastólica do idoso, muito
perda de tecido elástico, aumento do colágeno comum, e que se deve à dependência da
acumulando-se em trechos proximais das artérias contração atrial para manter o enchimento
e, eventualmente, depósito de lipídios com ventricular e o débito cardíaco.
espessamento da túnica média. A coronária  ↓ da complacência arterial, com ↑ da
esquerda altera-se antes da direita.
resistência periférica e consequente ↑ da
Outra alteração significativa é a calcificação das pressão sistólica, com ↑ da pós-carga
artérias coronárias epicárdicas, observada com dificultando a ejeção ventricular devido às
frequência em indivíduos muito idosos. alterações estruturais na vasculatura.
 ↓ da resposta cronotrópica e inotrópica às
A calcificação da artéria coronária (CAC) resulta
catecolaminas, mesmo com a função contrátil
em redução da complacência vascular, respostas
do ventrículo esquerdo preservada.
vasomotoras anormais e perfusão miocárdica
 ↓ do consumo máximo de oxigênio (VO2 𝑚á𝑥 )
diminuída. A extensão da CAC correlaciona-se
pela ↓ da massa ventricular encontrada no
fortemente ao grau de aterosclerose e à taxa de
futuros eventos cardíacos. envelhecimento.
 ↓ da resposta vascular ao reflexo
O sistema renina-angiotensina pode desempenhar barorreceptor, com maior suscetibilidade do
um papel na calcificação da túnica média, porque idoso à hipotensão.
bloqueadores dos receptores da angiotensina II tipo  ↓ da atividade da renina plasmática, sendo que
1 abolem o desenvolvimento da CAC em modelo nos hipertensos poderemos encontrar níveis de
pré-clínico. aldosterona plasmática normais, com ↓ da
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO resposta ao PNA, embora a sua concentração
esteja aumentada.
A eficácia da modulação beta-adrenérgica sobre o  No idoso teremos maior prevalência de
coração e os vasos diminui com o envelhecimento, hipertensão sistólica isolada, mais frequente do
Beatriz Guimarães Junqueira – 2019.2 – ASE09P04
que a sistodiastólica acima dos 70 anos, estando Há também evidências de menores reservas de
associada a maior risco de doenças cárdio e ATP mitocondrial muscular necessária em situações
cerebrovasculares. de desconforto respiratório agudo.
Perda progressiva da capacidade intrínseca de tos-
Sistema Respiratório se e de expectoração durante o envelhecimento.
SURFACTANTE
ALTERAÇÕES MORFOLÓGICAS NO TÓRAX E NOS
Sua produção está diminuída nos idosos. Em sua
PULMÕES
deficiência, há aumento da permeabilidade
 ↑ dos espaços  ↑ do tecido fibroso; alveolar, podendo levar ao edema pulmonar,
aerados; deficitária função protetora e colabação dos
 ↓ da superfície  Modificações do sur- alvéolos na expiração, fazendo atelectaisas.
de troca gasosa; factante pulmonar;
 Perda do tecido de suporte das vias INFLAMAÇÃO E IMUNIDADE
respiratórias periféricas, diminuindo a O envelhecer apresenta potencial para alterar de
elasticidade alveolar (“enfisema senil”) forma significativa reações inflamatórias e/ou
SINAIS PRECOCES DO ENVELHECIMENTO
imunológicas no e do sistema respiratório.
PULMONAR
Inflamm-aging: baixo grau de inflamação crônica,
 ↓ da capacidade má-  ↓ da elasticidade em geral encontrada em idosos. Discute-se seu
xima respiratória; da parede torácica; papel na gênese de perdas funcionais e de
doenças próprias dessa faixa etária. Teoriza-se
 ↓ progressiva da  ↑ da rigidez da
também a possibilidade de que as altas
pressão parcial de estrutura interna
pulmonar; concentrações séricas de citocinas pró-
O2 ;
 Enfraquecimento da  Perda de elasticida- inflamatórias observadas durante esse processo
musculatura de pulmonar; provoquem alterações na elasticidade e destruam
respiratória; parte do parênquima pulmonar.
 ↓ do volume  Fadiga Fácil. Imunossenescência: respostas imunológicas
pulmonar expirado.
atenuadas notadamente a agentes infecciosos.
RESPIRAÇÃO
Pode estar associada ao Inflamm-aging e
Há falha no controle central (medula e ponte) e desequilibra a dinâmica entre mediadores pró e
nos quimiorreceptores carotídeos e aórticos com anti-inflamatórios, resultando em processo de pró-
diminuição a sensibilidade a 𝐏𝐂𝐎𝟐 , 𝐏𝐎𝟐 e ao pH, inflamação crônico (inflamm-aging) que dificulta
limitando a adaptação da pessoa idosa ao exercício respostas imunoinatas e adquiridas adequadas em
físico. idosos (imunossenescência).

Observa-se progressiva redução dos espaços dos O desequilíbrio entre mediadores da resposta
discos intervertebrais com o desenvolvimento de imunológica atrasa sua ativação e prolonga reações
cifose. Essa alteração na curvatura do tórax reduz inflamatórias, provocando aumento de morbidade
espaços intercostais, interferindo na e de mortalidade nessa faixa etária notadamente
expansibilidade pulmonar e na capacidade após infecções, exposições ambientais e agressões
volumétrica torácica. sistêmicas.

Devido à sarcopenia, há piora da função pulmonar 3. Descrever as lesões da ateriosclerose.


em algumas pessoas pela diminuição da força e da
resistência da musculatura respiratória, tornando
a tosse menos vigorosa. A função mucociliar é Ateriosclerose
lenta, prejudicando a limpeza de partículas
inaladas e facilitando a instalação de infecções. Significa o endurecimento das artérias e é um
termo genérico para o espessamento da parede
Há calcificação das cartilagens costais que tornam
arterial e perda de sua elasticidade. Há três
o tórax enrijecido e a distensão pulmonar pela
padrões gerais, com diferentes consequências
diminuição da capacidade das fibras elásticas
clínicas e patológicas:
retornarem após a distensão na inspiração. Com
isso o volume pulmonar e a capacidade ventilatória
diminuem.
Beatriz Guimarães Junqueira – 2019.2 – ASE09P04
 ARTERIOLOSCLEROSE: afeta pequenas artérias  MODELO ESLAVO: o estresse oxidativo
e arteríolas e pode causar lesão isquêmica ocasionado por uma dieta sem elementos
distal. antioxidantes, tabagismo e estresse.
 ESCLEROSE MÉDIA DE MONCKEBERG:  MODELO LATINO: modelo que mais se aproxima
caracterizada pela calcificação das paredes das da resistência à insulina – obesidade,
artérias musculares, que envolvem tipicamente hipertensão arterial e diabetes. Logo, o
a membrana elástica interna, mas não invadem aumento da obesidade/diabetes pode
a luz do vaso e não são clinicamente representar o aumento da aterogênese.
significativas.
Atualmente, existe uma proposta de modelo em
 ATEROSCLEROSE: padrão mais frequente.
que se misturam o estresse oxidativo e as
alterações metabólicas advindas do diabetes.
Aterogênese Essa teoria propõe o desenvolvimento da
aterosclerose como resultado do LDL – colesterol
A aterosclerose é a base da patogenia das doenças elevado e modificado, radicais livres liberados
vasculares periféricas, cerebral e coronariana, como consequência do ato de fumar, hipertensão,
causando mais morbidade e mortalidade no mundo diabetes melitus, alterações genéticas,
ocidental que qualquer outra doença. microrganismos infecciosos e combinações destes
ou outros fatores.
A probabilidade de desenvolver a aterosclerose é
determinada pela combinação de fatores de risco ATEROGÊNESE – TEORIAS
adquiridos (níveis de colesterol, tabagismo,
TEORIA DA “INCRUSTAÇÃO” (CAMADAS)
hipertensão) e hereditários (mutações dos genes
receptores de LDL). Proposta por Rokitansky (1851), sugere que a
aterosclerose começa na túnica íntima, com o
Além da obstrução mecânica do fluxo sanguíneo,
depósito do trombo com subsequente organização
as placas ateroscleróticas podem se romper,
pela infiltração de fibroblastos e secundária
levando à catastrófica trombose vascular
deposição lipídica.
obstrutiva e também podem aumentar a distância
de difusão da luz para a média, levando a lesões TEORIA LIPÍDICA/PROLIFERATIVA
isquêmicas e ao enfraquecimento das paredes dos
vasos, alterações que podem resultar na formação Virchow (1856) propôs que a aterosclerose se
de aneurismas. iniciava com a infiltração lipídica na parede
arterial e sua interação com elementos celulares e
extracelulares, causando “proliferação intimal”.
TEORIA DA RESPOSTA À LESÃO ENDOTELIAL
Ross propôs uma teoria unificadora onde a
aterosclerose iniciaria com o dano endotelial, o que
faria o endotélio ficar suscetível ao acúmulo
lipídico e depósito do trombo.
PATOGENIA DA ATEROSCLEROSE
A lesão vascular iniciaria o processo
aterosclerótico. O dano endotelial (causado por
uma série de fatores de risco e/ou alterações
MODELOS CAUSAIS DA DOENÇA hemodinâmicas) foi classificado da seguinte forma:
ATEROSCLERÓTICA
 TIPO I: Lesão vascular envolvendo mudanças
 MODELO ANGLO-SAXÃO: ou clássico, é aquele funcionais no endotélio com mínimas mudanças
representado pelo surgimento da doença após o estruturais (aumento da permeabilidade às
advento dos fatores de risco considerados até lipoproteínas e células brancas/adesão).
hoje, clássicos para a doença aterosclerótica
(DA), como hipercolesterolemia, tabagismo e
hipertensão arterial.
Beatriz Guimarães Junqueira – 2019.2 – ASE09P04
O PROCESSO EM ETAPAS
1) Lesão Endotelial;
Aumento de expressão das moléculas de adesão, da
permeabilidade endotelial e da transmigração do
LDL para dentro da íntima e a diminuição do Óxido
Nítrico;
2) Migração de LDL através do endotélio para a
túnica íntima.
Ali, o LDL pode sofrer oxidação por produtos
derivados do estresse oxidativo. LDL oxidado é
fagocitado por macrófagos, através da vida do
receptor scavenger (lixeiro). Isso gera a formação
TIPO II: Lesão vascular envolvendo rompimento das células espumosas e o acúmulo delas na íntima
endotelial com mínima trombose. forma estrias gordurosas (fatty streak).

TIPO III: Lesão vascular envolvendo dano a camada 3) Resposta Inflamatória Contínua.
média, que estimula importante trombose, A inflamação é desencadeada pelo acúmulo de
resultando em síndromes coronarianas instáveis ou cristais de colesterol e ácidos graxos livres em
outro evento aterosclerótico (dependendo da macrófagos e outras células. Essas células
localização). percebem a presença de materiais anormais,
Uma placa ateromatosa consiste em uma lesão produzem citocinas pró-inflamatórias (IL-1) para
elevada com centro mole e grumoso de lipídios recrutar leucócitos como linfócitos T que produzem
(colesterol e ésteres do colesterol), coberta por citocinas e quimiocinas recrutadoras e ativadoras
uma capa fibrosa. de mais células inflamatórias.

LESÃO ENDOTELIAL Macrófagos produzem EROs que aumentam a


oxidação do LDL e elaboram fatores de crescimento
A lesão de células endoteliais é o pilar da hipótese que estimulam a proliferação de células musculares
da resposta à lesão. A perda endotelial por lisas. Células T elaboram citocinas inflamatórias
qualquer tipo de lesão resulta em espessamento da (interferon-γ) que podem estimular os macrófagos
túnica íntima. No entanto, as lesões humanas e as células endoteliais e musculares lisas.
iniciais são encontradas em locais de endotélio
morfologicamente intacto. Substâncias citotóxicas, relacionadas inicialmente
à ação dos macrófagos, agem prendendo ainda mais
Logo, disfunção endotelial sem denudação é a as partículas de LDL oxidadas e, com isso,
base do problema, as células intactas, porém promovem o ciclo vicioso onde mais macrófagos são
disfuncionais, mostram aumento da atraídos.
permeabilidade endotelial, aumento da adesão
de leucócitos e expressão genética alterada. A continuação desse processo dera agregação das
células espumosas em lagos lipídicos que irão
As duas causas mais importantes de disfunção formar os núcleos lipídicos da placa
endotelial são: desequilíbrios hemodinâmicos e a aterosclerótica.
hipercolesterolemia.
DESEQUILÍBRIOS HEMODINÂMICOS
As placas ateroscleróticas tendem a se formar nos
óstios de saída dos vasos, pontos de ramificação e
por toda a parede posterior da aorta abdominal,
onde existem padrões de fluxos desordenados.
Estudos in vitro mostraram que o fluxo laminar não
turbulento leva à expressão de genes endoteliais,
cujos produtos realmente protegem contra a
aterosclerose, agindo como genes ateroprotetores.
Beatriz Guimarães Junqueira – 2019.2 – ASE09P04
4) Formação da Capa Fibrosa. Vale ressaltar que o Código de Ética Médica
Brasileiro de 1988 tem todos os artigos alusivos ao
Ocorre a migração das células musculares lisas da
tema contrários à participação do médico na
camada média do vaso para a íntima, onde se
eutanásia e no suicídio assistido.
depositam e secretam colágeno. Essas células são
as responsáveis pela formação de uma parede/capa Quando legalizada, pode ser realizada por um
que irá separar o conteúdo lipídico do sangue médico, enfermeiro, qualquer um dos profissionais
circulante. As características dessa capa serão um da área da Saúde ou mesmo por um familiar.
dos fatores responsáveis na definição da
Existem três modalidades de conduta que podem
estabilidade ou instabilidade da placa.
ter como resultado a morte do paciente:
O Endotélio íntegro mantém o balanço entre
1. Conduta Omissiva: quando o agente, mesmo
vasodilatação e vasoconstrição, inibição e
tendo condição e/ou obrigação de prestar um
estimulação da proliferação e migração das células
serviço, uma terapia, uma medicação ao
musculares lisas, entre trombogênese e fibrinólise.
paciente, não o faz, convicto de que estará
Quando esse balanço é interrompido, a disfunção abreviando seu sofrimento, o que resulta na
endotelial se instala, causando dano à parede morte.
arterial e iniciando ou perpetuando todo o 2. Conduta Ativa Direta: aplicação de terapias
processo. analgésicas com a intenção primordial de aliviar
as dores do paciente terminal, sabendo que
Citocinas anti-inflamatórias como IL-4 e 10 e fator
essa medicação resultará no falecimento dele.
transformador do crescimento beta (TGF-β), assim
3. Conduta Ativa Indireta: é aquela que,
como alguns subtipos de macrófagos e células
motivada por convicções humanitárias, leva o
musculares lisas, agem diminuindo o grau de
agente a produzir a morte antecipada de um
inflamação presente nas placas.
paciente que esteja com uma doença incurável,
Quando o equilíbrio de duas forças antagônicas – com sofrimento atroz e qualidade de vida
pró e anti-inflamatórias – é rompido, ou o agente ínfima, mas que, sozinho, não seja capaz de se
agressor é mantido, o processo continua e a placa suicidar (Suicídio Assistido). Antes disso, o
pode se tornar vulnerável a erosão ou ruptura. paciente terá expressado o seu consentimento.

Macrófagos ativados produzem metaloproteinases Normalmente, os profissionais discordam da


que degradam o colágeno. Assim, a capa fibrosa prática da eutanásia, porquanto é considerada
pode diminuir, ficando mais vulnerável e sujeita a crime, de acordo com a lei brasileira, e os
ruptura ou erosão. Quando uma dessas situações principais motivos são questões religiosas e éticas.
acontece, o conteúdo trombogênico entra em
A eutanásia pode ocorrer por dois meios:
contato com o sangue, resultando na formação do
coágulo podendo gerar um evento aterosclerótico  Forma Voluntária: realizada pelo próprio
agudo. paciente ou a pedido dele.
 Forma Involuntária: realizada por outrem ou
4. Diferenciar Eutanásia, Distanásia, Ortotanásia
sem o consentimento do paciente.
e Mistanásia, levantando questões éticas
envolvidas neste processo. Quanto ao tipo de ação:

Eutanásia
 Eutanásia Ativa: se caracteriza pelo ato de
provocar a morte por fins misericordiosos, sem
sofrimento do paciente.
Em 1605, Francis Bacon, definiu o termo como  Eutanásia Passiva: não iniciação de ação
alívio do sofrimento de pacientes terminais. médica ou interrupção de uma medida
Origina-se do grego (eu, bem, thánatos, morte), extraordinária, objetivando abrandar o
podendo ser traduzida como “Boa morte”, ou seja, sofrimento, seguida de morte do paciente.
sem dor ou sofrimento desnecessário. A eutanásia é permitida na Holanda desde 2001,
A eutanásia ocorre quando há antecipação do fim porém não significa que está totalmente liberada.
da vida, geralmente por razões humanísticas, na Ao contrário, em 1º lugar, ela limita-se a um ato
tentativa de eximir o paciente de um sofrimento médico; em 2º lugar, o ato é submetido a 7
progressivo prolongado. condições como doença incurável que causa
sofrimento ao paciente; o pedido do candidato à
Beatriz Guimarães Junqueira – 2019.2 – ASE09P04
eutanásia deve ser voluntário e refletido, no qual A filosofia dos cuidados paliativos deve:
cada caso deve ser analisado e preencher os
1. Afirmar a vida e encarar o morrer como um
requisitos da lei.
processo normal;
No Brasil, o ordenamento jurídico é contrário à 2. Não apressar nem adiar a morte;
prática da eutanásia, considerando-a crime pela 3. Procurar aliviar a dor e outros sintomas
legislação penal que afirma: “Se o autor do crime angustiantes;
agiu por compaixão, a pedido da vítima, para lhe 4. Integrar os aspectos psicológicos e espirituais
abreviar o sofrimento físico insuportável, em razão nos cuidados do paciente;
de doença grave: pena-reclusão, de 3 a 6 anos.” 5. Oferecer um sistema de apoio para ajudar os
pacientes a viver ativamente tanto quanto

Distanásia possível até a morte;


6. Disponibilizar um sistema de apoio para ajudar
a família a lidar com a doença do paciente e
Consiste no prolongamento exagerado da morte com o seu próprio luto.
de um paciente, podendo ser empregada como
No Brasil, a ortotanásia é implicitamente tutelada
sinônimo de tratamento inútil, por meios médicos
através de princípios jurídicos, consubstanciados
e artificiais. “Não visa prolongar a vida, mas sim o
em princípios éticos e morais. Entretanto, em
processo de morte”.
virtude da insegurança jurídica propiciada pela
Pesquisas consideram a distanásia como o ausência de legislação específica, conduz à
prolongamento do sofrimento, e não da vida, permanência da prática distanásica.
consequentemente, sem nenhum benefício
terapêutico e acarretando gastos elevados para a
instituição. Mistanásia
Muitas vezes, não se reconhece a morte como uma
Pode ser definida como morte infeliz, precoce e
etapa da existência humana, por isso, a morte
evitável em nível social e coletivo. É a morte
precisa ser discutida nos cursos de graduação da
oferecida pelos três níveis de governo por meio
área da Saúde, para evitar esses casos de
da pobreza mantida, da violência, das drogas, da
prolongamento do sofrimento do paciente.
falta de infraestrutura e de condições mínimas de
se ter uma vida digna, do desprezo e
Ortotanásia desvalorização do médico e demais profissionais.
As principais vítimas, são as pessoas que não
Ou Eutanásia Terapêutica, significa ‘morte no seu dispõem de condições financeiras para arcar com
tempo certo’. É um processo de humanização da os custos advindo dos tratamentos da própria
morte, com alívio de sinais/sintomas, saúde, ficando na dependência da prestação de
especialmente a dor. Não há emprego de meios que assistência pública.
causem sofrimentos adicionais, mas sim de meios
1. Mistanásia Ativa: resultante da maldade
adequados para tratar uma pessoa que está
humana; o indivíduo é tratado como uma
morrendo.
cobaia, no qual é submetido a inúmeras
Denota o não prolongamento artificial do processo experiências desumanas e cruéis.
de morte além do que seria o processo natural. É 2. Mistanásia Passiva ou Omissiva: consiste na
compreendida como manifestação da boa morte ou prática médica ruim. Esta é o processo pelo
morte desejável, sem prolongar ou aumentar o qual se antecipa a morte da pessoa através do
sofrimento. sofrimento desnecessário, devido à falta de
acesso aos serviços de saúde ou decorrentes do
É o procedimento pelo qual o médico suspende o erro médico.
tratamento, ou só realiza terapêuticas paliativas,
para evitar mais dores e sofrimentos para o O doente, na maioria das vezes, sequer consegue
paciente terminal, que já não tem mais chances de ser atendido em uma instituição hospitalar e morre
cura, desde que essa seja sua vontade ou se seu antes de ser submetido a qualquer tratamento
representante legal e o médico não interfere no médico.
momento de desfecho letal, nem para antecipá-lo
nem para adiá-lo.

Você também pode gostar