Você está na página 1de 7

Diarquia (do grego: "δι-", dois, e "-αρχία", governo ou poder) é uma forma de governo em que a

chefia é compartilhada por dois chefes de Estado. Na maior parte das diarquias, o diarca
mantém a sua posição para a vida e passa as suas responsabilidades e poderes aos seus filhos
ou familiares, quando morre. O diarca é uma das mais antigas formas de governo e tem sido ao
longo de vários séculos. As diarquias são conhecidas desde a Antiguidade, tendo estado
presentes em Esparta, Roma, Cartago, bem como em tribos dácias e germânicas. Várias
sociedades antigas polinésias tiveram esta estrutura política. O Império Inca também esteve
assim estruturado, com dois ocupantes de cada categoria, mas com diferente prestígio, um
hanan (superior) e um hurin (inferior). No uso moderno, pode-se aplicar a organizações e a
governos. Essas "diarquias" não são hereditárias. Exemplos de formas modernas são os
governos de São Marino, Andorra e da Irlanda do Norte. As reformas de Montagu-Chelmsford
da Índia Britânica, prescreveram uma "diarquia" de ministros que foram individualmente
responsáveis perante o poder legislativo, e a Organização da Defesa australiana funciona
também como uma "diarquia"

Diarquias atuais
Andorra
Andorra é um co-principado parlamentarista. Seus co-príncipes são (ex officio) o presidente da
França e o bispo de Urgell. Desde 1962, o presidente francês é eleito por sufrágio universal na
França, no entanto, não é eleito pelos andorranos, visto que eles não podem votar nas eleições
presidenciais francesas. O bispo da diocese de Urgell é nomeado pelo papa.

Butão
A Constituição de 2008 confirma o compromisso do Butão com um governo dual tradicional que
compartilha o poder entre o Druk Gyalpo ("Rei") e as autoridades religiosas budistas. Na prática,
porém, os líderes religiosos funcionam mais como conselheiros dos reis do que como diarcas.

Irlanda do Norte
Nos termos do Acordo da Sexta-feira Santa de 1998, destinado a encerrar os conflitos na
Irlanda do Norte, o Primeiro Ministro e o Vice-Primeiro Ministro atuam como chefes conjuntos do
executivo da área. Ambas as posições exercem poderes executivos idênticos; no entanto, eles
não são chefes de estado.

San Marino
Os dois capitães regentes de San Marino são eleitos a cada seis meses pelo parlamento
samarinês, o Grande Conselho Geral. Eles servem como chefes de estado e de governo e são
normalmente escolhidos entre os partidos opostos.

Essuatíni (antiga Suazilândia)


O Reino de Essuatíni é uma diarquia em que o rei (Ngwenyama) governa em conjunto com sua
mãe, a rainha-mãe (Ndlovukati). Na prática, no entanto, a maior parte do poder é investida no
rei, embora seja freqüentemente argumentado que a concessão de autoridade por inteiro ao
homem real dessa maneira seja neotradicionalista, em oposição ao costume verdadeiramente
tradicional

Tetrarquia (do grego tetra, por derivação de tétares, "quatro," e árchein, "governar") designa
qualquer sistema de governo em que o poder esteja dividido entre quatro indivíduos,
denominados "tetrarcas". Usualmente aplica-se à tetrarquia introduzida pelo imperador romano
Diocleciano, em 293, e que perdurou até c. 313. A instituição da tetrarquia marca a resolução da
crise do século III e a recuperação do Império Romano.
O Édito de Milão ou Mediolano (em latim: Edictum mediolanense) promulgado em 13 de junho
de 313 foi um documento proclamatório no qual se determina que o Império Romano seria
neutro em relação ao credo religioso, acabando oficialmente com toda perseguição sancionada
oficialmente, especialmente aos cristãos.[1] Tal documento, publicado em forma de carta,
transcreveu o acordo entre os tetrarcas Constantino (imperador do Ocidente) e Licínio
(imperador do Oriente).[2]

Além da liberdade religiosa, a aplicação do Édito fez devolver os lugares de culto e as


propriedades que tinham sido confiscadas aos cristãos e vendidas em hasta pública: "o mesmo
será devolvido aos cristãos sem pagamento de qualquer indenização e sem qualquer fraude ou
decepção".[1] Deu ao cristianismo, e a todas as outras religiões, o estatuto de legitimidade (latim:
religio licita),[3] comparável com o paganismo e com efeito destituiu o paganismo como religião
oficial do Império Romano e dos seus exércitos.[4]

Antes da emissão do Édito de Milão, Galério, em 30 de abril de 311, promulgou o Édito de


Tolerância, também chamado de Decreto da Indulgência, no qual, buscando harmonia política,
reconhece o cristianismo e dá fim à perseguição anticristã.[1][5

Em 303, o imperador Diocleciano decretou aquilo que veio a se nominar como A Grande
Perseguição com o intuito de restaurar a unidade estatal, que, segundo o próprio, estava
ameaçada pelo cristianismo.[1]

A grande perseguição acabou se tornando entretenimento para a sociedade romana da época,


onde os perseguidos, em especial cristãos, eram jogados aos leões e ursos em arenas ou
obrigados a lutar contra gladiadores, em um costume que começou séculos antes com o
imperador Nero em 64[6] Além disso, Diocleciano ordenou que fossem demolidas todas as igrejas
cristãs, queimadas as cópias da Bíblia, as autoridades eclesiásticas levadas à morte, cristãos
privados dos cargos públicos e direitos civis, teriam que fazer sacrifícios aos deuses pagãos sob
pena de morte, entre outros encargos.[1]

Diocleciano se aposentou em 305 deixando vago o cargo de imperador. Entre os postulantes ao


cargo, estava Constantino, à época com 25 anos. Antes de se tornar imperador do Ocidente,
Constantino casou-se com Fausta, filha do imperador Maximiano e irmã de Magêncio, com
quem travaria a batalha pelo poder, vencendo-o em 312[7] Foi nesta batalha que Constantino
teria tido a visão do símbolo Chi Rho junto à inscrição latina In hoc signo vinces (português:
"Com este sinal vencerás"), tendo-o gravado nos escudos dos soldados e, no dia seguinte,
sagrando-se vencedor da batalha junto a Magêncio.[8][9]

Em janeiro de 313, Constantino saiu de Roma com destino a Milão para presenciar o casamento
de sua irmã com Licínio. Em março do mesmo ano, o Édito de Milão foi redigido e postado, em
forma de carta endereçada ao governador da Bitínia, por Licínio em sua ida a Nicomédia, em 13
de junho de 313.[10][11] A expressão Édito de Milão, pelo qual ficou conhecido tal documento, teria
surgido apenas no século XVII.[3]

Anos depois, na tentativa de consolidar a totalidade do Império Romano sob o seu domínio,
Licínio em breve marchou contra Constantino. Como parte do seu esforço de ganhar a lealdade
do seu exército, Licínio dispensou o exército e o serviço civil da política de tolerância do Édito de
Milão, permitindo-lhes a expulsão dos cristãos. Os cristãos perderam consequentemente
propriedades e muitos a vida.[4]
Por volta de 324, Constantino ganhou o domínio de todo o Império, após derrotar Licínio em
Adrianópolis e Crisópolis (atual Turquia) e ordenar sua execução por traição.[4][8]

O Édito de Tessalônica (português brasileiro) ou Tessalónica (português europeu) ou Salonica, também conhecido
como Cunctos Populos ou De Fide Catolica foi decretado pelo imperador romano Teodósio I a
27 de fevereiro de 380 d.C.[1][2][3] pelo qual estabeleceu que o cristianismo tornar-se-ia,
exclusivamente, a religião de estado, no Império Romano,[4] abolindo todas as práticas politeístas
dentro do império e fechando templos pagãos.

O Édito de Tessalônica
A 24 de novembro de 380 d.C.,

Com este édito, o Império Romano na íntegra passava a ter uma nova religião oficial depois de
67 anos de liberdade de culto. O Panteão Romano fora complementado ao longo de muitos
séculos com os deuses, deidades e lares domésticos, com o culto aos próprios antepassados e
até mesmo com divindades pré-romanas que foram assimiladas durante o processo de
romanização em muitos lugares do império. Tudo isto devia ser agora abandonado no culto a
uma religião monoteísta e as normas morais que a acompanhavam.

O concílio de Niceia foi o primeiro Concílio Ecumênico realizado pela Igreja


Católica.

Ele ocorreu entre 20 de maio e 25 de julho de 325 d.C., na cidade de Niceia da


Bitínia, atual cidade Iznik (Turquia), província de Anatólia (Ásia Menor), localizada
próxima à Constantinopla.

O concílio de Niceia foi realizado com o intuito de harmonizar a igreja ao


concretizar uma assembleia que representasse toda a cristandade, de modo a
discutir as heresias que poderiam dividir a Igreja.

Principais causas
Devido a grande liberdade religiosa possibilitada pelo fim das perseguições aos
cristãos, a fé cristã cresceu e se propagou desordenadamente.

Neste contexto, Caio Flávio Valério Constâncio (250-306), o imperador romano


que governava tanto o Oriente como o Ocidente, acabou adotando o arianismo,
uma crença herética, como sua religião pessoal.

Segundo esta tese, Jesus Cristo Salvador estaria subordinado ao Pai, uma vez
que era apenas mais uma criação, o que acabava por questionar a figura de
Cristo enquanto divindade.

Por sua vez, esta vertente cristã criada por Ário (256-336), da igreja de
Alexandria, em 318, estava em desacordo com o próprio bispo Alexandre de
Alexandria.
Como os adeptos de Ário possuíam influência junto ao imperador Constantino
(filho de Constâncio), com destaque para Eusébio de Nicomédia e,
principalmente, o historiador e bispo Eusébio de Cesaréia (265-339), esta
disputa foi se agravando ao ponto de tornar-se motivo para uma divisão na
Igreja.

Assim, o bispo Alexandre de Alexandria e seu diácono Atanásio, repudiaram


suas teses e afirmaram a divindade de Cristo.

Além disso, a data em que se deveria comemorar a Páscoa, outro motivo de


discórdia, também foi definida neste concílio, sendo escolhido o primeiro
domingo depois da primeira lua cheia da primavera para a celebração.

Vale ressaltar que o Imperador Flavius Valerius Constantinus (285 -337 d.C.), ao
conclamar o concílio, buscava unir seu Império Romano pela via religiosa,
sobretudo depois de sua vitória sobre Licínio (250-325) em 324.

Principais características
O Concílio de Niceia foi realizado nas acomodações do palácio imperial naquela
cidade, onde foram oferecidas aos bispos hospedagem e passagem segura pela
escolta imperial.

Interessado, o imperador Constantino de fato realizou o Concílio, contudo, não


participou das formulações de fé do Credo de Niceia.

Compareceram cerca de 320 Bispos, além de inúmeros presbíteros, diáconos e


leigos, dirigidos pelo bispo Ósio de Córdoba (257-359), para definir a natureza de
Cristo diante do arianismo.

Estes clérigos vieram de toda cristandade, incluindo Ásia Menor, Palestina, Egito,
Síria, com predomínio aos bispos do Oriente.

Como resultado do Concílio, foi definido por 300 votos que o arianismo seria
rejeitado e que a “Redenção” pregada pelo diácono Atanásio seria a base
constituinte do que e convencionou como o “Credo de Niceia", confirmando a
união da cristandade e a divindade de Cristo, o que foi corroborado no "Concílio
de Constantinopla" de 381.

Em suma, o Credo Niceno estabelece 20 cânones que discutem, dentre outros, a


questão ariana, a data de celebração da Páscoa e o batismo de heréticos.
Dentre as causas da queda do Império Romano estão: disputas internas pelo
poder, invasões bárbaras, divisão entre o Ocidente e o Oriente, a crise
econômica e o crescimento do cristianismo.

Oficialmente, o Império Romano do Ocidente termina em 476 d.C., quando o


Imperador Rômulo Augusto é obrigado a abdicar em favor de Odoacro, chefe
militar de origem germânica.

A capital do Império, Roma, também sofreu as consequências da decadência. Foi


saqueada pelas tropas de Alarico, em 410, e posteriormente, seria invadida por
vândalos (455) e ostrogodos (546).

Principais causas do fim do Império Romano


Vejamos alguns motivos que levaram ao declínio e ao fim do Império Romano.

1. Disputas internas
O regime de governo de Roma mudou de República para Império com Júlio
César, no séc. I a.C. No entanto, apesar de ter se proclamado imperador, César
manteve algumas instituições da República como o Senado.

Nem todos os imperadores, porém, respeitaram o poder dos senadores. Isso


acabou por gerar mais atritos entre a classe política e os militares.

À medida que o Império se expandia, ficava cada vez difícil controlar os generais
e os governadores das províncias. Não devemos esquecer que o Império
Romano chegou a ter 10.000 km de extensão, com territórios no norte da África,
Oriente Médio e Europa central.

Assim, com um ótimo exército nas mãos, alguns generais se rebelaram contra o
poder central, mergulhando o Império em guerras civis.

2. Invasões bárbaras
Os “bárbaros” eram aqueles povos, fora do território imperial, que os romanos
não conseguiram derrotar e ocupar as terras. Alguns deles, contudo,
participavam das batalhas junto ao exército romano, e outros chegaram a
integrar o próprio exército imperial.

Devido às disputas internas e a crise econômica, o exército romano perdeu


muito da sua eficiência. Assim, os bárbaros conseguiram derrotá-lo e expandir
seu território pouco a pouco.

Os chefes bárbaros, entretanto, faziam questão de conservar várias instituições


romanas e muitos se convertiam ao cristianismo, a fim de poder serem aceitos
pelos antigos romanos.
É interessante notar que os bárbaros acreditavam que eram os herdeiros do
Império Romano e não seus destruidores.

3. Divisão entre Ocidente e Oriente


Uma das medidas tomadas para melhorar a administração imperial foi dividir o
Império Romano em duas partes, por volta do ano 300 d.C. A parte Ocidental
teria como capital Roma; enquanto a Oriental, a sede seria em Bizâncio.

Durante o reinado do Imperador Constantino, a cidade de Bizâncio passou a se


denominar Constantinopla e mais tarde, com o domínio muçulmano, foi
chamada de Istambul.

A divisão se revelou um fracasso, pois acentuou as diferenças culturais e


políticas já existentes entre as duas regiões.

O Império Romano do Ocidente mergulha na decadência, sem conseguir conter


as invasões bárbaras e as brigas internas. A Queda de Roma, saqueada pelos
povos "bárbaros", em 410, revela o quanto os romanos já não controlavam seus
domínios.

Já a parte do Oriente continuou como território unificado até 1453.

4. Crise econômica
O crescimento econômico de Roma se baseava nas guerras de expansão, na
capacidade de capturar pessoas para escravizá-las e, finalmente, de
comercializar.

A partir do momento que não havia mais como expandir seu território, também
não era possível escravizar seres humanos.

Deste modo, sem a mão de obra barata dos escravos, a economia começa a
declinar. Por sua parte, o dinheiro para fazer as guerras e pagar os soldados,
escasseia. Uma das medidas para conter a crise econômica é fazer uma moeda
de menor valor para pagar as tropas.

A solução acaba gerando inflação e a moeda romana se desvaloriza,


aumentando a crise no Império.

5. Crescimento do cristianismo
O surgimento do cristianismo, uma religião monoteísta, aumentou a crise de
identidade pela qual passava o Império Romano.

Os cristãos foram considerados ilegais até o em 313 d.C. o Édito de Milão,


quando o Imperador Constantino decretou o fim da perseguição. Isso não
significou a paz imediata, pois outros imperadores tentaram restaurar as
práticas pagãs.
Esta luta entre o paganismo e o cristianismo desgastava internamente a
sociedade e o governo romanos, que já se encontravam bem divididos.

Você também pode gostar